Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 6
E agora?


Notas iniciais do capítulo

Tom... agradeço os comentarios :)



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G abriu os olhos, viu um par de olhos azuis a observando moldado por sobrancelhas pretas e grossas. Desmaiou novamente. Por um misero instante David pensou que ela ia reagir, mas foi apenas um reflexo de sua febre. Nada mais aconteceu de interessante, alem da febre dela que aumentava, tomou um pouco de água e comeu um pedaço de pão deles, Bela não acordou e resolveu não acorda-la, a situação já era estranha demais para ter que suportar os olhares fixos dela brincando com aquela lança ninja em miniatura. Caminhou em um pequeno perímetro do acampamento que o permitia ver os três deitados, depois se cansou e voltou para perto da mulher, podia sentir a febre a dois centímetros de distancia.

_ela acordou? – perguntou Bela se aproximando

_não e esta com febre agora, precisamos leva-la para um hospital.

Bela pegou o arco e uma flecha, o dia estava quase no fim, aquela coisa não voltou pela calma de David, será que estava se curando para voltar ou como David dissera havia outros e ele foi buscar reforços?

_temos que leva-la logo para o hospital – disse David se aproximando dela.

_não podemos.

_por que não, ela deve ir ou morrerá aqui.

_que iremos dizer? Que ela foi atacada por um animal selvagem? Que estávamos passando e os achamos inconscientes?

_não importa o que vamos dizer, temos que salvá-la antes que a febre a mate, sem falar naquela infecção no ombro...

G ouvia algo em sua mente, alguém estava discutindo, abriu os olhos havia um casal próximo a eles a mulher segurava seu arco.

_... se você realmente se importa com eles como demonstrou a noite passada, me deixe leva-la agora.

Estavam falando dela? Levar para onde? A mulher empurrou seu arco para o homem e deu as costas para ele

_a onde vai?

_vou arrumar uma carona, ou pretende arrastar os dois até o hospital?

A voz dela era dura e suave, hospital, não gostava de hospital NÃO gritou, mas a voz não saiu, sua boca estava seca, juntou toda sua força.

_não – sua voz saiu um sussurro que lhe rasgou a garganta, ao menos foi suficiente para mulher ouvir e se virar em sua direção.

_ela acordou – disse Bela correndo até G, David deixou o arco e foi se ajoelhar ao seu lado.

_ainda tem febre alta, estava delirando.

Ela abriu os olhos, cansada.

_água – queria dizer milhares de coisas, mas apenas isso saiu de sua boca.

Bela pegou água e entregou a David, ele umedeceu um pedaço de pano que retirou da maleta de primeiro socorros que estava ao lado dela, e passou em seus lábios, repetiu isso até acha-la capaz de ingerir maior quantidade, colocou um pouco de água na tampa da garrafa e deu para ela. Depois ela fechou os olhos novamente.

_desmaiou de novo.

_ao menos deu sinal de vida, David por que ela esta tão ferida acordou e o garoto não?

_talvez esteja com algum traumatismo interno. Por isso ainda julgo necessário os levar para um hospital, e logo.

_não – sussurrou a mulher – hospital...não nos leve...

_pare de falar e descanse

_hospital...não

_não vamos te levar para o hospital – falou Bela evitando olhar para David – mas se você não for pode e vai morrer você e o outro garoto.

_minha mochila...

Bela se levantou e pegou a mochila dela.

_blusa verde...dê ao Gael...

Bela retirou as coisas de dentro da mochila e dentro enrolado em uma blusa verde havia dois pequenos frascos, ela abriu um e cheirou.

_raiz de mandrágora – disse abrindo e cheirando o outro. Ia pingar o liquido alaranjado na boca dela, mais foi detida por David.

_que é isso?

_não sei, mas sei que pode ajuda-la a se recuperar – tentou novamente, mas a mulher pressionou os lábios – você tem que beber.

_não, dê ao Gael, ele tem que viver.

_não tem o suficiente para dois, abra a boca – disse forçando ela a abrir a boca.

A mulher estava ofegante demais para tentar impedi-la, Bela contou três gotas e guardou o frasco. Depois pegou o frasco com poção de mandrágora. Começou a desfazer a atadura do ombro dela, David impediu.

