Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 10
San Diego


Notas iniciais do capítulo

Perdi a linha da historia mais uma vez...



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Em San Diego como já era esperado não descobriram muitas coisas, Bell - como David e os outros passaram a chamar Bela - e G foram aos redores da praia e do cais atrás de informações e David e Gael foram para a cidade. Se hospedaram em um albergue e no fim do dia se reuniram no quarto que os quatro dividiam.

_nada de útil – disse David – apenas descobri que a Melodi era muito bonita, poderia descrevê-la com todos os detalhes de sua aparência de tanto que ouvi, quanto ao tio Ilmar com quem ela morava era um velho ranzinza cujo humor piorava a cada ano.

_eu tive mais sorte então – disse Gael sentando na cama – nos lugares que passei me falaram que o velho Ilmar tinha um apreço por bebidas, que nos últimos meses ele e a sobrinha tinham recebido a visita de um cara metido a interrogador chamado Martin. O velho estava sentado em um bar certo dia quando apareceu esse cara procurando por ele, quando soube que tinha gente atrás dele o velhote foi tirar satisfação. Quando ele pareceu reconhecer o tal Martin ele ficou transtornado, pareceu ganhar força e raiva a mais, xingou o cara e foi pra cima dele, o Martin era rápido e calmo, desviava dos ataques e não batia no velho, até que o velho acertou a cabeça dele com um pedaço de madeira, ai ele derrubou o velho e só fez uma pergunta – cadê a menina.

“Nesse meio tempo, alguém tinha ido buscar pela Melodi, quando ela chegou e viu um homem segurando o tio no chão, ela mandou que soltasse quando o Martin soltou o velho ela deu um chute nele, teria sido um chute doloroso se Martin não tivesse segurado o pé dela em pleno ar com uma mão só. Ai ela perguntou quem era ele, foi o velho quem respondeu disse que ele era um desgraçado de nome complicado. Martin soltou o pé dela e ela o mandou ajudar o velho a se equilibrar e a seguir. Depois disso a garota mudou, parecia assustada e quase nunca era vista, quando saia estava com Martin ou com o tio. Comentavam que o Martin era pai da Melodi e que eles estavam saindo da cidade, estavam apenas esperando um substituto para cuidar do farol. Mas quase dois meses atrás o farol explodiu com eles lá dentro.

_interessante, ouvimos quase a mesma coisa, tirando a parte que não nos diz respeito houve rumores pela cidade que haviam homens de preto seguindo Melodi e os dois pela praia. Um deles homens altos e medonhos havia desaparecido em pleno ar quando Ilmar o partiu em dois do ombro á metade da barriga com a própria espada longa e brilhante. Um deles havia jogado Martin para longe e continuaram correndo atrás de Melodi, quando ela parou e os encarou, fez a água do mar sair voando e atravessa-los como se fossem laminas de água e os homens de preto viraram fumaça, enquanto os três voltavam correndo para o farol, que explodiu menos de 10 minutos depois. Nenhum dos corpos foi encontrado nos destroços. Ai vem a parte lenda que corria do outro lado da historia, Melodi era uma sereia e levou os dois para o fundo do mar, há pescadores e velejadores que jurariam ter visto ela pela praia de madrugada quando saiam para o mar.

_besteira penso eu, se fosse sentiria Martin, mas eu não sinto nada dele.

_acha que ela poderia ter se refugiado no oceano? Afinal água era o elemento dela.

_pode ser Gael, seria um motivo para não senti-la, o oceano é grande demais para poder distinguir o que vive nele.

_então ela pode estar viva?

_talvez, quem sabe o que se esconde nas profundezas do mar?

_pode sentir essa que esta desaparecida? – perguntou David se deitando no chão onde dormiria.

_posso, mas não sei dizer em que lugar do mundo ela esta. Bom, vou tomar banho quando sair podemos começar nossa sessão de telepatia – disse olhando para Gael.

_legal, mais um mundo destruído, oitavo paraíso destruído pela psicopata – ele não era capaz de impedir que Bell destruísse o que ele criava, as ultimas duas vezes, no entanto ele foi capaz de manter o seu pensamento existente por mais tempo.

Desta vez Gael criara um deserto, tinha areia a apenas areia, sumindo até onde os olhos podiam ver, o céu era vermelho-alaranjado sem nuvem e sem sol.

_você vai destruir tudo mesmo – disse quando Bell apareceu.

_não desta vez, enfim um lugar em sua cabeça que não é incrivelmente fantástico e paradisíaco.

_quer dizer que não vai destruir? Esperava tempestade de areia ou um dilúvio.

_vamos apenas arrumar algumas coisas, tem areia demais aqui.

_entendi, vai esperar eu deixar o lugar como um Oasis ai vai destruir né?

_não – ela começou a caminhar – que houve com o sol?

_nada, gosto assim sem sol, se não tem sol não tem calor e se não tem calor não preciso de sombra, se não preciso de sombra não preciso criar arvores e casas e nada mais.

