Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 26
Capítulo XXV


Notas iniciais do capítulo

Olá! Primeiramente, gostaria de agradecer pelos comentários tão doces e divertidos! Vocês são os melhores e fazem eu me sentir incrível! Obrigada! Seguidamente, gostaria de dizer que esse capítulo é especialmente dedicado a todos os leitores de Leah e Bella! Obrigada por me apoiar nessa aventura literária!
Boa leitura!



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CAPÍTULO XXV

― Sabe… Eu realmente fiquei surpresa com a reação de Charlie. ― comentou Leah Clearwater, deslizando os dedos pelos cabelos castanhos de Bella e separando-os em três porções iguais. Bella virou parte do rosto, olhando a loba de esguelha. ― Não que eu achasse que Charlie era uma pessoa ruim, mas não esperava que ele reagisse tão… Naturalmente.

― Também ficou assim na hora de contar para Sue?

― Não. ― Leah negou. ― Sue sempre soube que você era o meu imprinting. Sempre esteve na expectativa que eu fosse sua melhor amiga ou sua namorada. ― Leah deu de ombros sutilmente, puxando um pouco mais de cabelo para a mecha central.

― Não pode ser as duas ao mesmo tempo?

Leah riu baixinho.

― Obrigada pela confiança. ― sussurrou Leah antes de se inclinar levemente sobre Bella, equilibrando-se no colchão e beijando-lhe o canto do rosto. Bella sorriu. Leah começou a trançar calmamente os cabelos de Isabella.

Era belamente delicado e amoroso aquele momento. Bella sempre se memorara de puxões dolorosos e ardências na cabeça na hora de fazer uma trança, mas com Leah parecia tão fácil. Era natural a forma com ela que corria os dedos pelos longos cabelos de Bella, trançando-os com perfeição. Chegava a ser invejável o talento de Leah para tranças.

― Isso chega a ser meio cômico. ― falou Bella quando Leah penteou com a ponta dos dedos alguns fios. ― Afinal, já são 23h e eu não vou fazer nada além de dormir daqui a pouco. Sua obra de arte será desmanchada pelo travesseiro.

― Amanhã eu faço outra. ― Leah voltou a trançar os cabelos de Bella. ― E segunda. E terça. Quarta. Quinta. ― um sorrisinho bailou pelos lábios da loba Clearwater. ― E sempre que você quiser.

― Isso é tentador. ― confessou Bella. ― O que mais você sabe fazer?

Leah parou de trançar.

― Muitas coisas, meu bem. ― respondeu ela, num tom mais malicioso. Levou cerca de três segundos para que as duas compartilhassem das mesmas risadas. Leah soltou outra risadinha e voltou ao trabalho. Tediosamente, lá fora Sianoah brincava em fazer desenhos na lama.

― Sei que sou campeã em fazer isso, mas é inevitável e eu quero deixar tudo bem claro. ― murmurou Bella, quase num resmungo. Leah esticou-se para o para o lado, espiando as feições de Bella. ― Edward voltou na hora errada, na verdade, ele não tinha hora certa para voltar. Simplesmente não tem mais espaço na minha vida. ― Leah não evitou um sorriso. ― E ele agiu como um idiota hoje com você, o que me deixa mais descrente com a desnecessária volta.

― Isso significa que… Eu posso matar ele? ― Leah jamais imaginou que falaria algo tão… Seth.

― Acho que matar já é um pouco demais. ― Leah bufou decepcionada.

― E se ele partir para cima de você?

― Não vai.

― Ah, tá bom. ― disse Leah com desgosto, tomando cuidado para não puxar com força demais os cabelos de Isabella. ― Então… ― Leah soltou os cabelos de Bella, colocando as mãos no lado do rosto numa pausa dramática. ― Me beije porque sou Marilyn Monroe!

