Renascer escrita por Ana C


Capítulo 18
Erva de gato


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!

Desculpem a demora em postar! Eu estava com uma sinusite das brabas, cheia de febre, dor de cabeça e zero vontade de sair da cama!

Mas... O capítulo novo chegou! E NÃO... não é sobre o casamento... AINDA! Ele tá chegando, batendo na porta! É que eu quero fazer tudo perfeitinho! Tomara que fique bem legal!

Tem mais gente chegando ao casamento! Um deles deu pra descobrir pelo título, né? Ai, esse capítulo tá cheio de novidades e alguns pequenos detalhes legais para o desenvolver da fic!

Bom, antes de vocês lerem, dedicatória do dia: Manuzzz, o capítulo de hoje é especial pra você!

Beijos e vou deixar que a Katniss guie vocês pelo capítulo! Boa leitura!



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A paz e a tranquilidade deixaram o Distrito 12 na mesma hora em que Johanna chegou. Sua gargalhada estridente e sua presença forte, carregada de sarcasmo e ironia impressionam a todos. Haymitch ficou bastante feliz de ter uma companhia com um caráter tão parecido ao dele, mas sobretudo por poder reencontrar uma velha amiga. O jantar que tivemos foi dos mais animados e até mesmo minha mãe sorria de tempos em tempos. Peeta estava mais radiante do que o costume e sei que ele manteria todos sob o teto daquela casa pra sempre, se isso fosse possível. Eu o entendo, porque tenho gostado cada vez mais de ver minha casa cheia, farta e alegre.

Antes que o sereno da madrugada caia sobre nosso distrito, convenço meu corpo a levantar e colocar o lixo acumulado no quintal, para que ele seja recolhido. Ao colocar os pés na grama já úmida, avisto uma silhueta feminina segurando um pequeno embrulho com todo cuidado. Na hora consigo decifrar de quem se trata. Annie acaba de chegar e contrariando a mim e a Peeta, não avisou para que a buscássemos na estação. Deixo os sacos na grande caçamba preta e saio apressada ao encontro dela. Seu sorriso me indica que ela me viu e eu me aproximo ainda mais. Não posso fazer mais do que beijá-la no rosto. O pequeno pacotinho em seus braços me impede de dar nela um abraço apertado ou de fazer qualquer tipo de estripulias. Imediatamente pego suas coisas e indico a cerca que separa nosso quintal da rua, pensando na reação de todos quando virem a nova convidada.

Abro a porta anunciando que temos uma nova visita, mas não recebo nenhuma resposta. Sendo assim, guio Annie até a sala de estar, para que ela possa cumprimentar a todos e para que ela possa comer alguma coisa antes que a instalemos junto com Johanna, na casa da frente. Todos estão conversando animadamente e só me dão a devida atenção quando consigo fazer a minha voz se sobressair a deles. Ao perceber quem vem junto comigo, a algazarra de vozes volta, em volume ainda maior. Johanna é a primeira é correr para o lado de Annie para abraçar-la e consigo ver a saudade que uma sentiu da outra. É dela também a iniciativa de pegar Finn do colo de nossa amiga. Só então eu percebo que ainda não vi o rosto do filho do meu amigo e que estou com medo do que possa sentir assim que colocar meus olhos nele.

Ver a cruel assassina do Distrito 7 tratar uma criança com tanto amor só me faz ter certeza do pavor que levo dentro de mim. Os olhos do pequeno Finn se encontram com os dela e vejo nos dois uma imediata conexão. Annie nesse momento abraça o resto das pessoas e descubro que minha mãe e ela tem mantido contato regularmente. Por vezes esqueço que elas moram no mesmo lugar agora. Minha atenção se volta para a o balbuciar infantil que escuto e vejo que há alguma nova brincadeira chamando a atenção do menininho, agora acordado. Peeta se aproxima dele e se apresenta, como se ele pudesse entender perfeitamente. O menino sorri imediatamente e tenta, a qualquer custo, pegar o medalhão que reluz em sua frente. Vejo que meu futuro marido está irremediavelmente apaixonado pelo pequeno bebê, seus olhos brilham de uma maneira incomum e sua expressão é de embevecimento. Então os dois pequenos braços envoltos em uma bonita camisa verde se estendem na direção dele e vejo Peeta derreter-se de vez. A visão dele segurando com tanto cuidado o lindo filho de Finnick me aperta o coração. Gostaria de dar-lhe esse prazer um dia, mas com todos os meus instintos lutando contra aquele pequeno ser, não vejo como fazer isso ser possível.

Peeta passeia com Finn por todos os cômodos da casa, a procura de Buttercup e, quando o encontra, promove um divertido encontro entre eles. Minha mãe e Annie estão conversando e Johanna está contando para Haymitch sobre sua rotina de trabalho na Capital e os desafios que ela encontra na implantação do nosso sistema governamental. E eu estou parada, lavando a louça, novamente me sentindo só. Nenhum deles tem culpa disso, poderia estar conversando com qualquer um deles, tenho certeza que eles me inseririam em suas conversas. Isso é algo meu, a mania de me enclausurar dentro das minhas inseguranças, principalmente na iminência de algo especial ocorrer. Não sei como serei capaz de proteger a todos e a simples ideia de perder todos os que estão reunidos aqui me enlouquece. Estou entendendo, pouco a pouco, que minha vida de agora em diante será feita de altos e baixos e eu não preciso que ninguém se entristeça junto comigo. Eu só gostaria de saber porque todos parecem estar melhores que eu.

