O garoto novo escrita por Miss Disaster


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

ALERTA: Emoções mais fortes ainda.



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Acordei no dia seguinte quase meio dia. Eles tinham ido ao cinema, assistir o filme que eu tinha comentado com a Déh no dia anterior. O Vini deixou comida pra mim no micro-ondas, comi e fui assistir TV. Eles voltaram era quase 19 horas, o Vini cozinhou pra nós. Depois que terminamos de jantar, fomos sentar na calçada e ficamos conversando até praticamente uma da madrugada, sorte nossa que a rua não era perigosa.

Acordei com o despertador do celular tocando. A Déh ia embora naquele dia, tomei banho, me vesti e desci. O Vini estava fazendo café, enquanto ela terminava de se arrumar:

Manu:– Vai deixar ela ir embora sem “lutar por vocês dois” – Imitei ele.

Vini:– Relaxe, tenho surpresas pra hoje.

Manu – Hm, adoro surpresas, mas nesse caso, isso significa vela pra mim.

Vini:– Exato.

Manu:– Chato. – Bati de leve no braço dele. – Mas agora me diga, que surpresa é essa se tecnicamente tu ainda namora a Luma, eca. – Coloquei o dedo na garganta, como sinal de nojo.

Vini:– Porque tu odeia tanto ela?

Manu:– Sei lá, não gosto do jeito dela.

Vini:– Ótimo motivo, mas respondendo a tua pergunta, ontem de manhã, eu fui a casa dela e nós conversamos. E apesar do “jeito dela”, – Ele me imitou. – ela aceitou de boa o fim do namoro.

Manu:– Era o mínimo.

A Déh desceu e estava gatona:

Manu:– Eita, cala a boca Vini, o assunto chegou.

Déh:– Idiota. – Ela me deu língua e riu.

Tomamos café e fomos deixar ela na rodoviária. Quando chegamos lá, surgiram não sei de onde uns caras tocando violão e o Vini começou a cantar “Eduardo e Mônica” da Legião Urbana, no final ele entregou um buquê pra Déh e pergunto use ela queria namorar ele. Não preciso nem dizer que ela aceitou né? Depois os dois ficaram numa melação, desisti e fui comprar um Nescau.

Enrolei muito lá, quando eu voltei o ônibus dela já tinha chegado. Corri para me despedir dela:

Manu:– Ia mesmo sem falar comigo?

Déh: - Claro que não, meu amor. Nunca ia trocar essa gata. – Ela apontou pra mim. – Por essa princesa. – Apontou pro Vini. – Ele só deu língua pra ela.

Nos abraçamos e ela subiu no ônibus, ficamos lá até o ônibus sair. Ela acenou para gente da janela. Quando o ônibus saiu, nós fomos embora. Chegamos em casa, meus pais já tinham chegado.

Mãe:– A Andressa já foi?

Manu:– Já. A gente vem da rodoviária.

Mãe:– Droga, eu queria me despedir dela. Nós nos falamos só no dia que ela chegou aqui.

Dei de ombros e subi com o Vini, ele ficou deitado na minha cama, enquanto eu atualizava minhas redes sociais e conversava com ele. Ficamos a tarde quase toda conversando, aproveitando já que no dia seguinte ele voltava para casa e na segunda, minhas aulas voltavam. De noite, fomos pra pista de skate. Pro meu azar, a priranha estava lá. Tentei ignorar.

“Jantamos” na pista mesmo, depois voltamos para casa e ficamos conversando até altas horas. Caí no sono e acordei no dia seguinte dez horas. Passei pro banheiro e sacudi o Vini. Ele demorou um pouco a acordar e esperou eu terminar pra ir tomar banho. Almoçamos e ficamos assistindo até 15 horas, quando meu pai foi deixar ele em casa.

Me despedi dele e fui pro meu quarto, ajeitar as coisas pro dia seguinte. Só quando eu comecei a colocar as coisas na bolsa, eu lembrei que ainda não tinha falado com o Arthur. Fiquei na maior indecisão se ia logo decidir nossa situação, ou se esperava pelo dia seguinte. Acabei esperando pelo dia seguinte. Tentei dormir cedo, mas não consegui, isso sempre acontecia na véspera da volta as aulas, eu ficava com insônia.

