O resgate de Hermione escrita por Angel Black


Capítulo 11
Fuga!




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A manhã invadiu o quarto de Hermione sem que ela pudesse organizar os pensamentos sobre o que havia acontecido na noite anterior. Ela e Malfoy haviam se beijado! Ela e Malfoy! Alguma coisa estava muito errada nesse história. Como poderia dois inimigos declarados desde Hogwarts trocarem uma carícia íntima como aquela. Era óbvio que o beijo fora breve, rápido, superficial... mas de fato, ela sentira o gosto dos lábios de Malfoy nos seus!!!

O pior de tudo nem foi o fato de terem se beijado. O pior era que... ela o havia deixado. Mais do que isso. Ela desejou que ele continuasse a carícia, levando-a, quem sabe, a uma noite de amor? De fato, aquilo estava muito errado.... MUITO errado.

Fora o vinho. O vinho era o culpado. Talvez o próprio Malfoy tivesse misturado alguma poção alucinógena no vinho. Ela sabia que ele possuía esse tipo de recurso. É... Deveria ser isso. Só isso explicaria o seu comportamento.

Maldito Malfoy!!! Pelo milionésima vez... Maldito Malfoy!!!

Pensou Hermione, esmurrando o travesseiro com a mão.

Essa guerra psicológica, ele estava vencendo. Quebrando pouco a pouco suas defesas e pelo andar da carruagem, terminaria sendo sua escrava sexual. Maldito Malfoy e sua mente pervertida.

Sem ter pregado o olho na noite anterior, Hermione tentaria dormir um pouco naquela manhã, sabendo que o costume de Malfoy era sair bem cedo com Jamanta para ir à caça de Valashei, mas escutou um estranho barulho no quarto ao lado e ficou em alerta.

Escutou uma discussão e levantou-se curiosa, entreabrindo a porta, só o suficiente para entender o que acontecia. Os dois capangas que a vigiavam, estavam diante da porta dela, mas estava concentrados com o que acontecia lá embaixo no saguão.

Quando ela estava prestes a sair do quarto, escutou a voz de Harry e apurou os ouvidos para saber o que ele dizia:

– Eu tentei... tentei de todas as maneiras, mas Snape está resoluto, Malfoy – desculpava-se Harry. – Por favor, liberte Hermione. Snape pode olhar esse ato com bons olhos e finalmente dar a carta...

Hermione abriu só mais um pouquinho a porta para ver o rosto preocupado de seu amigo, conversando com um Malfoy que parecia indissolúvel e impassível.

– Ora, por favor... nem você acredita nisso, porque eu deveria acreditar? – falou Draco, com uma voz que revelava o desapontamento.

– Ela já sofreu de mais. Eu soube por Krum que ela foi torturada, Malfoy. Hermione deve estar apavorada com tudo o que está acontecendo. Ela não é culpada de nada, por favor...

– Você me deu sua palavra de que minha ficha seria limpa se eu resolvesse o seu ‘problema’ no ministério da Bulgária, Potter, mas você sabia o tempo todo que isso não iria acontecer. Por que eu lhe faria qualquer favor agora que tenho Hermione comigo. – esbravejou Malfoy.

– Dê-me mais uma semana... eu tentarei conseguir...

– Já lhe dei mais dias do que havíamos combinado. Quem você acha que eu sou, Potter? Saia daqui antes que eu mude de ideia e te mande de volta para Snape aos pedaços.

– Ora seu maldito!!!

Harry partiu para cima de Snape. Hermione assustou-se com o que poderia acontecer. Os capangas que estavam de vigia diante de sua porta desceram correndo as escadas e ajudaram Jamanta e Henriette a segurar Harry que queria a todo custo esmurrar Malfoy. Hermione abriu a porta e estava pronta para interferir se Draco resolvesse machucar Harry, mas parou de chofre, tentando pensar melhor.

– Tirem esse verme daqui antes que eu perca a minha paciência... – falou Malfoy, ajeitando a roupa que Harry havia amassado quando tentou agarrá-lo.

Malfoy não iria matar Harry. Não era o estilo dele matar Harry assim. Ele, com certeza, queria ver Harry sofrendo, mas não iria mata-lo. Até porque Malfoy sabia que matar Harry era condenar a si próprio à morte, sendo Harry o chefe dos Aurores e conselheiro pessoal do Ministro da Magia da Inglaterra. Já ela, contudo, não era mais do que uma auror. E agora que Draco sabia que seu plano de receber carta branca havia falhado, ela receberia toda o castigo e sua fúria.

