Submissão escrita por Gabriel Campos


Capítulo 15
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Notas iniciais do capítulo

Capítulo um pouco extenso (ou não, eu não sei muito bem qual o tamanho normal)
Espero que gostem :)
Agradecendo à Alexia, à Jessie e à Amanda que sempre estão comentando... agradeço também aos meus gasparzinhos, que nem os conheço mas os considero pakas



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São Paulo, 26 de Março de 2005.

Ler escutando: Janis Joplin - To Love Somebody

O tão esperado sábado finalmente chegou. Fins de semana para Lana pareciam bênçãos divinas. Adorava pôr Janis Joplin para tocar enquanto fazia o café da manhã. James ainda estava dormindo e, para ela, estava tudo bem. Para ela.

E James achava que finalmente poderia confiar no amigo. Que Luiz Gustavo não o deixaria na mão e que não o meteria em qualquer encrenca. Que tolo! Mal sabia ele que não podia nem mesmo dormir com a consciência tranquila, e que logo, logo tudo em sua vida mudaria para pior. Fazia alguns dias que Luiz Gustavo não ia à aula e que não dava notícia, mas acordou com um SMS do amigo, que dizia:

“Sujou. A bola de sebo armou pra gente. Agora é cada um por si.”

Saberia se fosse coisa boa, óbvio. Aquilo explicava muito o desaparecimento de Luiz naqueles dias todos. James achou melhor se levantar. O aroma do café que a mãe fazia já estava pairando pelo ar, e aquela típica trilha sonora de sábado matinal já estava tocando.

— Bom dia, James. — disse Lana ao filho, quando ele puxou uma cadeira e se sentou. James, por sua vez, nada falou, apenas pegou um pedaço de pão e comeu. Não daria o braço a torcer.

Foi daí que a campainha tocou. Tanto James quanto Lana estranharam uma visita tão cedo.

— James, por favor, vá ver quem é.

— To comendo mãe! — respondeu o garoto, fazendo a mãe largar o avental e as laranjas que estava espremendo.

Ao abrir a porta, Lana deu de cara com um senhor calvo e de meia idade. Tratava-se de Sr. Oswaldo, pai de Luiz Gustavo, e que por sinal, estava acompanhado do filho. Trazia consigo também um envelope de papel madeira, que continha algumas fotos.

— Pois não? — perguntou Lana, estranhando tal visita tão cedo.

— Dona Lana, meu nome é Oswaldo. Sou o pai do Luiz. Gostaria de falar com a senhora sobre o seu filho, o James.

— Meu filho fez alguma coisa? — Lana olhou para Luiz. Sabia que a amizade do filho com aquele garoto não daria em coisa boa. — Queiram entrar e me aguardar na sala. James está tomando café.

Lana trocou de roupa e chamou James até a sala. O rapaz espantou-se ao ver Luiz e o pai sentados no sofá da sala. Lana então pediu para que o filho sentasse no sofá, bem ao lado de Luiz.

— O que aconteceu, Luiz? — perguntou entre dentes.

— Você ta ferrado.

Oswaldo entregou o envelope à Lana.

— O que é isso? — Lana perguntou.

— Abra.

Como solicitado, Lana abriu. Espantou-se ao ver o conteúdo do envelope.

— Mas... mas que fotos são essas?

—É isso mesmo o que a senhora está vendo, dona Lana. Seu filho James assaltando a minha loja. Todas essas fotos foram feitas pelo meu funcionário, o Felipe Torres, que por sinal é seu aluno no curso de gastronomia na faculdade onde a senhora leciona. Eu sofri um prejuízo de mais de três mil reais, minha senhora.

— Essa acusação é muito grave, Sr. Oswaldo. James isso é verdade? ISSO É VERDADE JAMES? — lágrimas de ódio e decepção escorriam pelo rosto de Lana.

— Eu deveria ir à policia. — prosseguiu Oswaldo. — Pois até ameaçar meu filho com uma faca ele ameaçou. Seu filho James me parecia um ótimo amigo para o Luiz Gustavo, mas vejo que estava enganado. Só peço a senhora que pague o prejuízo que sofri, pois aquela loja é meu ganha-pão.

— Eu não vou pagar porcaria nenhuma. — disse Lana. Oswaldo se espantou. — O marginal, o bandido da história não sou eu. É ELE! — Apontou para James, que chorava por arrependimento e por raiva de Luiz, que segurava uma gargalhada ainda sentado no sofá.

— Bom, acho melhor eu voltar em uma outra hora. Vamos, Luiz. Só quero que saibam que eu pedi a transferência do Luiz para outra escola. Assim evita do seu filho ameaçar o meu mais uma vez. Tchau. Eu conheço o caminho da porta.

