Filha de Loki? Repostada escrita por Sife


Capítulo 11
Eu sou um Monstro!




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–- Por que você disse que o Thor não é o meu Tio? Vocês são irmãos não são? – perguntei, ele me olhou e sua expressão estava com uma mistura de mágoa, raiva e tristeza.

Continua...

POV de Loki

Fiquei surpreso com a pergunta de Kyra, afinal era um assunto delicado. Essa pergunta mexeu comigo e eu não sabia o que fazer, contar a verdade de que sou adotado á ela ou não. Vivi a minha vida inteira dentro de mentiras e não queria que a da Kyra fosse a mesma coisa, afinal sofri muito com isso e não queria que ela passasse pela mesma coisa que passei. Decidi que contaria toda a verdade á ela, era o melhor a fazer, mentir a ela só faria com que ela não gostasse de mim.

–- Kyra, eu acho que chegou a hora de te contar a minha verdadeira historia.

–- Verdadeira? – ela perguntou confusa, olhei fundo nos olhos azuis dela, aqueles mesmos olhos azuis que Sigyn tinha e que por muito tempo me trouxe conforto. Ela continuava a me fitar.

–- Sim... Hum, deixa eu ver, por onde começo. – perguntei a mim mesmo enquanto eu coçava a parte de trás da minha cabeça, eu balancei a cabeça lembrando de todos os acontecimentos.

–- Fala logo Loki. – ela falou quase que gritando, olhei para ela um pouco surpreso.

–- Tudo bem, você já deve ter ouvido falar sobre os gingantes de Gelo que vivem em Jotunheim, não é? – ela acenou positivamente. – Certo então vamos lá, hum, uma vez, as coisa não eram assim como hoje. Thor nem sempre foi o homem gentil e educado que você vê agora. Ele era arrogante e egoísta com todos.

Sabe Kyra, eu cresci acreditando que um dia eu poderia ser rei, mas isso nunca aconteceu. Quando eu era criança e íamos brincar, toda a atenção de Odin era voltada á Thor e nunca a mim, não importa o quanto eu me esforçasse ela nunca dera valor algum á mim, eu sempre fui o excluído em tudo, Frigga é a única que nunca me tratou com indiferença, quase tudo o que sei sobre magia, foi ela quem me ensinou. Mas mesmo assim, Thor sempre foi o mais valorizado e no dia da escolha do novo sucessor do trono não foi diferente, Thor foi o escolhido.

No dia da coroação de Thor eu como sempre planejei uma trapaça, eu levei alguns Jotuns até Asgard que causaram uma pequena confusão, Thor não foi coroado naquele dia, ele ficou com raiva e eu me aproveitei disso, manipulei ele para que fosse até Jotunheim tirar satisfações com Laufey o rei dos Jotuns, fomos eu, Thor, Sif e os Três Guerreiros. Thor foi até lá e começou uma briga que por muito pouco não se transformou em uma guerra, durante a briga vimos que se um Jotun tocar na pele de um Asgardiano a pele queimaria, um Jotun acabou me tocando e minha pele não queimou, ao contrário, minha pele ficou azul e eu comecei a me transformar em um deles, eu fiquei assustado, mas acabei por deixar quieto por enquanto.

A briga acabou e quando voltamos para Asgard Odin baniu Thor, e nesse tempo tudo ficou claro para mim, eu sou adotado, eu ou um deles e o meu verdadeiro pai é Laudey. Odin me pegou do templo de Jotunheim e me trouxe para viver aqui com eles como se fosse seu filho. A Raiva tomou conta de mim, eu havia sido enganado a minha vida inteira, mas uma única pessoa conseguiu tirar toda essa raiva e mágoa que eu tinha dentro de mim, e essa pessoa era Sigyn. Ela foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida e eu não sei o que teria sido de mim sem ela, mas como todos... ela me deixou.

Enfim o que aconteceu depois você já deve saber, eu fui até Midgard tentar governá-los, fui derrotado, trazido até Asgard e fui punido. Eu estava sozinho novamente, até que conheci você, me sinto bem quando estou com você, e só de ver você sorrir já me deixa feliz e acredite fazia anos que eu não sorria como sorri hoje com você. Agora eu imagino como seria se Sigyn estivesse aqui, seriamos uma família completa, talvez a culpa da morte de dela tenha sido minha culpa, se eu não tivesse sido tão egoísta e percebido sobre a gravidez dela eu poderia... – enquanto as palavras saiam da minha boca eu revivia toda a minha vida, e com essas últimas frases eu não agüentei mais e uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, eu não tinha coragem de olhar para Kyra, ela deveria estar com medo, nojo de mim por eu ser um Jotun, coloquei minhas mãos em meus rosto, escondendo as lágrimas que por muito tempo eu havia segurado agora escorriam livremente sobre meu rosto.

