Pegando Loki, Lamont e eu voltamos a passagem e a fechamos. Poucos são os que sabem dessa passagem, e os poucos que sabem não a usam ou já a esqueceram. Loki estava desacordado o que dificultava tudo. Andávamos as pressas até a saida do palácio...

–Lamont! - ouvi uma voz masculina o chamar...

Rapidamente transformei Loki em uma pequena menina e passei a me comunicar com Lamont, agora.. minhas palavras se tornavam as suas.

–Ahh, oi senhor! - eu pensava em quanto escutava Lamont repetir minhas palavras.

–O que está fazendo aqui!? Achei que tivesse morrido junto aos outros soldados! Não te encontramos junto aos outros!

–Eu consegui me salvar, fugi até a casa de um amigo aonde pude me esconder e me recuperar.

–Quem é essa garotinha?

–Eu a peguei sozinha nas redondezas do palácio perdida, por sorte conheço sua mãe e sei aonde moram, com sua permissão meu senhor irei levá-la até sua família.

–Ah sim! Claro vá a leve em segurança.

E assim Lamont voltou a me seguir para fora do palácio, meu feitiço de invisibilidade acabou na hora, por sorte não demoramos mais, um minuto a mais que estivessemos lá eu teria sido vista e tudo teria ido por água a baixo!

Assim que chegamos a floresta me encostei em uma árvore, estava usando muita magia, mas precisava aguentar, daqui a um tempo tudo vai voltar a ser como era e eu finalmente vou poder descançar.

–Você está bem? - o ouvi perguntando.

–Sim... vamos continuar.

[Minutos depois]

–Chegamos – suspirei

–Me ajude a deitá-lo.

O ajudei a deitar Loki na cama, passei a mão pelo seu rosto, estava frio... mais do que o normal, precisava aquecê-lo.

–O que faremos agora?

–Bom, o veneno ainda esta dentro dele, ele ainda ficará desacordado durante um tempo em quanto minha magia tenta expulsar o veneno. Espero que eu consiga isso logo, Loki precisa acordar, ele precisa ir até Kyra e protegê-la, uma hora ou outra Lavinnea vai encontrá-la.

–Não sei como ainda não encontrou, em quanto Lavinnea esteve pelo Palácio pude ver o quanto é forte sua magia.

–Antes de sair Loki deu a Kyra um colar que impedia Lavinnea de sentir a magia de Kyra, quando soube o que aconteceu eu passei a alimentar seu colar com minha magia, mas ela ja esta no fim. Agora para Lavinnea Kyra é como uma humana, ela não consegue identificar a diferença entre uma humana e ela.

–Por que está fazendo isso tudo?

–Infelizmente não posso te dizer agora, mas confie em mim. É só isso que eu peço.

Vamos Loki, seja forte, volte logo.

[Kyra]

Vários dias se passaram desde que bucky começou a me ajudar em meus treinos, se eu evolui? Sim e muito! Ele me ajudou muito em me concentrar para realizar o feitiço, além disso agora consigo realizá-los mais rápido, sem precisar parar e ficar anos tentando me concentrar para depois conseguir. Ah, quer uma novidade? Recentemente Bucky começou a me ensinar alguns golpes, maneiras de se esquivar de me defender e de atacar também, e minha dificuldade nisso é extrema!

Eu demoro séculos até conseguir fazer um movimento se quer perfeitamente bem. Agora estamos na sala de treino.

–Vamos me dê um soco, mas use toda sua força. - me disse.

–Estás louco? Não vou fazer isso!

–Não vai me machucar, confie em mim, vá em frente!

–Não... Eu não quero fazer isso.

–Por que? Vai voltar a ser fraca como era? Se não tem coragem de dar um soco se quer em mim imagina o que vai fazer quando sair para fora e ver a guerra se formando. Não terá nem coragem de sair pra fora de casa do jeito que é.

–Para... Por favor, para. - Sussurrei de cabeça baixa, por que ele estava fazendo isso comigo?