Nota do Diário

São Paulo, 26 de Março de 2005.

Eu gostaria de ser uma mosquinha pra saber o que está acontecendo com a professora Lana. Acho que ela vai me achar um ingrato, um falso, um fraco. Mas eu fiz o que salvaria minha pele. James não é nenhum santo. Eu fui esperto, confesso. Espero que ela não deixe de ser aquela professora gente boa que ela sempre foi, mas que eu sei que ela vai sofrer muito ela vai.

Pronto, tomei uma decisão. Eu vou lá na casa dela... amanhã. Sr. Oswaldo ficou de ir hoje abrir o jogo com ela. Talvez Luiz Gustavo saia impune de tudo isso, mas o que é dele está guardado. Ah, se ta.

Não havia lágrimas que justificassem o que James fizera, e nem mesmo cólera da parte de Lana para que pudesse reeducar o filho. Não, não havia mais nada a fazer.

Ela aproximou-se do filho, que ainda estava no sofá, chocado com a revelação e muito mais ainda com a traição do amigo.

— Eu sempre te criei tão bem! Tão bem! E olha o que eu recebo em troca depois de tanto sacrifício? Um filho marginal! Cadê o dinheiro que você pegou do pai do seu amigo, James?

—Eu não peguei nada.

Ela se descontrolou e deu-lhe uma tapa na cara.

— Não me bate!

— Então não mente! Eu deveria ter te batido antes! Mas eu nunca, nunca nessa minha vida eu pensei em levantar a mão pra você. Vejo que eu estava enganada. Como eu me arrependo, meu Deus, como!

— Eu preferia que você tivesse morrido no lugar do meu pai.

— Mas eu não morri. Eu estou aqui. E eu estou aqui pra te criar até que você possa se sustentar. Quer dizer... eu estava.

— Isso, me bota pra fora de casa. — James levantou-se do sofá e peitou a mãe — A senhora se acha muita merda só com esse salariozinho de professora. Acha que é dona do mundo, mas é uma fracassada. UMA FRACASSADA!

Mas uma tapa no rosto. Aquele, ela achou que foi mais merecido do que nunca.

— Eu não sou dona de ninguém. E a partir de agora nem sua dona. A porta da rua é a serventia da casa. Vá embora, James.

— Com prazer.

São Paulo, 27 de Março de 2005.

Intergalos parecia perfeito naquele domingo. O autódromo, suas árvores. Um bom bairro nobre, calmo por natureza não poderia de maneira alguma ter pessoas com problemas como James.

Dormiu na rua, em uma calçada perto do autódromo. Acordou-se com um cachorro vira-latas lambendo o seu rosto — belo despertador! Combinava e tanto com sua condição!

— Eu não vou deixar que fique assim. Tem muita gente que vai me pagar! E eu vou começar por aquele que se dizia meu amigo. Mas era um puta de um amigo da onça. Depois eu vou acabar com a vida daquele monte de banha. Aquele tal de Felipe me paga! — suspirou.

Levantou-se da calçada imunda e pegou a mochila. Abriu-a e dela tirou o velho Siemens, onde digitou uma mensagem de texto para Luiz Gustavo. Dizia: “Se é corajoso, me encontra naquele penhasco, próximo ao rio. Só se for corajoso”.

Ler Escutando: Gorillaz – Clint Eastwood.

Ao receber a mensagem de James, Luiz gargalhou sozinho em seu quarto.

— Anta idiota.

Pegou o revólver e guardou no bolso de sua mochila. Estava certo de que naquele dia resolveria suas desavenças com James. Antes de sair, resolveu abrir a caixa de e-mails.

— Ora, ora! E-mail de uma fã! Anne Torres Martinelli...

Abriu uma garrafinha de refrigerante e começou a beber enquanto lia.

Luiz Gustavo começou a escrever textos, dramáticos em sua maioria, quando sua mãe o abandonara sozinho com o pai quando tinha apenas dez anos, alegando que queria viver a vida.

Ele era muito apegado a mãe e foi como enfrentar uma morte. Nunca demonstrou seus sentimentos a não ser a ela. Enfim, sempre fora um aluno aplicado em português, mas se dava mal de propósito em redação pois tinha vergonha e medo do que os outros pensariam se soubessem que seu sonho sempre foi ser escritor. Luiz escrevia profissionalmente bem, e resolveu postar seus textos e web novelas em um site adotando o nome L.G em suas assinaturas e no perfil que usava.

Os e-mails das fãs eram gratificantes, mas aquele chamou-lhe atenção. Martinelli era um sobrenome famoso. Lembrou-se das famosas clínicas Martinelli, especializadas em cardiologia. Anne, no e-mail, tentava marcar um encontro com aquele escritor misterioso e Luiz resolveu aceitar. Respondeu, coisa que raramente fazia, e depois pegou a mochila e saiu, ao acerto de contas com James.

