POV Letty

– HAN – eu sai gritando da cabana onde estava dormindo – HAN!

– Que foi? – ele apareceu atrás de mim.

– Ele foi embora, ele me deixou aqui – eu disse – sozinha.

– Sinto muito – ele disse e me abraçou

A única coisa que consegui fazer foi chorar, Han me tentava me consolar mais não estava adiantando muito. Pedi a ele que me deixasse sozinha para que arrumasse minhas malas. Eu vou voltar pra Los Angeles, vou morar com a Mia, e eu vou fazer ele voltar de alguma forma. Peguei meu celular e liguei para Mia.

– Alô – disse ela.

– Mia? – Eu disse – ele me deixou, ele se foi. – eu falei agora já chorando muito.

– Como assim se foi? – ela perguntou

– Num dia estava aqui e no outro não. Ninguém o viu sair – eu respondi a sua pergunta – eu liguei pra saber se eu posso voltar a morar com você.

– É claro que pode – ela completou – você é da família, sempre tem um espaço pra quem é da família.

– Obrigada. E por acaso você tem o telefone do Brian?

– Não sei. Ele me enganou Letty. Por quê?

– Quando chegar em casa u explicarei tudo. Não atenda o telefone fixo, nem mesmo o celular depois que eu desligar.

– Ok. – ela desligou o telefone.

Eu voltaria para casa hoje. Meu carro estava carregado, com minhas malas e tudo o que eu precisava levar de volta. Liguei o carro e fui para L.A. Pense que L.A é nos EUA e a República Dominicana leva no mínimo uns cinco dias para ir de carro, contando com a balsa e a fronteira do México com os EUA. Mas Eu precisava pensar, pensar em tudo o que eu iria fazer quando chegasse em L.A.

Dirigi por umas duas horas até chegar na balsa, para atravessar seria mais umas três ou quatro horas, peguei meu celular e tentei ligar para Dom, mas sempre caia na caixa postal, deixe trinta recados, com a total certeza que ele não iria retornar.

Passou uma, duas três horas e dai chegamos em Cuba, já eram três horas da tarde e eu estava na estrada havia cinco horas, então dirigi até um restaurante que eu sabia que tinha aqui por perto e fui almoçar. Peguei meu celular e minha bolsa e adentrei no restaurante.

– Por favor, uma mesa – eu disse a um garçom que estava recepcionando na porta.

– A mesa 36 está livre – ele me apontou onde era a mesa e eu o agradeci.

– Obrigada. – Me dirigi até a mesa e outro garçom veio me atender.

– O que deseja? – ele perguntou com um bloquinho em uma mão e caneta na outra.

– Eu vou querer uma Coca-Cola e um prato tradicional – disse lhe entregando o cardápio.

– Em meia hora estará pronto – ele disse saiu.

Gosto da pontualidade dos cubanos. Em meia hora meu prato chegou e eu comi rapidinho, e então fui pagar. Sai do estabelecimento entrei no carro e liguei para Mia.

– Alô – eu disse – Mia?

– Oi Letty, como está?

– Melhor e você?

– Estou bem.

– Bom, liguei para dizer que estou em Cuba. Vou vender meu carro aqui e vou ir de avião. Estou sem paciência para dirigir e quero chegar rápido em casa.

– Ok, mas vai vender o carro?

– Sim eu compro outro em L.A. Quando chegar te explico tenho que ir tchau.

Desliguei o telefone e fui até o aeroporto comprei minha passagem pra dali duas horas, sairia daqui as dezessete e chegaria a Houston na meia-noite do dia 25 de outubro, e de Houston a L.A as três e meia, do dia 26. Já era dezesseis e meia, eu já havia vendido o carro e estava despachando minhas malas. Então fui para a sala de embarque.

A viagem foi tranquila até Houston, eu fiquei grata por ser apenas conexão e não precisar esperar no aeroporto. Então desci do avião e fui andando pelos corredores indicados para o outro que me levaria a L.A.

Entrei no avião que decolaria dali vinte minutos, então liguei para Mia novamente:

– Mia? – eu disse – estou em Houston, chego ai as três e meia. Vou pegar um táxi, deixa a porta de trás destrancada e vai dormir.

– Não eu vou buscar você no..

– Não precisa, só faça o que eu te pedi. – Eu a cortei rapidamente e fiz com que ela murmurasse um ok. Despedi-me e desliguei o celular.

Fiquei às três horas de voo olhando para fora e relembrando tudo desde quando nos conhecemos até aquele beijo na praia. Ele foi embora sem nem dizer eu te amo. O avião pousou e eu peguei minha bagagem de mão e fui para a porta, aproveitando que eu era da primeira poltrona, quando a porta se abriu eu sair, queria pegar minhas cosas o mais rápido possível e ir para casa. Não dormi um segundo sequer na viagem.

Quando cheguei as esteiras eu ouvi aquelas mulheres dizendo alguma coisa sobre as bagagens do voo 3567, estarem disponíveis na esteira 6. Fui pra lá por sorte minhas malas eram as únicas vermelhas, então foi fácil pegá-las e dar o fora dali. Tinha um táxi disponível então coloquei minhas malas no interior e adentrei.

– Por favor, para este endereço – lhe dei um papel com o endereço da casa.

Foi rápido, em menos de meia hora estava na casa.

– 50 dólares – disse o senhor.

– Aqui, e obrigada.

Disse descendo do carro e pegando minhas malas, fui em direção a porta de trás, que estava destrancada como eu havia pedido, eu abri a porta e dei me de cara com Mia na cozinha.

– Eu falei que não era pra ficar me esperando acordada – eu disse a abraçando.

– Eu não conseguia dormir. É bom ver você de novo. – ela me abraçou forte.

– É bom ver você também, mas vamos subir, deitar e dormir porque, vou ter que resolver algumas coisas importantes daqui a pouco e você tem que descansar.

Dei-lhe um beijo na testa e subi com as malas para o meu quarto. Tirei meu pijama que estava dentro da mala menor. Me joguei na cama e pensei:

Estou de volta meu bem!!