— Eu recebo ordens, ordenaram que eu a tire daqui e a leve para um lugar seguro, eu vou fazer isso nem que eu tenha que te arrastar daqui!

— Eu não vou, e não é você que vai me tirar daqui. Não mesmo.

— Vai com ele.

Ouvi uma voz dizer atrás de mim, vi Bucky olhar surpreso, conhecia essa voz! Loki!!

[Continua]

[Kyra]

Não era verdade… não podia ser, meu pai estava morto. Fiquei paralisada no lugar, não me mexia, nem se quer respirava, eu sentia a presença dele atrás de mim, mas não conseguia acreditar que era realmente meu pai que estava ali. Bucky olhava para trás de mim e depois me olhava surpreso, será que realmente era meu pai? Mas como? Como ele está vivo? Como veio parar aqui! Tantas perguntas, minha cabeça chegava a doer de tantas perguntas que a rondavam, respirei fundo e tomei coragem para virar para trás, assim vi meu pai a minha frente, o abracei como nunca havia abraçado alguém antes.

O abracei tão forte, encostando minha cabeça em seu peito deixei que as lágrimas fluíssem pelo meu rosto, lágrimas que tanto teimavam em descer, meu pai agora fazia carinho em minha cabeça, retribuindo meu abraço pude sentir que eu não era a única que estava com saudades.

— Tudo bem minha pequena. - dizia em quanto tentava me acalmar. Meu choro já havia se cessado, mas a emoção de ter meu pai perto de mim, mesmo depois de saber da sua morte.

— Eu senti tanta sua falta.. - sussurrei.

— Eu também minha linda, fiquei tão preocupado com você.

— Como você está vivo?! Me disseram que havia morrido! - questionei sem entender.

— É uma longa história, eu te conto depois que tudo isso acabar tá bem?

Sorrindo novamente voltei a abraçá-lo.

— Olha desculpa interromper momento papai e filhinha mas tenho que te tirar daqui Kyra… - Bucky disse.

— Não! Será que não vê? Meu pai está vivo, não tem perigo e.. eu sei me virar eu quero ajudar! Por favor! Quero ser útil em algo.. eu..

— Filha… - olhei para meu pai que olhava para Bucky – Vá com ele.

— Mas pai!

— Sem mais! Vou ajudar os vingadores a derrotar Lavinnea e não posso fazer isso e cuidar de você ao mesmo tempo, se você ficar em um lugar seguro, poderemos derrotá-la mais rápido..

— Eu não vou atrapalhar vocês, eu prometo, eu só quero ajudar! Eu nunca fui útil em nada! Será que não podem deixar ao menos que eu tente.

— Kyra será que você não entende?! Você é o alvo de Lavinnea, ela quer que você morra, e depois que conseguir isso ela vai tentar nos roubar o Éter, e se aquilo cair nas mãos dela ou seja lá de quem for, ninguém mais vai conseguir pará-los. Se mantermos você em um lugar seguro ela terá que te procurar, e esse tempo que ela estará te procurando será o tempo de derrotarmos ela. - Bucky exclamou.

— Mas..

— Vai! - Meu pai disse. - Tudo vai ficar bem eu prometo, mas vá.

— Bucky.. eu posso ajudar com o arco e flecha! Por favor me deixe tentar… Você me arruma um lugar seguro de onde eu possa ficar atacando com o arco e flecha sem que ninguém me veja, ela não me achará, não sairei de lá. Por favor pai…

Meu pai suspirou me olhando.

— Consegue fazer isso? - Meu pai questionou a Bucky – A colocar em um lugar seguro. Aonde possa ficar atacando de longe e…

— Gente vocês tem que ir… Wow!! - Tony abriu a porta dizendo, assim que viu meu pai arregalou os olhos – O que a rena tá fazendo aqui? Você não morre não!?

Meu pai apenas o olhava com um pequeno sorriso de lado.

— Não vai me oferecer um drink?

Por algum motivo Tony riu do que meu pai havia dito.

— Haha! Boa rena..

— Conversamos sobre manter Kyra em um lugar seguro para que ela fique com um Arco e flecha, sem que Lavinnea possa á ver.

— Melhor não, é muito arriscado.

— Por favor, eu não vou aparecer para ela!

— Não adianta falar Tony, ela não vai te escutar..

— Ta façam o que quiserem só a deixem em um lugar seguro sem que Lavinnea a veja! Tenho que ir para a Shield, Bucky fique atento a qual quer coisa estranha no céu.

— Certo..

