Procura-se Um Final Feliz escrita por Mrs Know All


Capítulo 6
A pequena flor


Notas iniciais do capítulo

Estou muito decepcionada, de verdade. Essa semana pensei em deletar a história umas 3 vezes ou então colocá-la em hiatus.
Atualizei a fic pela última vez no dia 05 e só recebi o primeiro comentário nesse capítulo ontem, é tão sei lá. Acaba com as vontades de continuar escrevendo.
Acho que é por isso que esse capítulo ficou meio não tão legal.

Enfim, beijos nos vemos lá embaixo.



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Capítulo 05

“E pela primeira vez seus olhos sentiram-se úmidos de lágrimas que não eram causadas pela dor ou pela raiva”


Não consigo parar de encarar o relógio grudado na parede oposta da sala, a voz da Senhora Schmitt, também conhecida como minha mãe, servia de plano de fundo, não entendia mais nada sobre trigonometria, não que eu estivesse prestando atenção na aula naquele momento. Reviro os olhos para alguma piada sem graça feita por um dos meus “adoráveis” colegas sobre algo que eu não estou interessada em saber o que é e continuo batucando os meus dedos contra a minha mesa, o tempo passava tão lentamente.

Confiro o relógio acima do quadro mais uma vez, não se passaram nem dois minutos desde a última conferida, suspiro tentando desviar minha atenção para a aula, mas aquele relógio tem um ímã que não me deixa desviar o olhar dele.

Viro a folha do meu caderno para que eu possa rabiscar em uma folha limpa e não em cima dos senos e cossenos da minha vida. Pego um lápis e começo a desenhar uma roda gigante para me distrair, cubro levemente os traços da roda gigante tentando dar vida a ela, mais abaixo dela desenho algumas barracas pequenas, como eu me lembrava de ser um parque de diversão, só havia ido uma vez na vida, com sete anos acompanhada do meu pai, minha mãe estava ocupada corrigindo milhares de provas finais, aquela tinha sido a melhor noite da minha vida, não poderia reproduzi-la naquela folha, naquela época eu não sabia coisas que hoje eu sei.

Escureço o último traço da roda gigante sorrindo para o meu desenho, ele havia superado as minhas expectativas. Assim que termino de arrancar a folha para jogar fora uma mão me interrompe puxando a folha para si.

– Srta. Schmitt. – Minha mãe me censura pegando meu desenho enquanto volta em passos longos para a frente da sala. – Se tivesse metade do talento que tem no desenho para estudar só tiraria dez.

Metade da turma deu risada do comentário da “Sra. Gostosona Schmitt”, que é como a chamam. Minha mãe, ou minha professora de matemática abre a boca para falar mais alguma coisa, o qual acredito que seria um pedido de silêncio, mas o sinal, finalmente, toca e ela muda de ideia e apenas fala “Dispensados”.

Estou me levantando já com a mochila toda arrumada pendurada no meu ombro, mas quando estou passando pela frente da mesa da minha mãe ela me faz parar.

– Você não Claire.

Respiro fundo e conto até dez. Logo hoje...

– Sim professora Schmitt? – Pergunto sorrindo para aliviar a tensão e a chatice de ser aluna da sua mãe.

– Pare de brincadeira, filha. Você deveria prestar mais atenção nas aulas, sabe disso. Suas notas estão caindo. – Ela levanta-se e começa a apagar o quadro enquanto fala. Hoje ela está usando uma camisa branca simples com um blazer bege e uma saia na mesma cor do blazer, seus cabelos loiros estão presos num rabo de cabelo bem feito, uma típica professora, só que gostosa.

– Eu sei, eu sei. Já ouvi isso tudo antes. Podemos conversar quando eu chegar em casa? – Peço, cruzando os dedos para que ela me libere o mais rápido possível. Olho paro o relógio, já se passaram cinco minutos desde o fim das aulas do dia, eu já estava atrasada, mas tenho certeza que aquele relógio não gosta muito de mim, pois durante a aula ele não anda tão rápido, muito pelo contrário.

– Olhe para mim mocinha. – Minha mãe se vira para mim se apoiando na mesa antes de falar. – Não chegue tarde. Essa conversa não terminou aqui.

