Can I Love? escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 13
4º Parada: O primeiro presente




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O vendedor olhava para o homem a sua frente com o semblante impaciente. Os dois já estavam parados em frente a aquelas flores a mais de uma hora e nada que ele falasse fazia o homem com o olhar mal humorado concordar. Desde que ele vira aquele homem passar pela sua porta, percebeu que era o azar em pessoa.

Sasuke não conseguia decidir se o que estava prestes a fazer era uma boa escolha. Ele sabia que escutar Naruto nunca lhe trazia nada de bom, entretanto começou a oscilar assim que avistou um email do seu pai no final daquela tarde. Um email que relatava o retorno de Itachi, e isso o deixou realmente abalado, por mais que não quisesse admitir. E sem perceber se viu entrando naquela floricultura após retornar de uma reunião em um restaurante, e agora se via confuso sobre o que fazer. Ele poderia enviar as flores para o colégio dela e com isso demonstrar sentimento, fazê-la odiá-lo e ainda assim a impressionar, tudo em uma só tacada, mas apenas em pensar nisso sentia-se mal ao imaginar o papel ridículo que fazia.

–O senhor vai demorar muito? – o vendedor perguntou agoniado – Estamos a mais de uma hora escolhendo.

–Não me apresse – Sasuke resmungou carrancudo ao reprimir a sua frustração pelo que sentia naquele momento. Ele nunca havia precisado fazer algo como aquilo antes em sua vida. – Eu vou me arrepender disso, mas envie duas dúzias daquela ali – falou apontando para uma flor cor de rosa - para este endereço – disse retirando um papel de seu paletó e entregando ao homem – o que devera ter escrito no cartão já está ai também e o nome da pessoa.

–Certo, Senhor – leu o nome no papel e olhou novamente para o homem ao ver o endereço. Um colégio – Uchiha. Vai enviar flores para a sua irmã?

–Isso não é de sua conta – tornou sério ao ajeitar o seu paletó tentando preservar a dignidade. Retirou umas notas e entregou ao homem – Envie isso hoje.

***
Sakura voltou para o colégio no final da terceira aula. Ela sabia que poderia receber alguma advertência,mas não se importava. Ainda estava abalada com o que viu em sua casa. Sentou-se em sua cadeira costumeira tentando ignorar o olhar de Sai como se a questionasse aonde esteve.

–Sakura – Sai a chamou no momento em que a professora virou as costas – Sakura!

Sakura revirou os olhos antes de encará-lo questionadora.

–Aonde estava? – Sai perguntou curioso ao sorrir para ela.

–Sabe guardar segredo? – ela perguntou sorrindo.

–Sei.

–Ótimo, eu também sei – dizendo isso virou para a frente, mas conseguiu escutar o sorriso dele ao escutar sua resposta.

Todos na sala mantinham a sua atenção na explicação da professora ate que escutaram uma batida na porta. Todos se voltaram para a entrada e um homem surgiu com um grande buque nas mãos.

–No que posso ajuda-lo? – a professora perguntou educadamente.

–Desculpe interromper, mas vim trazer as flores para...-calou-se apenas para ler o nome escrito no papel já amassado – Sakura Haruno.

A sala toda olhou para Sakura, a qual sentiu as faces enrubescerem.

–É aquela de cabelos rosas no final da sala – a professora falou ao apontar para a Haruno.

Todos os alunos começaram a gritar e aplaudir assim que o entregador foi em direção a Haruno. E quanto mais barulho fazia mais envergonhada ela ficava.

–Obrigada – agradeceu totalmente sem jeito assim que o entregador deixou o buque em suas mãos. Curiosa, ela buscou um cartão e ao encontra-lo, abriu rapidamente. Leu em silencio e somente em seguida olhou para o buque com curiosidade. Ela não fazia ideia do que aquilo tudo significava.

Apenas para saber.

–O que ele pretende com isso? – Sakura murmurou antes de colocar o bilhete em suas coisas e prestar atenção na aula que havia recomeçado. O olhar que Sai lançava em direção a Haruno era frio e ao mesmo tempo imparcial. Seus pensamentos seguiam o rumo de roubar o bilhete dela apenas para saber o que tinha escrito.

–Ei, Sakura – Sai a chamou e ao perceber que ela o ignorava, jogou uma bola de papel nela. Sorriu diante do olhar sério dela – Belas flores. Tem namorado?

Sakura o olhou ignorando a sua pergunta, voltou a sua atenção para o professor. A cada momento ficava desconfiada de Sai. Ela jamais seria a jovem ingênua que cairia por um par de sorriso falso.

–Ela é realmente difícil – Sai murmurou ao escrever qualquer coisa em seu caderno enquanto a observava.

Por mais que Sakura tentasse focar a sua atenção nas aulas, não conseguia. Todo o seu pensamento seguia para Sasuke e o motivo dele ter lhe enviado flores. Ela sabia que homens não enviavam flores sem motivos, e o que lhe angustiava era pensar em algum motivo. Por mais que pensasse nada surgia em sua mente. Olhou para a pulseira que contornava o seu pulso e por um momento se perguntou se o motivo seria ela.

Ele seria o tipo que se desculpa? Sakura se perguntou confusa, mas com um pingo de esperança ao olhar para as flores.

O restante das aulas passaram rapidamente enquanto Sakura tentava ignorar Sai e os olhares dos demais jovens. Olhares que desejam saber o nome da pessoa que lhe enviou as flores. Assim que o ultimo sinal tocou, Sakura pegou a sua mochila e levantou-se da carteira aliviada, pelo menos ate ver Ino chegar com uma expressão divertida.

–Quero saber tudo, Testuda – Ino disse alegre ao olhar para as flores que Sakura segurava nos braços.