— Rena, você vai vir comigo ou …

— Vou com você, preciso falar com Thor.

— Ok, então… Vamos, ela pode chegar a qual quer momento.

— Kyra… - meu pai me chamou.

— Você confia nele? - perguntou baixinho para mim apontando para Bucky.

— Confio. - confirmei com a cabeça.

— Não consigo confiar nele, não quero mais esse cara perto de você, ele é estranho pra mim.

— Pai.. eu gosto de..

— Não se atreva a terminar essa frase. - meu pai agora me olhava, ele estava sério e eu podia sentir um misto de raiva em suas emoções.

— Ele é um humano, como qual quer outro. Não quero você envolvida com eles.

— Mas..

— Quieta! Se eu descobrir que você está envolvida com ele, eu o mato.

Ele parecia ser sincero em suas palavras, eu temia por Bucky agora, ele não pode descobrir que nos envolvemos, pra mim não importava se ele era humano ou não, eu gosto dele, eu o amo. Não posso evitar isso, afinal de contas, não escolhemos por quem nos apaixonamos não é mesmo?

— Não o faça mal, ele me ajudou, ele não fez mal algum á mim, foi ele que me protegeu esse tempo todo!

— Não importa! Você é uma princesa, e quem sabe futura rainha! Não quero você envolvida assim com humanos! - Desviei meus olhos do olhar de meu pai. - Me ouviu Kyra!?

— Sim!

— Espero que faça o que lhe pedi.

Fomos até Tony e Bucky, ambos conversavam entre si.

— Você está pronta? - Bucky me questionou.

— Sim..

Eu podia ver o olhar de meu pai sobre ele. Quando estávamos indo Loki segurou Bucky pelo braço.

— Se você se quer encostar na minha filha.. Você morre.

Bucky tirou seu braço das mãos de Loki e então disse.

— Não tenho medo da morte, eu a conheço bem de perto.

— É bom que não tenha mesmo, pois se encostar em Kyra, vou fazer vê-la de perto novamente e dessa vez sem volta.

Bucky foi então ao elevador da Torre Stark.

— Fique bem.. - sussurrei para meu pai.

— Vou ficar..

Indo junto á Bucky fomos até uma sala escura, uma sala pequena havia um monte de ferramentas, peças entulhadas, e uma pequena janela.

— Tony me disse que apesar de desconfortável aqui pode ser o melhor lugar pra você ficar, se tiver sorte ela não vai encontrá-la aqui.

— Bucky… - seu olhar voltou para mim, eu queria dizer que o amo, queria mesmo mas.. estava com medo de sua reação, era algo que eu não podia evitar eu sabia que o amava. - Eu… se cuida tá?

Sorrindo de lado ele então veio até mim.

— Fique tranquila, eu vou ficar bem.. Espero que você também fique. Não saia daqui, por favor – eu sei o quão teimosa você é e sei principalmente que vai tentar sair daqui e ir atrás de Lavinnea então eu só peço que se cuide e que não faça nenhuma besteira. Eu tenho que ir, Clint mandou que eu lhe entregasse esse arco, há várias flechas ali.

Apenas concordei com a cabeça, quando vi Bucky se retirando e indo pensei que essa poderia ser a ultima vez que eu o veria, que eu o teria perto de mim, eu não o queria morto, não mesmo. Sentindo uma única lagrima descer pelo meu rosto corri até Bucky o fazendo virar lhe surpreendendo com um beijo.

O beijo era quente e eu podia sentir seu medo de me perder assim como eu sentia medo de perdê-lo.

— Eu te amo. - sussurrei em seu ouvido, Bucky apenas me abraçou forte.

Desfazendo o abraço ele segurou meu rosto em suas mãos limpando a única lágrima que havia escorrido.

— Seja forte, por mim. - Concordei com a cabeça.

E assim Bucky saiu… Pensar que essa pode ser a última vez que eu o beijo, que eu o vejo. É horrível! Mas eu seria forte, por ele, por meu pai, eu seria forte. Olhei pela janela observando o céu, ainda era de noite, as estrelas brilhavam no céu, logo o dia iria amanhecer e Lavinnea chegará, a guerra se formará e eu terei que ser forte.

Saber que tantas pessoas desse mundo podem morrer por minha culpa, eu queria poder salvá-las, queria poder voltar atrás e impedir que nada disso tivesse acontecido.

Se você pensa que vou ficar aqui parada vendo Lavinnea destruir esse mundo atrás de mim e não fazer nada, você está muito enganado(a), se é a mim que ela quer.. então é a mim que ela terá!

[Continua]