Please Be Mine escrita por BlazingHeart


Capítulo 5
Capítulo 5 - E agora? Siga em frente




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Eu corri, ignorando todos ao meu redor, as pessoas pareceram não me notar , isso era bom. Agora é que menos preciso de pessoas curiosas, fingindo se importar comigo, quando realmente, só querem saber para terem o que falar. Eu só queria correr, fugir, queria me esconder e chorar mais. Como ele pode ter dito que não aconteceu nada? Eu beijar ele não significa nada? Ele ter retribuído ao beijo não significa nada? Eu preferia que ele estivesse me odiando agora, pelo menos ia admitir que aconteceu algo além de nada!

Fugi para longe dali, ficar lá dentro traria de novo a lembrança do semblante ameaçador e frio de Alex me dizendo que não tinha acontecido nada, ignorando todo o clima mágico daquele pôr do sol, me ignorando. Sabia que Clare viria atrás de mim, eu fui para meu refúgio: a biblioteca. Eu sempre ia à biblioteca quando estava triste, feliz, ou quando qualquer outro sentimento estivesse intenso. A biblioteca era o meu lugar, onde eu poderia esquecer tudo e mergulhar em mundos meus, livre de toda a realidade, viver dimensões utópicas por um curto espaço de tempo para tentar celebrar os bons sentimentos ou esquecer os sentimentos amargos. Refugiei-me no grande espaço com paredes repletas de livros, eu fui até um canto e me sentei no chão, afastado das outras pessoas que estavam lá, que mesmo eu entrando correndo, não me notaram direito e nem advertiram sobre o fato de entrar correndo.

Meu choro era silencioso, estava sentado no chão com as costas apoiadas a uma das estantes e deixei que minhas lágrimas escorressem dos meus olhos e caíssem sob a capa de Pôr do Sol. Mal conseguia olhar direito para aquele livro, as mãos do Alex tinham o entregado com certa vontade de se livrar dele, pelo estado do livro ele não tinha lido muito do mesmo. Abri o livro e comecei a folheá-lo e percebi que as páginas estavam perfeitamente impecáveis, não tinha nenhuma marca de que alguém as tivesse lido. Ele deve ter chegado na parte onde ele soube do que se tratava a história, mesmo assim a reação dele era muito esquisita, como ele estava tão normal? Como se nada tivesse acontecido. Por que ele me ignorou? Se ele estava tão ciente de que nada tinha acontecido, por que ele me ignorou?

Eu continuava ali, sentado no chão chorando, as lágrimas agora estavam pingando nas páginas do livro. Silenciosamente alguém se aproximara de mim, senti uma mão tocando em meu queixo e o levantando, foi muito repentino para eu pensar em quem estaria fazendo isso. Logo depois, eu recebi um abraço, meu rosto foi golpeado por cabelos negros soltos e recebi um abraço aconchegante. Era Clare, ela me abraçava muito forte enquanto minhas lágrimas ainda caíam, agora sob a nuca dela.

— Aquele idiota! — disse ela, interrompendo o abraço e olhando para mim, agora pude perceber que Jullie se encontrava logo atrás, parada, assistindo a cena do nosso abraço de braços cruzados.

Enxuguei as lágrimas com a manga do casaco e olhei para Clare, ela me abraçou de novo.

— Eu vou ficar bem Clare.

Ela se afastou e sorriu. Me ajudou a levantar e eu fui para a casa, alegando que estava me sentindo mal, e eu realmente estava me sentindo mal, eu só queria ir para casa. Fui questionado por voltar da escola muito cedo e inventei que estava com dor de cabeça e mal-estar.

Clare me ligou mais tarde, depois que saiu da escola, avisando que passaria à tarde comigo. Era uma atitude até legal dela, eu precisaria de alguém para me distrair e se tinha alguém que ia conseguir isso, esse alguém era Clare. Ela sabia as formas de me animar, não sei se ela traria Jullie, elas estavam realmente inseparáveis, o relacionamento das duas estava se estabelecendo, mas eu vi um olhar meio estranho nas duas hoje de manha, ia perguntar para Clare quando ela aparecesse. Não demorou muito para isso acontecer. Ela estava sozinha e sorridente, diria que irritantemente sorridente, esperava que Jullie estivesse com ela, mas acho que a vida dela não se resumia a viver perseguindo Clare a todos os lugares.

Clare entrou e fomos assistir a nosso programa favorito: Paradise of Spotlight, um reality show com um monte de garotas querendo se tornar modelos. O programa não era realmente bom, era engraçado. Várias garotas criando discussões por motivos fúteis era muito engraçado. Eu me deitei minha cabeça no colo de Clare e começamos a assistir. Nossa favorita era Lindsay, uma garota de cabelos castanhos e olhos verdes, a mais briguenta e causadora de confusões no reality.

Depois de rirmos muito, eu lembrei que queria perguntar se havia algo errado entre Jullie e ela.

— Clare. — olhei para cima, quando minhas palavras atingiram seus ouvidos, ela ainda rindo, baixou a cabeça e prestou atenção em mim. — aconteceu algo entre Jullie e você? Seus olhares hoje de manhã pareciam tristes.