–É uma longa história, quando eu souber tudo em detalhes, você será a primeira a saber – a assegurou com o olhar firme.

–Odeio quando faz mistério, mas confio em você – sorriu antes de abraça-la – estarei aqui quando estiver pronta para contar tudo, em detalhes.

–Sei que estará – retribuiu o abraço sorridente. – Como foi o seu encontro? – perguntou assim que se afastou.

–Ah foi ótimo. Tem certeza que não quer conhecer o amigo dele?

–Acho que sim – Sakura sorriu sem graça – Estão namorando?

–Sim, vamos a um encontro amanhã depois do colégio.

–Que inveja! – disse entusiasmada e feliz pela amiga. Ela sabia o quanto Ino desejava ser amada. – É bom ser amada?

–Muito bom – disse sonhadora – Ele é um sonho Testuda. Muito gentil, cavalheiro e amável. Estou pensando em ter minha primeira vez com ele também.

–Tem certeza?

–Sim. Ele é tudo que posso querer em alguém.

–E já pensou quando será?

–No nosso aniversario de 100 dias. O que acha?

–Bem romântico – murmurou com um leve sorriso. Ino assentiu ao mesmo tempo em que caminhavam para a saída. O colégio naquele momento começava a esvaziar, apenas alguns alunos mantinham-se conversando na entrada.

–Eu quero que você o conheça – Ino disse entusiasmada assim que elas saíram do colégio. Sakura assentiu ao olhar em volta, empalidecendo ao ver o mesmo carro preto que estava com Sasuke no dia em que se conheceram. – Está me ouvindo? – Ino a chamou confusa com o olhar dela e somente então olhou na direção que Sakura mantinha a sua atenção. – Você conhece.. aquele carro?

–Infelizmente sim – Sakura se viu falando no mesmo momento em que o motorista desceu do carro e fez uma leve reverencia para ela.

–Ele..acabou de ser formal com você, testuda? – Ino perguntou cada vez mais confusa.

–Eu.. tenho que resolver isso. Depois nos falamos – Sakura prometeu ao ir em direção ao motorista e com a expressão séria disse firme – O que pensa que está fazendo aqui?

–Vim a mando do Senhor Uchiha.

–Aquele desgraçado.

–Perdoe-me, senhora, mas acredito que seria mais confortável entrar no carro agora.

–E porque acha isso? – ela perguntou com escarnio ao tentar controlar a sua raiva sem perceber os pingos que começavam a cair do céu.

–Por causa da chuva – disse simplesmente antes de Sakura olhar para o céu e escutar os gritos dos outros jovens ao voltarem para dentro do colégio, esquecendo-se momentaneamente do misterioso carro preto. Sakura nada disse ao entrar no carro com o semblante carrancudo. O motorista sorriu internamente ao vê-la mal humorada e lembrou-se do seu chefe.

–O que ele pensa que está fazendo? – Sakura se perguntou ao sentir a raiva transbordar pelo seu ser.

***
Uma musica relaxante preenchia o ambiente assim que Sakura abriu a porta do apartamento de Sasuke. Ela deixou as flores em cima do primeiro móvel que encontrou e seguiu para a sala com raiva. Estancou ao ver Sasuke Uchiha em pé no meio da sala com a camisa entreaberta segurando uma taça de vinho.

Ela se manteve quieta, talvez inebriada pela cena ate se recordar do que ele fizera.

–Uchiha, o que pensa que está fazendo? – ela indagou sério e com a voz alta atraindo a atenção dele. Sasuke se virou o mais lentamente possível antes de encará-la. – O carro. Porque enviou ele para me buscar?

–É a minha noiva.

–Isso eu já sei, mas nem todo mundo precisa saber – retrucou ao cruzar os braços em frente ao corpo – Não quero que ele apareça lá novamente.

–Não deve se recordar do contrato que assinou, certo? – a viu empalidecer e somente então, ele sorriu – Deve fazer o que eu mandar, e estou mandando ficar quieta e aceitar o carro. É para a sua segurança.

–Não acredito que seja pela minha segurança.

–Acredite no que desejar, mas o carro irá lhe buscar todos os dias.

Sakura bufou antes de pensar em algo para dizer. Ela percebeu que ele não iria esquecer aquela ideia.

–Esta tentando me proteger do que?

–Do mundo perigoso em que vivemos – disse evasivo – e também pela pulseira. Ela é muito cara – sorriu mentindo. O único motivo do carro ir busca-la todos os dias seria para deixa-la longe de Itachi.

–Por isso que não queria usá-la – murmurou ao olhar para a pulseira.

–As mulheres costumam ficar felizes.

–Não sou como as fúteis que conhece – disse sem pensar, arrependendo-se ao vê-lo sorrir largamente antes de beber todo o vinho da taça. – E porque me enviou aquelas flores? – indagou antes que ele pudesse chama-la de oportunista por ter aceitado ficar com ele pelo dinheiro.

–Flores? – se perguntou e somente então assentiu – Queria imaginar o quão angustiante deve ter sido para você.

–Receber flores não é angustiante – comentou com ar de superioridade.

–Ah, mas deve ter sido. Os olhares em si. Os cochichos. As perguntas. As duvidas.

–Então... o único motivo foi esse?

–O que esperava? – perguntou ao colocar a taça no chão e ir ate aonde ela estava parando em sua frente – Esperava alguma declaração? – sua voz denunciou toda a sua ironia.

–Somente não faça mais isso – pediu olhando firmemente para os olhos Onix dele.

–Tentarei – mentiu ao segurar em seu queixo e depositar um beijo em sua testa – Vou dormir, te espero no quarto – piscou antes de afastar-se e seguir para o quarto.


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