Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Muitíssimo obrigada pelos comentários tão calorosos e inspiradores! Espero que todos tenham tido um ótimo dia de Páscoa! Espero que gostem do capítulo....



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CAPÍTULO IV

A cada passo que Leah dera sobre a areia, parecia que seus pés iriam a prender na terra, como se fossem criar raízes e a deixassem parada ali para sempre. Ela sabia o que aquilo se chamava; nervosismo.

Não havia nunca suado tantos as mãos em um período de tempo tão curto. Conhecer Isabella a deixava tão tensa quanto animada… Vinham tantos prós e contras sobre a primeira abordagem, e o que a primeira abordagem lhe proporcionaria… Mas mesmo assim, Leah seguia em frente.

Tropeçar não era de seu feitio, o que a deixava mais nervosa ainda.

Por cerca de cinco segundos, Leah parou para respirar e então, continuou.

Bella continuava sentada na areia, olhando a água cinzenta se movimentar em suaves ondas. Leah tentou ser tão suave quanto às ondas quase invisíveis:

― Posso sentar? ― Bella ergueu o rosto e encarou a garota de quase dois metros de altura. Leah sentia falta de seus 1,60m, gostava daquela altura e do tamanho de seus sapatos; não estava acostumada a usar um sapato maior de quarenta e a ter um metro e oitenta e dois.

Quando Bella viu aqueles olhos negros e aquelas maçãs do rosto bem definidas, no mesmo instante identificou: Leah, a namorada do Jake.

O jato de irritação foi inevitável e seu rosto ficou levemente ruborizado, ruborizado de raiva. Bella assentiu e continuou a mexer nervosamente naquela pulseirinha de ouro que havia encontrado na mochila. Leah permitiu que um sorriso se esticasse sobre seus lábios carnudos.

Leah tinha um belo sorriso. Os lábios carnudos diminuíam drasticamente quando se esticavam e seu sorriso exibia uma carreira perfeita e branca de dentes bem retos, chegavam a ser invejáveis de tão perfeitinhos.

Leah sentou-se ao no lado esquerdo e esticou levemente as pernas sobre a areia e então, disse:

― Deve estar chato aqui sem companhia. ― Bella suspirou.

― Não tanto quanto parece. ― deu de ombros levemente. Quis ser mais delicada e dizer um sim; soltando uma risadinha constrangida, mas apenas conseguiu falar isso. E novamente, aquela pergunta martelou nas profundezas de sua mente: Por que Jake namorava Leah?

― É mesmo? ― Bella soltou o ar aliviada; Leah parecia não ter notado o quão cítrica Bella fora.

― Sim. ― sorriu levemente constrangida e Leah sorriu junto, mexendo a cabeça.

― Acho que ainda não nos conhecemos… ― Leah olhou para Bella e Bella para Leah. ― Eu sou Leah.

― Eu sei ― Leah ergueu uma sobrancelha. ― É que eu ouvi Jacob aquele dia… ― Bella parou quando notou que podia sair por intrometida quando escutou a briga deles, na verdade, ele havia escutado apenas o Leah saindo da boca de Jacob e de resto, identificado que brigavam.

― Ah… ― Leah virou o rosto, voltando a encarar o horizonte. ― O Black.

Black? ― questionou Bella.

― Sim ― Leah coçou o joelho por cima dos jeans. ―; chamo pelo sobrenome idiotas.

Idiotas… ― Bella soltou uma risada baixa, surpresa com aquilo. Leah riu junto quando escutou o quão prazerosa era a risada de Bella, algo que ela desejava poder escutar eternamente. ― Achei que fossem namorados. ― Bella deixou escapar as quatros palavras e Leah deixou seu olhar de transformar de risonho para azedo.

― Eu e Jacob? ― Bella ruborizou mais e concordou. Leah franziu os lábios e virou para frente. ― Argh!

― Desculpa se te ofendi…

― Não, mas nem que Jacob fosse a ultima pessoa viva do universo… ― Bella pressionou os lábios em um ato de nervosismo. Leah olhou Bella outra vez, fixando o olhar nos olhos de Bella e então, inclinou-se levemente, abaixando o tom de voz: ― Não gosto de cachorros. ― Bella soltou uma risada que exalava alivio.

― Achei que fosse do bando também. ― Leah fingiu estar ofendida.

― Está me chamando de cadela? ― Bella arregalou os olhos, pensando rapidamente num pedido de desculpas razoável. Leah explodiu em uma risada altíssima e afagou a mão de Bella que estava parada em seu próprio joelho. O toque foi curto e gostoso, leve e quente.

Mas quando a mão de Leah encostou na de Bella, houve o que parecia uma corrente elétrica passando pelas duas, suave, mas perceptível. Mas a sensação não foi ruim, foi como um jato de felicidade.

― Relaxa, estou brincando ― Leah piscou e tirou a mão da de Bella. Bella respirou profundamente, e concordou. ― E não precisava se apresentar, sei que é Isabella… ― Leah falou isso, tentando amenizar Bella. Bella sorriu.

Apenas Bella.

Bella… ― pensou Leah. Na verdade Leah já sabia disto, mas iria ser grosseiro falar que já sabia, afinal, a primeira impressão é a que fica e Leah, também queria um motivo para continuar o assunto; não saber o apelido parecia uma boa tática. ― Gostei.

