Khaos - Terra escrita por Gato Cinza
Notas iniciais do capítulo
acho que vou fazer um "extra" com a descrição dos personagens
Em uma semana terei me arrependido disso.
Estavam dentro do trem indo para Nevada, a cidade ferroviarai mais proxima de San Diego, que eles conseguiram achar.
_ se se arrepender volte para Seattle.
E se eu me arrepender de voltar mais tarde?
_é arrependimento demais para uma só pessoa – respondeu Bela sorrindo.
_o casal pode parar com essa conversa telepatica? G e eu tambem estamos aqui, a menos que queiram que saimos para terem mais privacidade.
_não sou telepata, se quiser sair que saia, ninguem esta te impedindo.
Não sou telepata – pensou Gael imitando a voz de Bela - só leio pensamentos.
_não leio pensamentos, eu escuto pensamentos. É diferente.
_qual a diferença? – perguntou David
_não posso saber o que se passa em sua cabeça a menos que pense, se você pensa em algo eu escuto, é como se fosse um receptor de mensagens pisiquicas, não sei como funciona direito, mas posso ouvir qualquer coisa que você pense, a menos que haja uma interferencia ou bloqueio.
_como se bloqueia a mente?
_não sei exatamente, David. Martin por exemplo usava um por do sol quando não queria que eu escutasse o que ele pensava, acho que é só pensar em algo e não esquecer.
_em que estou pensando? – perguntou Gael repentinamente interessado na conversa.
_em uma belíssima mulher... 16...39...1798...0...eu não vou dizer isso em voz alta...azul...verde...branco...17...7+32-98 = uma cebola voadora do mal – ela começou a rir – de onde tirou isso?
Sei lá, inventei...preto e azul é igual um arco-íris de saia...como faço para você não me ouvir? Só para que veja o que eu penso?
_esforce-se, pense em algo fixo e tente fazer ficar na frente de seus pensamentos.
_enfim acharam uma coisa para fazerem, sem discutir – comentou David olhando para G que concordou com a cabeça.
Vejo uma floresta, tem uma cachoeira e a água esta batendo na pedra, está longe de mim, mas posso ouvir...
_agora um pássaro passa voando, esta ficando frio, o pássaro sumiu no meio da neve que cai para alem da floresta...
Um meteoro caindo no pico da alta geleira... esta pegando fogo na floresta o gelo derretido esta formando um neblina...
_que apaga por completo o fogo. Seria bom se você pensasse mais devagar e se fixasse em algo concreto.
Um muro?
_seria bom, tente fazer o muro ficar entre mim e você...legal...18...007...Spock...sinal feio com o dedo...uma bola azul com linha vermelha...
Consegue ver as imagens?
_sim, quanto mais você pensar nelas mais eu as verei, se pensar nos nomes então só verei os nomes.
Isso não é ler pensamentos? Você esta vendo o que penso e não ouvindo.
_de certa forma escuto, do contrario como estaria conversando com você? Por outro lado você tem razão, eu estou vendo, nunca vi a mente das pessoas, só o por do sol na cabeça de Martin.
Então o muro entre eles se dissolveu, ele (Gael) e um homem estavam sentados em uma sala, pela janela atrás do homem podia ver a neve caindo, uma mulher cantava uma musica alegre em algum lugar e alguns homens conversavam na sala á espera do jantar ‘tente se concentrar meu bem, os sons ao nosso redor são meras distrações, se prive deles e imagine apenas eu e você’, ‘não consigo pai, tem muito barulho’, sua voz era suave e feminino, ‘então se concentre apenas em minha voz’, ‘sua voz é pior que a voz da Sonia cantando’ o homem riu e começou fazer cócegas nele, riam em uníssono.
Então ele foi repelido por uma placa de aço que o fez abrir os olhos. Ficaram se olhando em silencio, ofegantes. Ele esteve na mente dela, por um segundo, mas esteve lá.
_que foi? Está pálida Bela – disse G os olhando.
_telepata – sussurrou – ele é um telepata.
Gael sorriu, telepata.
_eu vi dentro da mente dela, eu vi... – riu novamente – vi o que ela pensa, ela pensa no pai dela, estavam em casa e eram felizes – eu nunca sequer pensei em como seria o meu pai.