– Eu sou um monstro, já fiz tantas coisas, matei todas aquelas pessoas inocentes em Midgard com um sorriso no rosto, eu sou um mostro Kyra e você é uma menina tão doce, simpática você não merece ter um pai como eu, merece uma pai melhor, alguém melhor para estar ao seu lado. – eu falei ainda cobrindo o meu rosto, chorando, eu tinha vergonha, eu era o Deus da Trapaça e da Mentira eu não deveria estar chorando era vergonhoso.

Continuei assim, sem coragem o suficiente para olhar para Kyra, até que senti dois pequenos braços me envolverem, ela estava me abraçando, resisti por alguns segundo até que finalmente cedi, envolvi meus braços em torno ela, até que percebi que ela também estava chorando, relaxei minha cabeça em cima da dela, acariciando seus cabelos que eu tanto amava. Ela me abraçava forte, como se não quisesse que eu não a deixasse.

–- Promete uma coisa pra mim? – ela falou baixinho ainda soluçando em meus braços.

–- Fala querida. – sussurrei para ela que se afastou um pouco para conseguir me olhar, ela me fitou com seus olhos azuis que já estavam um pouco vermelhos devido as lágrimas que ainda escorriam pelo seu lindo rosto.

–- Promete que nunca vai me deixar, igual a mamãe. – ela falou, eu estendi uma mão até seu rosto limpando suas lágrimas.

– Eu prometo. – disse enquanto depositava um pequeno beijo em sua testa. Abracei forte e ela me abraçou de volta. Ficamos ali por muito tempo, até que resolvemos voltar para o castelo, pois já estava escuro e logo seria servido o jantar.

***

No jantar todos riam, contavam piadas e histórias. Kyra dava risada junto aos demais e eu amava o sorriso dela era igual ao de Sigyn. Vê-la feliz me fazia se sentir bem. E pela primeira vez em muito tempo eu percebi que o que estava sentindo era felicidade.

POV de Kyra

Hoje meu dia foi maravilhoso, aprendi a cavalgar, conheci um lugar lindo, descobri verdades sobre a vida de Loki, descobri que ele não é egoísta e nem um monstro ele só não era compreendido. E principalmente descobri que eu amo meu pai. Lembro-me de quando nos abraçamos, eu me senti protegida novamente, me senti segura.

Depois do jantar fui até o jardim e fiquei olhando as flores até que percebi Frigga vindo em minha direção, sorri quando ela chegou perto de mim:

–- Olá querida! – disse retribuindo o sorriso.

–- Oi Frigga!

–- Você parece bem feliz hoje, notei que você e Loki saíram hoje á tarde.

–- Sim, é que hoje ele me ensinou a cavalgar e me levou para conhecer um lugar lindo que fica lá na floresta. – contei animada.

–- Que bom que vocês estão se aproximando. Ele está tratando bem você?

–- Sim, ele esta sendo ótimo, hoje a tarde conversamos e ele contou a mim que é adotado. – falei um pouco triste por ele.

–- Ow, ele falou á você. – ela falou e depois deu uma risadinha.

–- O que foi? – perguntei olhando confusa.

–- Nada, é que... Loki não confia em ninguém e quase não confia em mim também, ele é muito fechado. Mas... se ele contou isso pra você, significa que ele realmente gosta de você Kyra. Não é para todos que ele conta isso. De uma coisa eu tenho certeza, Loki gosta de você, muito!

–- Eu também gosto dele. – falei com um pequeno sorriso fitando ela.

–- Boa noite querida. – ela me falou acariciando um pouco meu rosto. Depois que ela saiu, sentei no chão respirando fundo. Fiquei pensando sobre o que ela me disse, Loki deveria gostar mesmo de mim para ter me contado sobre sua história.

Voltando minha atenção as flores, notei que elas continuavam a morrerem, o jardim esta perdendo a cor e isso me deixou um pouco triste, queria poder ajudar de alguma forma.

–- O que está fazendo? – uma voz profunda, rouca e conhecida falou atrás de mim me fazendo levar um susto. Me virei vendo Loki olhando pra mim com curiosidade, meus olhos estavam arregalados e minha respiração ainda estava um pouco ofegante devido ao susto.

–- Meu Deus! – exclamei ainda o fitando

–- Desculpe, não quis assustá-la. – ele disse se sentando ao meu lado.

–- Sem problemas.

–- Ainda não respondeu minha pergunta.

–- Hã? Ah, sim. Eu não estou com sono e resolvi vir aqui ver as flores, mas infelizmente estão quase todas mortas. – falei tristemente olhando para as flores.

Loki estendeu a mão e arrancou algumas flores que já estavam murchas. Olhei para ele confusa e ele estava sorrindo.

