Gallifrey's Song. escrita por Time Lady


Capítulo 17
17.




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– Okay, isso está ficando estranho.

Rose estava no meio dos dois Doctors, olhando de um para o outro. O seu Doctor, e o Doctor de número 11.

– Não há nada de estranho, minha querida Rose. - O Doctor de número 11 disse. - Somos a mesma pessoa. Você já passou por isso antes, se lembra?

Ela lembrava. Se lembrava também de como recusou a ideia do Doctor de número 9, vir a ser o Doctor de número 10. E agora em sua frente, o Doctor de número 11 estava falando com ela. Era tudo muito confuso. Mais confuso do que costumava ser.

– Você disse que iria ajudar a achar meu filho. - O Doctor de número 10 disse, depois balançou a cabeça numa expressão de que parecia ter chupado um limão. - Nosso filho. Como?

– É tudo muito simples. - Doctor de número 11 respondeu e depois conferiu as horas na Tardis. - Estamos um pouco atrasados, Clara está nos esperando a um bom tempo.

Ao dizer isso, ele riu consigo mesmo. Rose e Doctor de número 10 se olharam sem entender nada.

– Vocês me olham como se eu não pudesse estar aqui.

– E não pode.

– Claro que posso, Doctor! E você sabe muito bem disso.

– Como vou lidar com dois de vocês? - Rose perguntou, com a voz um pouco abalada.

Agora os Doctors se entreolharam e depois olharam para Rose.

– Se você se sentir mal com isso, Rose Tyler, tem todo o direito de me chamar de John Smith. - Doctor número 11 disse.

– Não, John Smith não! - Doctor número 10 respondeu.

– O que então?

– Onze! - Respondeu Rose. - Óbvio e fácil. E você, - Ela apontou para o seu Doctor. - além de Doctor, claro, Dez.

– Tudo bem. - Onze deu de ombros.

– Basicamente, - Rose continuou. - você não deveria existir. Nem aquelas outras pessoas...

– Mas existo. Fazer o que. Um belo de um paradoxo, não acha? - Onze jogou as mãos para o ar.

Foram interrompidos pelo barulho de aterrizagem da Tardis. Poderiam ficar lá dentro, interrogando o Doctor "Onze" até que pretendessem sair, mas foram surpreendidos.

Uma garota morena, baixinha e com as bochechas saltadas abriu a porta da Tardis.

– Doctor! Está atrasado. Muito atrasado. Até parece que não sabe que o tempo aqui é diferente de que nos outros lugares...

Essa garota pequenina o Doctor "Dez" não conhecia. Ela não havia aparecido em suas "memórias" que estavam no vídeo de Freya.

Ela continuava a falar sem parar, se queixando de como o clima estava quente e que se ele demorasse mais um pouco, tudo estaria perdido. Se deu conta que na Tardis havia outras pessoas além do Onze, e parou de falar.

– Oh... Oh. Desculpe. Não tinha percebido vocês até terminar de falar.

– Clara Oswald. - Onze disse e se aproximou da garota. Ela sorriu e abriu os braços, dando um abraço forte nele. Logo se separaram. - Onde está o pequeno Barry?

Doctor se aproximou de Rose e apertou sua mão quando ouviu o pronunciar do nome de Barry. Então era aqui que estava seu filho?

A garota que se chamava Clara ajeitou seu vestido branco e caminhou para fora da Tardis. Onze a acompanhou e virou-se para olhar Rose e Doctor, dando um olhar para que eles o acompanhassem também.

Rose e Doctor saíram da Tardis de mãos dadas, enquanto Onze e Clara iam na frente, lado a lado.

– Depois que acabarmos aqui, para onde iremos, Srta Oswald? - Doctor escutou Onze perguntando à Clara.

Ela sorriu e deu de ombros.

– Para onde precisar de nós.

Rose parecia escutá-los também, pois também estava sorrindo.

As coisas eram tão mais fáceis quando eram só ele e ela, antes dela ir embora... Até os Daleks pareciam menos ameaçadores quando ela estava por perto.

Passaram por portas e mais portas num corredor branco. Todas as portas eram brancas, exceto uma. A porta na qual pararam em frente, tinha um X em vermelho.

Quando Clara abriu a porta, nem Doctor, nem Rose sabia o que esperar do que havia por dentro daquela porta.

Clara parecida decepcionada. Havia alguns alienígenas de origem desconhecida deitados no chão. Pareciam desmaiados. Não tinha nenhum sinal de Barry.

Mas ainda tinha uma coisa. Doctor entrou no quarto e lembrou-se. Era o mesmo quarto que vira no Quarto-Mensagem na casa fantasia de Jack.

– Rose Tyler. - Chamou e apertou a mão dela. - Lembra do quarto que te falei quando contei sobre o vídeo e tudo que aconteceu na França?

– Sim.

– Esse é o quarto. - Ele queria virar o rosto e encarar os olhos de Rose. Mas as pinturas, ainda mais vivas ao vivo, eram brilhantes. Não sabia como desviar os olhos das pinceladas delicadas que cada desenho tinha.

