Can I Love? escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 3
Encontro na escuridão


Notas iniciais do capítulo

Olá..fico feliz que estejam gostando.. Responderei os comentarios mais tarde..
Aproveitem a leitura e ate mais..
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/488922/chapter/3

Sakura sentou-se ofegante em sua cadeira, na ultima fileira da sala. Ao depositar a sua mochila no chão, percebeu que um novo aluno estava sentado ao seu lado, a olhando com curiosidade. Sorriu automaticamente e obteve como cortesia um aceno.

–Olá, sou Sai – falou cordial antes de passar a mão pelos cabelos atraindo a atenção da rosada que tornou a sorrir.

–Sou a Haruno, Sakura. – a voz dela revelou o cansaço, mas Sai optou por ignorar, enquanto admirava a sua colega de sala. Sem mais nada a ser dito, ela sentou-se, abriu um livro e começou a estudar enquanto o professor não entrava na sala. Sai continuou observando-a atentamente e em seguida sorriu sozinho consigo mesmo. Ele não esperava que o seu ano começasse tão bem, e escolheu Haruno como a sua próxima conquista. A primeira aula era a de inglês, uma das favoritas de Haruno. Assim que o professor pediu para pegarem seus livros, Sai puxou a sua cadeira, sentando-se colado a Sakura.

–Não tenho esse livro ainda – explicou diante do olhar questionador dela. Assim que Sai pousou o olhar sobre o livro dela percebeu que algo não deveria ir bem em sua família. As paginas estavam amareladas e por todo o livro havia rascunhos e anotações com duas letras diferentes. Ele nada disse, apenas ignorou fingindo que não tinha visto nada. Tudo que o professor falava, Sakura anotava em seu caderno com extrema organização. Sai olhou surpreso para o modo com que ela estudava, ao final da aula ele disse sorrindo – É uma ótima aluna, Sakura.

–Haruno – o corrigiu.

–Como?

–Meu nome, é Sakura Haruno. Ficaria feliz se me chamasse por Haruno como as pessoas fazem – disse calma ao guardar as suas coisas sem olhar para Sai.

–Me desculpe, não imaginei que fosse tão rigorosa.

–Não sou, pelo menos não sempre.

–Tão brava, mas continua linda – Sai piscou travesso. Sakura revirou os olhos ao levantar-se de sua mesa e sair da sala. Ela odiava atenção em demasiada para si e não suportava garotos que sabiam respeitar o seu limite. Suspirou frustrada ao entrar no banheiro e olhar para a sua imagem no espelho. Percebeu o aumento das olheiras e a forma como seu rosto demonstrava o cansaço que sentia. Abriu a torneira molhando o rosto, e murmurou – Desse jeito vou acabar definhando antes de tudo se acertar. – após enxugar-se voltou para a sala sentando-se silenciosamente. Aos poucos o barulho dos alunos foi cessando ate restar o silencio proveniente da professora de álgebra que os olhava seriamente. Não houve mais aproximação de Sai durante o restante do dia, o que a deixou tranquila. Horas depois o sinal tocou, para muitos representava a libertação da escola, mas para Sakura representava apenas mais o final de um expediente. Guardou as suas coisas antes de erguer o olhar e sorrir ao ver sua amiga, Ino. Uma das poucas pessoas com quem gostava de conversar.

–Você fugiu o tempo todo, testuda – Ino murmurou fingindo tristeza – Vai trabalhar hoje também?

–Vou sim – confirmou sorrindo ao se levantar e olhar a sua volta, assim que percebeu estarem sozinhos, murmurou – Preciso trabalhar pra controlar o meu irmão. Espero que um dia ele pare de jogar.

–Eu também, vejo o quanto você sofre com isso.

–Isso é bobagem. Eu tenho que ir, não quero chegar atrasada – sorriu ao abraçar Ino antes de sair da sala apressada. Desceu as escadas apressada em direção a saída, ela tinha poucos minutos para chegar no horário no restaurante.

