Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 9
Telepata


Notas iniciais do capítulo

acho que vou fazer um "extra" com a descrição dos personagens



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Em uma semana terei me arrependido disso.

Estavam dentro do trem indo para Nevada, a cidade ferroviarai mais proxima de San Diego, que eles conseguiram achar.

_ se se arrepender volte para Seattle.

E se eu me arrepender de voltar mais tarde?

_é arrependimento demais para uma só pessoa – respondeu Bela sorrindo.

_o casal pode parar com essa conversa telepatica? G e eu tambem estamos aqui, a menos que queiram que saimos para terem mais privacidade.

_não sou telepata, se quiser sair que saia, ninguem esta te impedindo.

Não sou telepata – pensou Gael imitando a voz de Bela - só leio pensamentos.

_não leio pensamentos, eu escuto pensamentos. É diferente.

_qual a diferença? – perguntou David

_não posso saber o que se passa em sua cabeça a menos que pense, se você pensa em algo eu escuto, é como se fosse um receptor de mensagens pisiquicas, não sei como funciona direito, mas posso ouvir qualquer coisa que você pense, a menos que haja uma interferencia ou bloqueio.

_como se bloqueia a mente?

_não sei exatamente, David. Martin por exemplo usava um por do sol quando não queria que eu escutasse o que ele pensava, acho que é só pensar em algo e não esquecer.

_em que estou pensando? – perguntou Gael repentinamente interessado na conversa.

_em uma belíssima mulher... 16...39...1798...0...eu não vou dizer isso em voz alta...azul...verde...branco...17...7+32-98 = uma cebola voadora do mal – ela começou a rir – de onde tirou isso?

Sei lá, inventei...preto e azul é igual um arco-íris de saia...como faço para você não me ouvir? Só para que veja o que eu penso?

_esforce-se, pense em algo fixo e tente fazer ficar na frente de seus pensamentos.

_enfim acharam uma coisa para fazerem, sem discutir – comentou David olhando para G que concordou com a cabeça.

Vejo uma floresta, tem uma cachoeira e a água esta batendo na pedra, está longe de mim, mas posso ouvir...

_agora um pássaro passa voando, esta ficando frio, o pássaro sumiu no meio da neve que cai para alem da floresta...

Um meteoro caindo no pico da alta geleira... esta pegando fogo na floresta o gelo derretido esta formando um neblina...

_que apaga por completo o fogo. Seria bom se você pensasse mais devagar e se fixasse em algo concreto.

Um muro?

_seria bom, tente fazer o muro ficar entre mim e você...legal...18...007...Spock...sinal feio com o dedo...uma bola azul com linha vermelha...

Consegue ver as imagens?

_sim, quanto mais você pensar nelas mais eu as verei, se pensar nos nomes então só verei os nomes.

Isso não é ler pensamentos? Você esta vendo o que penso e não ouvindo.

_de certa forma escuto, do contrario como estaria conversando com você? Por outro lado você tem razão, eu estou vendo, nunca vi a mente das pessoas, só o por do sol na cabeça de Martin.

Então o muro entre eles se dissolveu, ele (Gael) e um homem estavam sentados em uma sala, pela janela atrás do homem podia ver a neve caindo, uma mulher cantava uma musica alegre em algum lugar e alguns homens conversavam na sala á espera do jantar ‘tente se concentrar meu bem, os sons ao nosso redor são meras distrações, se prive deles e imagine apenas eu e você’, ‘não consigo pai, tem muito barulho’, sua voz era suave e feminino, ‘então se concentre apenas em minha voz’, ‘sua voz é pior que a voz da Sonia cantando’ o homem riu e começou fazer cócegas nele, riam em uníssono.

Então ele foi repelido por uma placa de aço que o fez abrir os olhos. Ficaram se olhando em silencio, ofegantes. Ele esteve na mente dela, por um segundo, mas esteve lá.

_que foi? Está pálida Bela – disse G os olhando.

_telepata – sussurrou – ele é um telepata.

Gael sorriu, telepata.

_eu vi dentro da mente dela, eu vi... – riu novamente – vi o que ela pensa, ela pensa no pai dela, estavam em casa e eram felizes – eu nunca sequer pensei em como seria o meu pai.

