Imortais escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 12
Capítulo 11 : Lana




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Gwylin e Lana aterrisaram atravessaram o teto e aterrisaram no chão do corredor. Lana soltou suas mãos da dela, não conseguiu controlar a curiosidade e perguntou:

—Aquele homem, que estava lá em cima. Você viu ele?

—Lucien? Sim, eu vi. Ele gosta de ficar lá em cima, sozinho.

Lucien... Então era esse o nome dele. Lana tinha certeza de que era ele por causa do cabelo. O cabelo dele brilhava por causa da luz da lua de uma forma única.

—Ele é o que? Um imortal?

A menina negou com a cabeça, distraída.

—Mais ou menos. O que aconteceu entre Caius, Jane e você? Vocês brigaram?

Lana abaixou a cabeça, envergonhada. Não queria ter explodido daquela forma, gritado com ele. Mas era tanta coisa na sua cabeça, tantas informações pra digerir, e tudo se soltou.

—Acho que preciso pedir desculpas a eles.

—Hum. O que você disse?

—Eu só queria achar Cecília, e eles não fizeram nada pra ajudar. É como se nem se importassem com ela.

A garota suspirou, triste.

—Não pode dizer uma coisa dessas. Nem eu jogo isso na cara do Caius. Eu acho melhor você sair daqui, ao menos por enquanto. Vou conversar com eles.

Lana se sentiu magoada. Sabia que não tinha sido muito justa com eles, mas não tivera intenção de machucar ou irritar ninguém.

—Foi tão ruim assim o que eu disse?

Gwylin confirmou com a cabeça, envergonhada.

—Não se sinta culpada. É só que... Não sei se eu deveria dizer isso, mas ele se importa sim com ela, a sua maneira.

—Eu não entendo.

—Cecília é a irmã mais velha dele.

Lana se afastou dela, surpresa. Sua melhor amiga tinha um irmão? E por que nunca tinha contado?

—Eu quero sair daqui. Não só desse lugar, mas de tudo. Quero voltar a realidade. Ao meu mundo.

A garota sorriu, amistosamente.

—Ande reto pelo corredor, sem desviar. Quando chegar no fim dele, vai encontrar uma porta. Ela vai te levar pra onde você quiser.

Lana tentou achar o fim daquele lado do corredor, mas parecia que não tinha fim. Ela não se lembrava disso. Aquele corredor estava ali antes? Se virou pra se despedir de

Gwylin, mas a garota não estava mais ali.

—Seguir em frente... -Lana sussurrou.

Andou pelo corredor interminável, tentando achar uma solução plausível pra tudo isso. Ela devia estar em estado de choque, talvez chorando, se negando a acreditar em tudo que tinha ouvido e visto. Porém, a única coisa em que conseguia pensar era Cecília. Tudo estava tão mal explicado.

Ela ainda tinha muitas dúvidas, muitas perguntas, e por mais que se negasse a acusar sua amiga, perguntas como "por que você não me contou?" , "por que você mentiu?", " Você me usou?" vinham na sua cabeça. Afinal, Cecília era ou não era sua melhor amiga? Tudo o que ela tinha dito, era tudo mentira? Teria tudo sido falso?

Depois do que pareceu horas andando, Lana olhou pra frente e se assustou: uma pequena porta brilhando estava ali, na sua frente. Atravessou a luz branca e se viu de frente a sorveteria.

Segurando as lágrimas que ameaçavam pular dos olhos, entrou dentro da sorveteria e observou o lugar.

Lana nunca tinha sido uma pessoa muito sociável. Quando era criança, gostava de escalar coisas altas ou qualquer coisa que a fizesse se sentir corajosa ao fazer. Conforme crescia, se interessou por livros, e se imaginava no meio daquelas histórias de fantasia. Nunca tinha tido alguém pra chamar de amigo até conhecer Cecília.

Fazia dias que tinha chegado da sua cidade do interior pra capital, e permanecia trancada dentro do pequeno apartamento. Vira tantas coisas pela televisão que aconteciam na capital, ondas de violência, roubos, que estava assustada. Se não fosse por insistência dos seus pais, jamais teria largado seu confortável quarto e seus preciosos livros pra aceitar uma bolsa integral na faculdade.

Quando finalmente precisou sair pra fazer compras, acabou se perdendo e pegando o ônibus errado. Depois desse susto tão grande, se recusou a sair da segurança de seu apartamento. Porém, precisava enfrentar o mundo lá fora, já era uma adulta e precisava ir as aulas, que já tinham começado.

No primeiro dia de aula, deu de cara com a que se tornaria sua maior inimiga,

Christiane, a patricinha irritante. Christiane deixava claro pra quem quisesse ouvir que detestava aquelas aulas e que se não fosse por Fred, o garotinho bonitinho que amava escrever, ela jamais colocaria os pés ali. E em quem descontou sua raiva por estar em um lugar odioso como uma escola? Lana.

Christiane fez do seu primeiro dia a coisa mais horrível que poderia ter sido, a humilhando e tirando sarro de suas roupas. Como se não bastasse, no fim da aula, pediu para que as amigas jogassem farinha e ovo em cima dela.

Parada em frente ao colégio enquanto a chuva caída, Lana pensou em ligar pra mãe.

Ela sentia tanta falta dela, do seu carinho, do seu amor. E se não fosse pela garota que vinha andando em direção a ela, teria voltado pra casa imediatamente.

—Minha nossa, o que está fazendo parada aí, menina? Vai acabar pegando uma pneumonia. Venha. - Cecília a enrolou em um casaco e a puxou pra baixo do guarda-chuva. - Qual é o seu nome, menininha?

—Lana. - ela respondeu, batendo os dentes. Estava morrendo de frio. - Obrigada.

Lana se agarrava ao casaco quentinho como se ele pudesse ser sua salvação.

— Bem, Lana, parece que você não teve um dia muito bom. Tem casca de ovo no seu cabelo.- Cecília tinha feito cara de nojo, e se pôs a tirar a sujeira do cabelo dela.

— Veja só, está cheio de farinha e ovo. Você mora por aqui?

Ela negou com a cabeça.

—Sorte sua eu estar passando por aqui. Meu carro está estacionado no fim da quadra, e tenho algumas roupas lindas que devem servir em você. Não que as suas sejam feias, é claro. Mas estão molhadas.

—Seu nome... -Lana perguntou, baixinho.

—Cecília.

A menina sorriu, e Lana aceitou sua carona.

Lana se sentou no fundo da sorveteria, no mesmo lugar que Cecília tinha se sentado tantas vezes com ela. Nos últimos quatro anos, Cecília tinha sido mais do que uma amiga. Tinha sido sua irmã, uma que nunca teve, seu porto seguro. Era difícil aceitar que uma pessoa que ela julgava conhecer tão bem não era quem dizia ser.


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