***
O restaurante Bon Amour conseguia se destacar pelos seus pratos nada convencionais e seu atendimento privilegiado. O restaurante possuía apenas cinco anos de inauguração e mesmo assim era tido como um dos melhores de Tóquio. Sakura começou a trabalhar a seis meses naquele local, desde que o seu irmão a apresentou a Sasori, o gerente e dono. De alguma forma, Sasori resolveu ajudá-la contratando-a apesar de sua falta de experiência e juventude. Ela era grata a ele por tudo. O vestiário feminino estava vazio. Apenas ela se arrumava naquele horário. O seu uniforme escolar havia sido trocado por uma saia reta preta e uma blusa social branca. Seus cabelos encontravam-se presos com uma fita e um avental branca com bordas de renda circundava a sua cintura e quadril. Ela se olhou no espelho mais uma vez antes de sair. Ao passar pela porta avistou Sasori a olhando fixamente. O cumprimentou com um aceno de cabeça, antes de seguir para a cozinha. Todos que trabalhavam ali sentiam um carinho por Sakura, a mais jovem dentre eles. Ela sempre se esforçava e ajudava quando precisavam. Para eles, a Haruno era um anjo. Dado ao horário, o restaurante encontrava-se vazio. Assim como os outros funcionários, ela se dispôs a ajudar na limpeza. Enquanto esfregava o chão com a vassoura seus pensamentos voaram para longe. Para um mundo onde sua mãe ainda estaria viva e seu irmão, seria apenas o seu adorável irmão. Recriminou-se em seguida pelos pensamentos que estava tendo, mas já era tarde demais, pois um inicio de raiva começava a se apoderar de seu coração.

–Se eu ficar com raiva o que será deles? Não seja tola, ser forte e leal é o melhor – falou a si mesma ao inspirar e expirar diversas vezes. Sasori a olhava divertido. Desde a primeira vez em que a vira percebeu que ela era especial, e ele a desejou desde então. Um desejo que não era correspondido por mais bondoso que ele fosse com ela. Decidido a tentar mais uma vez, ele se aproximou parando ao seu lado com um sorriso no rosto.

–Como vai Kiba? – Sasori perguntou com as mãos no bolso de sua calça. Observou o modo como ela o olhou e sorriu em seguida, lhe dando esperanças.

–Ele está bem. Não se veem a tempos?

–Acho que faz uns dois meses.

–Darei o seu recado a ele.

–Obrigado, e Sakura, você poderia me ajudar a fechar o restaurante hoje?

–Claro – sorriu antes de retornar ao que fazia. Sasori sorriu levemente ao perceber o quão fácil seria. Afastou-se vagarosamente indo em direção a sua sala, um pequeno escritório que ficava no fundo do restaurante.

Duas horas depois o restaurante abria as suas portas. Sakura estava como garçonete aquela noite e como tal mantinha o sorriso no rosto. Um sorriso que estava prestes a desaparecer. Ela se aproximou da mesa de um cliente pegando os seus pedidos e ao entregar ao Chef sentiu o seu celular vibrar em seguida. Uma mensagem de Kiba e uma chamada perdida de seu pai. Estranhou, mas ao abrir a mensagem sentiu suas pernas ficarem tremulas e seu sangue parar de correr em seu corpo.

Sakura, estou encrencado dessa vez. Preciso de dinheiro, por favor, me ajude. Se não tiver o dinheiro acho que serei preso.

Seu coração batia violentamente no peito ao ler pela terceira ver aquela mensagem. Uma mensagem que estava lhe atormentando. Olhou em volta desesperada, e retornou a ligação para o seu pai. Ao escutar a voz dele percebeu que algo estava errado.

–Pai, sou eu. O que houve?

Filha..foi horrível – falou com a voz cansada – Eles levaram o seu irmão.

­-Quem?

A policia. Parece que ele estava jogando em um cassino ilegal. Eu não sei o que fazer querida – lamentou-se – Eu sou um péssimo pai, como deixei chegar a esse ponto? O que a sua mãe estará pensando de mim? Me perdoe.

A culpa não é sua – falou firme apesar de sentir seu coração vacilando – a culpa sempre foi dele. Ele que foi fraco e ingênuo. Eu me encarregarei disso, apenas descanse e não se preocupe. – desligou o celular tremendo. Suas mãos não lhe obedeciam e um sorriso doloroso surgia em sua face. – O que vou fazer agora? – se perguntou ao olhar para o nada em busca de respostas. De forma inconsciente seus olhos pousaram no caixa do restaurante,e este simples gesto a fez sentir-se ainda pior ao perceber que estava pensando em ir tão longe para soltar o seu irmão. Estava tão aflita que correu em direção ao escritório de Sasori, o encontrou sentado com as pernas em cima da mesa, distraído. – Eu...preciso de um favor – Sakura falou nervosa assustando ele.

