O garoto novo escrita por Miss Disaster


Capítulo 2
Capítulo 2




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Tentei afastar aqueles pensamentos da minha cabeça, o Lucas finalmente chegou com um sorriso de orelha a orelha. Ficamos jogando conversa fora até o sinal tocar, voltamos para a sala e no caminho o Arthur perguntou:

Art:– Meninas, quem era aquela menina que sorriu para mim no intervalo? - Ele perguntou confuso.

Ju:– Nem queira saber. - Ela revirou os olhos.

Art:– É que eu fiquei curioso.

Nanda:– Vocês homens são tão iguais. - Ela ficou aborrecida.

Art:– Como assim? Eu só quero saber, porque eu achei o jeito dela tão... -Ele fez cara de nojo. - Atirado. Eu detesto garotas desse tipo, que atraem olhares com vulgaridade.

Olhei admirada para ele, eu nunca tinha ouvido alguém falar desse jeito sobre ela, só meninas, meninos nunca. Art definitivamente era diferente dos outros, mas o AR também era e olha o que aconteceu. As meninas relaxaram um pouco ao ouvir aquilo e explicaram ele quem era ela e porque nós não gostávamos dela. Chegamos à sala, segundos antes da professora de literatura, a aula dela como sempre foi perfeita. Quando acabou a aula, nós fomos todos para a portaria, a Ju foi andando com o Lucas, tradição de sempre. O Rodolfo foi pegar o ônibus, a Nanda ficou esperando a mãe dela e eu meu pai, o Arthur já estava indo embora quando eu chamei ele:

Manu:– Art, tu vai de quê?

Art:– Andando, ué.

Manu:– Andando? Com esse monte de livro, está doido? Espera meu pai, eu peço para ele te dar uma carona, onde tu mora?

Art:– Na rua H.

Manu: - Mas essa é minha rua. Espera, tu chegou ontem á noite?

Art: – Foi.

Manu:– Ah, então tu que é o menino da casa da frente, minha mãe disse que iria chamar os nossos novos vizinhos para jantar lá em casa, só que ela não teve tempo, tu é meu vizinho, moleque.

Art:– Jura? Que foda. - Ele deu um sorrisão.

Manu:– Muito. - Sorri de volta.

Ficamos lá conversando com a Nanda até meu pai chegar, eu apresentei ele ao meu pai, falei que ele morava em frente a nossa casa. Ele pediu para ele convidar os pais dele para jantar lá em casa. Chegamos em casa, eu fui tomar um banho enquanto minha mãe terminava o almoço. Coloquei uma regata preta, um short rasgadinho preto e desci para o almoço.

Meu pai contou à minha mãe que pediu para o Art convidar os pais dele lá para casa. Minha mãe ficou toda animada e já começou a pensar no cardápio. Almoçamos, eu lavei a louça e fui para o meu quarto fazer minhas tarefas, terminei e fui direto para o meu tumblr, atualizei as outras redes sociais e fiquei só charlando.

Quando deu 18h30min, fui tomar banho e vesti uma blusa vermelho-claro, um Vans azul com borda-roxa, uma pulseira da mesma cor da blusa e um anel dois dedos de coração. Deixei o cabelo solto, passei só lápis preto e delineador. Depois de me arrumar fiquei charlando no PC até umas 07h30min. Desci e fiquei esperando eles na sala, com meu pai. Eles chegaram às 08h00min pontualmente, todo mundo se cumprimentou e ficaram conversando na sala, eu fui para a varanda com o Art.

Manu:– Seus pais são legais. - Sorri.

Art:– Não se deixe enganar pelas aparências. - Ele riu.

Manu:– Ok. - Dei de ombros.

Art:– Você me lembra minha irmã. - Ele corou. - Quer dizer, não que eu queira te tratar como irmã, sabe... - Ele se enrolou. - Não que você não seja boa o bastante. - Ele ficou todo nervoso.

Eu ri e o tranquilizei.

Manu:– Eu entendi. Fica tranquilo, mas ela também é ruiva falsa? - Mordi os lábios e ri.

Art:– Não, não fisicamente, fisicamente vocês são totalmente o oposto, ela é loira, cabelo curto, alta.

Manu:– Ei, eu não sou baixa. - Mostrei a língua.

Art:– Manu, tu é baixinha, aceite isso.

Manu:– Chato. - Fingi ficar com raiva.

Art:– Boba, mas continuando, o jeito de vocês é parecido, sei lá, ela também consegue ficar bonita de qualquer jeito. Até o jeito de dar de ombros, é parecida.

Manu:– Jura? Obrigada, eu acho. Mas porque ela não veio?

Art:– Ela não mora aqui, ela faz intercâmbio em uma faculdade de fotografia na Inglaterra. - Na mesma hora eu me animei.

Manu:– Sério? Ai meu Deus, não acredito, um intercâmbio de fotografia? Que perfeito, em qual faculdade? Em que semestre ela está? É em Londres? Como ela conseguiu? - Eu o enchi de perguntas e ele só riu de mim.

Art:– Pelo visto não é só o jeito que vocês tem igual, os gostos também, ela também pira demais em fotografia. - Ele sorriu.

Manu:– Velho, tu não tem noção eu sou louca por fotografia desde que eu tinha uns 10 anos. Eu sou apaixonada por fotografia, às vezes eu passo o domingo todo fora de casa só fotografando pela cidade.

Continuei falando que nem louca e ele só sorrindo.

Um sorriso lindo por sinal, agora assim a luz da lua, ele pareceu um garoto totalmente diferente do menino envergonhado que eu conheci hoje de manhã. Pareceu um garoto confiante, e lindo.

