O resgate de Hermione escrita por Angel Black


Capítulo 12
Tramas




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– Herrmionine...! – exclamou Victor Krum, com seu forte sotaque búlgaro, assim que Hermione recebeu a autorização para entrar no escritório do Ministro.

– Oh, Victor... é tão bom ver você! – disse Hermione abraçando Krum que a apertou em seus braços.

– Estava tão preocupado!!! Arry Potter... disse que você foi sequestrada por Malfoy!

– Sim, Victor. Deus do Céu! Escapei por muito pouco, mas tenho medo que Draco ainda esteja atrás de mim. – disse ela, afastando-se dele. - Você precisa me ajudar a fugir. Preciso ir para Londres, para o Ministério da Magia de lá. Preciso de uma chave de portal. Você pode me ajudar?

– Sim, sim, claro! – falou Krum. – Sente-se Hermione, vou ajudar você. Primeiro, acho que seria bom mandar uma coruja para Harry, para avisar que você conseguiu escapar.

– É uma ótima ideia, Krum! A última vez que vi Harry, ele estava no castelo de Malfoy e tenho medo que ainda esteja lá. Draco queria que Harry fosse embora, mas se Harry não conseguiu sair de lá, antes de eu ter fugido, temo que Malfoy sequestre Harry como fez comigo.

Enquanto Hermione se sentava, Krum escreveu um bilhete rapidamente, dobrando-o duas vezes.

– Vou enviar a coruja imediatamente! – disse ele, saindo pela porta lateral, deixando Hermione sozinha, contemplando a sala do Ministro. Ela já esteve ali antes. Bem antes de Valashei invadir o Ministério. Se arrependimento matasse! Hermione jamais deveria ter vindo sozinha para o Ministério da Bulgária. Ela conhecia Malfoy, perseguiu-o durante anos e sabia que se Valashei era seu inimigo, com certeza, havia perigo em seu caminho. Teimou com Harry e com Rony que, apesar dos anos terem passado, ainda sentiam ciúmes de Victor Krum que, de famoso jogador de Quadribol, passou a ser um respeitado político em seu país.

Infelizmente para ambos, Krum foi incapaz de deter a expansão de criminosos como Valashei e Malfoy em seu país e agora ambos corriam perigo.

A primeira coisa que Hermione precisava fazer era chegar até o Ministério da Inglaterra. Então, com o apoio de Harry e Snape, ela montaria a melhor equipe de Aurores para poder conter aquela crise. Se não pudesse conter a situação na Bulgária, Hermione não tinha dúvidas de que o poder dos criminosos se espalharia por toda a Europa.

Se o período que esteve com Malfoy serviu para alguma coisa, foi para lhe dizer que ele era muito mais astuto do que imaginava. Ele pensava suas estratégias como quem elabora ataques e defesas num jogo de Xadrez. Se quisesse vencê-lo, ela deveria ser mais esperta. Entretanto, ela tinha dificuldades em racionalizar as coisas na presença dele. Ele mexia com ela de uma forma estranha. Nunca sentiu nada como o que sentira nos braços dele e isso depunha contra ela. Jamais o venceria se deixasse ele influenciar seus pensamentos e seus sentimentos.

Precisava lutar contra aquilo. Sentia-se nervosa. Sentia-se impaciente. Sentia-se com medo e confusa.... sentia que o amava!

Hermione se assustou com o próprio pensamento. Não... ela não o amava. Não podia amar a um bandido, um criminoso. Como poderia? Ela era uma auror. Hermione enterrou o rosto nas palmas de sua mão e sem que pudesse controlar a si própria começou a chorar. As lágrimas simplesmente brotaram de seus olhos como se tivesse vida própria. Enxugou-as rapidamente, com medo que Krum a visse daquela forma.

Tentou controlar a respiração, inspirando e respirando fundo, tentando se acalmar. Era óbvio que ela estava abalada. Ela foi torturada fisicamente por Valashei e psicologicamente por Malfoy. Era normal que ela estivesse um trapo humano. Respire, Hermione, disse ela a si mesma.