Quando eu consegui dormir eram quase 4 horas. Acordei morrendo de sono claro. Mas levantei assim mesmo. Vesti a blusa do uniforme, uma calça jeans e um tênis. Prendi o cabelo em um coque e desci para tomar café, por sorte meu pai ainda não tinha saído. Ele me levou pro colégio.

No dia seguinte eu acabei não falando com ele, e fiquei nisso por quase uma semana, até que eu decidi que ia falar com ele na segunda semana de aula. Quando eu cheguei no dia seguinte para o meu azar, ou sorte, até hoje eu não sei, só o Art tinha chegado.

Sentei do lado dele e fiquei calada por uns instantes. Até que nós dois falamos ao mesmo tempo:

Juntos:– A gente precisa conversar.

Eu ia falar primeiro, mas ele fez um gesto pra eu esperar. Esperei ele falar.

Art:– Antes de tu falar, eu tenho que te contar uma coisa...

Continuei calada e esperei a bomba

Art:– Ontem... A Priscilla veio lá em casa... Ela... – Ele respirou fundo e soltou a bomba de uma vez. – Ela acha que está grávida e tem certeza que eu sou o pai.

Ele esperou uma reação da minha parte, mas eu como sempre travei.

Art:– Ainda não é certeza, ela fez um teste de farmácia, aquilo ás vezes erra.

Manu:– Não na maioria das vezes. – Foi a única coisa que eu consegui falar.

Art:– Eu sei, mas sempre tem risco. – Ele deu de ombros.

Eu continuei calada.

Art:– Não vai falar nada?

Manu:– E precisa? Olha, Arthur, eu sinceramente, não quero olhar na tua cara por um bom tempo por isso, fora a raiva que eu tô sentindo de ti por aquela cena ridícula lá da praia. Você erraram, primeiro por terem dormidos juntos naquele dia e segundo por não ter sequer usado camisinha. Eu já tava pensando em terminar contigo por causa daquela cena, mas agora, bom, agora eu tenho certeza da minha decisão. Já foi muito pra mim ter sido traída, Arthur, não me pede pra aguentar isso. Eu sei que essa criança não tem culpa, mas eu não posso continuar contigo. Eu sinceramente espero que tu seja um bom pai. – Dei de ombros.

Deixei minha bolsa lá e fui pra cachoeira. Por sorte, não ia ter nada de importante nas aulas. Por incrível que pareça, eu não derramei uma lágrima por causa daquilo. Fiquei lá sentada e pouco tempo depois o Peh chegou e sentou do meu lado.

Agradeci ele com o olhar, por ter vindo, mesmo que só pra ficar calado. Acabei contando tudo pra ele, ele concordou com meu ponto de vista, que o pior disso tudo foi a cena da praia. Quando tava perto do intervalo, nós voltamos. Eu passei pela porta no exato segundo que o sinal tocou. Fomos andando para a mesa que a gente sempre sentava. Por sorte o Arthur ficou no pátio com o Rodolfo.

Ninguém perguntou nada, provavelmente o Arthur contou pra eles e por pena, eles ficaram calados. Comemos de boa e o Luc tentou alegrar os ânimos e até que conseguiu. Quando tocou pro fim do intervalo, eu subi pra sala. Minha bolsa já estava lá, já que as meninas tinham pegado no início da aula. Nem prestei muita atenção na aula.

Quando a aula acabou, nós fomos pra portaria. A tia Marta chegou pra pegar o Art:

Marta:– Não vai com a gente não Manu?

Manu:– Não, tia, meu pai vem me pegar pra eu ir no dentista. – Menti.

Depois que eles foram embora, eu demorei um pouco e saí com o Luc e a Juh, no meio do caminho eles viraram na rua deles e eu segui direto, em direção a minha casa. Cheguei e por sorte meus pais já tinham voltado a trabalhar. Esquentei meu almoço e comi no quarto mesmo.

Fiz meus exercícios e fui ler. Depois atualizei minhas redes sociais e vi que a Priranha tinha postado uma foto com a blusa levantada e uma legenda que dizia: "Meu filho vai ter nome de santo, quero o nome mais bonito ♪"


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Notas finais do capítulo

gostaram? :3



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