–Aconteceu alguma coisa? – perguntou ao tirar os pés da mesa e olhar para ela.

–Sim, preciso.. do adiantamento do meu salário.

–Não posso fazer isso.

–É uma emergência.

–Me desculpe, mas ainda não posso fazer isso, Sakura. Quer me contar o que houve? Posso ajudá-la.

–Ninguem pode me ajudar nisso – revelou cansada ao sentir o seu corpo cada vez mais pesado. Caiu sentada no meio da sala dele. Sasori levantou-se e correu ate ela, preocupado – Eu estou bem – disse antes que ele falasse algo – Estou..apenas cansada. Cansada de tudo.

–Porque não me conta? Posso lhe ajudar.

Sakura ergueu os seus olhos se deparando com o olhar astuto de Sasori. Um olhar que lhe lembrou uma raposa faminta prestes a matar.

–Eu ficarei bem - - apressou-se a falar assim que percebeu a intenção de Sasori em lhe tocar. Levantou-se sozinha, e saiu sem falar nada. Antes que pudesse se afastar da sala dele, o escutou falar próximo a porta.

–Se estiver precisando de dinheiro fique mais tarde no restaurante. Posso lhe ajudar, de verdade. – Sakura não interrompeu seus passos, continuou andando ate voltar ao trabalho.

Ela não soube por quanto tempo permaneceu em pé sem descanso, mas percebeu que estava tudo vazio. Olhou para o bolso de seu avental se dando conta das gorjetas que tinha recebido.

–Então eu trabalhei – murmurou cansada ao se sentar na cadeira mais próxima a si. Seu corpo estava tão cansado que ela poderia adormecer sentada e acordaria apenas no outro dia. Tentada a fazer isso sentiu as pálpebras pesarem cada vez mais. Em pouco tempo se viu entregue a um mundo escuro.

Sasori já tinha fechado a porta dos fundos quando retornou para sair do restaurante pela porta da frente quando a viu. Sakura estava sentada adormecida em uma das cadeiras. Ele sabia que era errado, mas se viu andando ate ela. Com calma pegou parou atrás dela segurando uma de suas mechas rosadas e a levou ate o nariz. Sentiu o aroma que vinha dele, e inebriado ergueu a mão para tocar em seu rosto. Já estava prestes a abaixar o seu rosto para beijá-la quando ela abriu os olhos, lentamente, dando tempo para se afastar dela.

–Sasori? – murmurou ainda sonolenta – Eu adormeci, não foi?

–Sim, vim te acordar – mentiu com a voz rouca – Sakura, precisa de dinheiro, não é?

–Quem não precisa? – respondeu evasiva ao se levantar ainda atordoada. O restaurante ainda estava com as luzes acessas e a porta da frente destrancada quando Sasori a olhou fixamente e avançou em sua direção, segurando seu braço – O que está.. fazendo? – questionou temerosa.

–Estou lhe oferecendo uma chance de acabar com seus problemas – aproximou o seu rosto dos cabelos dela, gemendo em seguida – Eu estava louco para fazer isso a seis, longos, meses. Sakura, basta dizer sim que tudo que tenho será seu.

–Do que está falando? – murmurou tentando soltar-se dele. Olhou em volta constatando estar só com ele.

–Precisa de dinheiro e eu quero o seu corpo. Vamos fazer uma boa troca.

–Meu..corpo? – balbuciou incrédula – Como pode sugerir isso?

–Vamos, nós dois sabemos que você me quer.

–Eu não te quero – ofendida falou ofegante ao puxar o seu braço, sem sucesso – SOLTE-ME, isso é abuso.

–Ainda não, mas se quiser ajudar a sua família, não vejo o motivo de ser tão.. ríspida com seu salvador.

–Seu louco. Me largue, não farei isso.

–Então pretende deixar o seu irmão preso? – perguntou a soltando – As noticias correm rápido. A única que pode soltá-lo é você, afinal seu pai não tem dinheiro,não é mesmo? – a viu entrar em desespero ao perceber a verdade – Esta proposta só estará disponível hoje. O que me diz?

