Maga, Bruxa ou Semideusa? - Hiatus escrita por Marina Leal


Capítulo 37
Capítulo 37 - Trégua temporária


Notas iniciais do capítulo

aqui está, beijos



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Apesar da previsão de Will, eu consegui andar com facilidade pelo acampamento, embora muitos campistas parecessem irritados e lançassem olhares maldosos na minha direção, mas graças aos deuses ninguém tentou me atacar.

Minha mala estava caída no chão com um pouco de areia e grama sobre ela, mas nada além disso.

– Que bom. – Murmurei e depois de tirar minha mochila com as roupas do acampamento e os horários de atividades comecei a arrastá-la colina abaixo, na direção da Casa Grande.

– Quíron? – Chamei subindo a escadinha que dava para a varanda vazia da enorme casa de fazenda arrastando a enorme mala escolar atrás de mim.

Momentos depois o centauro saiu, mas em vez de estar em sua forma natural estava na cadeira de rodas, suas mãos massageando as têmporas. Parece que os campistas realmente têm dado uma boa dor de cabeça para ele ultimamente. Assim que me viu abriu um sorriso.

– Ah, olá Natália. – Falou e se acomodou na mesinha de carteado. – O que deseja?

– Hum, vim perguntar se o senhor poderia guardar o meu material escolar aqui, se não tiver problema. – Falei incerta e ele olhou para a mala atrás de mim.

O centauro soltou um suspiro, mas não parecia surpreso ou confuso, como se não fosse a primeira do tipo a ver.

– E agora essa. – Eu pensei tê-lo ouvi murmurar antes de se voltar para mim. – Sim, tudo bem, pode deixar aí que irei levar para o meu escritório pouco antes do almoço.

– Obrigada. – Falei e comecei a descer a escada para voltar ao chalé, mas a expressão dele fez com que eu voltasse. – Tem algo errado?

– Hum? – Quíron falou como se eu o tivesse tirado de uma linha de pensamento. – Não, está tudo bem, só espero que essa discórdia entre os chalés acabe logo.

– Ah, eu também espero senhor. – Murmurei. – Até o almoço.

– Até o almoço Natália. – Ele respondeu e eu me afastei.

*****

Enquanto voltava para o chalé acabei tropeçando e trocando poucas palavras com alguns dos semideuses que havia conhecido quando cheguei, um deles foi...

– Leonard! – Exclamei quando passei ao lado do garoto loiro com olhos cinzentos da minha primeira aula de grego antigo que era irmão da Annie.

Ele olhou para mim por um instante antes de me reconhecer e dar um largo sorriso. Ele parecia mais alto e mais musculoso, seus cabelos cor de areia estavam visivelmente menores.

– Oi Nat! – Falou e apertou minha mão. – Como você está?

Dei de ombros.

– Bem, na medida do possível. – Respondi. – E você?

– Não muito bem, com essa briga entre os chalés acontecendo as coisas não têm estado muito boas. – Falou parecendo chateado.

Concordei e em seguida uma nova briga começou. Ele ficou tenso de repente ao ver quem era.

– Tenho que ir! – Falou.

– Mas... – Comecei, mas ele já se afastava.

– Esses filhos de Poseidon vão ver uma coisa. – Resmungou enquanto se dirigia ao local da briga. – Não se mexe com nosso chalé.

Fiquei confusa. O que estava acontecendo ali?

Resolvi voltar para o chalé, faltava poucos minutos para o almoço e pelo que eu me lembrava Will gostava que fôssemos todos juntos.

Assim que pisei dentro da cabine Molly desceu a escada. Sua expressão nada boa.

– Quatro crianças de Afrodite estão se aproximando do chalé. – Falou entre os dentes.

Will se pôs de pé num salto.

– Vamos resolver isso de uma vez.

– Parece que querem ter uma conversa pacífica, estão com uma bandeira branca hasteada. – Ela completou e cruzou os braços. – Então como vai ser Will?

