Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 15
Na Rússia


Notas iniciais do capítulo

Erros de português... Desculpe e ignore-os



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– Vamos parar aqui – disse Bell descendo em uma cidade de nome complicado.

– Achei que íamos á Moscou – comentou Lírio torcendo uma mecha de cabelo no dedo.

– Não vamos, sigam-me e acho melhor que fiquem colados á Lírio.

– Colados em mim? Por quê?

– Por que você emana calor naturalmente e está sem casaco.

Caminharam até que ela parou para pedir informações para um homem, depois ela entrou em um bar que era quente e aconchegante pediu informações para algumas pessoas e quando saiam um homem a chamou, conversaram por um tempo grande e ela se virou sorrindo.

– Aquele homem disse que se chama Serguei e vai nos dar carona até Durminsk onde eu morava.

...

Bell desceu do carro agradecendo o homem pela carona com um sorriso gentil e caminhou para o outro lado da rua seguida pelo que cercava Lírio em busca de calor.

– Aqui ainda é mais frio que a outra cidade – resmungou Gael enquanto andavam.

Bell parou em frente á um casarão de tijolinhos escuros com hera grudado nas paredes a cima da porta tinha algo escrito em russo. Olhou para eles com um sorriso e abriu a porta os mandando entrar. A casa era maior por dentro além de ser quente e aconchegante, um cheiro de comida invadia o salão onde havia um grupo sentado conversando alegre enquanto bebiam próximos à lareira. Ela falou algo para o barman que a olhou surpreso e sorriu saindo de trás do balcão e a abraçando, depois foram para a cozinha que era pouco menor que o salão onde estavam algumas mulheres cozinhando em fogões que fez Gael e G se lembrarem da cozinha da escola.

– Sonia – disse Bell tocando os ombros de uma mulher de cerca de 50 anos.

– Bela – a mulher a abraçou enquanto as outras vinham e a abraçavam também.

Depois voltaram ao salão deixando a cozinha para trás, Lírio comentou que a Rússia estava começando a melhorar principalmente se ficassem naquela casa. Bell explicou a Sonia quem eram seus amigos e que precisavam de abrigo por um tempo ela concordou os receber, Bell falava com ela e traduzia para os outros e vice versa. Estava explicando a eles os termos de conduta da pensão quando um homem branco de nariz vermelho e aparência abatida desceu as escadas chamando por Sonia. Ficou em silêncio olhando para Bell por uns minutos e falou em algo que não era russo, mas que também o grupo não entendeu.

– Você não mudou nem o corte de cabelos nesses dois anos, hein garota.

Bell o olhou sorrindo e respondeu em russo

– Já o senhor envelhece mais rápido que o passar do tempo

– É bom vê-la menina e cadê aquele encrenqueiro do seu pai? Quero dar uma surra nele por sumir da noite para o dia sem dar noticias alguma.

Bell olhou para os amigos e os apresentou para o homem, Garov marido de Sonia. Depois se virou para ele e disse que Martin havia sido assassinado. Contou a eles mudando alguns detalhes e omitindo outros sobre o que havia acontecido desde que saíram as presas da Rússia.

– Queria poder entender russo – falou Lírio sentando em uma poltrona irritada.

– Ao menos estamos aquecidos e não lá fora no frio, pela expressão de Bell acho que ela esta falando de Martin – comentou David olhando para a amiga que conversava com os russos em voz baixa.

– Eles moravam aqui devem estar curiosos sobre o que aconteceu nos dois anos que estiveram fora – G pegou um copo com algo quente que o barman trouxe para eles, ele falou algo que nenhum deles entendeu depois perguntou com um tom de russo difícil de entender se falavam inglês.

– Sim – respondeu G

– Bela – ele apontou para Bell – disse para cuidar de vocês e mantê-los aquecidos enquanto conversa com eles – ele falou devagar para que o entendessem.

Agradeceram e ele se afastou. Ficaram por um tempo observando o lugar, Gael reconheceu o lugar onde Bell e Martin treinava telepatia á muito anos. Depois um menino abriu a porta e entrou correndo, escorregou e caiu com uma caixa grande de legumes atraindo a atenção de todos e fazendo todos que estavam no salão rirem, o menino de uns 13 anos se levantou vermelho de vergonha recolhendo os legumes, atrás dele vinha um homem de casaco amarelo de uns 20 anos que deu um tapa na cabeça dele falando algo em russo que o deixou ainda mais vermelho.

David o ajudou a pegar o resto dos legumes e ergueu a caixa que era mais pesada que parecia, o menino agradeceu e pegou a caixa levando-a para cozinha, David olhou para o homem e voltou para o grupo.

– Cavalheirismo, um ato quase tão raro quanto respeito – disse Lírio olhando para David – por que o ajudou?

– Por que não ajudaria? É uma criança – respondeu olhando para o homem de amarelo que falava com o barman. O homem de amarelo foi até o grupo e se apresentou em um inglês mal pronunciado.

– Sou Yuri Madrosv me disseram que vocês são acompanhantes de viagem de uma amiga minha Bela, onde ela esta?

– Esta ali conversando com Sonia – respondeu David olhando para Bell.

Yuri se aproximou dela á erguendo do chão pelas costas com um abraço, Bell fez um corte rápido e profundo no braço dele com a unha ele a soltou segurando o corte que sangrava e doía.

– Vai infeccionar é melhor cuidar disso – disse ela voltando à atenção para Sonia e Garov.

...

Após o almoço foram levados a dois quartos diferentes, um para eles no segundo andar da casa e outro para elas no terceiro andar. Enquanto Lírio tomava um banho quente G e Bell voltaram para o primeiro andar onde ficava a cozinha, o salão da lareira onde funcionava o bar, o quarto de jogos e a sala de TV.

