Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 8
Na floresta




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_ficou louca?

_não David, apenas observe – ela ergueu a mão direita, havia pequenas linhas metálicas onde o fogo havia queimado, e aos poucos a pele se tornava normal.

_você é a filha do fogo? – perguntou G.

_você é uma mutante? – perguntou David assustado.

_não e não, se eu fosse uma filha do fogo seria mais sensato fazer o fogo sair caminhando e David pare com isso – falou calmamente puxando a mão que David virava de um lado para o outro colocando e tirando do fogo.

_o..o...o que é você? Como pode fazer isso?

_eu faço e só, sou o que você chama de extraterrestre.

David começou a rir compulsivamente. Bela falou algo que soou mais como um zumbido medonho, G respondeu a ela com um zumbido semelhante.

_o que foi isso? – perguntou Gael confuso e David as olhava interessado.

_Bela perguntou o porquê eles sempre agem como idiotas. Eu respondi que é pelo fato dele ser humano.

_então ET o que querem na terra? – perguntou David sarcástico.

_sarcasmo te veste bem David, veiemos nos refugiar na terra.

Sem duvida ela era louca, e uma louca com seguidores.

_de onde vieram? – perguntou, precisava manda-la novamente para o sanatório.

_do outro lado da galáxia, de um planeta cujo nome em linguagem humana seria... Izcamds mör.

Ela era mais uma daqueles malucos viciados em star wars, por isso tanto interesse em Darth Varder, o pior é que ela achava que era real.

_por que eles não regeneraram antes? – estava com três loucos na floresta, teria que mantê-los ocupados pelo maior tempo possível.

_por que não temos essa habilidade, na verdade apenas os Mïr possuem dons, os restos de nós são tão frágeis quanto vocês humanos.

_por que vieram para terra se eram do outro lado da galáxia? Existem planetas mais evoluídos por ai, não existe?

_não sei, nunca vi outro planeta se não á terra, nem me lembro de nosso planeta natal.

_fomos mandados para a terra por que este planeta é um dos poucos que se assemelham biológica e quimicamente com o nosso.

_e como chegaram aqui?

_buraco de minhoca

_é claro, atravessaram um buraco de minhoca em sua nave, onde alias esconderam ela?

Bela riu.

_esqueça os filmes David, atravessar um buraco de minhoca com uma nave é coisa de desenho animado, assim como velocidade hipersônica aplicada em uma maquina para cruzar espaço e tempo. Não temos nave, quem sabe em um futuro muito e muito distante. Pense no buraco de minhocas terrestre como um portal interdimensional, uma ligação entre dois mundos separados por alguns milhares de anos luz, como se fosse um espelho.

David se calou a observando, sem duvida ela tinha uma capacidade lógica incrível, contra argumentar será difícil, ao menos o garoto parecia tão confuso quanto ele.

_então... que houve em seu planeta para se refugiarem na terra?

_guerra... havia um imperador obsecado em nosso mundo, quando eu e mais seis crianças nascemos ele resolveu nos matar, então os rebeldes da resistência resolveram nos salvar, e nos mandaram para cá em segurança sob proteção de guardiões, o meu era o Martin.

_por que o imperador queria matar vocês?

_por que se crescêssemos e nos tornássemos membros da resistência ele não teria chance, viu o que posso fazer com minha pele, pense o que sete crianças com poderes não poderiam fazer junto com um exército de inimigos furiosos?

A mão dela, aquilo não tinha explicação lógica. Mas isso não a tornava menos perigosa ou mais sã.

_por que seu pai te trancou no sanatório?

_pra me proteger, ali dentro eu estaria segura enquanto ele tentava achar os outros e coloca-los em segurança também – ela se virou para os outros dois – aquilo que você viu noites atrás era apenas um dos Gert’ns, os que nos atacaram na Rússia eram muito mais, atravessamos a Europa sendo seguidos por eles, quando perdi Martin tive que sair da segurança em que ele me colocara, agora só resta eu, ele e mais uma. Que vocês vão fazer, digo água e terra caíram.

_vamos para San Diego

_Melodi morreu lá. Por que vão para aquele lugar?

_vamos ver se há algo lá que nos indique onde esta a outra de vocês. Paklian e Ilmãt podiam ter achado algo. Vamos pegar o próximo trem que nos deixe o mais perto possível de San Diego.

_então sairemos ao amanhecer, adeus David, desculpe por te dar tanto trabalho e se cuide.

_vai mesmo com eles? Não deve fazer isso, tenho que leva-la de volta...

_pra um hospício ou para um laboratório?

