Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 9
A Revelação


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei muito ansiosa com este capítulo. A fic daqui pra frente será toda focada em RE6, mas numa sequencia bem diferente. Só vou usar as partes que eu gostei do game e outros eu simplesmente decidi IGNORAR. Outros personagens vão aparecer no decorrer e serão muito fundamentais pra trama. Então, vamos ao capítulo e desculpe se tiver algum erro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486543/chapter/9

27 de junho de 2013

Washington D.C.

"Amor, já preparou tudo?"

"Sim. Só falta uma coisa importante."

"O quê?" Ela dá um sorriso travesso já sabendo a resposta dele.

"Meu beijo especial!" Ele se aproxima dela e a puxa para seus braços depois a beija docemente, uma, duas, três vezes, aproveitando o momento.

"Dois dias passam rápido. Você nem vai sentir minha falta." Ela diz desanimada.

"Ei, eu não tô indo pro outro lado do mundo. Tall Oaks fica logo ali. Além do mais, seja pra onde eu for, eu sempre levo vocês comigo. Vocês sempre vão estar na minha mente e no meu coração."

Ele acaricia sua barriga que ainda nem mostra sinais de gravidez.

O momento é interrompido pela celular de Leon.

"Ignora!" Ela diz voltando a beija-lo. O toque é persistente.

"Espera!" Na tela do celular pisca o nome de Claire. "Alô!" Ele diz preocupado.

"Leon, encontraram o Chris." Claire responde do outro lado da linha.

"Como ele está?" Ele troca um olhar de alivio com Angie.

"Piers não me deu muita informação. Mas me disse que ele está bem, só um pouco desorientado. Eu queria estar lá com eles."

"Papa!" O pequeno Kevin de 1 ano a interrompe, se jogando em suas pernas.

"Não é o papai, meu anjo. É o tio Leo." O pequeno continua balbuciando coisas. Sem resistir ela apega em seus braços. "Bom eu só liguei pra avisá-los... Ah, agradece a Hunningan. Se não fosse por ela, ainda estaríamos sem sinal de Chris."

"Pode deixar, agora fica bem. Assim que eu voltar de viagem, eu vou visitar vocês."

"Boa viagem! Manda um beijo pra Angela."

"Então, encontraram o Chris." Angie tem uma expressão aflita.

"É. Parece que está tudo bem. Logo, logo ele está chegando. Mas... o que tá em sua mente?" Ele percebeu que ela parecia um pouco nervosa.

"Leon, eu só tô preocupada. No lugar da Claire eu teria pirado. É por isso que eu quero você longe das missões de campo. Agora você tem uma famí..." Ele a calou com um beijo.

Leon e Angela Miller se conheceram em 2005 durante uma missão de resgate ao aeroporto de Harvardville, que sofrera um atentado terrorista causado pelo próprio irmão de Angela, Curtis Miller.

Curtis tinha o desejo de ver a verdade por trás dos acontecimentos em Raccoon City ser revelado e os culpados serem punidos. Mas, as coisas fugiram do controle e Curtis cego por vingança acabou se tornando um monstro irracional controlado pelo G-vírus e, no fim, foi destruído por Leon.

Esse fato marcou a vida de Angela que desistiu da polícia para se tornar advogada. Ela não poderia desistir de continuar no caminho da justiça, porém não poderia estar mais em missão pelo FBI. Ainda existia lembranças ruíns daquele dia.

Três anos depois, os caminhos da ex-policial do FBI voltaram a se cruzar com os do agente. Hoje Angela tem o sonho de ter uma família com Leon, o homem que a salvou e também lhe deu um novo motivo pra seguir em frente.

"Eu prometo que quando eu voltar, tudo vai ser acertado e... Adeus, missões! Você e o nosso pequeno Anthony Curtis ou a nossa pequena Natalie, serão minha prioridade." Angela começou a rir, eles já haviam decidido o nome do menino.

Anthony é uma homenagem ao pai de Leon e Curtis ao irmão de Angela, duas pessoas importantes para ambos. Entretanto, o casal ainda não trocou ideias sobre a possibilidade de ser uma menina.

"Eu gostei de Natalie." Os dois sorriram cúmplices.

