Greycity- Elementis Magi escrita por Selaya


Capítulo 7
Operação resgate?




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POV’S LIZABEL

Cada pedaço de meu corpo mantinha-se dolorido. Talvez eu tivesse levado uma surra, mas não haviam marcas em meu corpo. Eu tentava abrir meus olhos, mas eles pesavam e sofriam com uma ardência. O odor era insuportável, como uma mistura de terra molhada e sangue velho. Tentei andar mas meus pés encontravam o ar. E partir do momento que meus braços doíam tanto, como se estivessem caindo, vi que estava pendurada. Minhas pálpebras abriram-se vagamente e vi-me num lugar escuro e esfumaçado. Sentia-me nervosa por não ver nada do que poderia estar ali. Minha última lembrança era de estar dançando na pista até ser puxada para um canteiro. Mantinha-me esperta, observando e ouvindo tudo para perceber algum movimento estranho. Era esperta o suficiente para não gritar “ quem está aí?” e acabar trazendo algum inimigo para perto. E também era esperta o suficiente para saber o por quê de eu estar ali.

— Lizabel... Tão bonita, uma versão de sua mãe um tanto mais jovem. Bem, a idade pesa para todos até mesmo para um ser tão poderoso quanto a mim. Mas vejo que fiz um belo trabalho não matando a sua mãe, porque recebi um prêmio muito maior: você. – disse uma pessoa, na verdade um homem de voz rouca que cortava as sílabas e cindia as frases.

— Mostre vossa face! – vociferei. — Jamais me terás! O que queres comigo? – disse rebatendo.

O homem pareceu ter uma crise de risos nervoso, uma gargalhada gutural e tenebrosa. Aos poucos ele ia aproximando-se, continha um manto negro lustroso com uma capa e um capuz verde que encobria sua face. Ele chegou tão perto a ponto de sentir sua respiração, mas no lugar de seu rosto só havia escuridão. Então ele tirou o capuz.

Abismei-me. Sua aparência envelhecida dentro de uma silhueta tão magra e pequena que fazia com que sua cabeça fosse grande demais para seus ombros tão estreitos. Sobrancelhas arqueadas, sorriso irônico e uma fronte ossuda com grandes olhos mongólicos. Esses olhos, os mesmos olhos tristes e vazios cortados por uma cicatriz. Thomas.

— Velho insuportável! O que queres desta vez? Você já estragou a vida de minha mãe,agora quer acabar com a minha? – resmunguei fazendo uma carranca.

— Liz... Todos sabemos o que eu quero e você pode dar. Só demonstre o quão poderosa és, e depois junte-se a mim. – tamborilou os dedos em minhas têmporas.

— EU NÃO TENHO QUE MOSTRAR NADA, PORQUE NADA TENHO A MOSTRAR! – rosnei.

— Parece um guepardo... Voraz, ágil mas bobinho. Não se encaixa em algum grupo para atingir seu objetivo. Bem, se sua missão é fazer vingança á mim, aquela garota da faculdade e seu namoradinho seriam ótimos aliados. Mas você foi se juntar ao louro e a morena, simples tolos não é?

— O que você está dizendo? Eu sou uma tola. Você só não quer acreditar, seu velho babão!

— Finge-se de tola na frente deles e os bobinhos acreditam. Só que eu sou superior. Ninguém esconde nada de mim. Elizabeth obviamente deve ter usado magia na sua frente enquanto bebia uma de suas bebidas alcoólicas e, se você fosse uma tola, ambas estariam mortas. Olhe, só quero que mostre-os para mim... Talvez precise de um incentivo, não? – gargalhou novamente e tenebrosamente apontando para o projetor de luz que por sinal, falhava já que aquilo estava mais escuro que piche. Conectou os fios que me prendiam ao projetor e fez com que a alavanca se elevasse. Tudo que lembro-me é uma dor insuportável como se ateassem fogo em mim. Tremia, só esperando minha hora chegar. Meus gritos agudos enchiam o lugar que á minutos era silencioso. Então ele abaixou a alavanca ainda rindo. E eu ainda estava consciente.

— Falhou na missão de fazer-me mostrar meus poderes... Porque eu sou uma tola. – disse baixo, sem fôlego e com a sensação de que eu desmaiaria em dez segundos. Bom, agora oito. Sete, seis, cinco, wow, que dor insuportável, meu coração palpitava tanto e meu peito doía já sem ar. Bom, quatro e talvez eu morreria ali, mas sabendo que eu enfrentei-o, mesmo que tenha me fingido de boba por todos esses anos e já eram três. Talvez dois. Infelizmente ou felizmente alguém atrapalhou a contagem regressiva para minha morte e adivinhem quem? Não, nem Thalia muito menos Isaac. Acho que eles já estavam cansados de serem os heróis da história ou se atrasaram demais para isso.

— Ela pode ser uma tola Thomas Gerrard Gotelli. Mas eu não sou. – disse a loura com uma roupa super brega e colada e um sorriso desafiador.