Quando ela termina de dizer a última frase eu já estou muito longe dela para escutar, segurando com firmeza a minha mochila corri pelo corredor para o gramado da escola. Reconheço logo o carro de Noah me esperando com o motor ligado.

Entro no banho do carona ainda ofegante pela corrida.

– Eu disse assim que tocar Clair. – Noah resmungou dando a partida no carro, suspiro e coloco o cinto.

– Minha mãe me prendeu depois da aula para falar das minhas notas. Desculpa. – Peço ainda um pouco ofegante.

– Ainda bem que eu previ isso e pedi para o Clark abri dez minutos depois. – Ele ri despreocupadamente enquanto pisa mais fundo no acelerador, estamos seguindo a rodovia, não sei ao certo se para o norte ou o sul.

– Mal posso esperar. – Sussurro para ele, desde que Noah me disse onde iriamos comemorar os nossos seis meses de namoro estou contando os dias. Sempre fui apaixonada pela magia de parques de diversão, não vinham muitos para International Falls, talvez o clima frio espantasse todos os circos, ou talvez a população de aproximadamente 6 mil pessoas não chamasse à atenção de ninguém para ali.

Noah dobrou a esquerda na rodovia pegando uma estradinha, ainda de asfalto, mas um pouco acabada. Não demorou mais que dez minutos para que chegássemos ao parque. Noah estacionou e enrolei mais o cachecol pelo pescoço enquanto desço do carro.

– Uau. – Deixo escapar, sei que o parque não é lá essas coisas, mas para uma cidadezinha do interior e uma garota que só viu um parque pessoalmente, uma vez na vida, aos sete anos aquilo já era o bastante para mim.

O parque só tinha um dos brinquedos ligado, o restante estava coberto por lonas escuras, o brinquedo ligado era a maior roda gigante que eu já vira na minha vida, deve ter mais ou menos vinte metros de altura.

Noah dá a volta no carro e faz uma pequena reverencia para mim pegando minha mão como se eu fosse uma princesa de verdade chegando ao baile.

Mademoiselle. – Seguro a mão dele apreciando o formigar fornecido mesmo através das luvas que usamos, aquilo era algo que eu jamais enjoaria de Noah, cada momento com ele parecia o primeiro. Não consigo evitar, começo a sorrir que nem uma boba, o sorriso estampado nos meus lábios faz os olhos de Noah brilharem.

Signor. – Respondo ao gesto me curvando um pouco e pegando o ar como se fosse a saia do meu vestido.

O vento frio me faz estremecer, a mesma coisa aconteceu a Noah, ele não deveria se expor ao frio desse jeito. Faço menção de tirar meu casaco para lhe entregar, mas ele me impede negando com a cabeça. O abraço, tentando proteger ele do frio com o calor humano.

Só então noto que não estamos sozinhos, um homem de aparência jovem loiro, porém mais velho que está encostado no portão do parque, tem um pedaço de alguma coisa na boca e tem um sorriso torto no estilo cafajeste, aquele conjunto por mais bonito que fosse não me parecia levar a um bom lugar.

– Obrigada Clark, fico de devendo essa. – Noah cumprimenta o loiro que abre mais o sorriso dando um soquinho amigável no ombro de Noah, que arfa um pouco. – Ei cara, cuidado eu já não sou como antigamente.

Os dois dão risada, provavelmente, amigos de longa data. Sempre soube que Noah já houvera conhecido muita gente, passado por muita coisa, coisas que eu não gostaria de saber totalmente o que eram.

– Estamos quites cara. – O homem tira o que tinha na boca, um cigarro ainda apagado, e só então parece perceber minha presença ao lado de Noah. – Então, não vai me apresentar não?

– É, essa é Claire, Claire esse é um velho amigo Clark. – Ele estende a mão para mim me encarando com os olhos castanhos, aperto a mão um pouco desconfiada pelo olhar invasivo. – Minha namorada. – Noah acrescenta ao perceber o olhar demorado do amigo sobre mim.

– Relaxa cara. Namorada de amigo é homem pra mim. – Ele ri e coça a barba por fazer enquanto dá outro soquinho em Noah, se despedindo. – Quando terminarem, desliguem tudo e deem o fora.

Ele sobe numa moto preta que estava escondida próximo a alguns arbustos e acelera em direção a rodovia.

