The King of Fighters - Kusanagi & Yagami escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 28
Tumulto de Sangue - Parte I




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O Oceano Pacífico, ao leste do Japão, demonstrou revolta com ondas cada vez maiores e muita ventania. Um barco comum não era páreo para o poder dos mares. Contudo, havia pelo menos uma embarcação de tamanho média, pesqueira e com apenas um tripulante a bordo. Poderia ser alguma coincidência, porém o barco saiu do porto de Kaido alguns minutos após o helicóptero com os finalistas partir para o porta-aviões.

— Vai querer alugar por quanto tempo? — perguntou o pescador.

— A noite toda, se possível — respondeu uma mulher.

O homem alugou por um preço maior já que ela mesma iria pilotar a embarcação sem ajuda. E foi assim que essa mulher misteriosa saiu de Kaido e partiu para o oceano a fim de alcançar o navio de guerra. Por sorte o Black Noah havia diminuído a velocidade após o confronto entre os herdeiros dos dois clãs.

— Kyo Kusanagi. Iori Yagami. O que pensam que estão fazendo?

 

Black Noah

O anfitrião acompanhou a luta entre os dois jovens por meio de um monitor. Uma câmera fora colocada estrategicamente na sala antes da luta, assim o vilão poderia acompanhar a batalha mesmo ausente. Foi ele quem apertou um botão para abrir a porta em que Leona estava do outro lado.

A sua pantera negra se alisou em suas pernas enquanto ele assistia sentado na poltrona. Bebericava um copo com conhaque que colocara pela metade.

— Leona Heidern, filha adotiva do capitão Heidern, seu destino é esse. Ser um objeto de dominação global — ele pôs a mão no seu olho direito. — Desde quando aquele homem me derrotou numa luta, desde aquele dia eu fiquei possesso pela curiosidade acerca dos poderes de Orochi.

 

Brasil, 2000

O jovem Bernstein viajou para o país sul-americano para descobrir mais sobre os poderes de uma aldeia cujo líder se chamava Gaidel. Depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro a negócios, ele foi para o norte. No entanto, descobriu que o vilarejo foi completamente devastado por algo que as autoridades locais não puderam definir. Os habitantes foram dilacerados como se o agressor fosse um urso extremamente feroz.

As autoridades não puderam responder do que se tratava, mas ele teve uma ideia. Desde o seu confronto há seis anos com aquele adolescente, ele se interessou pelo poder do deus Orochi. Descobriu sobre a vila por meio de contatos que teve no Brasil. Mas o simples fato de uma aldeia com moradores cujo o sangue descendia do sangue de Orochi ter sido dizimada era no mínimo estranho.

Seis anos antes um rapaz com apenas 18 anos de idade derrotou-o e quase matou-o numa batalha feroz. O jovem, ao ver que Rugal sobreviveu, doou apenas um pouco dos poderes de Orochi. Desde esse dia o alemão ficou obcecado por esse poder. Meses depois matou Sandra e Clara Heidern, arrancou um dos olhos de Heidern, espelhando-se em si mesmo.

 

— Eu quero muito mais poder do Orochi. Só um pouco foi insuficiente — ele retirou a lente de contato do olho direito, revelando um olho biônico no lugar de um natural. Era preto com uma íris artificial vermelha.

...

Enquanto isso, Collin foi verificar a explosão na sala de máquinas para ver a gravidade da situação. Lá percebeu que o calor gerado pela luta no andar de cima fez com que os geradores explodissem, abrindo um buraco na quilha.

— Esperem um pouco. Pensei que aqui que a água entrou.

— Não, senhor. A água entrou no outro lado. A gente conseguiu fechar algumas escotilhas, mas a pressão está aumentando cada vez mais.

— Se essa pressão continuar a aumentar, é possível que o Noah exploda. Precisamos achar uma ilha mais próxima e atracarmos lá. Rápido, idiota!

Os guardas foram para a cabine de controle e verificaram o mapa náutico. Encontraram uma pequena ilha no Pacífico com mais ou menos 1km² de território. Suficiente para que todos saíssem e assim o navio ser consertado com mais calma. O jeito era avisar ao Rugal sobre o problema da quilha.