"Se cuida, agente Kennedy." Ela diz lhe dando mais um beijo demorado.

"E você também, futura senhora Kennedy." Ele murmura entre o beijo.

Após se despedir de Angie, Leon parte rumo a Casa Branca onde se reunirá pela última vez com o presidente, antes de partirem para a cidade de Tall Oaks. Lá o Presidente Adam Benford, fará uma importante revelação. Uma revelação que vai mudar o futuro dos Estados Unidos e do mundo.

 

Atlântico Norte

O Submarino

A quase uma hora a bordo do submarino de Derek Simmons, Ada descobriu várias informações estranhas sobre ela mesma. Todo o lugar possui um sistema de segurança que responde a suas digitais e até a sua voz o que facilitou para se infiltrar no lugar.

Ada conseguiu passar pelos soldados sem maiores problemas e chegar numa sala onde havia um video datados de 6 meses atrás. O vídeo continha uma missão que ela nunca chegou a receber. A missão tinha como objetivo encontrar Jake Muller, o filho ilegítimo de Albert Wesker, na República da Edônia.

Vasculhando mais o lugar ela encontra uma carta:

Ada, o exército da FAMILIA se fortalece a cada dia, e eu me sinto oprimido com isto. É por esta razão que estou te dando de presente o controle total de nossos soldados do Leste Asiático e deste submarino. Use-os como desejar; espero que lhe sirva bem. Tudo que lhe peço em troca é o constante serviço leal a mim.

"Isso não faz nenhum sentido." Seu celular toca.

"Encontrou algo interessante?" Diz Derek.

"Uma gravação de seis meses atrás." Ada responde olhando para imagem na tela do seu celular.

"Então, a viagem valeu a pena." De repente o lugar começa a tremer.

"Eu esperava mais, Simmons. Você se tornou muito previsível." Ela diz petulante.

O compartimento começa a pegar fogo, deixando Ada em alerta.

"Não se preocupe. Sua próxima missão será bem especial e muito mais divertida." Seu tom é irônico. "E detalhe, você não pode falhar."

"Eu nunca falho!" A ligação termina. O sistema de autodestruição foi ativado.

Ada tinha que sair dali, antes que o submarino afunde. Os corredores começam a encher de água rapidamente. A espiã usa sua Grapple gun para subir ao nível 5 e escapar do lugar que logo explode.

***** *****

Após a missão no submarino, Ada recebe um novo chamado.

"Ada você foi imprudente. Você não está bem."

"Pare com o sermão. Não sou uma criança e ainda não estou inválida."

"Consegui te rastrear, não adianta fugir. Você está fora dessa missão. E isso é uma ordem." A voz do outro lado estava alterada.

"Eu não me importo. Por muito tempo eu trabalhei sozinha. E sempre me sai bem. Eu posso fazer isso."

"Não, Ada espera..." Ela desliga seu comunicador. Agora ela estava sozinha, pensando em seu novo passo.

 

29 de junho de 2013

Tall Oaks.

A Universidade Ivy é a maior e principal da cidade. Hoje o lugar recebe não apenas seus estudantes, mas também, a imprensa e alguns políticos, como o prefeito da cidade. Toda a atenção do mundo será voltada para este lugar.

Aqui o senhor presidente Adam Benford, fará uma palestra e ao final uma declaração muito importante e inesperada para muitos.

Tudo foi preparado e cuidado detalhadamente, pra que nada desse errado. A segurança foi redobrada ao redor do lugar, dentro e fora. Ninguém entra ou sai, sem autorização. As câmeras também foram redirecionadas em pontos estratégicos.

E no meio disso tudo, está Ada Wong. Ela conseguiu se infiltrar como parte da segurança interna. Sob o nome de Agente Watson e nem imagina que Leon está presente ali.

Foi bem difícil conseguir sair do meio do tumulto, sem levantar suspeita. Minutos depois, ela consegue entrar na sala de arquivos. Seu objetivo é conseguir um arquivo secreto que tanto Derek quer.

Vasculhando cada canto da sala, ela acaba encontrando um CD com o símbolo da Familia. Ela coloca no computador e assiste atentamente.