– Quais são? – Meu irmão perguntou.

– Fernanda e o segundo no comando, Alex, mais Linda e Jonny. – Molly respondeu com firmeza.

Will pensou por um momento, meu coração deu um salto quando ouvi o nome de minha amiga.

– Molly, Jack. – Will falou olhando para nossos irmãos, seu olhar pousou sobre mim por um momento enquanto eu cruzava os dedos para ele me escolher. – E Nat. – Falou por fim e eu suspirei aliviada. – Vocês vêm comigo, os outros fiquem no chalé.

Não houve protesto enquanto nós quatro saíamos do chalé atrás de Will.

Os quatro semideuses nos esperavam no meio da área comum, um grande lençol branco estava aberto como bandeira de paz, mas apesar disso consegui vislumbrar o chicote de Fernanda preso à sua cintura e o lenço de Linda em seu pescoço. Eles estavam dispostos em linha, um ao lado do outro.

Apertei com mais força meus óculos, eu defenderia a mim mesma, mas também lutaria para defender aqueles com quem me importava.

Mesmo que fossem filhos de Afrodite.

– Fico feliz que tenha vindo. – Fernanda falou quietamente quando nos postamos ao lado de Will.

Olhei para Linda que fez um leve aceno para mim. Para qualquer um era apenas um aceno, mas eu sabia o que realmente significava: Precisamos conversar em particular.

Concordei com a cabeça e olhei para Will.

– O que você quer? – Ele perguntou em tom de quem não quer perder tempo com amabilidades.

– Não seja hostil, estou aqui para propor uma trégua entre nossos chalés, pelo menos durante o mês que passarei fora. – Fernanda falou como se estivesse magoada.

Devo dizer que mesmo chateada ela era muito bonita, talvez fosse bem difícil um filho da deusa do amor ficar feio.

Meu irmão travou a mandíbula, pronto para responder e algo me dizia que não seria sim.

– Will. – Chamei em voz baixa.

– Diga. – Falou e olhou para mim.

– Temos que ponderar com o resto do chalé, Marcus, Mathew, Julia, Alexis e Danielle também têm que concordar. – Falei, me odiando por não pedir que ele aceitasse a proposta e excluindo o nome de Scarlet de propósito.

Molly colocou a mão no ombro dele.

– Ela está certa. – Falou. – Os outro também têm direito de opinar sobre isso.

Jack fez um gesto de ‘positivo’ para mim antes de dar um sorriso.

– Certo. – Will falou e suspirou antes de olhar para Fernanda. – Levarei em conta a amizade que tínhamos.

– Só estou aqui por causa dela. – Fernanda murmurou, seus olhos tristes.

– Tenho que pedir os votos do restante dos membros do chalé. – Continuou Will e olhou para mim. – Vá chamá-los e fique lá com... Você sabe.

– Você sabe qual o meu voto não é? – Perguntei antes de me afastar e Will assentiu, mas sua mão vacilou para o cinto, onde suas lanças estavam.

Voltei correndo, mas não precisei gritar por eles, pois todos estavam ali, até mesmo Scarlet.

– Will pediu para vocês irem até lá. – Falei e olhei minha irmã. – Menos você.

– Pietro...? – Não deixei que ela terminasse e sacudi a cabeça em negação. – Está bem então, podem ir.

Eles saíram um por um, a garota de cabelos vermelhos, Alexis, não parecia muito confortável, mas foi também.

Um silêncio desconfortável surgiu, eu não sabia o que falar para Scarlet, ao que parecia ela também não tinha o que dizer. A deixei mexer nos muitos instrumentos que ali haviam e fui espiar pela janela para ver o que estava acontecendo.

Pude ver Will tentando convencer nossos irmãos, que não pareciam muito satisfeitos com aquilo. Por fim pareceu que todos concordaram.

Depois de uma longa conversa que no final Will e Fernanda deram as mãos eu suspirei aliviada. Um mês de paz pelo menos.


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Notas finais do capítulo

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