_que?

_mais uma de minhas habilidades, posso ouvir pensamentos. Então se quer mesmo chamar a policia saia logo daqui e o faça quem sabe não nos encontra na estação, só não diga que minha mão se regenerou e que li sua mente, ou quem vai para o hospício será você.

...

David a olhava estupefato e balbuciante. Saiu correndo e parou, ótimo estava no meio de uma floresta que nem conhecia, para onde ele iria agora? Começou a andar, encontraria a saída, “posso ouvir pensamentos” ela se regenerou e todo aquele papo sobre ser ET, seria verdade? Que mais ela poderia fazer? Byron no sanatório é obvio, ela controlava mente, por isso não a levou antes para o hospício, e o que fez com aquela criatura, devia tê-la questionado sobre aquilo quando teve chance, uma ET por isso conseguira curar os outros, por isso agia com tanta indiferença, por isso fazia as pessoas dormir quando cantava, por isso respondia antes de perguntarem ou quando não falavam nada, estava tudo tão claro agora, ela não era louca era um ET, três ETs na floresta, quantos os cientistas pagariam para estuda-los?

Andava sem direção, sua mente girava em torno de tantas recém-descobertas, ficaria rico e famoso se conseguisse fazer que eles fossem revelados ao mundo. Estava tão distraído com seus pensamentos que nem notou a criatura de preto ao lado de uma arvore, parou quando a criatura parou em sua frente com uma espada de lamina longa e larga em seu pescoço, sentiu o coração parar, até sua respiração ficou pesada, o buraco aberto pela kunai de Bela estava em seu corpo, tornando a aparência medonha e irreal. Que faria agora? Correr ou gritar não seria muito boa ideia, ele estaria morto se fisesse o menor e mais delicado movimento, pense...pense...pense...pensar, claro. Bela...Bela...socorro, me ajude, por favor. Gritava em seu pensamento, estava perdido, ela nunca chegaria a tempo, a criatura o soltou no chão após fareja-lo, deu um rugido e abriu o que devia ser sua boca, um buraco abaixo de duas cavidades vermelhas como fogo vivo, onde vários pares de pequenas serras afiadas sobressaiam por entre uma camada gosmenta, fina e gelatinosa. David gritou apavorado viraria jantar de um ET assassino.

...

Bela caminhava em torno a fogueira, ouvia a mente perturbada de David, centenas de coisas ao mesmo tempo e cada coisa pior que a outra, se ele ousasse a mandar para um projeto de ciências o mataria da forma mais lenta e cruel que sua mente pudesse imaginar.

_quer parar de andar em círculos? – Gael e G arrumavam suas coisas para saírem da floresta – ajude aqui antes que seu amigo venha atrás da gente com a polícia.

_ele esta apavorado demais para fazer qualquer bobagem e nem sabe qual o rumo da cidade.

_ele não é o único apavorado com a ideia de uma Alien em minha cabeça.

_cale a boca garoto, caso não tenha notado não sou a única alien aqui e ah... David – ela pegou a kunai no chão e saiu correndo, G pegou seu arco e foi atrás, Gael foi atrás delas.

Parou... que lado, ela olhava para os lados, para onde David fora Bela...Bela...socorro, me ajude, por favor seguiu em frente, mais algumas arvores e os viu, David no chão e um Gert’n abaixando sobre ele com a bocarra aberta, lançou a kunai que atravessou por dentro da boca dele fazendo outra abertura. G atirou uma flecha contra o mostro, preparava outra flecha quando, ergueu os olhos, Bela estava com a espada do Gert’n na mão, um movimento rápido e o Gert’n desabou, suas pernas debateram antes de seu corpo de decompor em fumaça e cinzas, a espada que ela segurava se dissolveu junto com ele.

_obrigado – sussurrou David, olhando para onde a criatura sumira em pó.

_por nada – respondeu Bela se virando e indo se juntar aos irmãos. David se levantou após alguns minutos.

...

_me desculpe por pensar em te mandar para o sanatório de volta – disse ele retornando ao acampamento.

_eu te coloquei em perigo, então tá tudo bem.

Me colocou? Aquilo quase me devorou – achei que não fosse chegar a tempo.

_cuidado com o que pensa, ainda te ouço, foi graças os seus pensamentos alucinados que vi ele e cheguei a tempo de impedir que ele o devorasse.

Não posso nem pensar mais? – de que era feito aquilo?

_fumaça, cinza, ódio, magia, vai saber – respondeu G.

Raiz de mandrágora.

­­­­­­­­­­­_não somos bruxas, David.