_sensato, mas eu sinto sede – ele a olhou.

_quer que e eu faça chover?

_não, isso seria exagero, sinto sede um copo de água me seria o suficiente.

Ele se concentrou, levou uns minutos para criar um copo de água gelado, quando olhou ela estava longe, correu tentando equilibrar o copo. Quando se aproximou ela olhou para o copo e sorriu.

_bom, mas não quero água, prefiro suco de uva bem gelado.

Levou um tempo menor para mudar a água para suco de uva e criar cubos de gelo, quando terminou Bell bebeu.

_quero que grave este lugar, não se esqueça dele. Nos tire daqui nos leve para uma montanha.

Desta vez foi mais rápido, estavam no pé de uma montanha.

_nos leve lá pra cima – ela parou de falar e estavam no topo da montanha, ventava.

_já esteve em uma montanha antes?

_nunca, mas é assim nos filmes.

_sim, mas nos filmes normalmente existe um precipício – após alguns minutos de silencio Bell aplaudiu.

_que houve?

_não percebeu? Sugeri um precipício e nada aconteceu, você esta aprendendo a se controlar – Gael sorriu, ela estava certa – pode fazer uma coisa?

_que?

_faça parar de ventar – ele assim o fez, sem menor esforço apenas pensou – parabéns, me faça mais um favor?

_o que quiser.

_me salve! – disse e rolou montanha abaixo.

NÃÃÃÃOOOOOOOO – ele gritou e despertou, tudo desapareceu e voltou ao seu corpo novamente ele estava sentado no quarto de frente para Iwbell. Ela despencou para o lado inconsciente.

_Bell – David correu para onde ela estava, G se levantou também – Bell...

_que houve? – perguntou G olhando para o irmão – Gael que houve com ela?

_ela morreu – sussurrou encostando-se à cama com as duas mãos na cabeça, lagrimas subiram em seus olhos – morreu.

_como assim? – David a deitou na cama – ela esta viva, pulso e respiração normal.

_tem certeza? – perguntou ele se aproximando e limpando os olhos – ela esta mesmo viva?

_claro que está só está desmaiada, que aconteceu?

_estávamos no deserto, ai ela pediu para que a levasse para o topo da montanha, quando chegamos lá ela disse me salve e se jogou da montanha.

_você não á salvou?

_ela se jogou, eu me assustei e acordei, sempre que ela destrói algo acordamos.

_Gael, volte a montanha e a salve – ordenou G.

_voltar?

_claro, ela mandou você salvá-la, deve estar lá te esperando.

Gael sentou-se e respirou, concentre-se Gabriel é um teste se você passar será um passo a mais para descobrir a leitura de mente, concentre-se. Levou um tempo bem maior que o esperado para recriar a montanha, mas ela não estava, nem no topo nem no pé da montanha. Que fazer? Onde ela estaria?... que ela havia dito... ela falava muitas coisas, me salve o rosto dela sorrindo antes de pular lhe veio á lembrança, tinha que pensar, por que não parava de pensar nela? Eis que entendeu, pensar nela, se ela estava dentro na mente dele ele só precisava pensar nela. Fechou os olhos e se concentrou, quando abriu estava no deserto, ela estava á poucos passos de distancia.

Estava lá, mas por que estava desmaiada? A chamou, gritou, a imaginou acordando, fez um copo de água surgir e jogou nela, depois um balde, um grito, um tapa, vários tapas, a sacudiu e beliscou, nada de que fez ou pensou funcionou, ela continuava ali, imóvel. Se levantou e começou a andar em círculos em trono dela, se despertasse sem ela G e David o obrigariam a voltar, deixa-la ali também não seria uma boa ideia, conviver com uma bela adormecida em sua cabeça seria quase um... bela adormecida... se ajoelhou, e deu um beijo nela, nada. Levantou chutando a areia, por que achou que podia dar certo? Nem era um príncipe e nem ela uma princesa, ao menos estava fazendo o papel da fada vermelha que a fez entrar em coma. Ao visto teria que conviver com ela em sua cabeça, que será que estava acontecendo na mente dela para não acordar, será que tinha batido com a cab... mente, ele se xingou como pode ter sido burro.

Se sentou como ela o obrigava a se sentar, como seu corpo estava sentado em um quarto de albergue em San Diego. Como se fosse personagem de um filme japonês - liberte sua mente pequeno gafanhoto, riu de sua piada... estavam no deserto... a mente dela ao seu dispor sem ela dizendo o que e como devia fazer...

Após um tempo, sentado e imóvel ouviu um tic-tac, maravilha, agora ia começar ouvir coisas, o tic-tac hipnotizante aumentava aos poucos, abriu os olhos irritado, estava no mais absoluto escuro e começou a cair. Bateu contra uma superfície fria, não via nada em volto naquela escuridão, levantou e começou a dar passos lentos para frente até que tocou em algo liso, procurou por uma brecha ou uma porta, passava a mão tentando achar uma saída, queria tanto poder ver ali dentro, ao menos se aquele tic-tac parasse. Estava sem duvida andando em circulo, um circulo enorme e sem saída.

