Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 24
Capítulo XXIII


Notas iniciais do capítulo

Eu nunca tive dificuldades em falar algo nas notas iniciais de um capítulo, mas hoje é diferente: eu simplesmente não acho palavras suficientes que narrem a perfeição de vocês, meus leitores! Desculpem-me pelo termo, mas vocês são fodas! Muito! Incríveis! Sério: obrigada por tudo. Os comentários foram lindos; inspiradores! Maria Clara Alkalinne, querida, obrigada por tudo: a recomendação foi encantadora e eu realmente amei! Obrigada!
Espero que gostem do capítulo XXIII, lembrando que hoje teremos o grande encontro de Leah, Bella & Edward. Espero que gostem!
Boa leitura!



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CAPÍTULO XXIII

― Que horas Charlie vai chegar? ― perguntou Leah Clearwater enquanto Isabella Swan lhe acariciava os cabelos. Bella riu baixo e abaixou o rosto no nível do de Leah, beijando-lhe o canto dos lábios. Não podia evitar pensar na perfeição que as duas emergiam: elas tinham o encaixe perfeito. Desde os lábios até os joelhos, que se encaixavam quando estavam deitadas na cama.

― Está pensando em pular pela janela? ― Leah enrolou uma mecha dos cabelos castanhos de Bella entre seus dedos e negou, sorrindo torto. Leah havia dado o mesmo sorriso depois que experimentara da pequena morte "la petite mort". Leah nunca imaginou que os franceses tivessem tanta razão. ― Acho que está na hora de deu te apresentar para o Charlie.

― Sério? ― Leah arqueou uma sobrancelha. Bella anuiu com a cabeça.

― Quer dizer, já estamos oficialmente juntas ― lembrou Bella. ― Sue já sabe. Seu irmão e toda a matilha também. Está na hora de Charlie saber.

― Conhecer o sogro? ― Bella revirou os olhos com o olhar amedrontado de Leah, e beliscou o braço da loba. Leah gargalhou alto.

― Como se você não conhecesse Charlie. ― Leah sentou-se na cama, as pernas encolhidas. Bella sentou-se também e observou a alça da regata de Leah escorregando pelo ombro: pela primeira vez, Bella achou uma roupa grande demais em Leah. Talvez porque não fosse exatamente uma regata a roupa. Um dia, aquilo havia sido uma camiseta, mas tivera as mangas arrancadas, resultando numa regata.

― Como Charlie irá reagir? ― questionou Leah. Bella suspirou e se inclinou, escorando os braços sobre os joelhos de Leah. ― Porque ele pode lidar bem como Sue fez ou fazer igual à velha…

― Charlie não é assim. ― interrompeu Bella. ― Acho que ele não vai ligar se a pessoa que eu amo é uma garota ou um garoto.

― Sou tão masculina assim? ― indagou Leah em um tom debochado.

― Não. Você não é masculina. ― Bella sorriu pequeno, negando. ― Você é teimosa. ― acrescentou ela. ― E qual seria o problema caso você fosse masculina? Ia continuar sendo a minha Leah.

― Ouvi falar uma vez que sempre há o 'homem' na relação. Uma de nós não deve ser ele? ― as duas riram juntas. Bella negou outra vez.

― Você quer ser o homem da relação? ― Leah gargalhou.

― Não.

― Eu também não. ― ela deu de ombros. ― Então, somos nós duas.

Leah se abaixou um pouco o rosto e juntou os lábios num suave beijo.

― Eu sei que isso possivelmente vai acabar com todo o clima… ― Leah beijou Bella outra vez. ― Mas eu, realmente, estou louca de fome! ― Bella riu novamente e beijou Leah pela última vez.

― Tudo bem. ― garantiu Bella. ― Também estou.

Era incrível como em uma hora tudo já havia sido feito na cozinha. Desde a comida ― primeira vez que Leah viu Bella comendo com vontade ― a limpeza. Além de perfeitas quando juntas, eram rápidas e econômicas. Algo que seria feito em duas e meia, havia sido reduzido para uma hora com o trabalho em conjunto. Leah não se surpreendeu quando viu que o relógio apontava 19h00min, o que ― segundo a humilde matemática de Leah ― mostrava que elas haviam ficado por duas horas no quarto e uma na cozinha.

― Vai ficar na ronda hoje? ― perguntou Bella, lamentando enquanto Leah guardava o último prato. Leah assentiu e Bella bufou.

― Prometo voltar ainda hoje. ― Leah abraçou Bella, aconchegando-a em seus braços quentes e confortáveis. ― Só que, na rua. ― Bella apertou Leah, respirando profundamente. ― Tudo vai ficar bem, amor.

― Eu sei. ― Bella encarou Leah. ― Apenas… Descobri-me extremamente dependendo de você, Leah Clearwater.

― Mais ainda? ― Leah piscou.

Bella concordou e puxou Leah contra si, aproximando os lábios dos de Leah. Era impossível não desejar beijar Leah Clearwater: a loba era atraente demais. Leah já sentia o formigamento da boca de Bella quando sentiu algo mais forte. Um ardência desagradável pelo seu nariz. Leah soltou Bella, deu dois passos para trás, virou o rosto e espirou baixo.