_David, por favor, se não funcionar eu tento o impossível para mandá-la para o hospital.

Ele ajudou a retirar os panos, estava sem os pontos que ele resolveu retirar durante a tarde. A aparência era repugnante, havia pequenas erupções se formando ao redor do ferimento que cobria toda a parte superior do ombro esquerdo dela. Bela pingou duas gotas da poção no ferimento, observou nada acontecer. Ergueu os olhos para David, sabia que ele ia falar algo sobre aquilo. Quando ele pegou um farrapo, um líquido espesso e amarelado escorria do ferimento, sua primeira reação foi ânsia de vomito quando viu David apertar as erupções e limpar o liquido.

Se aguentou e pingou mais umas gotas da poção, desta vez o liquido era menos denso e mais claro, as próximas gotas viera a mágica e a surpresa, como se estivesse reunindo os tecidos rapidamente parte da pele estava quase toda recuperada, mais umas gotas e onde a minutos havia uma ferida gangrenada, agora havia apenas uma cicatriz grotesca. Ela sorriu e se levantou o outro frasco tinha pouca poção alem de ser menor, deu tudo para o garoto que ainda não havia dado sinal de vida.

_eu disse, sem hospital – disse algumas horas depois se sentando ao lado de David que tinha terminado de examinar a garota.

_a febre dela baixou, acho que se der sorte acordara bem. Quanto o garoto, acho que ele esta na mesma. Que era aquilo que você colocou no braço dela?

_algo feito com raiz de mandrágora

_curioso, e o outro que é?

_não sei algo mais raro, acho.

Ouviram um gemido e viraram rápido, o garoto estava acordando. Primeiro ele abriu os olhos, fechou, tocou o rosto, suspirou, esticou os braços e fez menção de se levantar, mas não conseguiu, xingou alto quando notou David em pé ao seu lado.

_sente dor?

_pior não sinto nada, quem é você? – David lhe estendeu a mão.

_no três te puxo um... dois... três – ele puxou o garoto, que se sentou depois ficou em pé se apoiando em David. Bela os olhava de onde estava.

David ajudou o garoto a se alongar, depois ele se flexionou e deu um passo a frente.

_fui atropelado ou o que?

_foi atacado por uma criatura que queria te matar, acho – disse Bela tranquila, atenta as reações dele.

_e suponho que devo minha vida a você? – disse olhando para ela por trás de David.

_sim você nos deve por sua vida, quanto a ela – disse apontando para Grace.

_G – o disse indo para junto da irmã – que houve com ela?

_tinha uma espada no ombro quando chegamos ai aquela coisa retirou a espada antes de sumir na mata, a ferida no braço dela infeccionou e mais cedo ela nos mandou dar uma poção para você que ela tinha na mochila. Dei a metade para ela e a metade para você, a cicatriz no ombro esquerdo é resultado da poção de mandrágora.

_ela vai ficar bem?

_você que não deu sinal de vida nas ultimas 24 horas ficou, por que ela não ficaria?

_Bela, tenha mais sensibilidade pelos enfermos.

_desculpe, vou aproveitar que você tem companhia agora e vou dormir.

_é bom, de repente você ficou muito chata, e você também deve descansar Gael.

_como sabe meu nome?

_ela disse o seu nome, obvio não?

_Bela vai dormir logo.

_vou ficar acordado, pode me contar o que aconteceu cara?

_meu nome é David, posso sim – Bela o olhou e foi se deitar, enfim poderia dormir um pouco sabendo que David tinha algo para ocupar seu tempo. Os ouviu por um tempo e dormiu.

Falaram sobre o que era a criatura, David contou o que acontecera desde que os encontrou banindo a cena de Bela fazer a kunai atravessar a criatura, Gael falou sobre o que estavam fazendo na floresta, depois falaram sobre a situação de G, até que David deitou para dormir, Gael insistira que era capaz de cuidar do acampamento por um tempo, ele já havia dormido demais e queria retribuir a ajuda deles.

