Corpo de Humana... Coração de Yokai escrita por Caramelkitty


Capítulo 7
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Tá, este capítulo é meio chato mas eu prometo que o próximo é melhor!



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Estava Takara nestas cogitações quando Kagome surgiu do meio do arvoredo, tentando comicamente desprender a sua saia que tinha ficado presa nos ramos.

Takara não se mexeu da pedra onde estava sentada. Estava imóvel que nem uma estátua.

– O que queres, humana? – Perguntou com altivez.

Kagome deu um meio sorriso.

– É melhor não falares assim perto do Inuyasha, vais fazê-lo lembrar-se de um certo irmãozinho que ele adora.

Takara não demonstrou interesse ou qualquer outra reação o que fez Kagome gaguejar. Ela queria quebrar o gelo mas não estava a ter bons resultados. Então Kagome resolveu mudar de processo para um muito mais natural e sincero.

– Olha, se queres mesmo saber, tu foste muito injusta em dizer aquelas coisas para o Inuyasha!

– Ah fui e porquê? – Perguntou Takara com ceticismo. – Ele não sabe nada da minha vida, por isso não pode saber as razões...

– E tu? Sabes alguma coisa da dele?

Takara calou-se. Realmente ela não sabia nada da vida do hanyou. Kagome sorriu interiormente mas manteve a pose séria.

– Ele é orfão desde muito novo. E sempre foi rejeitado tanto pelos Yokais como pelos humanos. O seu único familiar é o irmão Sesshomaru mas eles odeiam-se mutuamente, por causa da espada tesaiga, a herança deixada pelo pai. Ele... ele... – Kagome deteve-se nessa parte e o semblante ficou mais triste que zangado. – Ele é apaixonado por um sacerdotisa chamada Kikyou mas ela selou-o numa árvore durante 50 anos, tudo armadilha do Naraku que fez com que os dois se odiassem. Mas agora a Kikyou está de volta, ela está apenas meia viva mas o Inuyasha quer muito protegê-la. – Voltou a elevar a voz. – Por isso as coisas para o Inuyasha não são tão simples como tu pensas ele teve que lutar muito para se tornar no que é hoje. O sonho dele sempre foi tornar-se um Yokai completo e ele sempre procurou a joia de quatro almas por isso.

Takara estava muda de espanto. O hanyou até que tinha uma vida semelhante à dela. Mas isso não tirava a sua razão.

– Então ele devia compreender! Ele quer usar a joia para se tornar um Yokai completo! Que sensatez... ele vai acabar por se dar mal se usar a joia.

– Eu sei. Ando a tentar convencê-lo a desistir da ideia desde que nos conhecemos. E podes crêr que, da mesma maneira que o chateio a ele, também não vou descansar até desistires dessa ideia perigosa de beberes sangue de Yokai.

Takara revirou os olhos.

– Eu faço o que quiser. A vida é minha! Não tenho nada a perder em experimentar... eu não morri até agora. Sinto-me cada vez mais forte, quem sabe o meu organismo não está já a ficar imune. Além disso... ninguém irá sentir a minha falta se isto correr mal.

Kagome ficou pensativa.

– Porque não nos contas a tua história? – Perguntou uma nova voz.

Takara virou-se e deparou-se com Sango, Miroku e Shippo. Fora Sango quem tinha falado.

A garota hesitou.

– Vamos fazer assim... porque não contamos todos as nossas histórias para a Takara. Assim como confiámos nela, ela também terá que confiar em nós. – Sugeriu Miroku e todos concordaram.

– Quem começa? – Perguntou Shippo.

Todos olharam para o Yokai raposa.

– Ah, tá, posso ser eu então... – Começou Shippo um pouco envergonhado com os olhares fixos. – Meus pais foram mortos pelos irmãos relâmpago. Eu queria vingar a morte deles, e tentei fazê-lo sozinho. Mas no final, sem a ajuda da Kagome e do Inuyasha eu teria sido morto também. Agora acompanho-os para todo o lado e luto ao lado deles contra os Yokais malignos.

– Agora eu! – Ofereceu-se Miroku. – Com licença, Takara, posso sentar aqui ao pé de ti?

Sango puxou-o para longe bem no momento em que Miroku se preparava para passar a mão em Takara.

– É melhor ficares aqui de pé, Miroku. – Deu-lhe um beliscão e disse num sussurro zangado. – Seu monge hentai.