_nem eu – respondeu Bela – o que você viu não foi imaginação, foi uma lembrança.
_sua infância na Rússia, você sente falta deles, de sua vida – Bela o olhou e saiu do assento.
_que foi que você viu? – perguntou David, sem evitar a curiosidade na voz.
_a vi aos oito anos, estava nevando e Martin estava a treinando dentro de casa, estavam se divertindo enquanto as pessoas conversavam á espera do jantar. Ela o tratava como pai e ela a tinha como a uma filha.
...
_me ensine a ler mente? – Bela estava parada olhando um jogo de xadrez que acontecia em um vagão, quando Gael a encontrou.
_claro, mas com três condições.
Quais?
_nunca vai entrar em minha mente, não vai olhar minhas lembranças e a menos que seja extremamente necessária não ira ler minha mente. Nunca em circunstância alguma usará de telepatia para conseguir o que se quer, em questões materiais ou emocionais e por ultimo quando descobrir algo que não deveria saber acidentalmente ou não, nunca, jamais ira contar a alguém com intuito de fazer mal ou conseguir algo, segredos devem ser mantidos em segredo, se souber algo que deva ser mantido em segredo manterá isso em segredo a menos que seja imprescindível sua revelação. Pode fazer isso?
_posso sim.
_promete pelo sangue que corre em suas veias e pelo poder que rege sua existência?
Por tudo o que eu sou eu juro nunca usar o que aprenderei contra você ou contra qualquer criatura existente ou que virá a existir.
_pois bem, começaremos após o jantar.
...
_amanhã chegaremos á Nevada, quero que até lá crie um lugar.
_como assim?
_imagine um lugar, um lugar onde você e apenas você possa ter acesso, um lugar onde possa ir quando não quiser ficar no mundo real.
_tipo um mundo virtual?
_isso, mas dentro de sua mente.
_que tipo de lugar?
_sei lá, a mente é sua, crie um lugar que você se sinta bem. Imagine.
Gael perdeu parte da noite acordado pensando, pensou em cidades de todos os tipos, pensou em praias e cidades de campo, pensou em florestas e mansões. Acabou dormindo de cansaço.
_já criei o mundo – disse os encontrando na saída da estação.
_você ao menos dormiu?
_sim, dormi sem querer enquanto pensava, mas acho que ficou legal, é um...
_não diga. Depois do almoço começaremos outra etapa.
Seguiram em pé até uma área de camping, onde ficariam pelo dia até irem para outra cidade ao anoitecer quando sairia o ônibus. Almoçaram algo frio e sem graça. Gael estava doido para começar, enfim descobrira sua habilidade.
_feche os olhos e pense em seu mundo, concentre-se única e somente nele – Gael a olhou suspirou e fez o que ela disse – relaxe, pense em tudo o que existe lá e se coloque no lugar, imagine-se lá andando pelos lugares.
Ela olhou para David e piscou, sentou-se sobre as pernas de joelho e fechou os olhos, tocou a mente de Gael, se convidando a entrar em sua imaginação, ele a recebeu com orgulho em mostrar a ela o que conseguira criar, era um lugar incrível. Havia o mar ao longe, arvores de todos os tipos, aves, uma mansão em frente ao mar, estavam na areia caminhando.
_é um belo lugar.
_gostou? Estou pensando em colocar algumas coisas dentro da mansão.
_me diga, que é aquilo no mar?
Ele olhou para o mar, não havia nada de mais – onde?
_lá no horizonte, as nuvens cinza que se aproximam, parece que vem uma tempestade.
Ele olhou e nuvens pesadas se formavam no horizonte
_está longe, quando chegar á praia entraremos na mansão, venha quero te mostrar uma coisa.
Ele encaminhou-se para a areia, havia um iate ancorado.
_legal, sabe pilotar?
_claro que sei, é meu, quer dar uma volta?
_não sei se seria boa ideia com essa ventania que vem ai, olhe a força daquelas ondas.
As ondas batiam nas pedras e chegavam até seus pés na areia, a tempestade seria terrível.
_é melhor entrarmos – gritou, a ventania era forte demais e ameaçava derrubar as arvores.
