Can I Love? escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 2
Um dia normal


Notas iniciais do capítulo

Olá.. espero que gostem..
Beijos



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8 anos depois...

Em frente a uma casa de três andarem em um bairro seleto, uma mulher abraçava a sua filha com medo. Os moveis que tanto amava estavam sendo levados e colocados dentro de um caminhão. Nada que ela falasse iria pará-los, a menos que desse o dinheiro que o seu marido devia a eles, e isso ela não poderia fazer por não ter nenhum. Suas lagrimas caiam pelo rosto, arrependendo-se pela sua escolha de ter se afastado de seu pai. A sua filha tinha oito anos, e seus olhos verdes estavam confusos ao perceber o que aquilo tudo significava.

–Mamãe, vamos nos mudar? – Sakura perguntou docemente ao enxugar as lagrimas de sua mãe com carinho. Ela estranhou os soluços seguidos de lagrimas – A senhora tá bem? – sua voz denotava a preocupação que sentia.

–Filhinha, a mamãe sente muito – Mebuki Haruno falou ao acariciar o rosto de sua filha – Eu deveria ter...menos orgulho e procurado seu avô. Sinto muito.

–Vovô? Eu tenho um vovô?

–Tem sim – concordou sorrindo levemente – Prometo que vou levá-la para conhecê-lo logo. – Sakura assentiu animada sem perceber a gravidade da situação em que sua família estava. – Precisamos encontrar o seu pai e seu irmão – segurou a mão de sua filha enquanto dava as costas para sua casa, sua antiga casa. A casa onde tinha sido feliz ate descobrir a verdade. Descobrir que seu marido havia sido enganado e perdido tudo, e que agora não tinham nada, apenas um ao outro. A pequena Sakura acompanhou os passos de sua mãe com um sorriso no rosto. Um sorriso inocente em que Mebuki via toda a esperança. Caminharam durante longos minutos, e apesar de toda a dor que Sakura sentia, ela nada disse ao ver o olhar triste de sua mãe. Continuaram andando ate parar em frente a um bar, não demorou para Sakura chamar o seu pai animada. O seu irmão, apenas olhava o seu pai beber em silencio. Sakura olhou admirada para o seu irmão, ela sempre ficara fascinada com a forma séria dele em olhar para as pessoas e o modo como seu cabelo caia, levemente, em seu rosto.

–Kiba – Sakura o chamou feliz recebendo um sorriso dele. Kiba olhou para o seu pai antes de levantar da cadeira em que estava e ir ate Sakura, abraçando-a – Papai tá bem?

–Está sim – Kiba garantiu ao acariciar a cabeça dela – Mamãe, é melhor irmos.

–Filho, deveríamos ficar com ele.

–Não acho que seja um lugar para a Sakura.

–Como pode ser tão novo e tão sério? – Mebuki se perguntou em voz alta sorrindo ao olhar para o seu filho de 14 anos. – Leve Sakura com você. Dê uma volta com ela, preciso falar com seu pai – ele concordou ao segurar a mão de sua irmã, e a puxar para longe. Com o canto do olho viu sua mãe ir ate o seu pai, sentar ao seu lado e tocar a mão dele gentilmente. Um simples gesto que para Kikashi fez todo o sentido e foi o apoio que ele precisava.

–Kiba, estamos com problemas não é? – Sakura perguntou assim que passaram em frente a uma praça – Mamãe estava chorando e..

–Tudo ficará bem – ele prometeu sério – Eu sempre cuidarei de você. Prometo.

–Verdade?

–É claro, você é minha irmã amada, é claro que irei cuidar de você – garantiu orgulhoso ao vê-la sorrir para ele e abraçá-lo em seguida.

Atualmente... 7 anos depois

Os olhos atentos da jovem de cabelos rosados percorreu todo o cômodo em que estava antes de começar a vasculhar em busca de seu caderno. Já se passara da meia noite quando percebeu ter esquecido de fazer uma lição que entregaria no dia seguinte. Ao se abaixar e olhar embaixo do sofá, sorriu ao encontrar o que tanto buscava. A jovem com sorriso inocente se tornara uma adolescente. Seus cabelos curtos agora estavam próximos de sua cintura, seus olhos verdes antes inocentes agora possuíam um brilho cruel. Ergueu os olhos para reparar no quão bagunçada a casa estava aquele dia. Suspirou frustrada ao perceber que o culpado era Kiba, seu irmão. Desde que tinham perdido a sua casa devido as dividas, seu pai conseguiu aquela casa para morarem. Uma casa alugada, ela se lembrava sempre. Apesar de ser a mais nova fazia o possível para contribuir com a despesa da casa trabalhando a tarde em um restaurante, enquanto o seu irmão saia pela manhã e somente retornava a noite, com dinheiro ou sendo perseguido por agiotas. Seu olhar direcionou-se para um retrato de sua mãe que estava em cima da estante, apoiou-se no sofá ao se levantar e segurar a foto que tanto a fazia sentir bem.