– É um casarão curioso como é que aquela hera consegue sobreviver a este frio do lado de fora? – perguntou G olhando por uma janela.

– Martin as plantou á muitos anos para manter a casa aquecida ele dizia, mas como ele fez para que elas não morressem não sei – em russo perguntou a Sonia o que havia acontecido com suas coisas e as coisas de Martin.

Sonia as levou para um deposito que ficava nos fundos da casa, havia ferramentas e varias coisas incrivelmente organizadas ali em um baú escrito NÃO DOAR estava as coisas de Bell e Martin. Sonia explicou que um ano após o sumiço dos dois ela doou roupas e sapatos para um orfanato e guardou apenas algumas coisas que os dois poderiam querer de volta caso um dia reaparecessem.

Bell e G carregaram o baú para dentro novamente, começavam a subir as escadas quando Yuri e o irmão dele – o menino de 13 anos – Victor apareceram e se ofereceram para subir a caixa para elas. Bell soltou o baú quando Yuri segurou fazendo ele se dobrar sob o peso do baú, G soltou o lado dela para Victor que pareceu aguentar melhor o peso fazendo uma careta para o exagero do irmão ao dizer que a caixa era pesada demais. Yuri argumentou que era pelo corte que Bell fizera nele.

Por que não iguala o peso? – perguntou G para Bell com um olhar quando ela começou a rir de Yuri por ser tão fraco. Quando chegaram no segundo andar ela tirou o baú das mãos de Yuri e carregou com ajuda de Victor.

– Por que fez aquilo com ele? – perguntou G rindo quando Victor desceu as escadas imitando uma galinha para irritar o irmão.

– Ele me deve algumas coisas – respondeu soltando a trava do baú sem se aproximar.

– Um corte no braço, passar por fracote na frente do irmão e dos outros moradores, que mais?

– Vou pensar depois - disse pegando um sobretudo preto de dentro do baú.

Dentro do baú estavam algumas roupas e o que Bell mais queria ver, uma corrente fina de metal que separava no meio em uma ponta havia uma argola no tamanho de um anel e nas duas outras pontas tinha duas pequenas setas de pontas de flechas curvas que se assemelhava á uma garra de metal afiada, Bell passou a corrente na cintura passando as duas garras por dentro da argola fazendo parecer um detalhe da calça. Pegou no baú um porta-retratos com a foto dela com Martin aos 10 anos e um desenho com vários pequenos rostos onde G reconheceu Sonia, Garov, Yuri e Victor. Alguns livros.

...

Gael saiu para dar uma volta com Lírio enquanto David dormia. Quando chegaram cada um foi para seu quarto, David ainda dormia resolveu fazer o mesmo até o jantar, olhou pela janela e viu Bell sentada no balanço do quintal onde deveria ser o playground da pensão ao lado dela estava um homem magro de cabelos ruivos e casaco grosso, se esforçou para ouvi-los e se lembrou que não falava russo.

Mais tarde todos se reuniram limpos e descansados para o jantar, Sonia e Garov eram sem duvida bons donos de pensão apenas os confundiam quando falavam rápidos demais trocando o inglês pelo russo ou quando trocavam as palavras em inglês que resultava em risos.

– Onde esta Bell? – perguntou David olhando para G

– Estava dormindo quando descemos.

– Quando chegamos do passeio ela não estava no quarto

– Ela conversava com um homem no quintal quando me deitei – disse Gael olhando para o prato.

– Que homem? – quis saber Lírio

– Um ruivo de casacão.

– O nome dele é Nicolai, era amigo de Martin eles estavam sempre juntos cochichando em segredo pelos cantos – disse Victor sentando com eles na mesa falando em um inglês perfeito – ela me mandou ir atrás dele antes do almoço.

– Pra que? – perguntou Lírio

– Não é obvio? Para conversarem, claro – respondeu o garoto a olhando com uma careta.

– E sobre o que falavam?

– Ouvir conversa alheia é falta de educação e sair dizendo o que se ouve para os outros também – ele se levantou como se tivesse sido ofendido.

David riu do modo com que ele falou.

– Ei Victor não vai jantar comigo? – perguntou Bell que chegava quando ele saia da mesa.

– Por que demorou?

– Por que eu adormeci sem querer, a onde vai?

Ele se sentou novamente, mas ao lado de G para que não ficasse de frente para Lírio que olhava Bell com grande curiosidade, ela vestia uma saia preta longa aberta nas duas laterais exibindo a meia calça preta que ela vestia e a bota de cano longo e salto alto, uma blusa azul escuro de lã sintética com manga longa tricotada com capuz que ela havia puxado para frente fazendo-o cair para o lado deixando o ombro a mostra e o cabelo estava preso com um prendedor fino e longo de algum material metálico.

Bell e Victor falavam sobre as aulas dele e riam das brincadeiras que ele fazia contra Yuri, que se juntou a eles quase no fim do jantar.

Linda e frágil – o pensamento masculino que Gael ouviu direcionado á Bell o fez morder a língua, David não era e Victor era uma criança, olhou para Yuri e se esforçou um pouco mais ele pensava em quão bom seria ficar ao lado e cuidar de Bell agora que o pai dela estava morto e como seria fácil dar consolo a ela na cama. Gael soltou o garfo e saiu da mesa se ouvisse mais daquilo socaria uma faca em Yuri, como ele podia pensar aquilo de Bell? Só depois de alguns minutos que foi notar. Entedia russo quando entrava na mente das pessoas.


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