Khaos - Terra escrita por Gato Cinza


Capítulo 13
Lírio


Notas iniciais do capítulo

Atrasei por culpa de minhas maluquices malucas. Tive que ser má para voltar a liberdade e agora...



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As últimas economias de G e David foram revertidos em passagens de segunda classe para a França. Se hospedaram em um hotel barato no subúrbio de Paris e passaram o dia inteiro caminhando pela cidade, próximos de onde Gael a vira perguntando por uma bela loura de 17 anos, não obtiveram bons resultados.

– Tem certeza que foi nessa região que a viu? – perguntou David sentando no banco de uma rua.

– Tenho sim, a torre Eiffel lá no fundo a loja de doces e a vidraça do café ela estava sentada do lado de fora da cafeteria mexendo no celular.

– Eu sinto ela é como se estivesse em toda a parte impossível dizer onde exatamente.

– Não podem tentar acha-la mais uma vez?

– Não David, não quero ter que fazer aquilo de novo me deixou mal da outra vez.

– Eu sei Bell, mas seria mais rápido agora que estão aqui.

– Algo me diz que isso não será necessário – respondeu Bell erguendo o queixo e inspirando fundo, como se farejasse o algo abriu os olhos que estavam levemente violetas. David e Gael a olhavam surpresos.

– Que foi?

– Seus olhos estão mudando de cor – disse G

Ela piscou e se sentou.

– Acho que devíamos procurar algo para comer esta ficando tarde e acho que existem muitas loiras bonitas de 17 anos por Paris.

Comeram em um bistrô e foram embora. Bell caminhava contando os passos enquanto ouvia Gael e David falarem sobre como seria bom estar na cidade á passeio e não em busca de uma pessoa de aparência comum entre os parisienses. Ela parou repentinamente olhando em volta.

– Eu sei – disse G – notei há alguns minutos

– Sabe onde está?

– Não e você?

– Onde está o que? – perguntou Gael olhando para elas

– Estamos sendo seguidos – respondeu G

– Onde? Quem? – ele olhava em volta assustado

– Vamos sair daqui eu e Bell vamos atrás e andem rápido

– Por que vocês duas vão atrás?

– Ora Gael por que nós duas já notamos nosso observador e por que somos mais rápidas.

...

Eram quase sete da manhã quando bateram na porta do quarto do hotel. David se levantou para atender, era uma bela jovem de olhos cor de âmbar e longos cabelos loiros que o olhava com receio.

– Oi?! – disse David esfregando os olhos

– Oi – a voz dela era doce e melodiosa – vocês são as pessoas que estavam me procurando ontem?

– Sim, somos você é a Liriel?

– Lírio, me chamam de Lírio quem são vocês?

– Onde está Yzmia? – perguntou Bell aparecendo na porta com um ar de duvida

– Yzmia faleceu – disse desviando os olhos - vocês são?

– Mïr – Bell respondeu rápido – pode nos esperar um minuto lá embaixo, por favor?

A garota concordou com um sorriso e desceu.

...

– Que desejam de mim? – ela perguntou quando eles se juntaram a ela na rua.

– Sinto muito por Yzmia – disse Bell – como ela?

– Fomos atacados por assassinos do imperador alguns meses atrás, mas graças ao grande Surkan e ao sacrifício de Yzmia consegui fugir deles e vocês, onde estão seus guardiões?

– Mortos também e Melodí e Ilmãt, Urden, e Nizza todos mortos.

Ela pareceu chocada

– Os assassinos?

– Sim eles, restamos apenas eu, Iwbell, ele – apontou para Gael – Aiad Grel e ela – apontou para G – filha de Zaraht, G e este é David.

– É um prazer conhecê-los, mas não me disseram o que querem.

– Não é obvio? Somos os últimos que restaram na terra e tem Gert’ns nos caçando, una-se a nós.

– Pra que? – ela se afastou gesticulando – para sermos alvo fáceis e para que eles nos mate como mataram Yzmia?

Ela correu para longe deles.

– Espere – Gael a chamou – por que fez isso?

– Não foi para isso que viemos? – respondeu Bell parecendo entediada.

Que houve? – David perguntou a ela.