A véspera do dia do nosso casamento chega, e meu frio na barriga aumenta cada vez mais. Peeta, por outro lado, acordou estranhamente sereno. Muito diferente de uma semana atrás, quando tudo o que fazia era trabalhar sem parar e verificar dezenas de vezes cada pequeno detalhe da cerimônia. A padaria não funcionará nos próximos três dias, a partir de amanhã, e imaginei que hoje nem sequer o veria em casa. Ele, no entanto, me explicou que os meninos tem tudo sobre controle na loja e que resolveu aproveitar para acordar um pouco mais tarde. Quando pergunto por minha mãe ele me explica que ela está em sua antiga casa e que irá buscá-las para que elas conheçam o seu trabalho. Eu ainda não entendo o que minha mãe está fazendo lá, ou porque ele está mencionando que irá buscá-las, sem mesmo mencionar minha presença. O resto dos convidados chegará de tardinha, então não há motivos para que eu fique em casa esperando.

Assim como ontem, escuto o som da campainha tocar, porém dessa vez Peeta corre para atendê-la. Quando vejo Gale parado na porta, meu coração parece querer sair pela boca. Um ataque causado pelos flashbacks de Peeta é o que eu espero, mas vejo somente um cumprimento bastante cordial das duas partes, acompanhado de um convite para entrar. Não sei o que pensar, ou como agir. Os dois homens que estão parados na sala me traíram. Um porque não cuidou da minha irmã da forma necessária. O outro por tratar seu rival de maneira tão cordial. Eu me aproximo, cheia de rancor e disposta a dar um fim a toda essa história. Minha voz é baixa, porém cortante, quando questiono Gale:

–O que te faz pensar que quero você em minha casa? Eu estou prestes a me casar com Peeta e gostaria que você não estragasse tudo, então, por favor, saia daqui...

Espero alguma resposta dele, mas Peeta toma a dianteira. Ele me olha feio, enquanto esclarece:

– O Gale foi convidado para este casamento. Por mim. Não ia deixar que você casasse sem ter seu melhor amigo do lado. Pare de ser tão rancorosa. Eu sei que você não o culpa de nada. Dê a si mesma a chance de ter seu amigo de volta. Todos nós erramos, as coisas não terminaram da maneira que queríamos... De que adianta nos tratarmos assim agora?

Ele se aproxima de mim e me abraça. Tento me desvencilhar, mas acabo cedendo ao calor. Peeta me dá um beijo rápido na boca e avisa que vai para a loja, com mamãe, Annie e Johanna. Depois vira-se para Gale e completa:

– Você deveria passar lá também. A Katniss te mostra o caminho. O Rory tem feito tantos progressos, em tão pouco tempo... Acho que ele tem um grande futuro. E creio que ver você lá vai deixá-lo muito feliz...

Gale acena positivamente para Peeta e quando a porta se fecha, ele diz, com um sorriso torto:

– É realmente impossível odiar esse cara... E olha que eu já tentei muitas vezes...

Concordo plenamente, mas dou uma resposta mal educada a ele.

– Acredite, é bem fácil odiá-lo de vez em quando. E hoje é um desses dias.

– Não, não é... - responde ele, me olhando ternamente - Você está aborrecida com ele, mas nem por isso deixou de beijá-lo, ou de olhá-lo com toda a devoção do mundo antes que ele saísse...

– Acho que o que eu sinto não lhe diz respeito - retruco

– Sempre disse e sempre irá dizer, porque eu te amo, assim como Peeta. Eu te amo o suficiente para entender que ele é o homem da sua vida, por mais que me doa. Amo a ponto de receber uma carta do homem que tirou você de mim, pedindo que eu o assistisse casando com você e aceitar o convite. Sei que eu perdi você. Só não sei quando... - ele para por um segundo, para então voltar ao assunto - Quando a Prim morreu, você já não era mais minha. Todas as vezes que te via naquele armário do 13, chorando a falta do Peeta, eu morria por dentro. Quando eu vi como vocês se comportaram no massacre quaternário, me amaldiçoava todos os dias. Queria ter tido a mesma coragem que ele teve, queria ter sido eu a colocar minha vida a disposição da sua. Mas tudo o que eu fiz foi criar a bomba que tirou sua irmã de você. E agora me resta não me perdoar pelo resto da vida...

A torrente na qual ele despeja as palavras me mostra por quanto tempo ele guardou tudo o que sentia. Eu mesma não sei dizer em que momento ele deixou de ser a minha escolha, mas tenho certeza de que nunca o amei como amo Peeta. Da mesma maneira, eu tenho a certeza de que ele não foi o responsável pela morte da minha irmã. Ele foi mais uma peça no tabuleiro do jogo cruel que Coin e Snow montaram. Talvez se sua sede de vingança fosse menor, Prim estivesse aqui. Mas o mesmo se aplica a mim mesma.