– Wow! - Onze exclamou. - Esse nosso filho é quase um Van Gogh.

– O que? - Rose perguntou.

– Esse costumava ser o quarto de Barry. - Clara respondeu. - Doctor deve ter esquecido de nos apresentar. Sou Clara. - Ela estendeu a mão em direção a Rose.

– Rose Tyler.

– Claro! E esse é o Doctor. Quer dizer, o Doctor Dez.

– Clara... - Era Onze dessa vez. - Por que Baron Tyler não está nesse quarto? E por que além desses desenhos magníficos de Gallifrey, esses alienígenas estão desmaiados e com armas?

Era verdade. O quarto parecia normal a não ser pelos desenhos de Gallifrey e as armas no chão. Havia uma cama e ao lado dela, uma extensão de madeira onde tinha várias folhas. Doctor se aproximou e viu que nas folhas haviam mais desenhos de Gallifrey.

Clara parecia sem graça.

– Bem, ao que parece... Meu sonífero não deu muito certo em alguns deles e levaram Barry.

– Clara!

– O que foi? O sonífero só dá certo em humanos!

Onze suspirou. Voltou-se para Rose e Doctor.

– Isso era previsto. Vamos ter que viajar de novo.

– Foi o que Wilfrey disse. "Mais uma viagem e ele estará de volta." - Doctor disse. - Ou algo assim.

– Então voltaremos para a Tardis de novo? - Perguntou Rose. Parecia esgotada.

– Vamos lá.

Onze respondeu e saiu correndo pelos corredores, Clara esperou até que Doctor e Rose saíssem para fechar a porta.

Dessa vez, Clara os acompanhou para dentro da Tardis e ficou ao lado de Onze o tempo todo, enquanto o mesmo assumia o controle da nave. Doctor não se incomodou nem um pouco, normalmente ele iria ficar indignado mas agora tinha outras preocupações. Rose estava prestes a desistir. Ele podia sentir isso.

Não demorou muito e a Tardis já estava aterrizada novamente.

– Já chegamos? - Rose questionou.

– Claro. Só saímos do depósito e viemos para os laboratórios.

– Laboratórios? - Perguntou Doctor à Onze.

– Oh, meu caro. Laboratórios. Também podem ser chamados de "Biblioteca de Gallifrey."

– Biblioteca de Gallifrey? Doctor...

– Onze. Não confunda a Rose, Dez. Ok, essa frase ficou confusa.

– Estamos em Gallifrey?

– Onde mais estaríamos? - Onze sorriu para Doctor e o abraçou, dando palmadinhas nas costas. - Agora vamos lá.

Realmente estavam na biblioteca de Gallifrey. Era imensa e também poderia ser chamada de laboratório. Ali eram pesquisadas e também executadas as dúvidas que qualquer Gallifreyano possuía.

Estavam caminhando entre as várias prateleiras de livros da biblioteca, com Clara tagarelando com Onze à sua frente. Rose estava com as mãos trêmulas e pensando que finalmente poderia ver seu bebê. Barry, seu filho que fora roubado dela. Não sabia se Doctor estava tão desesperado quanto ela, mas apesar de Amy Pond tê-la acalmado um pouco, ainda tinha um pouco de pavor dentro de seu coração.

Doctor segurava firmemente as mãos dela. Mesmo isso não significando que ele mesmo estava firme. Fazia tanto tempo que estivera ali que era quase impossível. Se perguntava como ele tinha se incluído numa vida tão confusa quanto aquela.

Uma vida na qual Rose poderia voltar, na qual ele poderia ter um filho com ela, e o maior e talvez pior de tudo, uma vida na qual Gallifrey voltara a existir.

Clara e Onze tinham parado bruscamente, Rose e Doctor quase colidiram-se contra eles.

– Hmm, Doctor. Acho que a Tardis acertou em cheio dessa vez. - Onze chamou sua atenção. Após um momento, ele e Clara se afastaram.

A sua frente, havia uma pilha de livros no chão, e no meio de todos aqueles livros pesados de Gallifrey, havia um garoto. Não um garotinho, apenas um garoto. Aparentava ter mais ou menos 12 anos de idade. Seus cabelos escuros como a noite caíam pelos olhos e ele estava concentrado em sua leitura para perceber qualquer tipo de movimentação.

– Barry Tyler? - Doctor chamou.

O garoto nem sequer se moveu. Rose deu um passo a frente.

– Baron Marcus Tyler.

Rose disse o nome todo do seu filho e uma onda de adrenalina percorreu pelo seu corpo. Ela só falaria o nome dele todo, quando estivesse zangada.

Todavia, o garoto finalmente ergueu os olhos do livro. E pudera ver que ele também usava óculos. Possuía um rosto tão jovial, tão parecido com o pai...

– Alguém chamou Baron Tyler?

Poderia ser engano mas, os olhos dele ardia como fogo.


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