Bella iria falar no momento em que abriu a boca, mas seu telefone apitou. Uma mensagem:

Tem uma colega sua aqui em casa, Bella. Venha mais cedo.

Era incomum Charlie mandar mensagens, mas se havia mandado era porque realmente precisava de Bella em casa. Bella suspirou e guardou o celular no bolso da calça.

― Preciso ir. ― Leah acompanhou com o olhar o corpo de Bella erguendo-se do chão rapidamente, tão rápida e apressada que não notou a velha pulseira de ouro caindo de sua mão esquerda, nem Leah notou aquilo. ― Foi legal falar com você, Leah.

― Igualmente, Bella ― soara tão bonita a palavra em sua boca.

― Vou indo agora. ― Bella deu um breve tchau a Leah e começou a caminhar em direção a sua picape. Leah ficou olhando para ela, suavemente enquanto entrava no velho carro, quando deu a partida e quando sumiu de sua vista.

A conversação havia sido curta, bem que poderia ter sido maior, mas fora boa. Meio quebra gelo, mas boa, muito boa. Leah riu sozinha e virou-se para frente, olhando a água e as crianças correndo perto das ondas que chegavam a areia.

Havia dado certo.

A onde ricocheteou na pedra cinza e deu um impacto grande, dando um som de algo se arrastando.

O sol que havia aparecido por minutos raros, desapareceu completamente, deixando as nuvens cinzentas como donas da região. Mas, enquanto o sol se abaixava algo brilhoso refletiu e Leah olhou para o chão, vendo uma pequena pulseirinha de ouro e no mesmo segundo, sem duvidas, soube que era de Isabella Swan.

***

― Você estava com Bella? ― Sam ergueu o lábio superior, soltando um grunhido irritado. Leah, que estava sentada ao lado de Embry no sofá da casa de Emily, deu de ombros e Sam rosnou. ― Achei que tivesse entendido que era para manter distância dela…

― Por que Jacob não mantem? ― Leah enrolou no dedo a pulseirinha de ouro.

― Não é a mesma situação… ― Leah levantou-se, protestando:

― Se eu não posso, ele não pode ― olhou acusadoramente para Jacob.

― Leah… ― começou Sam e Leah suspirou.

― Quer saber, Sam? Eu não vou ficar longe dela! ― os dentes de Samuel rangeram. ― Passei à tarde com ela e não me arrependo! E não será você que me impedirá de ficar outras tardes com ela! ― Leah virou as costas, começando a caminhar em direção à saída.

― Não ouse sair daqui, Leah. ― ordenou Sam, e Leah travou quando estava perto da soleira da porta.

A ordem do alfa era uma das coisas mais fortes que existia, mas mesmo assim, não conseguia ser mais forte do que a ordem do imprinting.

Leah virou-se lentamente, olhando o alfa que parecia endiabrado.

― Agora é uma ordem Leah. ― disse ele. ― Eu mando aqui.

― Eu saio da matilha ― disse Leah instantaneamente, tomada pela emoção do momento. O rosto de Sam se contorceu em uma careta amarga. ― Pode ter durado pouco, mas não vou negar a mim mais nenhum segundo longe de Isabella Swan ― todos na sala encaravam Leah seriamente. ― Tô fora dessa, Samuel.

― Não. ― Sam foi até Leah, segurando-a bruscamente pelo braço. Leah gemeu de dor quando os dedos de Sam afundaram-se na sua carne. Leah não era como os rapazes da matilha, Leah tinha um corpo magro e não tomado de massa muscular e mesmo que ela fosse forte, ela ainda sentia dor como qualquer garota.

Leah tentou afrouxar o aperto, mas Sam apenas apertou mais ainda, o olhar tornando-se doente, maníaco.

Eu. Não. Vou. Deixar. Você. Largar. A. Matilha. Leah. ― a voz de Sam chiou roucamente. Leah gritou de dor e chutou as canelas de Sam com o máximo de força que conseguia no momento. Sam afrouxou o aperto e Leah esmurrou Sam até o ponto de solta-la totalmente.

― Eu não vou ficar aqui mais nem um minuto! ― Sam agarrou Leah pelos ombros.

― Solta ela! ― Seth se impôs e Sam se virou, encarando Seth com descrença. ― Deixa ela, Sam.

― Não se intrometa, Seth. ― mandou Sam e voltou sua atenção para Leah. Seth rangeu os dentes com uma força incrível, tremendo levemente e chamando a atenção de Sam novamente. Leah, sem deixar de aproveitar um único segundo, tentou se libertar de Sam. Sam virou-se agilmente e tentou prender Leah outra vez, mas Leah foi mais rápida e socou a cara de Sam, exatamente do queixo para cima e no mesmo tempo, a pulseirinha de ouro voou longe.

Sam cambaleou para trás, mais ofendido do que dolorido. Leah ignorou aquilo e olhou para os lados, apressadamente e então começou a sentir sua pele queimando e em seguida veio à sensação de seus ossos estarem-se multiplicando; explodindo assim Leah naquela bola de pelos cinzas.

Seu rabo ainda estava sem rumo e acabou por acertar uma prateleira enquanto seu corpo se debatia na porta apertada. Sam deu um passo para trás e Leah deu uma rebolada para trás, saindo da casa.

Leah olhou brevemente Sam e deu um ultimo rosnado antes de sair correndo.


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Notas finais do capítulo

Como ficou?
Bom? Gostaram? Não?
Sabem que preciso de comentários, certo?
Obrigada!