– Bem, Naraku amaldiçoou o meu avô com o buraco do vento. É um buraco na mão direita que suga tudo o que estiver em redor e vai piorando à medida que o tempo passa. É algo hereditário pelo que o meu pai e eu também temos. Tive que assistir à morte do meu pai, que foi sugado pelo próprio kazaana. Se não derrotarmos o Naraku rapidamente, o mesmo acontecerá comigo. Sua vez, Sangozinha.

– Sangozinha sua avó! – Resmungou Sango, já empunhando o hiraikotsu. – Eu vim de uma aldeia de exterminadores onde vivia com o meu pai e com o meu irmão, Kohaku. Um dia fomos chamados para exterminar um Yokai, era a iniciação do meu irmão. Mas esse Naraku controlou Kohaku e fez com que ele matasse toda a nossa família. Agora tenho de assistir diariamente enquanto o meu irmão mais novo é controlado por esse nojento e mata cada vez mais pessoas, participando dos planos obscuros de Naraku. E tenho que matar Kohaku pois só assim ele ficará livre mas não consigo. E quando o matar, eu irei matar-me de seguida.

Kagome coçou a cabeça tentando arranjar maneira de contar a sua história sem confundir Takara.

– A minha história não é tão trágica como a dos restantes e vai ser muito difícil de compreender. Eu vim do futuro!

Takara arregalou os olhos castanhos.

– Como assim do futuro?

– Eu vim do Japão do século XX e ainda estamos no século XIV, aqui! Há um poço que faz a ligação entre as duas eras e esse poço fica bem no templo da minha casa. Um dia uma Yokai centopéia surgiu do poço e arrastou-me para era feudal onde eu conheci o Inuyasha. E juntei-me a ele na busca pelos fragmentos da joia já que... – Deu um sorriso sem graça. – Fui eu que quebrei a shikon no tama, sem querer...

– E agora é a tua vez! – Exclamou Sango animadamente apontando o dedo para a garota que se encolheu.

E Takara confiou. Nunca pensou que iria encontrar um grupo de pessoas como ela. E o coração dizia-lhe que podia confiar neles. Por isso contou toda a história.

– E é por isso que quero tornar-me Yokai. Não posso depender de ninguém para me proteger, tenho de ficar suficientemente forte para conseguir ser a guardiã do fragmento branco da joia. E vingar a morte dos meus pais.

Uma ruga surgiu na testa de Kagome quando ela franziu a testa em profunda dedução. Na altura em que Takara tinha 7 anos a Shikon no tama ainda não tinha sido quebrada. Que fragmento branco era aquele? E porque branco? Takara deixara claro que não sabia quase nada sobre o fragmento, apenas que o seu pai lhe tinha dito que era essencial e o mais importante. Será que a shikon no tama nunca tinha ficado completa verdadeiramente?

– É bom ser forte e saber defender-se sozinha! – Concordou Miroku. – Mas ninguém consegue cumprir uma demanda tão complicada sem a ajuda de ninguém. Fica conosco e vamos proteger-te e ajudar-te. Afinal, já viste que podes confiar em nós, todos temos o mesmo objetivo de derrotar Naraku.

Takara acenou.

– Vocês tem razão! É que eu nunca tive razões para confiar nas pessoas. Mas eu tenho que admitir, nunca pensei chegar longe sozinha.

Shippo saltou para o colo de Takara.

– Então és nossa amiga, agora?

– Amiga? Acho que sim, Shippo-kun...

– Yey, abraço de montinho!

Todos fizeram um montinho à volta de Takara.

Mas logo o monte se desfez, porque Miroku tentou apalpar a Sango e esta quis dar-lhe com o osso voador, mas acabou por acertar Shippo que começou a chorar. No meio da confusão Takara conseguiu perguntar a Kagome.

– Fiquei curiosa com isso do futuro. As tuas roupas vêm de lá? Achas que eu posso ir até lá?

– Um dia levo-te lá! Mas primeiro tenho de explicar-te melhor algumas coisas, porque senão vai haver confusão. Por exemplo, o cabeça dura do Inuyasha insiste em aparecer na minha escola sem o boné, às vezes passo um sufoco para que ninguém o veja. Isso sem falar quando corre pela cidade... É que lá não existem Yokais. Daí é catastrófico se alguém vir as orelhas do Inuyasha.

Takara ficou ainda mais curiosa para ver esse mundo tão estranho. Cidade? Escola? Sem Yokais? Que coisa estranha, Takara tinha que pagar para ver!


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