– Vamos dar uma volta David.

Caminharam um tempo em silêncio.

– Então que achou dela? – perguntou Bell se virando para David e andando de costas.

– Simpática, bonita, tímida uma boa pessoa.

– Foi o que eu pensei

– Então qual o problema?

– Não senti nada nela, a mente dela era vazia sem um pensamento nenhuma brecha de sentimento.

– Talvez ela tenha aprendido a bloquear

– Mesmo assim eu sentiria. Eu tive um problema aos doze anos e a partir de então Martin me ensinou a ver alem das aparências posso sentir as emoções, tudo o que é vivo tem sentimentos e eu posso sentir o que sentem se eu quiser, mas não faço por que dói, mas ela não. Eu sinto a energia dela como um magnetismo natural do fogo fora isso nada. É como se ela fosse desprovida de emoções.

– Pode ser um bloqueio ela não é humana e me pareceu bastante triste ao falar da guardiã e assustada quando você sugeriu que se unisse a vocês.

– É isso que me incomoda David, ela pareceu sentir, mas não sentiu nada nem por uma fração de segundo. Senti medo quando ouvi a voz dela.

– Justificável ela ter medo de desconhecidos a procurando...

– Você não entendeu, eu senti medo vindo dela, mas não era ela quem sentia era como se algo tivesse tanto medo dela que ela refletia aquilo.

– Não entendi

– Eu também não.

...

‍- Que achou dela? – perguntou Gael a G assim que David e Bell se afastaram

– Tímida e você?

– Gata, tive vontade se abraça-la e protegê-la principalmente daquela louca, vi como ela á tratou? Deixou-a apavorada.

– Não achei isso, acho que Bell foi direta e realista e isso foi certo.

– Realista? Ela não teve tato algum apenas chegou e falou sem ao menos prepara-la.

– Assim foi melhor, se estava incomodado por que não interferiu na conversa?

– Eu? Você quem sempre fala e faz tudo...

– Você é o Mïr você e Bell quem deviam ter falado com ela, mas você estava ocupado babando por ela.

...

Almoçaram em silencio e voltavam para o hotel, Bell olhava para David que estava em silêncio.

– Que foi David? – ele sabia que ela não entraria na mente dele a menos que ele pedisse.

– Sinto falta de Seattle, dos pacientes, dos enfermeiros, dos amigos, das ruas, do meu carro. Vocês sentem falta de suas vidas antes de serem perseguidos?

– Sinto falta dos meus amigos – disse G

– Sinto falta de meu celular, computador, roupas, amigos, festas, minha casa.

David olhou para Bell que andava com as duas mãos no bolso da calça olhando para os pés.

– De que sente falta Bell?

– De acreditar que Paklian vai voltar e que voltaremos para Rússia onde esperaremos que os rebeldes venham nos buscar e levar de volta para casa onde meus pais estarão me esperando e onde Paklian vai reencontrar seus amigos e todos viverão com tranquilidade por que Gnore Smaz estará morto.

David trocou um olhar com G que tinha uma expressão de tristeza no rosto e Gael baixou a cabeça imaginando como seria conhecer sua família de verdade.

– Parem de me olhar assim – ela se virou para David que a olhava - já é incomodo demais ser observado pela senhorita timidez.

– Lírio esta aqui? – perguntou Gael erguendo os olhos para ela.

– Conte até três e olhe para o teto da loja de perfumes – Gael se virou, Lírio estava parada olhando para eles e baixou rápido saindo de vista – seria bom se ela parasse com isso.

– Há quanto tempo ela estava ali?

– Desde que chegamos – disse G

– Você já tinha visto ela também?

– Difícil não notar um par de olhos te observando mesmo que esteja a quilômetros de distancia, você nunca se sentiu observado, Gael?

– Já, mas era paranoia causada pelo medo e quem me seguia era apenas G.

– Saiba então que quando sua paranoia começar a te incomodar algo está errado. Acho que a palavra é sexto sentido, mas você deveria sentir isso mais vezes é telepata.

– Nunca dei bola para as sensações estranhas que me incomoda.

– Aprenda a prestar atenção então, tudo o que é vivo sente e tudo o que sente pode ser sentido.