Ela precisava fugir e era agora, enquanto Malfoy estava distraído.

Harry ainda lutava lá embaixo e como era forte acabou acertando Jamanta e estava causando problemas. Discretamente, Hermione deslizou pelas sombras do corredor, parando diante da porta do quarto de Malfoy, girando a maçaneta. Sua sorte estava melhorando: com a presença de Harry ali, Draco havia deixado a porta destrancada.

Hermione entrou rapidamente e fechou a porta atrás de si. O quarto estava na penumbra, mas não poderia acender uma luz ou uma vela para iluminar o seu caminho, pois poderia chamar a atenção. Ficou um tempinho ali parada, enquanto seus olhos se acostumavam com o ambiente em penumbra. Olhou adiante e viu uma lareira e era exatamente o que ela esperava encontrar. Correu para ela e verificou que sobre a lareira, havia pó-de-flu. Hermione sorriu, achando que aquela era a sua tábua de salvação, então algo chamou sua atenção e ergueu o um pouco mais o pescoço para ver o que era.

Levou um susto.

Era um quadroo. Um lindo quadro, belamente pintado. Reconheceu a figura do quadro imediatamente ao ver o seu sorriso como num reflexo. Era uma pintura dela. Na tela, Hermione usava um vestido branco, perolas no pescoço, um bonito coque e um véu de grinalda. Ela reconhecia a cena. Foi o dia do seu casamento com Rony Weasley. Ela não conseguiu terminar o casamento de qualquer forma, mas chegou a entrar na igreja.

Malfoy havia falado que estava presente e estava disfarçado. Ele deve ter tirado uma foto dela e depois mandado pintar uma tela, mas porque faria isso? Por que ele teria uma tela de de quase dois metros de Hermione vestida de noiva em seu quarto?

Não era um quadro qualquer, era uma pintura mágica. Hermione se movia na pintura. Seus cabelos se agitavam enquanto a figura tinha a cabeça virada para o lado levemente, como se estivesse curiosa com o que ela fazia. Lembrava a pintura da mulher-gorda que guardava a sala comunal da Grifinória em Hogwarts? Será que ela poderia falar como a mulher-gorda?

– Olá! – disse Hermione, num sussurro, não queria chamar a atenção de Malfoy ou dos outros.

– O que está tentando fazer? – falou o quadro, com uma nota de repreensão na sua voz.

– Fugir, é claro! – respondeu Hermione. – Se você sou eu, você deveria pensar como eu, ser eu em essência. O quadro dos diretores de Hogwarts são assim.

– Eu sou um resquício do que você é! – respondeu o quadro. – Mas devo ser mais inteligente!

– Como é? – perguntou Hermione, sem entender o despeito de seu retrato na pintura.

– Use a cabeça, Hermione real! Por que você está aqui? Porque Draco mantém você aqui?

– Ele é um maluco! Um psicopata! E agora que eu vi você, sei que ele é um maluco psicopata obcecado por mim. Você é um quadro. Não pode se machucar... já eu, pelo contrário, posso ser morta. O que você acha que ele vai fazer comigo agora que sabe que Snape jamais lhe dará a liberdade?

– Não sei, Granger... talvez te colocar numa máquina de tortura, o que você acha?

Hermione gelou, porque dessa vez era a voz de Malfoy. Ele havia acabado de entrar no quarto, estava a poucos metros de onde ela estava.

– Afaste-se dela lareira. Venha comigo e seja razoável. Você sabe que eu não vou machucar você. – ele disse, numa voz suave, embora Hermione. Ele estava pálido. Como se estivesse fora de si com a possibilidade da fuga dela. Não havia tempo a perder.

Mas Hermione não pensou duas vezes, agarrou um punhado de pó-de-flu e jogou-o na lareira no mesmo instante em que Malfoy correu até ela.

– Ministério da Magia!!! – gritou ela, assustada. Chegou a ver os braços de Malfoy tentando agarrá-la, mas no segundo depois, saiu da lareira sã e salva. Estava no Saguão de Entrada do Ministério da Magia, mas não no Ministério da Inglaterra e sim, do da Bulgária.

É claro... pensou Hermione, a rede de pó-de-flu não fazia longas distâncias e ela também não especificou qual o Ministério. De qualquer forma, esse era o único lugar da Bulgária que conhecia. Por isso, agradecida por estar em um lugar público, correu para um dos recepcionistas e falou:

– Por favor, preciso falar com o Ministro Krum, urgentemente! Sou Hermione Granger, representante do Ministério da Magia da Inglaterra e estou correndo perigo de vida! Draco Malfoy está atrás de mim!


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