O resgate de Hermione escrita por Angel Black


Capítulo 10
Planos




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Draco guiou Hermione novamente para o quarto que estava ocupando. Durante todo o trajeto, ela sentia a mão dele pousando em suas costas, como se para deixa-la sempre ciente de sua presença. Eles não trocaram nenhuma palavra, mas cada vez que ela erguia seu rosto para Malfoy, ele sorria agradavelmente.

– Chegamos! – disse ele, diante da porta do quarto. – Você pode sair de seu quarto sempre que quiser, Hermione. Pode andar pelos corredores, ir à Biblioteca e ao jardim. Você estará sempre acompanhada, para evitar qualquer... incidente. Você só não pode entrar no meu aposento, que é o quarto ao lado do seu.

Hermione olhou na direção em que ele apontava. O que poderia haver naquele quarto que o fazia proibido para ela? Não era de se pensar muito. Com certeza, Malfoy deveria ter uma lareira ligada à rede de pó-de-flu. E se isso fosse verdade, ela poderia sair daquele lugar para qualquer outro lugar, o problema é que aquele era o quarto DELE, onde ele repousava. E se saísse, com certeza o trancaria. Ela teria que arranjar outra forma de fugir de seu domínio.

– Vou deixar você descansar agora, Hermione. Se precisar de algo, não hesite em pedir. Se tiver alguma dor, há na gaveta do seu criado mudo um pouco de poção para amenizar o efeito da poção Cruzarium. Há alguma coisa que você gostaria nesse momento?

– Minha varinha? – perguntou ela, embora soubesse qual seria a resposta.

– Perdoe-me por isso, Hermione, mas ficarei com sua varinha por enquanto. Só para evitar qualquer...

– incidente... – completou ela, com um sorriso triste.

Os dias passaram mais depressa do que Hermione gostaria. Quando percebeu, uma semana já se havia passado. Neste prazo, ela parecia nova em folha, sem nenhum indício das dores no corpo, causada pela poção Cruzarium. Draco Malfoy era o perfeito anfitrião e sua estada em seu castelo seria agradável se não fosse pelo fato de ela ser uma prisioneira de um psicopata.

De modo algum Malfoy parecia um psicopata, mas afinal, eram assim os psicopatas, não? Belos, inteligentes, carismáticos, encantadores... e quando você menos espera, recebe uma adaga no coração, pensou Hermione tristemente, enquanto as horas passavam.

Draco, na verdade, aparecia muito pouco. Estava sempre numa missão com Jamanta. Mas Henriette e outros capangas vigiavam-na constantemente. Bastava abrir a porta do quarto para encontrar com algum vilão mal encarado. Eles, entretanto, não ousavam maltratá-la. Pelo contrário, tratavam-na com respeito. Era sempre: “Bom, Srta. Granger”, “Boa tarde, Ssta. Granger”, “Infelizmente a senhorita não pode entrar no quarto do Senhor Malfoy, Srta. Granger”.

Maldito Malfoy!!!

À noite, e só à noite, ele aparecia. Ela descia guiada por ele até a sala de jantar, onde havia sempre um prato diferente, com velas que flutuavam, deixando o ambiente encantador, como tudo naquele castelo. Quase sempre havia também um violoncelista tocando. Durante o tempo todo, Malfoy a observava como se quisesse devorar sua alma, descobrir cada segredo que houvesse em seu coração. E isso porque ele já sabia muito do que se passava em sua mente. O que Draco estava querendo com tudo isso? Ele não queria somente aprisiona-la, mas tortura-la psicologicamente, derrubar suas defesas, fazê-la confiar nele, fazê-la esquecer o que ele era: um criminoso insensível e instável.

Maldito Malfoy!

Numa noite, enquanto ele a guiava para o quarto após um maravilhoso jantar em que Hermione tomou alguns goles a mais de um vinho, ela se desiquilibrou no último andar da escadaria e cairia se ele não a segurasse.

– Parece que o vinho fez algum efeito – falou ele sorrindo, abraçando Hermione pelos ombros.

– O que você quer de mim, Malfoy? – perguntou ela, deixando-se envolver por aqueles braços. Ela não era acostumada a beber vinho e sentia a mente anuviada e o corpo leve.

– Você ficou bêbada só com dois copos de vinho, amor? – perguntou ele, com um ar zombeteiro, erguendo-a em seus braços.

Hermione não resistiu. O vinho fizera seu efeito, talvez unido a uma semana de inferno pela qual ela passava.

De qualquer forma, ao sentir o calor do corpo dele contra o seu, Hermione teve uma estranha e talvez falsa sensação de proteção e envolveu o pescoço dele, descansando a cabeça em seus ombros largos.

Ela deveria desvencilhar-se de seus braços não aconchegar-se deles, mas naquele instante, tudo o que podia pensar é que poderia morar no colo de Malfoy por toda a eternidade, o que era algo extremamente estranho de se pensar.

– Vamos evitar vinhos de agora em diante. – disse ele, virando a cabeça para colocar sua bochecha contra a testa dela, embalando-a docemente até o quarto.

– Por que é assim comigo, Draco? – perguntou Hermione, com a voz um pouco enrolada.

– Assim como, Hermione? – indagou ele, colocando-a sobre os lençóis da cama e depois cobrindo-a com a colcha.

– Por que é gentil e carinhoso, quando eu sei que está planejando algo horrível para o meu destino...

Hermione se arrependeu de ter dito aquelas palavras. Provavelmente era culpa do vinho, mas não conseguiu segurá-las e agora o pior já havia sido feito. Ela viu que alguma coisa havia se operado no rosto de Malfoy, uma sombra lhe transpassara o rosto e seus olhos se tornaram mais azuis, mais intensos, mais profundos.

– Você realmente não sabe nada sobre mim e sobre o que planejo, amor... – disse ele, num sussurro, se aproximando, se aproximando... enquanto ela segurava a respiração em antecipação do que ele poderia fazer. Quem sabe estrangulá-la com as próprias mãos? Quem sabe sufocá-la com o travesseiro, ou esmagar seu cérebro com um soco... tantas opções... só não podia imaginar que ele seguraria seu rosto com as mãos, acariciaria sua pele com a ponta dos dedos e depois tocaria seus lábios com os seus.

Hermione estremeceu no instante que seus lábios se tocaram. Pensou que poderia afastá-lo, que poderia lutar com ele, mas seu corpo lhe traía, pois ela sentiu uma estranha sensação de calor e energia perpassando a espinha. Era um beijo doce e suave, mas apesar de Hermione desejar ardentemente que aquele toque se eternizasse, Malfoy encerrou o contato, passando um polegar sobre os lábios de Hermione.

– De fato, vamos evitar vinho daqui pra frente – disse ele, sorrindo e depois se levantou. – Desculpe-me por isso, Granger. Vou deixa-la descansar agora.

Mas Hermione não conseguiria mais dormir naquele dia.


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