Segundo verão

O tempo parecia não passar, talvez fosse a ansiedade para que logo em fim chegasse as tão esperadas férias de verão. Violetta estava elétrica e animada, mal podia esperar para ver seu amigo, que ao longo deste tempo que passaram somente coversando por telefonemas, cartas e redes sociais, se tornou seu melhor amigo assim como era Fran e Federico. Ah, Federico teve mais alguns de seus ataques de ciúmes, mas não poderia negar, depois de tanto que a baixinha mencionava Leon ele acabou se tornando amigo do garoto sem ao menos conhecê-lo pessoalmente. O ano escolar foi até que tranquilo, e logo chegou uma data um tanto quanto especial, o aniversário de Vilu. Aquela data foi marcada por diversões, Vilu pensou que seu querido novo melhor amigo não se lembraria daquela data que ela vinha comentando a dias a cada instante que se passava, mas ela estava completamente errada, o telefonema que recebeu naquela manhã a fez ficar sorrindo pelo resto do dia, fora o presente que fora mandado pelo correio, era um calar ao qual tinha o pingente de uma linda e delicada bailarina que segundo Leon o fazia lembrar de Vilu pois a mesma faz aulas de balé.

–Violetta! –Ouvia a voz que tanto esperava a muito tempo, ao passar pelo portão de encontro, se virou para trás encarando a figura a poucos metros dela, ficou um bom tempo olhando aqueles olhos que eram um profundo mar segundo a mesma, as covinhas eram visíveis ao tamanho sorriso de Leon.

A garota correu ao encontro do amigo o abraçando fortemente, afinal o tempo que passaram longe foi bem longo, e mesmo não o conhecendo a tanto tempo como conhece Francesca a saudade foi imensamente grande.

–Leon, senti sua falta. –Falou a menina.

–Também senti Vilu. –Respondeu ele enquanto se separavam. –Fico feliz que tenha gostado do presente. –Continuou ele se referindo ao colar que se encontrava no pescoço de Violetta, desde o dia que o receberá não o largará mais. Em resposta deu aquele sorriso que Leon tanto ansiava para ver.

–E eu, por um acaso não ganho abraço não senhorita? –Disse uma voz que fez Violetta rapidamente olhar para cima e se jogar nos braços do pai. Não o via há tempos, desde o último verão que passará na Califórnia. Ele não pode ir no Natal até porque os trabalhos estavam cada vez maior, mas a menina sabia que aquele era só mais um pretexto para que finalmente Angie e seu pai se encarassem novamente. –Que saudades minha filha.

–Também estava com saudades papai, mas estou com saudades do Ramalho e da Sam também, vamos? –Indagou a menina se soltando dos braços de Germán.

–Sim senhora. –Respondeu ele fazendo pose de soldado assim como Leon, em resposta a garota revirou os olhos e seguiu seu caminho até o luxuoso carro do pai. Não demorou muito e já se encontrava em casa, a menina foi bem recebida com um abraço de urso por parte de Ramalho e com um abraço de cachorro por parte de Sam.

Alguns dias depois...

Ouvia-se as risadas escandalosas vindo do jardim, duas figuras encontravam-se praticamente encharcadas, bom duas não na verdade três contando Sam que se divertia muito com aquilo, de um lado Leon com uma das mangueiras da casa e do outro Violetta com também uma mangueira em suas mãos, ambos tacavam água por toda a parte, a tão chamada “guerra de água” que iniciaram faziam alguns minutos, ou melhor a bastante tempo.

–Crianças veem o bolo está na mesa. –Gritou a mãe de Leon - secam-se se não irão pegar um resfriado daqueles e vão ter que passar os restos do dias que restam para acabar as férias em baixo das cobertas entupidos de antibióticos. –Completou entregando suas toalhas as crianças.

–Pelo menos não tem injeção. –Murmurou Leon o que fez Violetta rir.

–Você tem medo de injeção? –Disse Violetta ainda em meio aos risos adentrando a cozinha da casa onde sentada já se encontrava a mãe de Leon.

–Óbvio que não. –Respondeu ele como se aquilo fosse um absurdo.

–Óbvio que não o que? –Perguntou Rose mãe de Leon enquanto os dois se sentavam.

–Que Leon tem medo de injeções. –Respondeu Violetta.

–Ele não tem medo, só tem pavor de agulhas, você não imagina o escândalo que ele fez uma vez que foi tomar uma vacina. –Disse Rose rindo ao se lembrar da cena.

–Mãe! –Repreendeu o menino.

–Sério? O que houve? –Disse Vilu rindo interessada o que fez Leon fazer uma careta para a mesma.

–Ele inventou que estava com febre para não ir, eu como sei do pavor dele não acreditei e o levei para a vacinação. Chegando lá ele armou o maior barraco alegando que foi sequestrado por mim, mas no fim das contas acabou por tomando a vacina, o que o fez reclamar o mês inteiro, e não estou mentindo. Leon é muito dramático. –Disse ela já com os olhos marejados de tanto rir junto a Violetta. E Leon, bom estava cada vez mais encolhido na cadeira emburrado e vermelho de vergonha.

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–Awn’ que fofo. –Disse Vilu enquanto via as fotos de Leon quando era pequenino.

–Eu sei, sou demais, todo mundo acha isso. –Gabou-se Leon.

–E você conhece todo mundo? –Riu Violetta.

–Estraga prazeres! Você está com ciúmes da minha incrível beleza, meu olho encantador e meu sorriso lindo. –Revidou o garoto.

–Quem quer mais bolo de chocolate? –Perguntou Rose estendendo a badeja. –Fiz o seu preferido Vilu.

–Obrigada. –Agradeceu a menina enquanto levava mais um pedaço de bolo a boca.

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–Acho que é isso, irei sentir a sua falta. –Disse Leon abraçando a amiga.

–Também Leon, vamos fazer um acordo? –Propôs a menina.

–Que acordo?

–Sempre que sentirmos falta um do outro olharemos a lua, e assim saberemos que mesmo distantes estaremos sempre um lembrando-se do outro. –Explicou ela.

–Fechado. –Apertou a mão da garota.

–Vamos crianças. –Disse Germán.

–Sim. –Responderam e uníssono.

Violetta cruzou o portão de embarque depois de dar uma última olhada em Leon e seu pai, sentiria tanta falta deles, daquele lugar, de tudo, mas era necessário voltar, mas sabia que no próximo verão poderia acabar com aquela saudade de novo.

E aquele foi o segundo verão que Violetta passará ao lado de Leon, um garoto gentil e carinhoso, um ótimo amigo...