Ahhhh, respira Manuela, respira, foco, você não vai gostar do Art mais do que como amigo. Você não pode cair nessa besteira de novo. Concentra, vocês se conheceram hoje de manhã, para.

Art:– Calma, eu explico, só... relaxa. Ela foi ano final do ano passado para Londres. Ela se inscreveu em um programa de bolsa para adolescentes em faculdades estrangeiras, não faculdade é mais um curso que ela faz na Escola de Artes London College of Communication. - Ele se enrolou um pouco para falar o nome da escola.

Manu:– Ai meu Deus, A ESCOLA DE ARTES, AHHHHHHHH. Qual o programa de bolsas, o que precisa fazer para entrar? Ai meu Deus. ARTHUUUR, RESPONDE, PRECISO DE INFORMAÇÕES.

Ele estava rindo muito do meu surto psicótico. Eu dei um tapinha no braço dele. Ele só continuou rindo. Para tentar me acalmar ele me explicou tudo que ele sabia sobre o intercâmbio dela. Eu ouvi tudo fascinada, depois a gente ficou conversando sobre coisas comuns, ele me falou sobre os gostos dele e eu também. Um tempinho, que pareceu muito pouco para mim, depois minha mãe nos chamou para jantar.

De entrada ela fez uma saladinha com molho de amoras, de prato principal uma massa de frutos do mar e de sobremesa um mousse de chocolate e serviu um café no final. Meus pais e os pais dele ficaram conversando mais e eu também continuei conversando com o Arthur, consegui saber um monte de coisa sobre ele e vice-versa.

Quando finalmente eles foram embora eu fui direto para o quarto, escovei os dentes, vesti meu pijama do Pikachu (me processem) e me joguei na cama, literalmente.

Por hoje é isso, vou sair então não dá tempo de terminar, amanhã eu termino.

Acordei morrendo de sono no outro dia, vesti a blusa do uniforme, um short jeans preto, uma sapatilha preta, deixei o cabelo solto e desci para tomar café.

Fátima:– Filha, seu pai já foi, você vai ter que ir andando.

Manu:– Beleza. - Dei de ombros.

Tomei meu café apressada e peguei meu skate (sim, eu ando de skate, mas não sou tão boa quanto a Nanda) fui para o colégio, até que cheguei cedo. Só o Rodolfo estava lá.

Rodolfo:– Fala anã de jardim. - Ele me chamou pelo apelido que eu tinha ganhado desde que a gente se conheceu.

Manu:– Idiota. - Mostrei a língua. - Nanda não chegou não? - Soltei para ver a reação dele.

Rodolfo:– Não, chatinha. - Ele sacou logo.

Manu:– Rodolfo, tu tem que falar logo para ela que gosta dela.

Rodolfo:– Não Manu. Tá louca? Se eu falar e ela me der um fora?

Manu:– Esquece esses "se" e se joga para a vida. O máximo que ela pode dizer é não.

Rodolfo:– E estragar nossa amizade.

Manu:– Tu vai acabar se dando mal por causa disso sabia?

Rodolfo:– Como assim?

Manu:– É cara, de que adianta tu só ficar aí babando por ela? Além de ficar aí sofrendo por ela, tu não dá chance para alguém que goste de ti.

Rodolfo:– Alguém? Quem iria gostar de mim Manu? Óbvio que não.

Manu:– Ah Rodolfo, vai tomar no cu, se eu fosse fazer uma lista das meninas que ia pirar por uma chance contigo a gente ia ficar aqui até amanhã. Meu Deus, tu é um fofo, é super gentil com as meninas, eu sei pelo teu jeito comigo, com a Ju e principalmente com a Nanda, tu detesta fazer uma menina chorar. Enfim, tu é perfeito.

Rodolfo:– Hm, até parece que tá apaixonada por mim. - Eu comecei a rir.

Manu:– Ah tá certo. Eu falei isso seu idiota, pra tu perceber que tu tem que tomar uma atitude, ou tu se declara pra Nanda ou esquece ela, o que não dá é ficar sofrendo por ela. E não, eu não estou apaixonada por ti, tu mais que ninguém sabe que eu pretendo nunca mais me apaixonar.

Rodolfo:– Ele ainda? - Ele me olhou com a pena que todo mundo que sabia da história com o AR fazia. - Poxa Manu, tu tem que esquecer ele.

Manu:– Eu esqueci velho, mas não tem como esquecer é o que ele fez. Eu vou levar isso pelo resto da minha vida, não é o fato de não ter esquecido ele. É só que eu não quero me iludir, ficar fazendo planos de novo pra no final me foder e ficar tendo que ver o olhar de pena das pessoas pra mim, por causa dessa babaquice.

Ele tirou o olhar de pena assim que eu falei, não que adiantasse muito, eu sabia que por dentro ele estava sentindo pena.

Rodolfo:– Mas pequena, se tu for julgar os meninos só por causa do que aquele idiota fez contigo, tu acabou de dizer que eu sou um fofo, já pensou que talvez exista outros meninos no mundo que nem eu.

Manu:– Ok ok, se eu encontrar um menino que mereça meu tempo a noite fazendo planos, meus dias tentando fazer ele me notar, quem sabe pode rolar alguma coisa, mas enquanto eu não encontrar eu vou continuar sendo a garota - fiz aspas com os dedos - fria.

Rodolfo:– Tá certo. - Ele me abraçou.


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Notas finais do capítulo

O capítulo ficou meio sem sal, não teve nenhuma emoção forte, mas é porque tá no começinho ainda.



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