Ela iria para casa agora! Estava livre para voltar para seu apartamento em Londres. Para seu gato Kikins e sua coruja Vella. Voltaria para sua vida de auror. Sua vida cotidiana. Sua vida sem Draco. Sem bibliotecas infinitas e jardins encantados. E o que era aquele quadro metido a besta de si mesma? Malfoy era louco. Completamente louco. Era obcecado por ela, como não percebeu isso antes? Ele nunca intencionou devolvê-la a Harry em troca da liberdade, porque Malfoy não se importava com a liberdade. Não fora ele livre durante toda a vida, mesmo sendo um dos criminosos mais procurados do mundo? Ele não ia e vinha para qualquer canto, até mesmo para Londres, sem se importar em ser caçado por Hermione ou pelos Dementadores de Azkaban. Não era a liberdade que Malfoy queria. Era ela, Hermione!

Não... isso era muito estranho. Eles eram inimigos. Ele mesmo havia admitido isso: que eram inimigos. Se ele era obcecado por ela, era para conhece-la profundamente, saber suas fraquezas e, pelo jeito, ele conhecia sua mais profunda fraqueza. Ele sabia da história do seu pai... o que mais ele poderia saber? Saberia ele que Hermione era a culpada pela morte do próprio pai?

– Hermione...? – Krum retornou ao Gabinete, tirando-a de seu devaneio. – Já mandei uma coruja para Arry. Vou leva-la até minha casa. Tenho diversas chaves de portal para Londres.

– Para sua casa? Eu pretendia ir embora agora! – falou Hermione, com urgência – Você não tem nenhuma chave de portal aqui?

– Talvez sim, mas muita coisa foi destruída com a invasão de Valashei e acho que seria melhor tirá-la daqui o quanto antes. Se Malfoy conseguiu invadir o Ministério antes, ele pode tentar de novo e não podemos deixar que ele coloque suas mãos em você. Você estará mais segura comigo, na minha casa.

– Acho que você tem razão... – falou Hermione, um pouco impaciente. Não queria ficar mais tempo ali.

– Venha, então...

Hermione segurou a mão de Krum que a puxou para a lareira. Segundos depois, os dois surgiram numa bonita sala de estar.

– Bem vinda à minha casa! – disse Victor, com um sorriso. – Venha...

Hermione seguiu Victor por um corredor até um belo saguão de entrada. A casa de Victor Krum não era nem de longe tão encantadora quanto o castelo de Malfoy, nem tão grande também, mas era muito mais luxuosa do que seu humilde apartamento em Londres.

– Venha, tenho uma chave de portal em meu quarto. – disse Krum, puxando-a em direção à uma escadaria, mas Hermione largou a mão de Victor.

– Não, Krum, prefiro aguardar aqui em baixo. Eu realmente tenho pressa em sair da Bulgária, espero que não se ofenda. Eu prometo que voltarei assim que conseguir montar uma equipe, mas por hora, eu realmente preciso ir para casa.

– Como quiser... – respondeu Krum, levemente irritado. Hermione não queria irritar Victor, mas sua prioridade era sair dali o quanto antes.

– E, Victor, preciso de uma varinha. Se tiver uma varinha sobressalente...

– Sim, claro.

Victor subiu as escadas, sumindo no andar superior, enquanto Hermione batia os pés impaciente, mordiscando seu lábio inferior. A casa de Krum era muito bonita, gostaria de poder visita-lo com calma num momento posterior. Gostava de Victor desde o tempo de Hogwarts. Era uma amizade que gostaria de estreitar, mas sua situação atual, impedia de ter uma relação mais profunda com Victor.

Enquanto aguardava, escutou um estranho barulho vindo do corredor por onde ela mesma viera. Ela olhou para ver o que acontecia. Escutou passos se aproximando e imaginou quem poderia ser. Quando as pessoas surgiram no saguão de entrada, Hermione petrificou. Tinha medo que fosse Malfoy, mas não era. Pelo contrário, pelo muito contrário: era Valashei, com uma recém cicatriz na face direita, e seus capangas mal encarados.

– Ora, ora... se não é Hermione Granger!!!

Hermione correu para as escadas, sabendo que Valashei tentaria segui-la, mas isso não aconteceu. Ele ficou parado lá, enquanto ela se desesperava, tropeçando em alguns degraus. Ela surgiu num corredor no andar superior, gritando o nome de Krum aos berros. Quando ele surgiu de um dos quartos, Hermione correu em sua direção.

– Valashei está aqui... me dê uma varinha, agora!!

Mas Krum não se moveu.

– Krum!!! Valashei está aqui!!! – disse ela, segurando Krum pela lapela do manto de bruxo.