_nem eu – respondeu Bela – o que você viu não foi imaginação, foi uma lembrança.

_sua infância na Rússia, você sente falta deles, de sua vida – Bela o olhou e saiu do assento.

_que foi que você viu? – perguntou David, sem evitar a curiosidade na voz.

_a vi aos oito anos, estava nevando e Martin estava a treinando dentro de casa, estavam se divertindo enquanto as pessoas conversavam á espera do jantar. Ela o tratava como pai e ela a tinha como a uma filha.

...

_me ensine a ler mente? – Bela estava parada olhando um jogo de xadrez que acontecia em um vagão, quando Gael a encontrou.

_claro, mas com três condições.

Quais?

_nunca vai entrar em minha mente, não vai olhar minhas lembranças e a menos que seja extremamente necessária não ira ler minha mente. Nunca em circunstância alguma usará de telepatia para conseguir o que se quer, em questões materiais ou emocionais e por ultimo quando descobrir algo que não deveria saber acidentalmente ou não, nunca, jamais ira contar a alguém com intuito de fazer mal ou conseguir algo, segredos devem ser mantidos em segredo, se souber algo que deva ser mantido em segredo manterá isso em segredo a menos que seja imprescindível sua revelação. Pode fazer isso?

_posso sim.

_promete pelo sangue que corre em suas veias e pelo poder que rege sua existência?

Por tudo o que eu sou eu juro nunca usar o que aprenderei contra você ou contra qualquer criatura existente ou que virá a existir.

_pois bem, começaremos após o jantar.

...

_amanhã chegaremos á Nevada, quero que até lá crie um lugar.

_como assim?

_imagine um lugar, um lugar onde você e apenas você possa ter acesso, um lugar onde possa ir quando não quiser ficar no mundo real.

_tipo um mundo virtual?

_isso, mas dentro de sua mente.

_que tipo de lugar?

_sei lá, a mente é sua, crie um lugar que você se sinta bem. Imagine.

Gael perdeu parte da noite acordado pensando, pensou em cidades de todos os tipos, pensou em praias e cidades de campo, pensou em florestas e mansões. Acabou dormindo de cansaço.

_já criei o mundo – disse os encontrando na saída da estação.

_você ao menos dormiu?

_sim, dormi sem querer enquanto pensava, mas acho que ficou legal, é um...

_não diga. Depois do almoço começaremos outra etapa.

Seguiram em pé até uma área de camping, onde ficariam pelo dia até irem para outra cidade ao anoitecer quando sairia o ônibus. Almoçaram algo frio e sem graça. Gael estava doido para começar, enfim descobrira sua habilidade.

_feche os olhos e pense em seu mundo, concentre-se única e somente nele – Gael a olhou suspirou e fez o que ela disse – relaxe, pense em tudo o que existe lá e se coloque no lugar, imagine-se lá andando pelos lugares.

Ela olhou para David e piscou, sentou-se sobre as pernas de joelho e fechou os olhos, tocou a mente de Gael, se convidando a entrar em sua imaginação, ele a recebeu com orgulho em mostrar a ela o que conseguira criar, era um lugar incrível. Havia o mar ao longe, arvores de todos os tipos, aves, uma mansão em frente ao mar, estavam na areia caminhando.

_é um belo lugar.

_gostou? Estou pensando em colocar algumas coisas dentro da mansão.

_me diga, que é aquilo no mar?

Ele olhou para o mar, não havia nada de mais – onde?

_lá no horizonte, as nuvens cinza que se aproximam, parece que vem uma tempestade.

Ele olhou e nuvens pesadas se formavam no horizonte

_está longe, quando chegar á praia entraremos na mansão, venha quero te mostrar uma coisa.

Ele encaminhou-se para a areia, havia um iate ancorado.

_legal, sabe pilotar?

_claro que sei, é meu, quer dar uma volta?

_não sei se seria boa ideia com essa ventania que vem ai, olhe a força daquelas ondas.

As ondas batiam nas pedras e chegavam até seus pés na areia, a tempestade seria terrível.

_é melhor entrarmos – gritou, a ventania era forte demais e ameaçava derrubar as arvores.

_não é seguro, olhe aquilo é um ciclone? – na areia mais ao leste vinha surgindo um grande tornado, tirando as árvores e os arrastando para ele.