Deu um soco na superfície em que tocava, aquele lugar estava esgotando sua paciência. Ao socar a superfície ouviu um barulho de vidro se quebrando, o lugar começou a se clarear, ele parou olhando em volta, estava em um grande salão de espelhos em forma de circulo, o chão era feito de mármore e o céu era negro com milhares de milhões de estrelas brilhantes que clareava a noite sem luar. Recomeçou a andar após absorver cada lugar daquele lugar estranho, deu voltas e voltas até chegar à conclusão que não estava em um circulo e sim em um labirinto. Se não era capaz de sair andando, fechou os olhos e se imaginou voando, estava quase no limite do muro de espelhos quando bateu contra uma barreira invisível e caiu novamente.

_quem ousa profanar o refugio de uma senhorita?

Ele olhou para cima, em todos os espelhos havia reflexos de Iwbell.

_como ousa tentar sair daqui com um truque tão insignificante? – perguntou uma Bell ao lado dele.

_se quer sair use uma saída – disse outra

_ou tente ser digno de nossa piedade

_se fosse digno não tentaria escapar

_sem duvida, devíamos nos vingar pela trapaça.

_prefere perder o braço ou a perna?

_ou um abismo? – uma fechava a boca e outra logo falava, quando Gael virava para onde vinha a voz outra já falava, era quase incapaz de conseguir acompanha-las.

_devíamos lhe tirar os olhos

_acho que ficar preso aqui pela eternidade será um bom castigo

_não, por favor – pediu Gael – não façam isso.

_e que acha que faremos?

_não sei, vocês estão me deixando confuso

_então por que pede para que não o façamos?

_eu...eu...

_está nervoso?

_acalme-se, não será divertido perder a cabeça sem que a arranquemos com nossas mãos – disse uma delas que ele nem sabia onde estava, e todas as outras riram.

_eu quero falar com a Iwbell – ele gritou

_eu estou aqui – todas falaram

_quero falar com aquela que vive lá fora, no mundo real.

_somos todas uma só – a voz de todas ecoavam em sua cabeça, aquilo seria mais difícil que pensara.

_Iwbell – aquilo era um sonho mais idiota que ele tivera em anos, falando com reflexos de uma pessoa que estava desmaiada dentro de sua cabeça – você caiu de uma montanha e ficou presa dentro de minha imaginação, eu vim aqui para leva-la de volta.

_levar para onde?

_para fora, para o mundo real.

_como entrou aqui?

_se quer me ajudar por que tentou fugir?

_como saberemos se é confiável?

_pode estar apenas tentando fazer-nos baixar as defesas.

Elas recomeçaram a falar, eram lógicas e tinham um sincronismo perfeito de pensamentos. Gael estava ficando tonto, ele recomeçou a andar, tinha que achar uma saída antes que elas resolvessem o matar.

_aonde pensa que vai?

_não permitiremos que saia.

_ficara preso para sempre.

_EU SÓ QUERO AJUDAR – gritou cansado.

_é melhor você parar, vai se perder desse modo – disse uma Iwbell á sua frente.

_pode-me dizer como saio daqui? – perguntou a ela

_posso – ela respondeu

_não faça isso

_ele deve ficar preso

_não tem o direito de liberta-lo

_deve achar a saída sozinho

_por favor, me ajude a sair – Gael pediu a ela, tentando ignorar as outras que não se calavam – eu juro que só quero te ajudar.

As outras Iwbell sumiram – acho que assim é melhor, o que deseja saber?

_como saio daqui?

_tem certeza que é isso? Se sair poderá achar qualquer coisa que aquilo que veio buscar.

Ela estava certa, tinha que pedir para achar Bell – quero levar Iwbell novamente para seu corpo que esta dormindo em minha mente.

_isso não depende de mim, concentre-se no que quer e me responda; se tentar qualquer mal ou se fazer qualquer coisa que possa macular a mente ou o corpo onde resido ficara preso aqui, se ficar preso aqui seu corpo lá no mundo real ira enfraquecer, quanto mais fraco seu corpo ficar mais se tornara uma lembrança aqui, se você for esquecido aqui sumira, se sumir seu corpo morrerá. Tem absoluta certeza que quer ir para além daqui?

_tenho

Ela sorriu e tudo se dissolveu. Havia um ponto longe ele começou a caminhar, quando notou que o ponto era Iwbell, ela estava encolhida em um canto, correu.

_Bell? – perguntou esticando a mão – vamos? – ela ergueu os olhos e segurou a mão dele. Gael sentiu-se repelido por uma placa de metal, estava sentado no deserto e Iwbell não estava mais lá. Despertou.

Bell retornou para seu corpo assustada, abriu os olhos ofegante e viu G e David á olhando.

_você esta bem? – perguntou os dois á ela.

_não

_que aconteceu? – ela olhou para Gael que se levantava, ele era forte.

_estou cansada, podemos conversar amanhã?


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