Nota do Diário

São Paulo, 27 de Março de 2005.

Antes de eu sair de casa, tia Marta me deu um beijo na testa e me perguntou aonde eu iria. Eu nada respondi, pois fiquei intimidado com a presença de Anne que ali estava. Eu não gostava quando minha tia demonstrava carinho por mim na frente dela. Talvez tia Marta estivesse me usando para fazer ciúmes na filha, pois Anne não falava nenhuma palavra com a mãe há tempos.

Tia Marta sofria por dentro, e eu me sentia de mãos amarradas, sem nada a fazer. Isso me corroía por dentro. Sei, eu não deveria nem ao menos sentir pena de Anne, mas eu sentia.

No final dessa semana eu vou receber o meu salário e jogar ele todo na cara do meu tio Fábio. Ontem eu o ouvi dizendo que eu dava prejuízo a ele por que eu comia demais. Na verdade, eu sabia que não, pois eu estou de dieta e como a mesma quantidade que um pinto no lixo. Mas ontem eu fiquei muito chateado, e você, diário, sabe que quando eu fico chateado eu me descontrolo e tudo o que for comestível passa pela minha goela.

Foda-se a dieta, foda-se a vida. A professora Lana está com raiva de mim. Ela não quis me receber na casa dela. Quando o porteiro interfonou e disse de quem se tratava, ela me ignorou como um cachorro sarnento. Será que eu fui covarde a esse ponto?

Não sei com que cara eu vou aparecer na faculdade amanhã. Quer dizer, não sei nem se vou aparecer por lá nos próximos dias. Se não tratasse de um sonho, de algo que eu almejo, eu desistiria só por causa disso. Mas amanhã eu não vou e fim de conversa.

James já esperava Luiz no local marcado há uma hora. Sabia que o colega viria, por isso não se preocupava em esperar. Já estava anoitecendo e o céu já estava numa cor alaranjada. Viu uma silhueta vindo o longe e se deu conta de que era Luiz Gustavo vindo em sua direção. Trazia consigo sua mochila e vinha correndo como se fosse pegar um trem. Correu até ficar frente a frente com James.

— Me chamou aqui? — perguntou Luiz.

— A gente tem algo a resolver, não? Minha mãe me colocou pra fora de casa e eu quero a minha parte da grana.

— Eu vendi a moto e os três mil reais não estão mais comigo.

— MENTIRA SUA, LUIZ GUSTAVO! JÁ CHEGA DE MENTIR.

— Então vai lá e diz pro meu pai. Faz melhor, vai à polícia. Eu ainda tenho aquelas fotos, sabia?

— Eu cansei, filho da puta!

James avançou com tudo para cima de Luiz Gustavo. Com as duas mãos apertou o seu pescoço. Luiz não teve nenhuma reação. Sim, estava sentindo dor, mas esperou o momento certo. Com dificuldade, atacou com as palavras:

— Vamos... me... me mate! Assim você paga por roubo e por assassinato. Eu... eu ainda tenho família e eles com certeza vão me procurar. Você ta ferrado.

Depois disso acertou uma joelhada no estômago de James, levantou-se e se afastou. Puxou a arma que havia pegado da mochila antes e estava na sua cintura e apontou para o outro rapaz, que ficou sem reação. Disse:

— Eu disse que você estava ferrado.

Deu dois disparos. Como estava longe e escuro, não soube ao certo onde pegou. Só viu o garoto caído no chão, e sem certificar-se de que ele estava morto, Luiz correu.

São Paulo, 28 de Março de 2005.

Segunda-feira à tardinha. Fim de expediente. Luiz conferia a caixa de e-mails no computador da loja enquanto Felipe atendia a alguns clientes que estavam ali para comprar uma bateria. Oswaldo havia saído.

Os clientes passaram o cartão e saíram, e daí Felipe ficou a sós com Luiz.

— Eu sei que não foi só o James quem pegou o dinheiro daqui.

— Ah, não? E quem foi também? — perguntou Luiz, ironicamente.

— Você. Sei também que foram vocês dois que assaltaram a academia. Foi você quem me deu aquela coronhada.

— Ah, doeu? Se não era pra eu ter dado mais forte. Escuta aqui seu monte de banha... — levantou-se e apontou o dedo para o rosto de Felipe — Sabe o que aconteceu com o último infeliz que cruzou o meu caminho? Acho que no momento ele deve estar comendo capim pela raiz.

— Eu não quero saber da sua vida e nem do seu caminho. Eu só quero que você seja homem e pague pelo que fez.

— Ser homem não quer dizer ser burro.

— Você ta avisado. — Felipe deu de costas, pegou a mochila e saiu. — Fecha a loja. E vê se não rouba nada.