Gael abriu os olhos, ofegante e assustado.

_que ouve? – perguntou G e David juntos.

_um ciclone, ia destruir tudo. Quase fomos arrastados – Bela ria maldosamente sem parar – por que ri? Podíamos ter morrido.

_era só imaginação, você devia ter controlado a tempestade e feito o tornado parar.

_foi você quem fez aquilo?

_eu não, era sua mente foi você quem criou, eu apenas sugeri.

_você me fez criar para me fazer destruir depois?

_vendo desse modo, sim. Mas não foi exatamente isso, foi um teste de autocontrole, basicamente devia ter ignorado o que eu dizia, deixou ser dominado pelo medo e me deixou controlar sua imaginação. Deve aprender a se controlar. Tentaremos amanha novamente.

Esta sendo cruel com ele, não acha?– perguntou David

_não, quando Martin descobriu o que eu podia fazer começou a me treinar, o primeiro teste foi me trancar em uma bolha de vidro na qual fiquei presa por nove horas até descobrir como sair. A esfera foi apenas uma sugestão dele em uma sessão de hipnose na qual eu não deveria deixa-lo me controlar. Levei mais de um ano para aprender a impedir suas armadilhas e me bloquear, ainda assim não sou forte o bastante, já que Gael é o primeiro telepata que eu conheço.

_Martin não era telepata

_não G, ele apenas conhecia truques de hipnose, era desse modo que ele entrava e saia de minha cabeça.

_você sabe hipnotizar?

_sei como fazer as pessoas me obedecerem contra sua vontade, mas não posso as controlar. Ele me dissera uma vez sobre a possibilidade dos outros terem dons ou habilidades não ligados aos seus elementais, eu, por exemplo, posso ouvir pensamento, ver além do tempo e me regenerar. Outros seis poderiam fazer qualquer outra coisa.

_dois mortos, você e Gael e uma desaparecida, a menos que a ordem dos números em seu planeta seja diferente falta duas crianças, não? – David perguntou diretamente para G.

_sim falta, mas eu não sei o que ouve com elas.

_ficaram em Izcamds mör, sob as garras imundas de Gnore Smaz

_quem?

_o imperador de Vytrel, motivo de tudo o que esta acontecendo em nosso planeta nos últimos 58 anos.

_58? Ele esta no poder á 58 anos?

_é segundo mamãe ele é um imortal.

_imortal? Seu povo esta lutando contra um imortal?

_não acredito que ele seja imortal, se fosse por que temeria tanto seis crianças? Acho que ele apenas é inteligente e esperto demais para evitar certos perigos.

_também acho isso, mas deixe o imperador pra lá, que sabe sobre as crianças que ficaram em Vytrel? – perguntou Gael

_sei que eles eram filhos de mesmo sangue. Irmãos gêmeos, quando o imperador soube da busca dos rebeldes por nós, ele mandou seus monstros atrás das crianças. Ele só conseguiu duas delas, quando a resistência chegou a destruição já havia acontecido, casas foram destruídas e varias pessoas assassinadas, as crianças foram levados e suas família morta. Quando viemos os planos deles era recuperar as crianças antes que o imperador descobrisse como usar seus poderes ou coisa pior.

_que pode ser pior que servir aos caprichos de um louco?

_pense em duas crianças assustadas sendo torturadas por uma criatura sem piedade, agora crescemos, mas éramos só crianças quando saímos de nosso planeta.

_esse imortal tinha algum poder?

_claro, controlava as forças da natureza, chuva, seca, frio, calor... some um ser poderoso mais um povo sem coragem para lutar contra.

Por que você é única que tem nome humano? – perguntou David á Bela mudando totalmente de assunto

_não tenho, meu nome em língua humana seria Iwbell, mas as pessoas não conseguiam pronunciar de forma correta, ai passaram para Bell e depois virou Bela.

Iwbell é um bom nome e combina mais com você que Bela.

_me chamando de feia, David?– perguntou rindo.

_não é claro – disse David rindo – apenas acho que Bela faz pensar em alguém frágil, delicada, doce e inofensiva, tudo o que você não é. Gosto do som de Iwbell é diferente.


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