Bell olhou para a porta da loja de perfumes e piscou com um leve sorriso travesso no rosto deu as costas para o grupo e saiu cantarolando. Os outros olharam para trás e encostada no umbral da porta estava Lírio que entrou para a loja novamente.

– Tem coisa errada com a Bell – comentou David.

– Que tem de errado com ela?

– Sempre que ela canta algo inexplicável ou ruim acontece, da ultima vez ela causou um tumulto no sanatório e fugiu.

...

– Que ela esta fazendo?

Gael estava impaciente sentado no canto do quarto com as mãos tampando os ouvidos, desde que voltaram do almoço ela se deitou e não se moveu a única coisa que dava sinal de vida era a suave respiração, já era quase noite e ela continuava do mesmo modo em que se deitara. Gael tentou entrar na mente dela, mas havia uma porta de aço o bloqueando.

– Ela esta apenas descansando, por que não vai dar uma volta?

Gael olhou para David e saiu. Andou de cabeça baixa e quando percebeu estava parado em frente á loja de perfumes. Ficou ali por um tempo e ela saiu da loja.

– Oi – disse ela o olhando

– Oi... Eu ah!... Você trabalha aqui?

– Não – ela respondeu com um sorriso – apenas gosto de estar aqui é agradável.

– Mora em Paris a muito tempo?

– Não, me mudei para cá logo depois que Yzmia morreu.

– Hã – ficaram se olhando, ela era realmente linda – então... Eu já vou.

– Aceita um café? – perguntou ela tocando o braço dele – é que eu conheço muito pouco sobre nosso povo, se você pudesse me contar um pouco sobre nós.

– É claro que posso, por onde eu começo?

Gael contou a ela sobre o que aconteceu desde que os Gert’ns apareceram, ela fazia expressões e exclamações conforme ele falava o incentivando a falar mais e mais. Lírio o convidou para jantar e então contou a ele o que acontecera com ela e Yzmia desde que chegaram a terra.

– Acompanho você até em casa – disse ele enquanto caminhavam vagarosamente após o longo jantar.

– Moro aqui perto, não precisa.

– Insisto, seria uma grosseria de minha parte deixar uma dama andando sozinha á esta hora da noite – ela enrubesceu.

Caminhavam em passos lentos prolongando a conversa. Uma sombra cortou o céu, Gael olhou para trás, mais uns metros e olhou de novo.

– Que foi? – perguntou Lírio olhando para trás também

– Acho que estamos sendo seguidos

– Impressão sua não vejo nada - ele olhou novamente.

– Devo estar ficando paranoico – disse rindo paranoia – corre – gritou a empurrando para o lado ao mesmo tempo em que um Gert’n pulava em sua frente o separando de Lírio.

O assassino ergueu sua lança sobre ele, estava indefeso e Lírio seria a próxima e ele não podia fazer nada. Um cheiro de fumaça e o manto dele começou a pegar fogo, ele se virou para Lírio que colocou uma mão na frente da outra com as palmas abertas e lançou uma bola de fogo o destruindo. Ela segurou a mão de Gael e o puxou, correram até frente á um porshe conversível vermelho.

– Entre – disse ela ligando o carro.

Ele olhou para trás e havia um Gert’n os seguindo, Lírio dirigia de forma alucinada tentando despistar a criatura que os seguia pulando pelos telhados como se fosse feito de molas.

– Acelere – gritou ele e Lírio ultrapassou os 100 km/h

– Vou perder minha carteira – reclamou ela fazendo mais uma curva. Depois de vários minutos girando ela parou em frente ao hotel e subiram as escadas correndo.

– Onde esteve? – perguntou G quando eles entraram no quarto ofegantes.

– Gert’ns, fomos atacados.

– Temos que sair daqui então – disse G indo até a janela.

– Ainda não acordou? – perguntou Gael olhando para meu que estava de mesmo modo ainda.

– Não – respondeu David a pegando nos braços

– Para onde vou? – perguntou Lírio passando em um cruzamento fechado de uma avenida movimentada – por que estão na rua a essa hora, vão dormir.

– Apenas vá para longe de Paris – respondeu G olhando para trás.


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