_não é seguro, olhe aquilo é um ciclone? – na areia mais ao leste vinha surgindo um grande tornado, tirando as árvores e os arrastando para ele.
Gael abriu os olhos, ofegante e assustado.
_que ouve? – perguntou G e David juntos.
_um ciclone, ia destruir tudo. Quase fomos arrastados – Bela ria maldosamente sem parar – por que ri? Podíamos ter morrido.
_era só imaginação, você devia ter controlado a tempestade e feito o tornado parar.
_foi você quem fez aquilo?
_eu não, era sua mente foi você quem criou, eu apenas sugeri.
_você me fez criar para me fazer destruir depois?
_vendo desse modo, sim. Mas não foi exatamente isso, foi um teste de autocontrole, basicamente devia ter ignorado o que eu dizia, deixou ser dominado pelo medo e me deixou controlar sua imaginação. Deve aprender a se controlar. Tentaremos amanha novamente.
Esta sendo cruel com ele, não acha?– perguntou David
_não, quando Martin descobriu o que eu podia fazer começou a me treinar, o primeiro teste foi me trancar em uma bolha de vidro na qual fiquei presa por nove horas até descobrir como sair. A esfera foi apenas uma sugestão dele em uma sessão de hipnose na qual eu não deveria deixa-lo me controlar. Levei mais de um ano para aprender a impedir suas armadilhas e me bloquear, ainda assim não sou forte o bastante, já que Gael é o primeiro telepata que eu conheço.
_Martin não era telepata
_não G, ele apenas conhecia truques de hipnose, era desse modo que ele entrava e saia de minha cabeça.
_você sabe hipnotizar?
_sei como fazer as pessoas me obedecerem contra sua vontade, mas não posso as controlar. Ele me dissera uma vez sobre a possibilidade dos outros terem dons ou habilidades não ligados aos seus elementais, eu, por exemplo, posso ouvir pensamento, ver além do tempo e me regenerar. Outros seis poderiam fazer qualquer outra coisa.
_dois mortos, você e Gael e uma desaparecida, a menos que a ordem dos números em seu planeta seja diferente falta duas crianças, não? – David perguntou diretamente para G.
_sim falta, mas eu não sei o que ouve com elas.
_ficaram em Izcamds mör, sob as garras imundas de Gnore Smaz
_quem?
_o imperador de Vytrel, motivo de tudo o que esta acontecendo em nosso planeta nos últimos 58 anos.
_58? Ele esta no poder á 58 anos?
_é segundo mamãe ele é um imortal.
_imortal? Seu povo esta lutando contra um imortal?
_não acredito que ele seja imortal, se fosse por que temeria tanto seis crianças? Acho que ele apenas é inteligente e esperto demais para evitar certos perigos.
_também acho isso, mas deixe o imperador pra lá, que sabe sobre as crianças que ficaram em Vytrel? – perguntou Gael
_sei que eles eram filhos de mesmo sangue. Irmãos gêmeos, quando o imperador soube da busca dos rebeldes por nós, ele mandou seus monstros atrás das crianças. Ele só conseguiu duas delas, quando a resistência chegou a destruição já havia acontecido, casas foram destruídas e varias pessoas assassinadas, as crianças foram levados e suas família morta. Quando viemos os planos deles era recuperar as crianças antes que o imperador descobrisse como usar seus poderes ou coisa pior.
_que pode ser pior que servir aos caprichos de um louco?
_pense em duas crianças assustadas sendo torturadas por uma criatura sem piedade, agora crescemos, mas éramos só crianças quando saímos de nosso planeta.
_esse imortal tinha algum poder?
_claro, controlava as forças da natureza, chuva, seca, frio, calor... some um ser poderoso mais um povo sem coragem para lutar contra.
Por que você é única que tem nome humano? – perguntou David á Bela mudando totalmente de assunto
_não tenho, meu nome em língua humana seria Iwbell, mas as pessoas não conseguiam pronunciar de forma correta, ai passaram para Bell e depois virou Bela.
Iwbell é um bom nome e combina mais com você que Bela.
_me chamando de feia, David?– perguntou rindo.
_não é claro – disse David rindo – apenas acho que Bela faz pensar em alguém frágil, delicada, doce e inofensiva, tudo o que você não é. Gosto do som de Iwbell é diferente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!