– Hermionine... – disse Krum, agarrando seus braços. – Eu chamei Valashei! A coruja que eu mandei era para ele.

– Você está louco? Já esqueceu o que ele fez com você no Ministério? Precisamos lutar ou fugir... – gritou Hermione, tentando se livrar das mãos de Krum.

– Aquilo foi necessário. Para que ninguém suspeitasse que eu estava envolvido! – explicou Krum, para a supresa de Hermione.

Ela arregalou os olhos. De repente, a consciência do que estava acontecendo lhe caiu sobre os ombros.

Valashei queria destruir Malfoy.

Hermione viera para Bulgária a pedido de Victor Krum.

Ela era uma isca. Sempre fora um isca.

– Victor... por favor, eu imploro. – disse ela, sentindo os olhos arderem. – Valashei irá me matar... vai matar você também.

– Você não entende, Hermione. – disse Krum. – Eu fiz isso pra que nós pudéssemos ficar juntos...

– Ela não poderia entender, Krum. – era a voz de Valashei. Ele havia despontado no andar superior, apontando uma varinha para ela. – Até pouco tempo, Malfoy sempre controlou o Ministério da Bulgária, assim como faz em outros países. Por causa dele, minha mulher está morta. Quando eu o destruir, eu tomarei o Ministério de todos os países. Eu vou contaminar todos os lençóis freáticos com a poção Cruzarium. Quando as pessoas implorarem por misericórdia, eu serei seu líder supremo. Ninguém mais ficará no meu caminho.

– Você é louco, Valashei. E você, Krum? Como pode estar ajudando esse maluco? Você é o ministro agora. As pessoas dependem de você. Precisam da sua proteção.

– Isso foi a parte mais fácil do acordo. – continuou Valashei a explicar. - Assim como Malfoy, Krum é obcecado por você.

– Eu vou amá-la como aquele Weasley jamais seria capaz de amá-la, minha querrida! – falou Krum, tentando envolve-la em seus braços, mas Hermione se afastou, ficando entre Krum e Valashei. – Wesley e Malfoy jamais poderiam amá-la tanto quanto eu... Você é minha, Hermionine...

– Victor... você é um homem bom, um homem justo. Pense no que está fazendo! Ajude-me, por favor...

– Eu estou ajudando, querrida... quando Valashei for o novo Lorde das Trevas... nós seremos como reis... teremos tudo o que quisermos...

– Eu jamais ficaria com você... – falou Hermione, sentindo asco quando ele fez menção em se aproximar dela.

– Você será minha, quer queira... quer não!

Krum se aproximou ameaçadoramente, mas Hermione, sem varinha ou qualquer outra forma de defesa, fez a única coisa que lhe cabia: fechou a mão e guiou o punho até os olhos de Krum. Aturdido, Victor cai desajeitado, deixando o único caminho livre para Hermione. Ela correu pelo corredor, sem saber para onde ir. Pensou que poderia encontrar um quarto com uma lareira.

Poderia voltar ao Ministério da Bulgária e tentar denunciar o plano de Krum e Valashei e invadiu um dos aposentou. Estava quase chegando a lareira, quando algo a atingiu nas costas e ela caiu, sentindo o corpo disparar em dores: estava sendo amaldiçoada com o imperdoável Crucious!

– Segurem ela! – ordenou Krum, segundos depois.

Dois capangas surgiram no quarto seguraram Hermione. Ela tentou lutar, arranhar, morder, qualquer coisa que pudesse fazê-los desistir, mas eles eram fortes e ela estava indefesa sem sua varinha.

Eles a jogaram sobre a cama e amarraram seus pés e suas mãos nos postes do dossel. Em desespero, ela tentava a todo custo se soltar, mas era em vão.

– Deixem-nos a sós, agora! – falou Victor, com um estranho tom de voz.

Hermione olhou para ele com medo. Ele parecia completamente fora de sim.

– Victor por favor... – implorou ela, sentindo as lágrimas verterem novamente por seu rosto.

– Eu seria gentil com você, querrida... mas acho que você precisa de uma lição. Quanto mais resistir, mais doloroso será!!!

“Meu Deus”, pensou Hermione, sentindo o corpo todo tremer, enquanto Krum se aproximava retirando seu manto, retirando a gravata e a camisa...

– Com o tempo... você aprenderá a me amar... ou se arrependerá se não o fizer...


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