O video vai passando. As cenas mostram a rotina de uma cidade, com pessoas vivendo um dia comum, carros circulando normalmente e os estabelecimentos comerciais.

Durante a gravação uma imagem lhe chama a atenção: a placa de Raccoon City. Subitamente, tudo fica desfocado e sai do ar. Então, as cenas mudam e uma mensagem aparece na tela.

"Essa é a Operação Bacillus Terminate para a higienização de Raccoon City." A voz é de Derek Simmons.

A cena mostra uma visão geral da cidade vista de cima, gravada por um helicóptero. A cena a seguir é a da explosão da cidade.

Seu celular toca.

"Então, isso foi muito previsível pra você?"

"Realmente, isso é bem a cara de Simmons. Mas a questão aqui é... quem é você? Porque Simmons nunca deixaria algo tão importante ser exposto pra qualquer um ver."

"Isso é só o começo. O melhor eu guardei para o fim da noite. Aliás, você não é qualquer uma."

"O que você fez?" Ada sentiu um arrepio de medo.

"Deixe me explicar. Agora os Estados Unidos estão sofrendo um ataque bioterrorista. Depois será a vez da China. E assim, outras grandes cidades de todo o mundo terão o mesmo destino. Tudo pelas mãos da própria Ada Wong, da Neo-Umbrella." A voz diz com arrogância.

"Se acha que eu vou ficar sentada e servir de bode expiatório... Você está muito enganado." Repentinamente, a luz cai.

 

Na sala do Reitor...

Com tudo reforçado e em seu devido lugar, o presidente se prepara para seu pronunciamento.

"O senhor está pronto?" Leon sabe que a decisão de trazer a verdade à tona, não foi fácil. Há um clima de tensão e ansiedade no ar.

"Eu só preciso de um alguns minutos, Leon." Adam diz em seu tom calmo.

"Eu vou ver se está tudo em ordem. E leve o tempo que precisar. Afinal, pra quem já esperou tantos anos."

"Eu não vou voltar atrás." Os dois homens trocam um olhar de compreensão.

Dessa vez, Leon não está aqui a serviço do governo, e sim como um amigo leal e idealista de causas semelhantes. Aqui são apenas Adam e Leon.

Leon se retira e segue pelo corredor rumo a recepção, passando por dois seguranças. Um deles é Helena Harper.

"Essa é a hora perfeita." Ela diz pelo comunicador. "O presidente está sozinho, com o caminho livre pra você." Ela tem um sorriso sarcástico.

Em questão de minutos, o lugar sofre um blackout completo. Ouve-se gritos e um grande tumulto, até que tudo fica em silêncio.

Sem pensar, Leon volta para a sala do presidente. Seu coração disparou num ataque de adrenalina quando ele se depara com Adam e seus olhos sem vida. O homem diante dele não era mais o presidente e, sobretudo, seu amigo e grande líder.

Adam fora um homem de palavra, integro e um dos poucos políticos que lutam pelo povo e por causas que valem a pena. Alguém que Leon aprendera a respeitar e confiar incondicionalmente.

O homem vem cambaleando em sua direção, com apenas um instinto. Sua face está se deteriorando pouco a pouco. Leon prepara sua arma, suas mãos estão suando e sua respiração acelera. Ele fecha os olhos e se vê novamente em Raccoon.

Naquele dia que mudou sua vida. Exatamente, no momento onde fez sua primeira e mais cruel decisão. Era como se seu pesadelo esquecido, agora voltasse pra lhe perturbar, e ali em sua frente estava parado seu tio com seus olhos sem vida, sem intensidade. Como se o tivesse o punindo.

"As armas biológicas são uma ameaça global e somos parcialmente culpados." As memórias começam a piscar em sua mente. "Eu vou revelar tudo... sobre o incidente de Raccoon City. Eu sempre valorizei sua amizade, Leon." Essas foram as últimas palavras de Adam.

Agora era tarde demais, não havia saída.

"Eu sinto muito!" Ele diz pronto pra lhe dar o tiro de misericórdia. No entanto, uma flecha certeira atravessa o crânio de Adam, dando um fim aquilo.

Por um instante, ele fica paralisado, com a mente tentando processar tudo ao mesmo tempo.