— Mãe? Como chegou aqui? E que roupa elástica é essa, voltou para a ginástica? – exclamei tonta sentindo-me tonta.

— Nunca lhe contaram minha filha? Elástico também pode ser um condutor de energia. – disse ela com uma esfera brilhante em sua mão, ouvi sua risada.

— Sabe Elizabeth, sempre fora muito corajosa e eu sempre admirei isto. Você burlou praticamente quase todas as regras e isso me deixou muito interessado por ti. Não lhe matei, achando que ficaria comigo. Mas preferiu um tolo e isso definiu o seu destino, esta filha de sangue azul e também sangue humano. Antes eu era um bobo apaixonado, mas agora posso enxergar. A seita é fraca mesmo comparando-a comigo. Porque sempre despistei ela. E agora não preciso mais, porque a seita não vai lhe matar. Eu mesmo vou. – brandou o outro nervoso e isso foi a última coisa que eu ouvi antes que minhas pálpebras finalmente se fechassem totalmente.

FIM POV’S Lizabel

Thalia se sentia impaciente. A polícia só dizia “ ela não está desaparecida enquanto não passar vinte e quatro horas” e blábláblá. Para a morena, eles só queriam sair logo dali e comer no pizza maker. Não havia uma única pista, uma pena ou uma pedrinha que pudesse indicar que alguém um dia estivesse ali. E sentia vontade de esmurrar a si mesma e aqueles dois policiais. Ambos saíram correndo e nem se ofereceram “nossa está tarde, vocês já sofreram demais, vou levar vocês pra casa por quê com exceção de Christopher, vocês são menores de idade”

Ela só bufou e saiu em passos pesados, ao menos se despedindo dos garotos. Chris estava sentado na beira da calçada parecendo mais abalado do que poderia demonstrar. Mas Isaac não.

— Eu não sei se você entendeu, você não pode sair á noite sozinha garota! – resmungou o outro.

— Eu não sei se você entendeu, mas você não é meu pai e não manda em mim! – rosnou pouco me importando com o que o acastanhado falaria, embora preferisse que ele não ficasse bravo.

— Posso não ser seu pai, mas vou ser o do seus filhos ué. E temos que manter a mamãe nota 10 segura até isso. – brincou tentando quebrar o gelo.

— É melhor você parar com essa ideia de casar e ter filhos comigo porque eu não vou sentir dor, ficar gorda só pra parir alguém. – disse raivosa e corada pegando o capacete e indicando para que o outro subisse.

— Bom, você não contestou a ideia de casar, só a de ter filhos. Não tem problema, você tem uma menininha e os outros quatro nós adotamos, tipo Angelina e Brad. – ele disse subindo na moto e acelerando.

Thalia deu um soco no ombro do outro que pareceu nem sentir e optou não dizer nada já que o acastanhado sempre tinha uma resposta na ponta da língua. Não demorou muito até que chegasse em casa. Desceu da motocicleta negra e tirou o capacete que demorou a sair. Deu de cara com Isaac, que soprou seu rosto.

— O que foi? Quer que eu te convide pra entrar? Minha melhor amiga está desaparecida então não rola cara. Obrigada pela carona. Caso se canse dessa moto, dê ela pra mim um dia. –disse sentindo-se grossa e então depois tentou disfarçar dando um sorriso.

— No problem. Terá muito tempo ainda para eu poder entrar e pode ter certeza que entrarei muitas vezes, hum... Quem sabe eu não dê, se continuar me dando respostas mal educadas não darei. E olha que é presente de noivado. – disse com um sorriso de canto despreocupado como sempre fazia. Thalia queria fazer o mesmo, só que ela conhecia Lizabel o suficiente para se preocupar e ele não, então apenas deu uma risada sem graça e entrou.

Então uma música conhecida começou a tocar: Lightning. E Thalia lembrou-se da festa super divertida que se transformou em um grande pesadelo. Mas não havia ninguém em casa. “Songa monga, é o telefone sua burra!” pensou a morena pegando de seu bolso rápidamente, mas já haviam desligado. Tentou ouvir a mensagem na caixa postal.

“Hey, i’ts me Thalia! Deixe seu recado e tentarei ouvir!...” “Thalia, é a Elizabeth e é urgente. Eu estou aqui com o maluco e Liz, mas eu preciso de ajuda, ele vai nós matar! Venha o mais rápido possível em um metrô abandonado em Se....” E caiu. A morena saiu desesperada por não ter ouvido o endereço completo. Mas Isaac ainda estava lá e falava ao telefone: “bem, está tudo indo muito certo, aguarde novas notícias. Estou ansioso, até mais” e então ele a viu, com um sorriso de canto perguntou-lhe:

— Já sei, isso acontece muito. Está sozinha em casa e quer que eu entre? Super normal. – disse retirando o capacete e indo em direção a outra.

— Não. Mas pode entrar. Por acaso você seria bom em rastreamento? – disse apontando a mão para casa para que o outro entrasse.

— Por quê saberia? Aliás por quê acha que sei? Bom, talvez um pouco, mas é invasão de privacidade não é? – fez uma careta passando um braço pela cintura fina da outra e a puxando para dentro, fechando a porta.