Leah nunca esperou que um movimento tão certeiro e veloz viesse de Bella, porém, veio. Ela amava Bella, mas tinha que admitir que a garota fosse desastrosa. De uma forma ou de outra, Bella virou-se para Leah, empurrando-a e fazendo a loba ficar deitada, seguidamente juntando os lábios nos de Leah num beijo sedento. Como esperado, a garota Clearwater se entregou completamente aquele beijo. Bella subiu encima de Leah, ajeitando-se da forma mais confortável para as duas enquanto beijava-a.

Leah perdeu-se por completamente na doçura da boca de Isabella e ficou com os olhos fechados alguns segundos depois do beijo, deliciando-se com o sabor de Isabella. Abriu os olhos lentamente, encarando um carinhoso olhar castanho achocolatado.

― Você é muito teimosa, Srta. Monroe. ― Bella soltou um sorrisinho.

― Você não me deixou completar a replica. ― reclamou ela. Bella continuava olhando Leah com devoção quando se inclinou mais sobre ela, fazendo os narizes delas roçarem. ― Essa trança nunca mais será a mesma. ― Leah suspirou e com dois dedos desfez todo o resto da trança. Boa parte do cabelo de Bella caiu sobre seu rosto e Leah afastou com delicadeza, colocando uma mecha dos cabelos para trás da orelha da garota Swan.

― Amanhã você faz outra. ― Bella deu um selinho em Leah. ― E segunda. E terça. Quarta. Quinta. ― disse seguidamente. ― Sexta. Sábado… E sempre que eu pedir porque… ― Bella moldou os lábios de Leah com a ponta do dedo, fazendo a loba sorrir e adquirir um lindo tom rosado nas bochechas. Em todo esse tempo, Bella nunca vira Leah ruborizada e agora que via sabia que era uma das visões mais lindas de toda a face da terra. ― Edward não fará diferença na nossa vida. ― concluiu.

***

Domingo foi estranhamente calmo.

Nenhuma aparição de vampiros recém-criados. Nenhuma picuinha entre as matilhas. Nenhuma discussão entre Leah e sua matilha. Nenhuma visita súbita de Edward Cullen. Nada além de Leah e Bella juntas, trocando atos de amor. Nada além de Sia e Seth distantes todo o fim de semana (maldoso, mas era a forma corretiva que Leah tomara). Nada além de Quil e Jared suspirando entediados na floresta.

― Eu estava com tantaaaaaaaas saudades, Seth! ― quando saiu de seu quarto às sete horas da manhã, Leah escutou apenas o gritinho histérico de Sianoah no andar de baixo. Na madrugada de domingo para segunda-feira ficara com Seth na vigia da casa de Bella. Quando fecharam quatro da manhã, Jared apareceu e se ofereceu para ficar no lugar de Leah e Seth. Apesar de ter dormido apenas três horas, Leah não se sentia cansada e nem podia se dar tal luxo. Tinha armado secretamente um cronograma e queria cumpri-lo. Bella que a perdoasse, mas era uma medida de segurança.

Quando chegou a cozinha, Leah não se surpreendeu ao ver Sia empoleirada nas costas de Seth como um macaco, apertando-o contra si na desesperada expectativa de matar a saudade. Seth gargalhou alto e Sia, que estava com as pernas na volta de cintura de Seth, apertou-o ainda mais.

― Bom dia, querida. ― Sue, que ria da cena, ajeitou a mesa do café da manhã, acrescentando na mesa um prato com pedaços de bacon.

― Oi, mãe. ― Leah puxou uma caneca verde, andando na direção da cafeteira. Sia esticou o máximo que conseguiu o pescoço e então, deu pequenas mordidinhas na bochecha de Seth, o que fez Leah franzir o cenho e Seth gargalhar estrondosamente. Sempre que sentia falta de Bella costumava matar o sentimento beijando e abraçando Bella… Porém, nunca dera mordidinhas na bochecha da garota. ― Eu iria para um quarto se fosse vocês. ― aconselhou Leah.

― Acho que eles nunca mais sairiam. ― comentou Quil, entrando na cozinha e beijando o rosto de Sue. ― Oi, tia Sue.