– Você não tem culpa. Da morte da minha irmã e de eu ter me apaixonado por Peeta. Ele me mantêm viva. Você mesmo disse que eu escolheria a pessoa sem a qual fosse impossível viver. E você sabe que ele é essa pessoa. Quanto a Prim, sei que você nunca teria montado aquela bomba se soubesse o desfecho da história. Mas eu não sei se consigo te perdoar por ter me abandonado aqui, no momento mais miserável da minha vida...

– Eu sei. Nunca deveria ter deixado você sozinha aqui, mas achei que sua raiva fosse ser tão grande quanto a minha culpa. Acho que você é melhor do que eu...

– Eu não sou. Mas eu tento melhorar todo dia. É o que os mentalmente desequilibrados fazem. Além do mais, eu tenho o melhor exemplo do mundo dormindo ao meu lado.

O olhar de Gale se torna um pouco mais triste cada vez que menciono Peeta, mas é inevitável.

– Suponho que se é assim você vai me deixar ir ao seu casamento. - Gale diz - Por favor, Catnip... Eu preciso ver você feliz, casando, para talvez conseguir seguir em frente e buscar a mesma coisa pra mim...

Não há como rejeitar esse tipo de súplica... E, apesar de tudo, quero que ele esteja lá amanhã. Não há como esquecer que uma vez fomos parceiros e que ele era a minha maior referência. Será bom ter alguém para olhar quando estiver muito nervosa, ou quando achar que as coisas não vão dar certo.

– Acho que vou gostar que você vá amanhã... - caminho e lhe dou um abraço desajeitado, que ele retribui com muito mais vontade que eu - Creio que já posso te levar até a padaria, o que acha? Você precisa fazer alguma coisa?

– Absolutamente. E eu vou adorar ver meu irmão em serviço. Ele está tão empolgado! Não há uma vez em que eu ligue para saber de notícias, que ele não me encha com toneladas de informações sobre comidas e receitas que eu não faço ideia do que sejam... Meu orgulho está definitivamente ferido, pois meu emprego e nada significam o mesmo para Rory...

Eu rio, porque sei da empolgação do irmão dele com o trabalho. Ela fica ainda maior quando ele está no período de férias escolares e pode passar o dia todo cozinhando. No caminho para a loja, conto para Gale o motivo de Rory ter ido procurar emprego e ele se emociona. Também conto como foi o processo até a inauguração da Mellark Bakery e como tudo por aqui está sendo reconstruído. Depois peço que ele me conte sobre seu trabalho e ele me diz que agora é major da forças armadas de Panem, mas que o trabalho de campo é bem rarefeito. A maior parte de seu trabalho é de inteligência e de observação. Finalmente pergunto se ele está namorando alguém e ele me responde que, apesar de ter conhecido muitas meninas, nunca quis nada sério com nenhuma delas.

Peeta está no balcão, com um animado Finn no colo, quando chegamos a padaria. Ele nos saúda logo que nos vê e mostra a mesa onde as meninas estão sentadas. Depois diz que vai até a cozinha chamar Rory. Annie comenta:

– Acho que Peeta vai roubar meu filho de mim. Não que isso seja difícil, Finn praticamente se jogou no colo dele hoje. Além disso, meu filho vai ser um grande vendedor. Não tem ninguém com quem ele não fale nessa padaria.

Para afirmar o dito pela mãe, o bebê volta soltando animados agudos enquanto aponta os doces nas mãos de nossos clientes. Isso é o suficiente para que ele se torne o centro das atenções de todos. Rory vem correndo da cozinha e sorri abertamente quando vê quem se encontra esperando por ele. Os dois se abraçam fortemente e o menino me explica que Gale já esta no distrito há 3 dias e ele mal podia esperar para mostrar a padaria para o irmão. Depois escuto a pequena conversa entre os dois e a palavra "orgulho" é citada mais de uma vez.

Volto minha atenção a Finn novamente e me lembro de seu pai. Os dois são tão parecidos, o mesmo tipo físico e o mesmo caráter expansivo... Não há como não se encantar por ele. Me aproximo da criança e finalmente pego em sua mão. Ele aperta a minha em retorno, como se me cumprimentasse. Outro belo sorriso desponta de sua boca. Sou encorajada a pegá-lo no colo, o que eu faço, de forma cautelosa. Depois, ao sentir-me envolta em dois grandes braços, agradeço a Peeta pela sua decisão. Ele me beija de forma terna. Olho novamente para Gale, que me dá um sorriso de aceitação, antes de sentar-se na mesa e aceitar o pedaço de torta que Johanna lhe oferece. Sinto que esse dia está oferecendo a mim, o que ele tem de melhor...


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Notas finais do capítulo

Esperando os comentários desse capítulo! Quais serão esses pequenos detalhes? Preparados para pegar o buquê da Katniss? O casamento começa no próximo capítulo!!!

Milhões de beijos!!!