_tem certeza? Ví você cura-los com poçoes e aquela coisa lá – apontou para onde esteve antes – virou pó depois que você o matou...

_prefere acreditar em bruxas que em alienigenas? – perguntou Gael curioso

_não acredito em bruxas mas elas existem.

_e de fato existem, o que torna o fato mais um motivo para crer em alieniginas.

_como assim G? Que tem haver bruxas com ETs?

_tudo Gael, de onde acha que as pessoas tiraram inspiração para bruxas, vampiros, gnomos, duendes, lobisomens, fadas, sereias, elfos, dragões, unicórnios e todo o mundo magico das lendas de faz de conta?

_tá dizendo que tudo é real e que são ETs?

_claro que são, raças e especies de varios planetas diferentes do universo cujo estrutura quimica e organica se assemelham a terra.

_e eles vem com por buracos de minhocas?

_sim, portais dimenssionais são mais faceis de reproduzir que criar sondas espaciais, embora sejam muito menos faceis de controlar, uma vez que isso implica mexer com o espaço e tempo.

_e se vocês quiserem simplesmente retornarem?

_não retornamos, não sabemos criar um portal e acho que os humanos estão bem longe de tal proeza. Seus “misticos” – fez sinal com os dedos para as aspas – ainda acreditam que as dimensoes existem e que pertencem apenas a terra.

_ o que não é verdade, as dimensoes nada são que outros planetas semelhantes ao de vocês. Os portais que eles viram, principalmente os que são abertos durante rituais ou coisas do genero são espelhos, brechas no espaço e tempo que os permite ver em outro lugar, outro planeta a milhares de anos luz de distancia, ligado a outro por um buraco de minhoca.

_como sabem o que acontesse lá no seu planeta?

_não sabemos, o que eu sei é que os Gert’ns estão aqui na terra a mais de dois anos, o que siguinifica que ou o imperador estava perdendo e mandou eles para se livrarem na gente ou ele estava vencendo e os mando para acabar com os ultimos vestigios da resistencia. Mas dois anos, se eramos alguma esperança eles já devem ter nos enterrados.

_quanto otimosmo, Bela – comentou Gael revirando os olhos – pode ao menos fingir que voltaremos ao nosso mundo um dia?

_pra mim tanto faz, gosto da terra. E tenho 17 anos David, quando vim para a terra tinha pouco mais de um ano, todos Mïr tem 17.

17 incompletos – pensou Gael.

_não é não Gael, são exatos 17 anos, 1 mês e 27 dias, lugares diferentes, condições diferentes, habilidades diferentes, pais diferentes, mas todos nascemos ao mesmo tempo. Não sei o que significa exatamente David, mas acho que á uma nomencatura para filhos da natureza, já que referem-se a nós desse modo. Por que acha que estou errada nas contas Gael?

_por que falta mais de cinco meses para eu completar 17.

_na verdade não – G se levantou – quando mamãe resolveu parar, ela achou melhor colocar você em uma escola, só havia vaga em uma turma e você estava um pouco velho demais para estudar entre eles, ai ela trocou nossas idades, você realmente tem 17 anos.

_e você tem quatos anos – perguntou aceitando o fato de não ser mais tão criança o que significava que logo teria 18.

_21, perdi uns anos e meses para poder estar na mesma faixa etaria de seu grau de escolaridade.

Gael começou a rir – velha.

_eu diria experiente, já que é obvio que ela sabe mais coisas que você.

_cale a boca garota, que você sabe alem de historia e lendas?

Bela o olhou, apontou a adaga ao pé dele – veja – disse fazendo a adaga voar até sua mão, retirou a bainha e colocou em sua palma. Por alguns segundos nada aconteceu, até que o metal se revirou e começou a se mexer, a forma de dragão ganhou vida, a cabeça metaloca do entalhe se ergueu, as asas se abriram, as patas se esticaram. O bicho metalico deu alguns passos e parou, se curvou novamente e voltou a sua forma original, frio e imovel. Os três olhavam para o metal em silencio, quando ela embainhou a adaga e esticou a Gael novamente.

_sei fazer algumas coisas. Qual sua habilidade quanto Mïr?

Ele pegou a adaga, resmungou algo inaldivel e saiu xingando a metidessa daquela arrogante e presunsoça.

_ele não sabe?

_o elemental dele é ar, mas ele nunca se interessou pelo nosso povo.

_que pena, obrigada David, não precisa dizer nada, alias já se decidiu se vira amanha com a gente para San Diego?

Viajar com ETs ou o sanatorio?


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