Procura-se Um Final Feliz escrita por Mrs Know All


Capítulo 7
Paz mundial


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente, eu já estou de volta. Eu sei que eu tinha prometido cumprir a meta de um capítulo por semana, eu até comecei a escrever o capítulo semana passada, só que eu fiz uma cirurgia. E aí ficar sentada me cansava muito rápido. Já estou toda boa de novo, então terminei o capítulo e aí está ele.
Só demorei mais uma semana por causa da semana de testes do meu colégio que terminou hoje. SIM, COPA DO MUNDO E EU ESTUDANDO PROS TESTES. Viva o ensino médio.
Sim, eu amo futebol. Bora Brasil, se não podemos ser os primeiros na educação e na saúde, pelo menos no futebol nós somos favoritos. Quem não gostar deixa sua opinião nos comentários. Ok? Ok.

Bem, nos vemos lá embaixo.
Boa leitura.



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Capítulo 06

Às vezes, as pessoas mais fortes são aquelas que amam além de todos os defeitos, choram atrás de portas fechadas e lutam batalhas que ninguém mais conhece. ”

O inverno castigava cada vez mais, nevava lá fora, talvez fosse outra tempestade de neve se aproximando. O aquecedor estava no máximo, mas ainda não conseguia dormir, talvez fosse por causa do frio. Me encolho embaixo dos dois edredons puxando mais a touca cinza que uso para esquentar minhas orelhas, o que parece não fazer nenhum efeito, além de arrepiar meu cabelo. Estava prestes a levantar do meu quarto e ir em busca de um chocolate quente quando ouvi uma batida na porta e depois duas luzes se acendendo, alguns passos pela escada e alguém abrindo a porta. Consigo ouvir alguns ruídos de conversa, mas, pela distância, não consigo distinguir o que falam. Não demora muito para ouvir a porta se fechando e passos apressados subindo as escadas em direção ao meu quarto.

A luz do meu quarto sendo ligada repentinamente incomodou meus olhos, fechei-os e pisquei tentando fazer com que eles se acostumem com a claridade.

– Claire, querida. – A voz da minha mãe soa preocupada, só então minha visão se adequa a luz e sento na cama, pego meus óculos no criado mudo ao lado da cama só então enxergando com nitidez minha mãe. Sua cara está de sono e veste um moletom preto robusto que lhe dei de presente, no último dia das mães. – O xerife Brook passou aqui a pedido da Sra. Field agora, Noah está indo para o hospital, ele piorou e acham que ele está com pneumonia.

Ela não precisa repetir, pois já estou de pé procurando pelas minhas pantufas cinzas, sei que estou usando uma versão muito parecida do moletom da minha mãe, comprei os dois juntos, as únicas diferenças são que o meu é cinza e o dela é preto e o meu tem a estampa do Mickey Mouse na frente.

Mal dei conta de mim e já estou descendo as escadas com minha mãe me seguindo.

– Você não vai dirigir nesse estado filha.

– Eu preciso ver ele. – Digo terminando de descer as escadas, interrompendo a frase da minha mãe, olho para ela pedindo que ela entenda que preciso ir vê-lo, desde que soube da doença de Noah sabia que seria assim, num momento ele estaria bem e no outro uma doença simples, para qualquer um, poderia levar ele de mim.

– Eu vou te levar. – Minha mãe completou sem pensar duas vezes, já estava com as chaves em mãos e me puxando para fora de casa.

Flocos de neves pequenos caíam sobre nós, a calçada estava atolada com eles, tive que tomar cuidado ao me mover, pois quase caí, duas vezes. Mesmo depois de tanto tempo morando aqui não conseguia me acostumar a andar pela neve. Me joguei no banco do passageiro do carro da minha mãe enquanto ela sentava no banco do motorista, ligando rapidamente o carro. Agradeci ao meu vizinho Senhor Watters que havia tirado a neve da saída de carros, o que facilitou a nossa saída, talvez eu levasse uma torta de amora para ele quando voltasse para casa.

Minha mãe não tentou entabular uma conversa desconcertante, aquela não era a primeira vez que eu era acordada no meio da noite porque Noah passara mal e tinha que ser levado para o hospital, mas eu esperava que assim como das outras vezes, tudo não passasse de um susto e logo ele estivesse bem.