– Seu passado é de assustar. – Digo sorrindo, enquanto entro no parque de diversões direto para a roda gigante.

– Você ainda não viu nada. – Ele diz e me beija de leve, sei que a cada quimioterapia ele fica mais fraco, o que me deixa preocupada, mas não pretendo acabar com a nossa noite com mais uma dessas conversas que não levam a nada.

Senti a mão gelada de Noah tocar a minha, tirei a minha luva para aquecer a mão dele, sabia que Noah não gostava de demonstrar fraqueza, mas a cada quimioterapia ficava mais difícil disfarçar as dores e a exaustão.

Em cima dos controles da roda gigante estava um controle remoto para a roda, peguei-o e seguimos para a cadeira da roda gigante, não consegui evitar o frio na barriga que me percorreu, me senti como uma criança pequena indo pela primeira vez na roda gigante, sem conseguir disfarçar a ansiedade.

– Abre o botão vermelho. – Noah pediu depois que estávamos devidamente seguros no banco, entre nós existia um suporte para alguns objetos, entre eles estava um balde com gelo e com champanhe e ao lado uma caixinha preta do tamanho da minha mão. – Ei, não seja curiosa.

A roda gigante começou a girar lentamente fazendo um barulho de engrenagens velhas sendo rodadas, quando estávamos na metade do caminho para o mais alto uma rajada forte de vento balançou o banco, a insegurança me bateu, agarrei o braço de Noah com força.

– Onde está a corajosa Grifinória? – Ele sorriu para mim, todos os dentes brilhando, senti meu rosto avermelhar fortemente, não sou muito dada a alturas, nada que me impedisse de aproveitar.

– Sem graça. – Digo me afastando dele enquanto a roda gigante continua a sua volta em torno de si mesma. Acabo cruzando meus braços na defensiva o que faz o meu namorado soltar uma gargalhada.

– Às vezes, você parece uma criancinha Clair. – Ele me puxa pela mão e me beija, o que faz tudo ao meu redor desaparecer, o beijo começa calmo, mas precisamos de mais um do outro, ignorando a falta de oxigênio, continuo a explorar os lábios de Noah com minha língua, enquanto minhas unhas traçam círculos em sua nuca. Somente quando a tontura causada pela falta de ar aparece nossos lábios se separam. – Eu te amo pequena.

– Eu sou quase do mesmo tamanho que você. – Digo sorrindo sem jeito, na maioria das vezes que Noah dizia que me amava eu ficava envergonhada, pois ele falava de um jeito que dizia que ele faria qualquer coisa por mim e isso sempre seria assustador. – Eu também amo você senhor gigante. – Zombo dele, tentando disfarçar o rubor que sobe para as minhas bochechas, mas sei que ele percebe, ele sempre percebe.

– Tenho uma coisa para você... – Começo a fazer menção de reclamar, pois prometemos que não trocaríamos presentes. – Eu sei, eu sei. Mas eu não consegui. E aliás isso é uma coisa que quero fazer a muito tempo. – Ele pega a caixinha preta de veludo e a abri me deixando surpresa com o que encontro.

Estico meus dedos com cuidado ao pegar a corrente prata cheia de brilhos com um pingente de coração, também prata, com um uma chave com a ponta em formato de coração.

– Só eu tenho a chave do seu coração, não importa a onde você estiver uma parte dele estará comigo. – Noah sorri novamente, feliz por ter conseguido me surpreender e agradar e tira a chave deixando o meu pingente do coração faltando um pedaço menor em formato de coração. Ele guarda a pequena chave no chaveiro da chave do seu carro, pois o leva para todos os lugares.

– Noah, eu não sei o que dizer... É lindo. – Agradeço, sem impedir que as lágrimas encham os meus olhos.

Noah me puxa novamente para si, me abraçando com força e me beija de novo, só então percebo que a roda gigante parou de rodar e que estamos na parte mais alta dela, o sol começa a se pôr ao longe, aquela era uma noite de tranquilidade. Como dizia um velho sábio, “Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras. Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta dor”. A flor era o meu amor com Noah e era tão bom com tantos problemas termos o nosso pequeno final feliz.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a você que chegou até aqui, isso é raro ultimamente. Espero que tenha gostado, eu não gostei muito desse capítulo, mas sei lá.

Enfim, espero que comentem, beijos.



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