G foi a primeira a acordar, sentia o braço esquerdo dormente e uma dor terrível na garganta, se levantou, sentiu um choque devido a cãibra, quando a circulação nas pernas voltou ao normal foi beber água, olhou para o acampamento, Gael cochilava com o arco na mão encostado em uma arvore, uma garota de cabelo preto longo dormia ao lado de duas pequenas lanças japonesas que ela não se lembrava do nome e a um metro dela estava um homem dormindo. Os olhou por um instante, pegou a adaga que estava próxima a sua mochila, onde ela estivera deitada, e foi se sentar ao lado do irmão. Gael abriu os olhos assustado ao sentir a aproximação de alguém.

_sou eu – ela gemeu e se sentou – quem são eles?

_ao que parece, nossos salvadores, afugentaram o Gert’n e cuidaram da gente. Como você esta, ele disse que você estava próximo à morte.

_estou bem, com um pouco de dor de garganta e um desconforto em meu braço.

_feia sua cicatriz alias, mas ao menos você esta viva. Sorte eles não se importarem com suas ordens, disseram que queria que me salvassem, mas a garota preferiu te salvar antes de tentar me ajudar.

_estava pior que você, sobrevivemos por pouco, e agora?

_como assim?

_que iremos fazer? Ele deve ter nos seguido e esperou a hora certa para nos atacar, para onde vamos agora?

_por que ele não voltou? Estávamos quase mortos, e esses dois ali não me parecem muito bons sobreviventes, eles ao que notei discutem bastante.

_mas ela tem aquelas mini lanças japonesas e ele se não foi delírio da febre sabe se manter com pulso firme e entende de primeiros socorros.

_que será que faziam por aqui?

_vai saber, qual o nome deles?

_ele disse que se chama David, ela Bela.

_será que são mesmo esses os nomes deles?

_quem me disse foi ele, conversamos um pouco antes dele ser derrotado pelo sono. Pareceu-me boa pessoa, ela por outro lado é meio... arrogante.

_que iremos fazer em relação a eles? Quando acordarem irão querer saber mais sobre o Gert’n e sobre nós.

_contei a ele que estávamos acampando, que somos irmãos e que quando acendemos a fogueira aquilo apareceu e nos atacou, mas acho que ele não acreditou.

_temos que sair antes que acordem. Não podemos ficar parados mais, não sabemos o que ouve com o Gert’n. ele pode estar nos espreitando.

_sei disso, mas acho que você não esta forte o suficiente, acho que temos que ficar mais hoje e partimos ao anoitecer se você estiver melhor.

_e quanto a eles? Os ouvi noite passada se não foi delírio causado pela febre, mas acho que a garota da mini lança não é muito receptiva a ordens e sugestões, ela se recusou a nos levar para o hospital, o que eu agradeço, mas ainda assim mesmo tendo nos salvo as vidas não sei se devemos confiar, nem deixa-los se avisar que partiremos, pode ser que ele volte e os ataque.

_David disse que afugentaram o Gert’n, mas fico em duvida, ela tem aquelas mini lanças, assim como você tem seu arco e flecha, penso que ela pode muito bem se defender, por que mais ele fugiria de dois humanos comuns?

_por que talvez eu seja tão incomum quanto você, e o meu nome não é garota da minilança, é Bela, e as minilanças se chamam kunai. E vocês deveriam descansar e não ficarem sussurrando ai como se ninguém fosse ouvi-los.

Bela se sentou e virou a cabeça para eles.

_bom dia.

_você estava ouvindo? – perguntou G.

_claro que estava mais alto e as pessoas lá na estação também os ouviriam.

_o quanto de nossa conversa você ouviu?

_tudo, estou acordada a bastante tempo, ouvi quando você se levantou e nos observou antes de pegar sua adaga e ir se sentar com ele.

_ouvir conversa alheia é falta de educação.

_se não quisessem ser ouvidos falariam mais baixo e não falariam perto de pessoas de quem tentam esconder algo.

_quem são vocês?

_hmm, para isso á mais de uma resposta, no entanto terão que esperar David acordar para que possamos conversar, embora ele seja cético não vou esconder dele mais que já escondo, e assim terei tempo para pensar em mais algumas coisas – ela se levantou – volto logo, caso ele acorde diga que não fugi, só fui procurar uma coisa.


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