Aquela pergunta assassinou toda expressão divertida de sua face, agora seu olhar era triste.

— Acho que não deveria ter perguntado isso. — disse enquanto me virava de novo a ponto de ver Lindsay quase batendo em Clarisse. — se você não quiser falar nada, eu entendo.

— Não, eu falo. — disse ela me fazendo voltar a focar em seu rosto. — Jullie ainda não assumiu sua sexualidade, nós estamos namorando escondido.

Eu fiz uma cara de “Oh, tadinha dela”. Compreendia Jullie, lembrei do tempo em que eu ainda estava reprimido, era confuso. Era muito ruim não poder contar para Clare tudo, mas ela me aceitou muito bem, para falar a verdade todos me aceitaram bem, Clare ainda sofre com isso, nem todas as pessoas a entendem e acabam machucando.

— Vai dar tudo certo Clare. — disse, ela sorriu para mim. — Vamos sair hoje à noite? Para esquecer um pouco nossos problemas?

— Seria ótimo! — o entusiasmo estava bem estampado em sua voz. — Sair pra onde?

— Faço a mínima idéia.

— Que tal irmos a Inferno? — disse ela, Inferno era uma boate da cidade, conhecida por ter uma grande quantidade de drinks.

— Não sei Clare, lá não é sabe... Um lugar não muito apropriado para dois jovens de dezessete anos? — disse, ela me encarou com um olhar que expressava um: “Fala sério”.

— Dave, deixa de coisas, vamos lá, não vai acontecer nada demais.

Concordei meio relutante, Clare sabia me convencer a fazer algo. Continuamos lá, assistindo o programa, eu deitado no colo dela e nós morrendo de rir de todas as confusões em Paradise of Spotlight.

Meia hora depois de o programa acabar, Clare foi embora com o objetivo de se aprontar para nossa noite de curtição e diversão. Aquilo ainda não parecia boa coisa, não éramos imprudentes, mas tudo poderia acontecer num lugar rodeado de drinks e pessoas bêbadas, querendo conhecer até demais outras pessoas.

Então me aprontei e avisei para meus pais que chegaria tarde em casa, ou talvez, nem dormiria em casa — tudo poderia acontecer, não? — e sai para me encontrar com Clare, que como toda a garota tinha acabado de sair do banho, enquanto a esperava fiquei assistindo e pensando no que poderia acontecer com dois jovens lá. Poderíamos conhecer alguém legal? Talvez alguém não tão legal? Quem sabe, esse é o problema, não tinha idéia.

— Dave. — minha atenção se voltou para ela, ela estava realmente linda. — vamos?

Fiz que sim com a cabeça e me levantei. Fomos no carro do meu pai, eu estava dirigindo, então não ia beber nada com álcool. Chegando lá fiquei meio atordoado pelo contraste do escuro e as luzes coloridas. Dirigi-me direto para o bar e pedi um Virgin on the beach¹, como Clare não ia conduzir o veículo, ela pediu um drink alcoólico. Espero que ela não se anime demais.

Nós fomos para o meio da pista de dança, estava tocando uma musica eletrônica, bem legal. Clare e eu conhecíamos essa musica e começamos a mover nossos corpos numa dança sem sentido e bagunçada, enquanto observávamos os rostos e pessoas ao redor. Um cara me chamou atenção, seus cabelos loiro-escuros deslizavam sobre o espaço enquanto ele movia repentinamente sua cabeça para o lado. Ele estava desacompanhado, foquei minha atenção a ele, que parecia ter percebido isso. Então me afastei um pouco do meio da multidão para observá-lo de longe, deixei Clare lá, ela estava muito alegre. Passei a prestar mais atenção no garoto de que em Clare, ele se movia de um jeito que prendia minha atenção. O observei por um bom tempo. Ele me encontrou e sutilmente, foi se aproximando. Prestei tanta atenção no garoto, que nem reparei que Clare estava bebendo demais, ela estava tonta e me gritando “Sr. James”.

Fui até ela, ela estava realmente mal.

— Clare!

— Sr. James!

— Clare vamos embora, você parece estar bem bêbada.

— Will, vamos dançar! — ela estava realmente mal, seu hálito exalava álcool.

Ela caiu no chão, para minha incrível surpresa, o garoto loiro apareceu do meu lado, oferecendo ajuda para levantar ela.

— Bebeu demais? — sua voz era suave.

Fiz que sim com a cabeça. Ele então me ajudou a levar ela para fora da boate. Fomos até a casa da Clare, ele poderia fazer todo o tipo de mal para nós, mas eu o permiti ir comigo, deixamos ela no banho e ficamos conversando. Seu nome era Robert e ele não morava tão distante, tinha vinte e sete anos e tinha olhos castanhos cor de mel, que não me deixavam tirar a atenção, as linhas de seu rosto eram firmes e bem desenhadas. Nossa conversa estava durando, ele me contou que era professor e ia me falar sobre uma viagem que fez a Veneza, mas ele percebeu que já passava da hora e foi embora, me deixando lá cuidando de Clare.


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Notas finais do capítulo

¹ Virgin on the beach é um drink sem álcool, variação do famoso drink álcoolico Sex on the beach



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