O garoto novo escrita por Miss Disaster


Capítulo 24
Capítulo 24




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486863/chapter/24

Fiquei com ódio da vadia, mas ignorei. Continuei olhando as outras redes sociais, desci pra jantar e fui dormir.

Acordei no dia seguinte no maior desânimo. Vesti a blusa do uniforme, uma calça jeans clara e um Vans branco. Prendi o cabelo em um coque meio frouxo e desci para tomar café. Meu pai já tinha saído, terminei meu café e fui pro colégio. Cheguei e só o Luc e a Juh tinham chegado:

Manu:– Bom dia gatos da balada.

Luc:– Bom dia gatona da night.

Juh:– Ai nossa, vocês. Nossa.

Manu:– Mas é besta ó.

Luc:– Demais, nunca vi.

Ela deu língua pra gente, começamos a conversar. A Juh foi na coordenação e eu fiquei lá com o Luc:

Luc:– Então, como é que tu tá?

Manu:– Eu? De boa na lagoa.

Luc:– Não a resposta falsa.

Manu:– Idiota. - Tentei dar um sorriso. - Tô tentando ficar bem, não é fácil, mas tô tentando. Pelo menos eu não chorei.

Luc:– Sério? - Ele fez cara de surpresa.

Manu:– Aham.

Luc:– Uau cara, uau.

Manu:– Uau por quê? - Perguntei confusa.

Luc:– Sei lá, tu vive chorando.

Manu:– Não vivo, não.

Luc:– Vive sim, toda vez que tu usa maquiagem no colégio é porque tu chorou.

Manu:– Detesto o fato de vocês me conhecerem tão bem. Mas sei lá, eu também estranhei isso, porque eu sou besta pra chorar, mesmo que escondido e dessa vez eu não derramei uma lágrima sequer, no começo eu nem fiquei mal direito. Agora que tá começando a vir a tristeza, mas é só isso, não tem raiva, nada.

Luc:– Mas isso é bom não é?

Manu:– É, eu acho.

Luc:– Fica tranquila, se depender de nós, tu vai ficar de boa. Vou tentar fazer o Art passar o intervalo longe de ti.

Manu:– Não precisa Luc, sério. Eu não tô com raiva dele, evitar ele, só vai me fazer mais mal, porque eu não vou saber o que tá acontecendo. A única pessoa que eu não vou conseguir suportar olhar pra cara é a Priranha.

Luc:– Bom, isso vai ser difícil. Talvez eles comecem a...

Manu:– Andar juntos. Já pensei nessa possibilidade, mas acho que o Arthur não é tão babaca a ponto de trazer ela pra passar o intervalo com a gente e se for o caso, eu vou pra biblioteca sei lá. Mas o que eu não quero é perder o contato com ele entende? Eu quero continuar sendo amiga dele apesar de tudo.

Luc:– Mas Manu, isso não faz sentido, só vai machucar mais vocês dois. Imagina como vai ser pra ele continuar sendo teu amigo sem poder ficar contigo, sem poder te chamar de minha princesa, minha Manuzita e aqueles outros apelidos toscos que ele te chamava.

Manu:– Também pensei nisso, na verdade passei a noite quase toda pensando nisso. Mas eu não vou conseguir ficar muito tempo longe dele entende? Apesar de tudo eu ainda amo ele e isso não vai sumir de uma hora pra outra. E venhamos e convenhamos, ninguém esquece uma pessoa programando toda a vida pra não estar no mesmo lugar que essa pessoa.

Luc:– Faz sentido, mas enfim, faz o que tu achar melhor. Seja o que for eu vou te apoiar e tenho certeza que todo mundo vai.

Manu:– Juro que eu não sei o que seria de mim sem vocês do meu lado, me apoiando e me aconselhando.

Luc:– Também não sei anãzinha. - Ele me abraçou de lado.

Manu:– Chato. - Dei língua pra ele.

Continuamos conversando.

O resto do pessoal chegou e ficamos conversando até tocar. Tentei me interar nas aulas mas não entendi a matéria. Quando tocou pro intervalo, nós sentamos na nossa mesa de sempre, inclusive o Art. Pra minha surpresa quando a Priranha passou, ele nem sequer olhou pra cara dela. Já ela fuzilou ele com os olhos. Quando o sinal tocou pro fim do intervalo o Art veio do meu lado:

Manu:– Tu entendeu aquele bagulho de teoria das cordas?

Art:– Entendi...

Manu:– Tá, agora tu vai me explicar. - Rimos.

Art:– Ah é fácil.

Manu:– É física, não pode ser fácil.

Ele riu de mim e prometeu me dar uma ajudinha depois. Assisti o resto da aula de boa e meu pai passou pra me pegar. Almocei, tomei banho e fui tentar resolver os exercícios de física, consegui fazer uma questão só.

Acabei desistindo na metade e indo assistir TV. Fui dormir era quase 3 da manhã e graças a essa esperteza da minha parte acordei atrasada no dia seguinte. Não ouvi meu celular despertar e minha mãe saiu mais cedo. Só sei que quando eu saí de casa eram 7:20. Cheguei no colégio já tinha tocado pra aula, levei advertência por atraso e tive que ficar na coordenação durante a primeira aula.

Para o meu azar, a turma da Priranha tinha aula de educação física, como ela estava grávida, não podia fazer educação física e teve que ficar na coordenação. Assim que ela entrou na coordenação e me viu, ficou me encarando. Como não deixo barato, encarei de volta.

Ficamos só nesse encaramento até a assistente de coordenação sair da sala:

Pri:– Isso que dá ficar com os machos até tarde, se atrasa pro colégio.

Manu:– Pois é, passei com um deles em frente aquela tua esquina.

Pri:– Ainda não desci ao seu nível, fofa.

Manu:– Realmente, bem abaixo dele né. Inclusive engravidou pra segurar homem. - Sorri.

Pri:– Ah, tá falando do meu filho e do Art? - Ela deu ênfase no nome dele.

Manu:– Se é que esse filho é mesmo dele.

Pri:– Porque não seria, idiota?

Manu:– Porque tu sai dando pra todo ser humano do sexo masculino, sua puta.

Ela veio pra cima de mim e eu levantei também. Começamos a puxar o cabelo uma da outra. Na hora eu nem quis saber se ela tava grávida, a única coisa que me importava era fazer o maior estrago possível nela. Arranhei ela, puxei cabelo, dei tapa.

Só paramos de brigar, quando a assistente voltou e chamou dois fiscais pra apartar a briga. Nós claro fomos parar na sala do diretor, que tirou ponto por indisciplina, passou um sermão e pediu pra falar comigo a sos:

Diretor:– Olha Manuela, eu sei que essa menina está grávida. E eu conheço você, vive na coordenação por arranjar confusão, você é cabeça quente e não leva desaforo para casa, mas também tem o coração mole. E eu sei que se ela perder essa criança por uma briga de vocês duas, você vai se sentir culpada pelo resto da vida. Então, mesmo que ela te provoque, não cai na pilha, como vocês jovens dizem. Porque você pode se arrepender. Agora pode ir pra aula.

Manu:– Tá. - Respondi secamente.

Peguei uma autorização e fui pra sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

enfim, gostaram? :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O garoto novo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.