–Mãe, sabia que estou com saudade? – murmurou ao tocar o retrato com carinho – A cada dia sinto a sua falta. Pensei que com o passar dos anos tudo seria amenizado, mas parece que não. Talvez ate piore. Cuide do Kiba ai do céu, não deixe ele aprontar muito – sorriu levemente antes de depositar um beijo gentil no vidro. Colocou o retrato de volta no lugar e retornou para a sua lição. Concentrou toda a sua atenção apesar do cansaço e do sono que se apoderava de seu corpo. Sem perceber se viu adormecendo lentamente, ate aconchegar-se no chão, agarrada ao caderno. A noite avançou rapidamente, logo os primeiros raio de sol iluminavam o céu e com eles, a porta da casa de Sakura foi aberta. Um jovem de cabelos castanhos e olhar cansado entrou silencioso. Fechou a porta com delicadeza e ao passar pelo, pequeno, cômodo da sala avistou a sua irmã deitada no chão. Agachou-se e acariciou o seu rosto.

–Eu ainda vou conseguir tudo de volta. Eu conseguirei ganhar, não se preocupe – murmurou antes de depositar um beijo na testa dela e se afastar em direção ao seu quarto. Um pequeno cômodo próximo a cozinha aonde cabia apenas a cama e uma pequena cômoda. Kiba retirou a blusa coberta pelo cheiro de cigarro e se deitou cansado. A cada dia que se passava, ele sentia que estava mais distante conseguir a vida que tinham antes de perder tudo. Pegou-se no sono ao perceber que era mais difícil do que ele imaginava.

Sakura acordou ao sentir algo em seu ombro. Abriu os olhos lentamente ate focar a sua visão e perceber que seu pai estava tocando em seu braço. Ainda atordoada, ergueu a cabeça percebendo onde passou a noite.

–Dormi no chão de novo – murmurou sorrindo levemente ao coçar o olho com a mão – Como foi no trabalho?

Kisashi antes um homem atraente agora tornara-se reflexo das dificuldades que passava. Seus cabelos antes tão brilhantes agora estavam grisalhos. Seu olhar outrora determinado havia perdido todo o brilho restando apenas o cansaço. O único brilho que o iluminava era o sorriso de sua doce Sakura.

–Eu sinto minha filha – Kisashi falou triste ao abaixar o olhar envergonhado – por minha culpa você tem que se sacrificar tanto.

–Não é por sua culpa, não seja bobo papai – Sakura disse sorrindo ao abraçá-lo – Eu te amo e é por isso que faço tudo isso. Não quero ver o senhor ainda mais cansado quando posso ajudar.

–Você é um anjo, minha querida.

–Um anjo apenas para lhe proteger – murmurou ao sentir o abraço dele cada vez mais apertado. Ergueu o olhar para a parede a sua frente, e assustou-se com o horário que viu no relógio – Tenho que ir – falou ao afastar-se de seu pai. Apressada se levantou e correu para o quarto. O cômodo que dividia com seu pai. Enquanto ele trabalhava a noite, ela dormia no quarto e quando ela estava na rua, ele adormecia em outro futon. A cada dia ele se sentia ainda mais frustrado.

Sakura saiu do quarto alguns minutos depois e correu para o banheiro, onde ficou apenas seis minutos. Pegou a mochila que tinha deixado na sala na noite anterior, colocou no ombro e saiu ao mesmo tempo em que passava a mão pelo cabelo, e o prendia com um laço vermelho. Ela correu a maior parte do caminho ate entrar no ônibus sem perceber que estava sendo vigiada.

O motorista olhou pelo retrovisor para o homem carrancudo que olhava com desprezo para o lugar em que estava.

–É como disse senhor, ela costuma sair essa hora e só retorna a noite – o motorista explicou calmo.

–Muito bem, descubra o máximo que puder e me avise – o homem falou com voz grossa fazendo o motorista assentir antes de dar a partida no veiculo. – Isso será mais fácil do que imaginava – ele murmurou ao sorrir de forma sombria.


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