São Paulo, 28 de Março de 2005.

Nota do Diário

Depois de ter peitado o Luiz Gustavo eu resolvi voltar pra casa. Eu tinha de voltar. A família estava toda reunida sentada no sofá assistindo TV. Estavam todos em paz. Resolvi passar por trás do sofá, assim não desviando a atenção de ninguém. Quer dizer, eu tentei não desviar a atenção de ninguém, mas Tia Marta reparou que eu havia chegado.

Minha tia me convidou para sentar ao seu lado e acompanhá-los assistindo aquele filme. Anne, revoltada, levantou-se e saiu. Tio Fábio foi amansar a fera, mas antes me encarou.

O meu salário está guardado desde ontem. Acho que é a hora de falar com o meu tio de homem pra homem. Acho que fui um estorvo para todos nesta casa nestes tempos que passei por aqui. É hora de sair daqui.

Fábio batia na porta do quarto de Anne, e insistia para que ela abrisse a porta. A garota nada respondia. Não havia hora pior para que Felipe abrisse o jogo com o tio, mas ele não aguentava mais. Sabe aqueles momentos em que só desabafando em palavras para passar a dor, a amargura o sofrimento? Felipe estava passando por um momento daqueles.

― Tio Fábio. ― disse Felipe. ― Eu queria cinco minutos da atenção do senhor.

Fábio estava com as duas mãos fechadas e encostadas na porta. Virou-se imediatamente ao ouvir a voz do sobrinho. Olhou para o rosto de Felipe com aquela expressão de “a culpa é sua”.

― Fala.

― Eu vou embora.

Fábio se assustou e o rapaz continuou:

― Acho que já está na hora. Eu consegui trabalho, não ganho o melhor salário do mundo, mas eu me viro.

― O que te fez tomar essa decisão?

― Nada que o senhor possa resolver. Só saiba que eu sou muito grato pelo que fizeram por mim aqui. ― entregou uma quantia de dinheiro para o tio, mas ele não aceitou.

― Eu não quero o seu dinheiro. Eu só fiz a minha obrigação.

― Eu imaginei isso. ― Felipe pôs o dinheiro no bolso de volta e saiu.

Ler escutando: A-ha – There’s Never Forever a Thing.

Por mais absurdo que fosse, os dias longe do filho corroíam o coração de Lana de uma forma grotesca. Sabia que o que fizera com James foi por puro instinto, mas ele merecera, pensava.

Pensava também se com uma punição um pouco menos pesada ela estaria fazendo a coisa certa.

Devaneios tolos que tiravam seu sono. Tarde demais para querer voltar no tempo, senhorita Lana Ferreira.

Os médicos tentavam reanimar aquele garoto ensanguentado. Estava com o fígado perfurado e havia perdido muito sangue.

― O menino precisa de uma transfusão urgente. ― disse o doutor que estava de plantão. ― Onde estão os responsáveis por ele?

― Não sei, doutor. Trouxeram-no pela ambulância. Disseram que ele foi encontrado baleado perto de um rio em Interlagos e algumas pessoas o acharam ali e acionaram a ambulância.

― Com documentos? ― perguntou à enfermeira.

― James Ferreira Magalhães.

Aquiraz (Ceará), 9 de Abril de 2005.

A velha caminhava pela estrada, descabelada, cansada, faminta, sedenta. Suas pernas tremiam muito. Não imaginava que no auge dos seus sessenta e tantos anos teria de correr. Suas pernas já não aguentavam o seu peso, suas veias estavam visivelmente quebradas. Achou melhor sentar-se na beira da estrada e se deitar um pouco.

Glória ficou por uns momentos olhando a lua e se lembrou de tudo o que fez dentro da prisão para conseguir escapar pela segunda vez. Sim, teve de lavar a terra com sangue para conseguir sua liberdade.

No dia seguinte, os principais jornais fortalezenses estampavam a notícia da fuga das detentas do presídio Auri Moura Costa, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. Principalmente a morte chocante de uma policial, esfaqueada por uma das presas, Glória Torres.


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Notas finais do capítulo

Já sabiam quem era o escritor de web novelas né? Das primeiras vezes que eu postei essa fic em sites, acreditam que nunca ninguém imaginou quem fosse? (eu vou criar um nick mais legal pra ele e vou editar a história da próxima vez ahuauhas)

O que vai acontecer com a Glória? :0

E com o Felipe???? :0

** Eu não sei se tem rio em Interlagos! kkkkkk

Ah, na época que eu postava essa fic em um site de web novelas, eu fiz uma abertura. (parece de TV kkk, zoas)
pra quem quiser ver
https://www.youtube.com/watch?v=TK7PM_FB62Y

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