Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 4
Capítulo 4 - Uma mulher estranha vem me visitar


Notas iniciais do capítulo

muito bem, espero que gostem
as inscrições estão abertas, no próximo cap digo quantas vagas são



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Andamos por algumas ruas até chegarmos ao metrô. Estava preocupada com os olhares nervosos que Liz dava em minha direção, às vezes tive a sensação de que ela queria me dizer algo, mas não falava nada, um pouco à nossa frente Linda tagarelava com Peter sobre a escola e os professores.

Pagamos nossas passagens e entramos rapidamente no vagão do metrô que graças a Deus estava vazio. Sentamos um ao lado do outro nessa ordem: Liz, Linda, Peter e eu.

– Então Peter... – Começou Linda em um tom de voz totalmente diferente que fez os alarmes de PERIGO soarem em minha mente. – O que você e a Nat estavam conversando durante a detenção?

Olhei para ele, que suspirou e olhou de mim para Liz em seguida para Linda, seu rosto estava triste.

– Estava falando para a Natália que esse é meu último ano com vocês. Ano que vem vou para outra escola, um internato mais ao norte. – Respondeu em voz baixa e pelas expressões de choque nos rostos de minhas amigas percebi que elas também iam levar tempo para engolir essa informação.

– O quê?! Como assim? Por quê?– Disseram ambas ao mesmo tempo e eu suspirei, Linda e Liz olharam com ar acusatório para mim.

– Ei! – Reclamei ao notar que ambas me fuzilavam com o olhar. – Só fiquei sabendo hoje também, ele me falou quando estávamos de castigo graças a vocês. – Apontei para as duas.

– Será que vocês podem parar com isso?! – Peter falou antes que elas pudessem responder, parecia irritado, chateado e triste ao mesmo tempo. – A culpa não é da Natália! Eu estava em dúvida se falava ou não para vocês, mas de uma forma ou de outra eu vou para esse internato, não posso perder essa chance e vocês são minhas melhores amigas, não seria justo sumir e não falar nada para vocês.

Ele baixou a cabeça e eu, Liz e Linda travamos uma breve discussão com o olhar para quem ia confortá-lo, foi difícil, a arte de olhar feio era uma de nossas maiores habilidades, mas no fim as três perderam e fomos consolar nosso amigo.

– Ta tudo bem, ainda teremos o verão inteiro para ficarmos juntos. – Falei tentando parecer calma.

Linda e Liz fizeram careta e eu franzi o cenho.

– O que houve? – Perguntei ficando agitada.

Peter ergueu os olhos para elas.

– Eu, er, eu não vou estar em Londres nas férias Nat. – Linda falou rapidamente, seus olhos vacilando ansiosamente entre mim, Peter e Liz. – Vou para Nova York, para um acampamento de verão.

Fiquei sem palavras. Peter e Liz também.

– Eu também não vou ficar aqui durante as férias. – Liz falou de repente e eu congelei ainda mais. – Também vou viajar, Egito, para ser mais exata. Vou passar o período de férias todo lá, meus pais me matricularam em um curso de verão sobre o Egito Antigo, vou aprender a ler hieróglifos e outras coisas.

Olhei em choque para meus amigos. Nesse verão eu só teria Peter, sem Linda e Liz. No próximo ano letivo eu teria Linda e Liz, sem Peter. Parecia que uma mão gelada estava se fechando sobre o meu coração e meus pulmões, de repente ficou difícil respirar.

Meus amigos baixaram a cabeça, pesarosos.

– Sinto muito. – Disseram juntos e nesse momento o trem chegou ao nosso destino. A estação de metrô de Bristol.

– Falamos mais sobre isso amanhã. – Resmunguei, mas minha voz falhou. Estava me sentindo abandonada. – Agora vamos para casa.

*****

Não houve conversa enquanto andávamos. Apenas uma breve despedida quando Linda e Peter tiveram que dobrar uma rua antes da que eu morava. Os dois pareciam arrasados.

– Até amanhã. – Murmuraram antes de se afastar.

Liz estava estranhamente silenciosa enquanto entrávamos na Rua das Corujas, a rua onde eu morava, normalmente minha amiga falava pelos cotovelos, mas não naquele momento.

Olhei para cima.