― O que está fazendo aqui? ― questionou Leah. ― Quem está cuidando do território…

― Relaxa; só vim pegar algo para comer. ― Quil já ia puxar um pedaço de bacon quando Sue o repreendeu com o olhar.

― É muito cedo, Quil. ― Sue deu um tapinha no ombro do garoto. ― Filha, realmente vai acontecer alguma coisa se ele ficar mais quinze minutos para tomar o café da manhã?

E no final, todos tomaram café juntos.

Sia comia assustadoramente pouco, como um passarinho. Em consideração, Seth e Quil comiam como se fosse a ultima refeição da vida deles. Leah comeu o mais rápido que pôde, apressada demais para chegar cedo à casa de Bella.

― Leah? ― o rosto de Bella foi estampado por um sorriso surpreso quando encontrou a loba escorada na picape. Bella semicerrou os olhos. ― Você não deveria estar dormindo a essa hora? ― indagou preocupada, lembrando-se de que toda santa noite a garota Clearwater ficava lá, raramente tirando um curto cochilo.

― Saí mais cedo hoje de madrugada. ― explicou Leah. ― Achei que seria uma boa ideia te levar na escola hoje.

― Leah. ― disse Bella num tom constrangido, entendo os motivos da namorada. Leah respirou profundamente e andou até Bella, puxando dela a chave da picape.

― Tente entender o meu lado, Bella: a sua escola é repleta de babacas e acabou de voltar outro babaca… ― Leah passou o braço pelos ombros de Bella, guiando-a até o carro. ― Quero apenas quero seu bem.

***

Sobre a parte dos babacas, Leah estava certa.

No mesmo momento em que estacionou a picape e Bella desceu, Mike correu na direção de Bella. Leah, que estava quase com a cara no freio e que caçava a chave da picape no chão, franziu o cenho quando ouviu a voz do Newton.

― Estava pensando… ― mesmo não vendo a cena, Leah podia imaginar Mike Newton sorrindo sorrateiramente e se escorando na picape. ― Andei pensando sobre como a nossa relação está andando… ― nossa relação? Leah conteve o impulso de pular da picape e voar no pescoço do Newton. Será que ela estava tão escondida assim para Mike não notar a sua presença? Ou Mike era idiota a ponto de não ter entendido a mensagem que Leah quis passar ao quase quebrar a mão dele? ― E acho que poderíamos sair um dia desses. ― Bella sentiu seu estômago embrulhar.

Mike era tão bobo assim? Depois de tantos nãos, de tantas mensagens diretas e indiretas mostrando desinteresse, Mike continuava insistindo? Será que aquele garoto ainda não tinha se situado na terra?

Respirando profundamente, Leah conseguiu sair calma do carro. Girava entre os dedos a chave da picape e andava na direção de Bella e Mike com dureza, como se tivesse machucado uma das pernas. Talvez não estivesse tão calma assim. Mike Newton engoliu a seco no mesmo instante em que viu a Quileute.

― Leah. ― Mike tentou sorrir, tremendo levemente o lábio inferior.

― Hey, Mike! ― Leah deu um “tapinha” no ombro de Mike. Ele tentou sorrir outra vez e movimentou o ombro discretamente (tinha quase certeza de que tinha fraturado algum osso). Bella reprimiu uma risada e Leah sorriu para Mike, exibindo uma bela e perfeita carreira de dentes esbranquiçados. ― Como está?

― Humm… ― Mike tomou fôlego, ainda sem conseguir sorrir. ― Bem e… Você?

― Eu estou ótima. ― respondeu Leah, virando-se para Bella. ― Só vim para te devolver a chave… ― Bella pegou a chave das mãos de Leah, sorrindo grata. ― E dar um tchauzinho. ― antes que Bella pudesse reagir, Leah a puxou pela cintura. As respirações delas se mesclaram e Bella sentiu um agradável rubor subindo por toda a sua face. Foi rápido e delicioso. Leah simplesmente pressionou os lábios contra os de Bella, numa singela despedida. Enquanto movimentava os lábios, Leah sentiu que Mike Newton arregalava os olhos e que arregalava tanto que os olhos dele, possivelmente, saltariam do rosto a qualquer segundo. No mesmo instante em que distanciou os lábios dos de Bella, sentiu certa urgência em uni-los novamente. Era doloroso sair daquele lapso prazeroso.