Sakura sentia-se inútil. A cada segundo que passava a sua vontade de bater em Sasori diminuía, mas o desejo de bater em si mesma aumentava. Ela sabia que estava sendo manipulada, todavia nada podia fazer. Seu irmão dependia dela, e isso ela não poderia ignorar. Pensou em como poderia conseguir o dinheiro, fazendo-a ter ainda mais raiva de si.

–Irá.. me dar qualquer quantia por apenas uma noite? Uma única vez? – perguntou com a voz baixa sentindo o seu orgulho ir embora rapidamente.

–Uma vez? Quando se vai em um brinquedo que gosta no parque de diversões, você não deseja ir apenas uma vez. Você quer ir de novo e de novo.

–E.. irá me pagar todas as vezes? – suas unhas pressionavam a palma de sua mão, ergueu o olhar e percebeu o sorriso debochado de Sasori.

–É claro. Que tal... – a olhou de cima a baixo com luxuria – Quinhentos por cada vez?

A vontade que Sakura tinha era de estrangular o homem a sua frente. Olhou para ele e sorriu.

–Não sou tão barata assim.

–Não faz mal podemos discutir o seu preço depois – Sasori disse decidido ao avançar sobre ela. Sakura tentou correr, mas antes que pudesse ter alguma reação, as mãos de Sasori já estavam em seu corpo. O corpo dela a imprensava contra a mesa. Seus protestos de nada adiantavam. Os lábios dele estavam em seu pescoço, e quando estava prestes a gritar escutou a porta do restaurante se abrir.

–Deveria largá-la – o homem que entrou disse com sua voz sexy e grossa, fazendo Sasori soltar Sakura e ficar em pé, longe dela – Muito me admira essa cena.

–Estamos fechados – Sasori disse autoritário ao olhar para o estranho homem que segurava uma pasta preta em sua mão esquerda. – Volte depois. Se não sair agora chamarei a policia.

–Pode chamar, será interessante vê-lo se explicar por tentativa de estupro e incentivo a prostituição. Sem contar que ela é menor de idade. Será uma cena e tanto. Quer o meu celular para ligar? – cínico retirou o celular e ergueu para Sasori, o qual trincou os dentes, raivoso. Sakura não sabia o que dizer ou falar diante daquela situação. Ela olhava para o desconhecido sem acreditar que um homem como aquele teria a ajudado. O estranho estava vestindo uma calça preta social que se ajustava ao seu corpo, uma blusa branca e um paletó preto. O olhar dele frio na cor de ônix a fez temê-lo.

–Saia daqui – Sasori disse mais uma vez tentando retomar o controle da situação.

–Claro que sairei, mas irei com ela – disse firme ao olhar para Sakura.

–Pode levá-la – Sasori falou sem hesitar. O homem riu ao ir em direção a Sakura, a qual cambaleou e quase caiu, se ele não tivesse a segurado. Ele não disse nada ao ajudá-la se equilibrar, apenas a olhou com firmeza e foi em direção a saída. Sakura sabia que assim era que as pessoas morriam nos filmes, entretanto se viu seguindo o desconhecido para fora do restaurante.

–Antes morta em um beco que violentada por ele – balbuciou ao tentar ver algum equilíbrio na situação. O desconhecido caminhou demonstrando segurança ate parar em um carro preto. Ela parou a alguns centímetros dele e o olhou curiosa. – Obrigada pelo que fez antes, mas.. tenho que ir.

–Acha que fiz aquilo porque sou boa pessoa? – perguntou com escárnio – Fiz porque não gosto que toquem nas minhas coisas.

–Suas coisas?

–Sim, e é isso que você será a partir de hoje – anunciou ao jogar a maleta na direção dela. A maleta abriu assim que tocou no chão revelando dinheiro. Muito dinheiro. Sakura olhou hipnotizada para o dinheiro a sua frente e em seguida para o homem desconhecido.

–Está dizendo que vai me violentar e depois me pagar?

–Não tenho interesses em crianças – falou impaciente – Sakura Haruno.

–Como sabe meu nome?

–Seria melhor se não soubesse, mas o destino não quis assim. Quer esse dinheiro que esta a sua frente? Ele pode ser seu.

–E o que quer que eu faça?

–Nada complicado – sorriu – apenas se casar comigo. – A expressão na face de Sakura era um misto de perplexidade com medo. Ela agora percebeu o quão louca tinha sido ao sair com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Can I Love?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.