–Você é fraca! Por que não pode simplismente ser forte e honrar o nome seu pai? Você não chegaria nem aos pés dele, nem de sua mãe! Ambos fizeram tudo o que podiam pra te defender por que você não consegue se defender sozinha, é fraca! Vai deixar que Lavinnea a mate em menos de um segundo sem nem se quer se vingar pelos seus pais!

–Para!! - Gritei o mais alto que pude, lançando no mesmo instante um feitiço para que o acertasse, e assim foi, o acertei no peito, Bucky foi arremessado para longe batendo de costas na parede e caindo de joelhos no chão, sem pensar duas vezes me preparei para dar uma joelhada bem na sua cabeça, coisa que ele bloqueou, levantei meu braço para lhe dar um soco e quando fui fazê-lo Bucky segurou meu pulso me puxando para o chão, aonde ficou por cima de mim me olhando ofegante, vendo seu olhar divertido pensei no fato de que ele nem havia ligado para o que disse, para ele tudo não se passava de uma certa diversão.

Tentei tirá-lo de cima de mim o empurrando, mas ele nem se quer se mexeu, vencida pelo cançasso coloquei as mãos na frente do rosto e enfim libertando as lágrimas que tanto teimavam em descer todas as noites.

Bucky não se mexeu, as lágrimas saiam de meu rosto me lembrando de tudo o que ele falou e tudo o que aconteceu. Meu pai estava morto e como eu esperava vingá-lo sendo fraca como sou, ele tinha razão eu sou muito fraca e indefesa, ou ao menos era, não pude nem me defender, meu pai e minha mãe morreram por que não pude me defender sozinha!

Bucky se sentou encostado na parede ao nosso lado e me trouxe junto a ele, estava sentada entre suas pernas com a cabeça e corpo apoiados em seu peito, ele estava com uma simples camisa e uma calça folgada. Eu podia sentir seus músculos por tras da camisa, podia sentir seu calor, ele me abraçou, isso eu não esperava, Bucky parecia não gostar de ninguém e não gostar de ter proximidade com as pessoas, então por que estava me abraçando e sendo gentil? Eu ainda tinha raiva dele por suas palavras, mas eu sabia que gostava dele e que não era aquilo que ia me fazer deixar de gostar.

Quando eu finalmente me acalmei em seus braços ele disse baixinho em quanto sua mão decia e subia levemente pelo meu braço.

–Me desculpe por ter dito aquilo tudo, não achei que acabaria nisso.

–Me dói me lembrar de tudo o que esta acontecendo, saber que eu podia ter impedido muita coisa de acontecer caso tivesse sido mais forte mas não fui.

–Eu sei o quanto isso é ruim. Não gosto de te ver mal.

Enxuguei minhas lágrimas e levantei a cabeça para ver seu rosto, ele me olhava com um pequeno sorriso de lado. Sorri levemente voltando a observar seu braço de metal.

–Você não tem cara nem jeito de que realmente se importa com o que as pessoas estão sentindo.

–Eu não era assim. Há muito tempo atras eu era uma pessoa melhor.

–Por que ficou assim?

–Me encontraram congelado, fiquei congelado por muito tempo e quem me encontrou não me ajudou, somente piorou tudo, me fizeram esquecer da pessoa que eu era e me tornaram outra pessoa.

–Acho que eu teria gostado de te conhecer, mas gosto de você como é agora.

–Gosta?

–Sim.

–Então você é a única.

Eu estava corada, não sei se ele havia entendido que eu realmente gosto dele, mas ao menos agora ele sabia a verdade.

–Também gosto de você.

Levantei meu olhar para cima estava surpresa, não esperava mesmo ouvir isso, ele me olhou, aqueles olhos claros, quando menos percebi senti seus lábios no meu, em um beijo calmo e simples. Me rendi ao seu beijo me entregando, sentindo seu beijo se tornar cada vez mais quente e envolvente.

–Como eu senti falta do seu beijo – ele sussurrou baixinho encostando sua boca na minha e dando inicio a mais um beijo.

–Kyra!!! Sai de perto dela agora! - Ao ouvir isso senti uma mão me puxar pelo braço para que eu levantasse, Bucky levantou quase que no mesmo instante cambaleando um pouco pelo empurrão que recebeu de ...

[Continua]