― Eu vou indo, ok? ― Bella assentiu, porém, puxou Leah novamente, unindo-as em outro beijo. Precisava daquele beijo como precisava de oxigênio e não haveria quem a atrapalhasse naquele momento. Pouco se importava se estava no estacionamento da escola aos beijos como uma garota. Pouco se importava se Mike estava abismado com a cena. Pouco se importava com o que os outros falariam ou pensariam.

Apenas precisava de Leah. Simples assim.

― Nos vemos de noite. ― sussurrou Leah no ouvido de Bella antes de se distanciar. Encabulado, Mike Newton pigarreou e Bella o olhou.

― Legal que você encontrou alguém. Ela, ela… ― ele concordou consigo mesmo, tentando afastar a decepção. Bella sorriu pequeno, afinal, Mike não era tão idiota assim. ― Leah parece ser muito legal… ― comentou. ― E é bem gata. ― concluiu baixo o suficiente para Bella ouvir.

***

Por melhor atriz que fosse, Victoria não conseguia conter as caretas enquanto se vestia. Atrás dela, estendido preguiçosamente na cama de um motel barato, Riley sorria apaixonadamente e satisfeito. Victoria conteve o impulso de limpar a boca quando se memorou dos beijos dados por Riley.

― Estava pensando… ― Riley sentou-se na cama. ― Seria uma boa se Travis e Melissa fossem hoje a tarde. ― ultimamente, Riley sentia-se muito culpado por todas as mortes. Por todas aquelas crianças e por todos os pais desesperados que choravam esperando os filhos que nunca voltariam. Riley estava arrependido, mas não poderia decepcionar sua amada. Não, não… Deus que o livrasse daquilo! Jamais se perdoaria por magoar a ruiva. Por causa do arrependimento e do medo de decepcionar Victoria, Riley estava mandando os que ele mais havia, se assim dizer, se apegado. Queria distância dos que o mais comoveram. Achava que acelerando a morte deles sentiria menos remorso.

― Não. ― Victoria vestiu o suéter preto e andou apressadamente pelo quarto, pegando as botas e começando a calçá-las. ― Hoje não.

― Por que não?

― Porque eu vou hoje. ― Victoria nem olhou para Riley.

Riley franziu os lábios, quase rindo.

― Por que você iria hoje? ― indagou.

― Porque eu quero. ― respondeu ela, ríspida. Riley semicerrou os olhos. Por que Victoria estava tão mal humorada? O que ele havia feito de errado? Havia sido bruto demais na cama? Victoria, notando a expressão de Riley, terminou de calçar as botas e andou até ele, subindo no colo do garoto e tirando os cabelos dele de cima dos olhos. ― Apenas preciso conhecer mais o inimigo. ― ela deu de ombros e Riley deslizou as mãos pelos quadris de Victoria, que mentalmente, imaginou como seria arrancar aquela mão dele. ― Estamos tão próximos do final disso, Riley… ― Victoria acariciou o rosto de Riley que relaxou um pouco. ― E aquelas crianças são fracas demais…

― Mas, Victoria você mesma…

― Eu já expliquei a você, Riley. ― falou Victoria. Riley concordou lentamente. ― E se eu contar a uma delas o que estamos fazendo, teremos um verdadeiro motim. ― Riley riu roucamente com o termo utilizado pela mulher. ― E precisamos delas, por mais fracas que sejam.

― Bem… ― Riley aconchegou o rosto no vão de Victoria, que lhe segurou os cabelos. ― Eu posso ir para você.

― Não precisa. ― Victoria forçou um sorriso. ― Eu mesma vou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? Bom ou rim?
Lembrem-se de que os comentários incentivam a autora!
Obrigada!
Beijinhos da Cássia.