A cidade parecia tão tranquila àquela hora da noite, os problemas, as confusões pareciam que não existiam a noite, o silêncio reconfortante, mas ao mesmo tempo assustador, pois as histórias da vida de cada habitante estavam gravadas ali, naquela esquina dei meu primeiro beijo, naquela outra guarda o último adeus de alguém. Isso está aí o tempo todo e poucas pessoas parecem notar. A cidade guarda pequenas memórias de cada um de nós, memórias de pessoas que se foram para nunca mais voltar. Ou pessoas que passaram uma vez por nós e, a partir daquele momento, se tornaram especiais. A cidade está repleta de marcas de cada uma das pessoas, talvez a vida fosse feita desses momentos, momentos que marcamos os lugares que passamos. O meu maior medo, na verdade, era que eu não tivesse sido boa o suficiente para marcar nenhum desses lugares.

Assim que minha mãe estacionou o carro no estacionamento do hospital pulei para fora e corri para dentro deste.

– Onde está Noah Field? – Perguntei assim que encontrei o balcão das atendentes, o rosto bondoso que me olhou com familiaridade, Rebecca Argot, uma senhora negra de idade que trabalhava duro como chefe das enfermeiras do hospital. Atrás dela estava um relógio digital marcando 03:39 da manhã.

– Olá Clair, ele está sendo observado pelo Doutor Stevie agora, é um local isolado. – Ela explica com tranquilidade, sinto a tranquilidade dela me acalmar aos poucos. – Sente-se um pouco logo o doutor estará aqui para lhe dar maiores informações.

Já estou me virando para ir para a sala de espera, quando ela me chama novamente.

– Ei Claire. – Ela abre um dos sorrisos, totalmente brancos, antes de completar. – Ele vai ficar bem.

– Eu sei. – Respondo forçando todo o meu corpo a sorrir de volta para ela, quando eu era menor era ela que me levava para fazer exame de sangue, e suas palavras doces me acalmavam enquanto a seringa retirava um pouco do meu sangue. Naquela época, por causa dela, eu não tinha medo do hospital. Até mesmo hoje, as palavras daquela mulher me acalmavam.

Continuei andando, deixando minha mãe conversando algo com Rebecca e fui em busca da sala de espera, mal avistei o Senhor e a Senhora Field e um emaranhado de cabelos castanhos cobriram minha visão.

– Me desculpe por preocupá-la de novo querida. – A mãe de Noah sussurra ao meu ouvido ainda me abraçando. Correspondo ao abraço depois de me recuperar da surpresa. Percebo na voz da Senhora Field que ela deveria estar chorando antes de me abraçar. Lembro-me da voz de Noah me dizendo certa vez sobre ela “Eu não a mereço, ela é um anjo. ”

– Não se desculpe por isso. – Respondo de volta, me controlando para não começar a lacrimejar, nesses momentos eu não gostava de demonstrar a minha fragilidade, afinal ela não ia ajudar em nada, e eu sempre estive ciente disso, Noah e eu nunca nos iludidos sobre isso. “Ele vai ficar bem. ” Ouço a voz de Rebecca soando na minha cabeça e me apego naquele pensamento com firmeza.

Depois que ela se afasta noto as olheiras embaixo dos olhos esverdeados, Noah havia teimado que não precisava vim ao hospital mais cedo, que aquilo era apenas um resfriado passageiro, mesmo sabendo que um resfriado para ele nunca seria apenas um resfriado. Elena, ou senhora Field, cuidou dele durante todo o tempo, tentando evitar que ele piorasse, o que não foi evitado. Muitas pessoas não encontram uma boa mãe para cuidar deles, já Noah teve duas, ambas amavam ele, embora da sua mãe biológica ele não guarde muitas memórias.

– Obrigada por ter vindo Charllote. – O senhor Field cumprimenta minha mãe estendendo a mão para ela, a qual eu não tinha visto se aproximar de nós. Ouvir alguém chamar minha mãe pelo nome era algo estranho, pois na maioria das vezes me esqueço que ela tem um nome de verdade sem ser mãe.

– Noah é praticamente meu filho, vocês sabem disso, não tem como eu não vim. – Ela responde amigável, minha mãe sempre sabe se portar nesses momentos delicados, gostaria ter herdado isso dela.

Só então deixo a fraqueza me dominar, sento-me numa das cadeiras e escondo meu rosto com as minhas mãos tentando assimilar minha vida nos últimos tempos. A cinco meses eu e Noah estamos namorando, eu o conheço desde de pequena, embora só tenha realmente o conhecido a quase sete meses. Antigamente ele só era um cara popular que namorava com as meninas populares, só que depois ele não era só isso, sei que só me aproximei dele depois que ele foi “expulso” dos populares, mas isso não muda o fato dele não ser aquilo que eu achava que era.

Depois de algum tempo, não sei ao certo quanto, eu sinto um braço passar pelas minhas costas, acariciando-me com delicadeza. Levanto o olhar e vejo a minha mãe me olhando com carinho. Ela me entende, sei que entende. Por isso a abraço forte e deixo algumas lágrimas caírem.