― Resfriada? ― Leah sentiu uma dor passar por toda sua espinha quando decifrou a ardência, compreendeu o cheiro extremamente doce que vinha da rua: vampiro. ― Leah?

Vampiro. ― e então, virou-se e correu na direção da porta. Não podia deixar nada machucar Bella, não deixaria. Jamais. Um uivado ecoou e Leah o reconheceu sendo de Sam… Será que ele estava a auxiliando? Avisando do perigo? Ou seria por outra razão? Leah não sabia. Apenas foi pelo impulso e abriu a porta:

O garoto de cabelos dourados semicerrou os olhos para Leah e franziu o nariz. A voz de Bella atrás de Leah apenas a fez confirmar o que já era certo.

― Edward. ― o rosto do vampiro iluminou-se e ele passou por Leah, empurrando-a com o ombro. Ela rosnou e Bella deu um passo cambaleante para trás quando Edward chegou perto. Ao contrário de sempre, Leah não se deliciou com o som das batidas do coração de Bella: Leah tinha a impressão que ele sairia pela boca da garota Swan a qualquer instante. ― O que vo-você está fazendo aqui?

***

― O que está acontecendo aqui? ― Victoria rugiu enraivada e puxou o jovem recém-criado pelo pescoço, o segurando no ar. Ele chutou e se debateu. Victoria mostrou os dentes para ele e desviou o olhar, observando rapidamente a garotinha no chão: cabelos loiros e sujos, lábios finos e olhos vermelhos. O recém-criado se debateu novamente e Victoria bufou entendida. O corpo do garoto estourou contra a parede e Victoria marchou até Riley, que segurava uma garota no ombro enquanto afastava outra com a mão. ― Isso está saindo do controle, Riley!

― Eu estou tentando, Victoria. ― resmungou ele, empurrando com brutalidade a garotinha que ele tanto tentava afastar. Ela cambaleou e rosnou para Riley: devia ter, no máximo, oito anos. Victoria cruzou os braços, fingindo mágoa.

― Achei que você conseguiria. ― Riley suspirou e largou no chão a garota que carregava em seu ombro. A garota, uma ruivinha irritadiça, bufou e caminhou até o outro lado do perímetro, ficando ao lado de outra garota ruiva e irritadiça.

― Eu estou dando o melhor de mim, Victoria… ― Riley indicou com o rosto para as crianças espalhadas pelo perímetro. Eram espertas, mas fúteis. Brigavam por qualquer coisa, se matavam por qualquer coisa. ― Nunca imaginei que isso viraria uma… ― Riley tentou achar o termo correto. ― Uma creche! ― Victoria encarrou Riley: todo o rosto retorcido em uma careta mal-humorada. Riley entreabriu os lábios para argumenta, porém, Victoria ergueu um dedo e andou até o centro do perímetro. Ela se lembrava com perfeição de um dia, há muito tempo atrás, havia lidado com crianças naquela faixa etária.

Duas crianças brigavam ferozmente ― uma retrucava e a outra tentava arrancar um braço da garota ―, outras três rosnavam num grupinho: outra briga começaria. Outras quatro sugavam enlouquecidamente o sangue de uma bela ― e quase morta ― mulher morena. Victoria andou até as garotas que brigavam e puxou uma delas pelo braço: foi rápido e alto. Uma sequência de membros arrancados num esquartejamento horripilante e cruel. Todas as outras crianças e adolescentes pararam e olharam assustadas para Victoria.

― O que…

― Cale-se, pequena praga! ― Victoria fulminou com o olhar um garoto gordinho sardento. Uma das garotas soltou o corpo da mulher morena e engoliu em seco. ― Vocês são tão burros assim? ― berrou Victoria. ― Não notaram o que está acontecendo aqui?

― O que está acontecendo? ― perguntou uma menina de no máximo treze anos.

― Vocês estão acabando com as nossas chances. ― esclareceu Victoria. A menina franziu o cenho e Victoria a olhou profundamente. ― Existem pessoas… Pessoas que querem nos matar. ― a feição da garota se aliviou e ao mesmo tempo, se tencionou novamente. ― É perigoso. Devemos ficar juntos para enfrentá-los.

― Onde estão aquelas gêmeas… ― o garoto mais velho do grupo se levantou do chão.

― Suzanne e Margaret. ― uma garota de dez anos também se levantou.

― Sim ― concordou o garoto. ― Onde elas estão? Por que ainda não voltaram?

― Estão reunindo mais de nós. ― respondeu Victoria, num tom firme. Riley havia dado o relatório completo: Suzanne e Margaret, Warren, Alyson, Peter, Helen e Thomas haviam tido o mesmo final trágico. Eles haviam sentido a mesma dor da morte e haviam sido mortos pelas mesmas pessoas, que Victoria preferia chamar de cães. Tudo havia ocorrido conforme o planejado. Victoria acabou sorrindo pequeno. ― Mais de nós para conseguirmos acabar com esse medo. ― Victoria juntou as mãos no peito. ― Precisamos de mais, muito mais.

As crianças se entreolharam, uma concordância silenciosa.