"Ele já estava morto." A aquela voz que há anos não ouvia foi como um uma punhalada. De todas as pessoas que ele poderia encontrar ali, ela seria alguém improvável e impensável.

De repente, as sensações de medo, aflição e pânico, foram dominadas por um ódio mortal incessante.

"Foi você!" Inesperadamente ele a ataca e a encurrala na parede. Quando os olhos se cruzam há um choque entre os dois.

Ada encontra olhos azuis sombrios, enquanto Leon se depara com olhos vermelhos carmesim. Olhos de um monstro.

Leon a solta se sentindo tonto e ofegante, mas sem perder o contato visual. Aqueles olhos vermelhos que ele aprendeu a temer. Que por muitas vezes, invadiu os seus sonhos, os transformando em pesadelos.

Ada fica paralisada enfrentando o olhar acusador e horrorizado dele. Incapaz de fugir.

"Você de novo. Sempre tem que ser você. Só que dessa vez, é o fim da linha." Leon diz amargurado apontando a arma pra ela. Um bip o interrompe. Era Hunnigan.

"Você não vai atender? Pode ser importante." Ada diz assumindo sua máscara sarcástica e indiferente. "Se eu quisesse fugir, eu o faria sem problemas."

"Leon, o que está acontecendo aí. De repente a transmissão dos canais de TV entraram em colapso ao mesmo tempo. O quê houve?" Leon respira fundo, sem saber como dar a notícia, seus olhos nunca deixam Ada.

"Houve um grande apagão na universidade. Você conseguiu contatar alguém da segurança?"

"Simplesmente, o nosso sistema operacional também ficou fora de conexão com a segurança. Só agora consegui entrar em contato com a agente Harper. Ela disse também que houve um apagão e depois um grande tumultuo." Leon tenta manter a calma.

"Houve um atentado." Leon ignora o nó que se formou em sua garganta. "O presidente está morto."

"O quê? Leon, espera..." Há um breve silêncio do outro lado da linha. "Escuta, acabei de receber mais uma informação. O lugar está contaminado. Um vírus está se espalhando descontroladamente por vários quilômetros."

"Droga! Ele tinha razão. Isso é só o começo." Ada murmura pra si.

"Do que você está falando? Você sabe o que aconteceu aqui." Leon se aproxima dela, tentando ignorar os olhos carmesim perturbadores.

"Leon quem está aí com você?" Hunnigan pergunta apreensiva. Ada decide manter o seu disfarce.

"Diga que eu sou a agente Mya Watson." Leon sabia que um nome por agora seria suficiente. Ada sem saída vai permanecer nas sombras.

"Tudo bem. Eu estou com a agente Watson. Nós encontramos o presidente... Ele estava contaminado e eu o matei." Ele diz sem hesitar surpreendendo tanto Hunnigan quanto Ada.

"A meu Deus! Tudo bem, escute vocês tem que sair logo daí ou serão contaminados. Eu vou fazer um relatório e encontrar uma rota mais fácil e rápida. Fiquem em alerta e matenham os rádios ligados."

Depois da ligação Ada e Leon se entreolham. Há um silêncio perturbador entre eles.

"Isso vai dar problema. Eles vão culpar você. Porque você não me entregou? Essa era sua chance."

"Vamos deixar uma coisa bem clara. Ada Wong, eu quero a verdade e você vai me dar." Leon tem uma postura hostil com ela.

"Certo eu vou te dar, mas antes vamos sair daqui." Ela diz recarregando sua balestra e seguindo para a porta.

"Eu não confio em você. Eu não vou a lugar nenhum, não sem antes ter as minhas respostas."

"Eu tenho uma pista. É pra lá que eu estou indo. Eu não sou sua inimiga. Nós estamos no mesmo barco, querendo achar as mesmas respostas. Sem mim você não vai ter nada."

Sem saída, Leon a segue. Mesmo indo para um caminho desconhecido, por algum motivo ainda existe um vestígio de esperança. Esperança de que ela também seja inocente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E isso ai pessoal. Espero que curtam. Esse ainda não ficou exatamente como eu queria, mas é isso aí. Até o próximo!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos de sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.