Lentamente ele pegou minha mão e colocou as flores nela, ele fechou minha mãe e colocou a sua sobre as minhas, eu não sabia o que ele estava fazendo. Der repente uma luz verde saiu de dentro das minhas mãos e eu olhei com pura curiosidade e um pouco de espanto, eu sabia que Loki sabia de magia, mas nunca tinha visto pessoalmente. Lentamente ele abriu minha mão e de dentro dela, saíram lindas borboletas, uma de cada cor. Elas voaram sobre o ar ao redor de mim e uma pousou sobre minha mão, á olhei de perto observando cada detalhe de suas asas, eu estava maravilhada.

–- Isso é muito legal! – exclamei olhando para as borboletas que agora voavam sobre as flores. Loki me fitou sorrindo e depois olhou para as borboletas também.

–- Que bom que gostou. Algum outro dia te ensino um pouco de magia.

–- Posso pedir uma coisa? – pedi ainda um pouco hesitante.

–- Eu acho que sim. – ele me olhou com aquelas linda íris verdes.

–- Me mostra a sua forma Jotun? – pedi nervosa, ele me olhou surpreso e eu não conseguia saber o que ele estava sentindo. Ele desviou o olhar dizendo:

–- Por que quer ver isso? Para zombar de mim?

–- O que? Não! Eu nunca zombaria de você! Só estou curiosa.

–- Não quero que se assuste.

–- Você não vai me assustar, por favor! – implorei, ele olhou para mim, respirou fundo.

Der repente sua pele começou a ficar azul e foi se espalhando por todo o seu corpo, olhei para seu rosto e algumas linhas foram se formando, os olhos verdes que a pouco tempo eu estava olhando, agora estavam vermelhos. Mas eu não fiquei assustada ou com medo e sim maravilhada, ele era incrível.

–- Vá em frente, corra e se esconda, já estou acostumado. Eu sou um monstro! – ele falou serrando os punhos.

–- Não você não é um mostro e eu não vou correr simplesmente por que não estou assustada e sim maravilhada. Eu gostei. – falei sorrindo, e depois toquei seu rosto acariciando sua face, ele me olhou surpreso.

–- Gostou?

–- Sim. – falei sorrindo ainda mais, enquanto desenhava cada linha de seu rosto com minha mão. Lentamente ele foi voltando ao normal, retirei minha mãe do seu rosto e não resisti. Eu o abracei, meu deus como eu amava seu abraço, me fazia se sentir tão bem, ele demorou um pouco a retribuir o abraço, mas no fim, envolveu seus braços em volta de mim.

–- Eu te amo... Pai. – murmurei afundando mais ainda meu rosto em seu peito.

–- O que você disse?

–- Eu. Te. Amo. Pai. – falei confiante.

–- Eu.. Eu... – percebi que ele não estava conseguindo dizer de volta, mas eu não estava esperando que ele me dissesse ‘eu te amo’, afinal de contas eu sabia que Loki não conseguira expressar seus sentimentos assim de uma hora para outra.

–- Tudo bem, não precisa dizer isso agora.– falei sorrindo, e eu não precisava olhar para saber que ele também estava sorrindo.

–- Desculpe. Eu queria muito dizer isso mas eu não sei... eu...

–- Ta tudo bem. Eu entendo. – falei, ficamos ali por um bom tempo.

Depois de nos despedirmos fomos dormir.

POV de Lavinnea

(Mais cedo naquele mesmo dia, quando Kyra e Loki retornaram ao castelo)

Eu estava encostada em uma árvore, na parte mais sombria. Estava com a minha capa Preta que me deixava quase que invisível em meio a tanta escuridão. Um homem se aproximou:

–- E então? O que descobriu? – perguntei dando um passo na direção dele.

–- Ele estava com uma garota. – ele falou com a voz um pouco trêmula.

–- Uma garota? Hm, interessante. É a nova namorada dele?

–- Não senhora. Pelo que vi, ela é a filha dele.

–- Filha? Como é o nome dela?

–- Kyra, senhora.

–- Deve ser filha dele com aquela desgraçada da Sigyn. – rosnei

–- Muito bem, fez um bom trabalho. Mas sabe... – falei me aproximando dele, retirei minha faca e ele me olhou assustado.

–- Não, por favor, não. Eu não vou contar á ninguém, eu juro, mas por favor não! – ele me olhava completamente apavorado e implorando pela sua vida.

–- Eu não posso deixar provas. – falando isso deslizei minha faca na sua garganta e ele caiu morto no chão, limpei minha faca em um pano que joguei sobre ele.

Caminhei até outro ponto da floresta onde eu iria abrir um portal para outro mundo. Abri o portal, respirei o fundo e entrei no portal.

–- Lavinnea, a quanto tempo não te vejo. – uma voz conhecida falou, me aproximei dele com um sorriso cínico.

–- Olá, é bom te ver de novo... Malekith! – falei o fitando nos olhos.

Continua...


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