― Podemos ajudar. ― duas delas se levantaram: um garoto de doze anos e outro de dez anos. ― Trazer mais de nós, assim como Susy e Maggie estão fazendo. ― discretamente, Riley tentou se livrar do nó em sua garganta. Apesar de toda a desobediência, Suzanne e Margaret haviam feito amigos, amigos que nunca mais a veriam. Victoria sorriu longamente e olhou de soslaio para Riley; totalmente satisfeita de ter os convencido com tão poucas palavras.

― Claro que podem.

***

― O que você está fazendo aqui, Edward? ― repetiu Isabella Swan em um tom mais firme e sério, tentando esconder o nervosismo. Edward Cullen olhou de esguelha para Leah Clearwater: o cheiro e os pensamentos o incomodavam. Edward direcionou seu olhar apenas para Bella e se inclinou levemente na direção dela.

― Você sabe o quão perigoso é estar perto dessa garota, Bella? ― o sangue de Leah borbulhou quando Edward a chamou dessa. Ainda raivosa Leah fechou com brutalidade a porta da sala, quase fazendo que milhares de pedaços brancos de madeiras voassem pela sala.

― Eu sei o que Leah é. ― respondeu Bella, na defensiva. ― E ela não é perigosa.

― Bella… ― Edward começou a replicar quando Leah o interrompeu.

― O que você quer aqui, sanguessuga? ― Edward não evitou que seus lábios se franzissem quando Leah ficou ao lado de Bella: era estranho ver Bella ao lado de uma garota grandalhona e briguenta. Leah tentou controlar sua respiração: tudo o que menos precisava era perder o controle e se transformar na frente de Bella, dentro da sala.

Edward riu baixo com escárnio:

― Creio eu que, meu assunto com Bella, não é do seu interesse. ― respondeu Edward com certa irritação na voz. Havia algo a mais que os pensamentos de Leah e seu cheiro não revelavam que fazia Edward não gostar dela. Costumeiramente, Edward conseguia descobrir tudo sobre tal pessoa ficando ao seu lado por poucos segundos: os pensamentos sempre revelavam tudo. A única pessoa que não havia revelado nada a Edward fora Isabella e agora, mesmo ouvindo os pensamentos, Edward não conseguia decifrar certo ponto em Leah.

― Por que não seria do meu interesse? ― Leah trincou os dentes.

Edward avaliou Leah da cabeça aos pés e revirou os olhos.

― Saia daqui, Quileute.

― Por que você não volta para o buraco de onde você saiu? ― Leah rosnou e deu um passo na direção de Edward. Instintivamente ele recuou. Bella segurou a mão de Leah, puxando-a com delicadeza. Leah não moveu um músculo e continuou encarando Edward: os olhos negros da garota Clearwater exigiam uma briga. Leah, finalmente, abaixou a guarda e voltou a sua posição original ao lado de Bella.

― Por que você se submete a andar com uma mulher como essa? ― perguntou Edward a Bella. Não havia descoberto o que havia de diferente em Leah Clearwater, mas achara a loba extremamente irritante.

Dessa e depois essa?

Realmente, Edward estava tratando Leah com asco?

Essa mulher ― disse Bella, entredentes. Leah a olhou de esguelha: jamais havia enxergado Bella tão enraivada. ― É minha namorada. ― Edward mexeu a cabeça em negação e então, olhou duvidoso para Leah que relaxou um pouco mais, sorrindo longamente e dando vazão a alguns pensamentos:

Leah e Bella juntas: uma sequência de memórias prazerosas que para Edward, poderia ser uma tortura. Elas na praia. Elas na cozinha. Elas no quarto de Leah, conversando e rindo de mínimas bobagens. Elas na casa de Sue. Elas na casa de Charlie. Elas no carro. Pequenos segundos de momentos apaixonantes e amorosos. Edward deu outro passo para trás, tremendo levemente. Bella engoliu em seco.

― Por que você voltou Edward? ― falou Bella, em um tom firme.

Edward semicerrou os olhos e olhou acusadoramente para Leah Clearwater: como se todos os problemas do mundo desde a Criação fossem culpa dela. Então, novamente, ele negou.

― Isso é ridículo. ― acusou ele. ― Ela? ― Edward apontou com nojo para Leah que mostrou os dentes outra vez. ― Além de Quileute, uma garota? Isso é sério, Bella?

― Algum problema, brilhoso? ― Leah memorava das poucas vezes que Bella havia citado Edward, e que havia citado o curioso fato sobre o vampiro.

Edward olhou para Bella e voltou a olhar Leah: os olhos dourados brilhavam num tom odioso. O vampiro deu um passo na direção de Leah. Sentia tanta raiva daquela morena que mal conseguia ver as coisas ao seu redor. Não ouvia nada, até mesmo os pensamentos de Leah tinham sido calados.

Bella? ― perguntou Charlie após abrir a porta. Edward recuou outra vez e Charlie entrou na sala: a testa franzida e os lábios reprimidos com amargor. ― O que está acontecendo?


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo de hoje?
Bom? Ruim?
Comentem, hein?
Beijinhos da Cássia.