– Oh-oh. – Falei ao ver minha mãe me esperando do lado de fora da nossa casa, Liz olhou para ela e não pareceu muito alegre.

– Ela parece preocupada. – Liz apontou.

– Você acha? – Perguntei sarcasticamente enquanto parávamos na frente da minha mãe.

Certo, todos que viam a minha mãe dizem que sou muito parecida com ela, apenas os olhos são diferentes (minha mãe diz que herdei os olhos do meu pai) e a altura também.

– Liz, você esqueceu seu anel aqui em casa. – Mamãe falou e estendeu o pequeno objeto para minha amiga. – Aqui está, acho que foi por isso que você veio com a Natália, não é?

Liz assentiu, parecendo agitada.

– Sim, mas também quero conversar com ela, será que posso entrar um pouco? É importante.

Mamãe olhou para a porta de casa, vi preocupação ali.

– Na verdade Liz, Nat tem uma visita, você se importa em ligar para ela depois?

Olhei para minha mãe e ergui as sobrancelhas. Que visita? Pensei e olhei para Liz.

– Está bem. – Ela falou parecendo um tanto relutante e pegando o anel da mão de minha mãe. – Até depois Nat, acho que venho aqui se meus pais deixarem.

Assenti e ela começou a se afastar.

– Quem é mamãe? – Perguntei quando Liz virou a esquina, minha mãe pareceu um tanto mais relaxada e conseguiu dar um leve sorriso, por alguma estranha razão ela ficava tensa sempre que uma de minhas amigas estava por perto, mas nunca as tratava mal, era mais como se tivesse medo que Liz ou Linda falassem algo para mim.

– Venha comigo querida. – Ela falou suavemente enquanto me guiava pela entrada de carros. Olhei para o lado e vi nosso vizinho de queixo caído enquanto olhava minha mãe, que nem reparou nele.

Apesar dela nunca admitir, eu achava que ela ainda amava meu pai. Talvez por isso não tenha se casado depois que eu nasci.

Paramos no hall de entrada, joguei minha mochila no canto e pendurei o casaco.

– Senhora McGonagall, ela está aqui. – Mamãe anunciou quando chegamos à sala de estar.

Quando eu vi a mulher sentada no sofá da minha casa levantar assim que me viu o que pensei foi: Cara, eu to muito ferrada! O que foi que eu fiz?

Ela tinha aspecto severo, usava óculos de lentes quadradas e um estranho conjunto de vestes longas e pretas. Trazia os cabelos levemente grisalhos presos em um coque apertado. Parecia uma daquelas tias excêntricas que eu via nos filmes da tv.

– Olá, senhorita Vasconcelos. – Ela falou e pude ver um leve indício de sorriso em seus lábios e estendeu uma das mãos para me cumprimentar. – Meu nome é Minerva McGonagall.

– O... Oi. – Gaguejei enquanto me aproximava dela e apertava sua mão, ela tinha um aperto firme.

– Não se preocupe, estou aqui para uma pequena tarefa relacionada a você, mas antes de qualquer coisa, pegue isto. – Ela tirou de dentro das vestes um envelope em um pergaminho grosso e amarelado, endereçada com tinta verde esmeralda e entregou para mim.

Com os dedos trêmulos peguei a carta e virei do outro lado, havia um lacre de cera púrpura com um brasão: um leão, uma águia, um texugo e uma cobra, todos circulando uma grande letra ‘H’.

– Talvez queira sentar-se antes de ler o conteúdo da carta senhorita. – A mulher falou enquanto tornava a se acomodar em um dos sofás e comia um biscoito que minha mãe devia ter preparado.

Olhei para mamãe, mas ela apenas fitava o envelope com os lábios comprimidos como se não quisesse fazer comentários.

– Eu concordo com ela querida. – Ela falou depois de alguns segundos.

Dei de ombros e sentei. Dentro do envelope havia mais algumas folhas de pergaminho, puxei a primeira que vi, nela estava escrito:

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Diretora: Minerva McGonagall

(Ordem de Merlim, Primeira Classe, Grande Feiticeira, Buxa chefe, Confederação Internacional de Bruxos)

Prezada srta. Vasconcelos,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall

Diretora

Olhei de minha mãe para a mulher.

– Isso é alguma brincadeira?! – Foi o que saiu de meus lábios.


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Notas finais do capítulo

comentários, please?