– Chorar não faz mal, Clar. Isso não faz de você fraca. – Ela fala no meu ouvido, ainda não consigo responder por causa das lágrimas que descem o meu rosto.

Ainda não estava preparada para me afastar do abraço da minha mãe quando a voz do doutor nos interrompe.

– Com licença. – Me afasto um pouco relutante em encarar a realidade a minha volta, mas sei que é necessário.

Todos levantam o olhar para prestar atenção no médico de Noah, ele já nos conhece a algum tempo, desde que Noah decidiu transferir o seu tratamento para um hospital daqui mesmo, pois, segundo ele, o desgaste da viagem não fazia bem para ele e nem para nós.

– Ele está bem, já foi tratado, foi confirmado um começo de pneumonia, da próxima vez quero que venham imediatamente para o hospital. – Acho que isso não será possível, Noah detesta ter que vim ao hospital. Respondo mentalmente. – O estado dele ainda é um pouco complicado, vocês sabem da situação, mas dentro do possível, logo ele estará curado da pneumonia. Vocês podem vê-los agora.

Ele nos guia para um corredor comprido, o hospital daqui não era muito grande, afinal nem temos habitantes suficientes para necessitar de um grande hospital. Na frente do quarto B-28 ele tira algumas máscaras de um compartimento preso a parede e entrega a cada um de nós.

Assim que colocamos a máscara ele abre a porta do quarto.

Noah está deitado de olhos cerrados, ao seu lado um aparelho ligado diretamente a ele solta um bipe perturbador, alguns fios estão saindo do meu namorado e aquilo me incomoda um pouco, pois sei que ele os odeia. Me aproximo aos poucos dele, assim que chego ao seu lado ele entreabre os olhos lentamente e abre aquele sorriso de sempre, que me faz esquecer até mesmo meu nome.

Pequena. – Ele chama, com a voz embargada e rouca, que me arrepia totalmente. – Essa máscara não lhe faz bem.

– Estar doente não lhe faz bem e mesmo assim eu não estou dizendo nada. – Dou risada e seguro a mão dele acariciando o dorso dela com meu polegar. Tento parecer normal, mas sei que meu coração bate mais do que por costume, só um toque de Noah causa essa sensação em mim, é como se ele desconfigurasse o meu HD.

– Você está linda. – Ele diz me analisando brevemente, só então me lembro que estou usando um moletom completo e pantufas. Sinto meu rosto esquentar, sei que meu rosto pálido já deve estar completamente vermelho. Consigo ouvir risadinhas baixas dos pais dele e da minha mãe que assistem a cena. Olho para Noah o analisando, os olhos verdes, que este compartilha com sua mãe adotiva, estão opacos e quase sem vida, grandes olheiras embaixo dos olhos me fazem estremecer, toda vez que ele fica doente perde bastante peso, mas daquela vez havia sido demais. Os músculos definidos estão murchando, sei que assim que saí daqui ele malhará o dobro para voltarem ao normal, mas aquilo me assusta, a possibilidade de um dia ele piorar ainda mais e aderir uma aparência cadavérica enche os meus olhos novamente. Sei que não consigo disfarçar, pois estou de frente para ele. – Não chore, por favor, pequena. Estou bem, você sabe que eu sempre fico bem. – Não consigo mais segurar as lágrimas que voltam a cair.

Noah se força a sentar na cama e seu rosto transparece um pouco da dor que aquela ação lhe causa, me sinto culpada por isso, o que aumenta as minhas lágrimas.

– Ei, Claire. É mais fácil acontecer a paz mundial do que eu lhe deixar. – Ele brinca e me puxa para sentar na cama encostando minha cabeça sobre o seu peito, beijando minha testa me deixando chorar tudo o que tenho que chorar. – Eu nunca vou te deixar. – Me apego aquela afirmação, pois apesar de tudo que passamos juntos e que iremos passar aquilo é algo que eu tenho certeza, não importa o que aconteça a Noah, se ele morrer ou viver. Ele jamais vai me deixar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do capítulo? Atendeu as expectativas da realidade de alguém aidético? E vocês viram que a Clair começou a falar um pouquinho da vida do Noah antes dela? E como eles se conheceram? Gostaram disso? O Noah é fofo com a Claire? E os pais dele, muito legais, querem ver eles mais vezes nos capítulos, ou não?

Espero tudo isso devidamente respondido nos comentários que sei que irei receber. Se não receber vou ficar triste, vdd
Não se esqueçam de entrar lá no grupo do facebook, quem não tiver face, paciência.
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Quero comentários, RECOMENDAÇÕES, favoritos e tudo que o capítulo merece.
Beijocas e até nos comentários.



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