— Tens cara de inteligente. Vamos, sem tempo a perder. - correu para cima puxando o rapaz.

— Se fosse em outra situação, isso seria muito, mais muito malicioso. – sorriu branco chegando ao quarto e ligando o computador. Ele fazia um monte de coisas complicadas entre códigos no teclado e no celular e isso deixou a outra irritada.

—Dá pra andar mais rápido? Liz pode estar prestes a morrer. – resmungou.

— Garota reclamona, estou fazendo isso de graça, colocando minha ficha limpa em risco e ainda quer que eu seja o flash.

— Quer prêmio melhor que eu parir um filho? UMA CRIANÇA? Então anda logo!

— Mas tem que ser uma menina, se nascer menino tentaremos novamente. – riu fazendo os códigos mais rápidos. — Sethfield, caramba, isso é do outro lado do outro bairro! – fez uma careta.

— Sim, e eu estou indo. Ande, e sim estou te expulsando. – disse pegando um casaco e correndo.

— Bom pelo menos eu consegui entrar, e espera eu te levo! – ofereceu.

— Dessa vez não. Preciso fazer isso sozinha. – disse já que talvez tivesse de usar magia.

Ele só bufou e pegou a outra no colo, colocando-a na moto com uma facilidade. Beijou seu rosto e colocou o capacete mesmo a outra se debatendo. Subiu e acelerou.

— Se não segurar, vai cair, se machucar e não vai encontrar a loira. – disse com semblante perdido.

— Isso é sequestro! – mas era tarde demais, a velocidade parecia estourar e esperava que os policiais não vissem isso.

Ela tinha de sair dali, mas não podia sem que o acastanhado brigasse. Ou talvez podia...

Quando estava perto o bastante de Sethfield, ela fez uma cara de surpresa e pediu para o outro parar. Ele balançou a cabeça negativamente perguntando o por quê.

— Olha Isaac, são coisas de mulheres. Eu preciso ir á farmácia antes que eu suje essa moto que um dia irá ser minha. – segurou-se para não rir.

— Ok então. Precisa de dinheiro? Estarei aqui fora. –disse o acastanhado tirando um bolo de dinheiro do bolso e tirando vinte dólares. Era óbvio que Isaac era filho de pais ricos e por isto não aguentava receber um não, mas Thalia não entendia porque ele estudava em uma escola pública tão pequena quanto Falks Hills. Mas também não era hora de pensar nisto.

Correu para uma farmácia do outro lado da rua e pediu uma caixa de o.b que custou certa de dois ou três dólares, impaciente ela não esperou a mulher contar o troco, só pegou o que ela já havia contado para que pudesse pegar um táxi de volta. Pediu para ir ao banheiro e a outra alegou ser só para funcionários. Mas como era importante ela deixou. Correu ao banheiro e jogou a caixa fora, encontrou uma janela pequena, mas grande o suficiente para deixa-la do outro lado. Se esforçando e utilizando um pouco de seu poder conseguiu sair.

Andou meio zonza com o esforço mas logo acelerou. Não seria difícil achar uma estação de metrô não é? Olhou as placas muito confusa, tentando raciocinar onde estaria. Até ver com tábuas na frente a entrada,bem rasteira. Retirou-as uma a uma e entrou rapidamente descendo as escadarias.

A única coisa que pode ver foi Elizabeth trazendo consigo uma esfera celestial com uma potência muito, mais muito grande. Aquilo mataria o velho e a morena não iria impedir. “MAS CALMA ELIZABETH ERA UMA DE NÓS?” pensou ela mas antes que pudesse argumentar algo ela lançou a esfera soltando um grito agudo de cansaço. O velho só soltou uma gargalhada e fez com que algo tão grande como uma parede interferisse e fizesse com que toda a energia voltasse para a loira mais velha que ao ser atingida caiu ao chão. Thalia não entendeu. Ela era o fogo, o fogo não a queimava. Então por que Elizabeth se feriu com a eletricidade que veio dela mesma? Tentou identificar o que fazer, mas ao ver Lizabel e sua mãe feridas, inconscientes no chão, desesperou-se. Ela queria fugir, mas não podia, primeiramente porque não deixaria sua melhor amiga ali; segundamente porque o encapuzado lhe viu.

— Mais uma inútil... Se ambas extremamente poderosas não conseguiram me deter, uma tola como você é que não conseguiria. - bufou o outro.

— Você está enganado, Thomas. O único tolo aqui é você e eu lhe derrotarei. Nem que seja a última coisa que eu faça. – disse a outra com ambas mãos formadas com uma esfera onde as chamas dançavam.

Ela estava pronta para atacar, e se morresse... Morreria usando uma magia que nunca usou. Morreria sozinha, sem comprometer seus amigos ou Isaac. Morreria levando Thomas junto.


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Notas finais do capítulo

Eita, eu acho que eu to exagerando no suspense, mas acalmem que no próximo capítulo, as coisas ficaram mais claras!



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