— Quem vai avisar? É o senhor, capitão?

— Deixa de ser frouxo, tenente. O chefe é mais piedoso que imagina.

— Só com o senhor, mas com os outros subalternos...

Assim o capitão foi para a cabine particular de Rugal. Atrapalhando o entretenimento do chefe ele avisou sobre o ocorrido. O tenente aguardou do lado de fora até que o capitão tranquilamente sai da suíte.

— Ele concordou. Vamos atracar na ilha mais próxima.

Goro conseguiu derrotar os seus inimigos mais simples, contudo ficou preso entre dois shinobis que obstruíam o corredor. O lutador não se intimidou pelos ninjas e partiu para cima. Eles eram ágeis e escapavam com uma certa facilidade dos seus socos.

— Droga. Assim não vou conseguir passar. Preciso ir com tudo pra cima deles. — Ele fortaleceu os músculos e agora estava mais habilidoso. Derrotou os shinobis com apenas dois socos.

Entrou num outro corredor com várias portas de cabines. Sem papas na língua arrombou uma por uma com seus socos. Uma tropa de guardas desceu para esse local e apontaram as suas armas na direção dele. Os cerca de dez homens atiraram com as suas armas de fogo contra ele. As balas atingiram o seu corpo, mas ricochetearam em contato com a sua pele endurecida.

 

— Impossível!

— Estragaram o meu wagui — disse retirando a parte de do quimono e ficando com o torso musculoso à mostra. — Vocês têm sorte que eu sou gentil, mas isso não quer dizer que estão livres de levarem uma surra.

Assim Goro Daimon derrotou os guardas com muita facilidade. Ele, de fato, tinha um corpo bastante resistente, blindado até mesmo contra balas.

No lado de Benimaru as coisas não ficaram fáceis. Ele enfrentava o cozinheiro do navio que se autointitulava Dick o Sadomasoquista. A drag queen suportava os raios de Beni por causa da roupa de látex que era imune a energia elétrica e isso deixou o loiro sem saída a não ser enfrentá-lo na força bruta.

— Vamos nos divertir, queridinho.

— Esse porco não vai me dar espaço. Bom, está na hora de mostrar do que sou capaz.

O loiro foi para cima do gordo e desferiu socos e chutes numa incrível velocidade que fez com que o chefe movesse para trás. Porém, o gordo segurou uma das penas de Beni e sorriu. O homem era forte e mesmo Beni puxando com força ele não soltava. Aí que Dick aproveitou para chutar o rosto do mais jovem, fazendo-o cair longe, porém , antes que o herói caísse, enrolou chicote no pescoço dele.

— Quando for dar uma descarga elétrica, faça assim, espetadinho — ele apertou um botão e o chicote começou a dar descargas elétricas poderosas. O loiro sentiu a eletricidade do chicote percorrer o seu corpo e, apesar de ser um manipulador de eletricidade, machucá-lo.

— Não vai me derrotar, balofo!! Eu te pego de jeito e...

— Hum, eu já estou cansado dessa luta — disse Dick sentado no chão e ofegando.

— MAS A LUTA NEM COMEÇOU DIREITO!!!

— Quer saber de uma coisa? Decidi acabar logo com isso. Mesmo eu achando você bonitinho, pra mim não passa de lixo kekeke.

Benimaru viu que espinhos metálicos sugiram do chicote e agora perfuravam o seu pescoço. Dick puxava com toda a força, causando uma grande dor e até sangrava.

— Kekekekekeke... Vamos, queridinho. Desista.

— Maldito!

Os espinhos continuavam a machucar o japonês. Não havia outra alternativa a não ser lutar a sério a partir dali. Concentrou toda a sua energia na sua mão direita e correu na direção de Dick. Com apenas um soco ele acertou o rosto do inimigo com tanta força que Dick rolou por toda a cozinha, quebrou uma parede e caindo num outro lugar.

— Consegui — retirou o chicote do pescoço.

O outro local era uma sala com várias mesas onde os guardas almoçavam. Debaixo do escombro surge um Dick ensanguentado e com cara de ódio. Benimaru ficou na vantagem por ter acertado o rosto daquele homem com apenas um soco e causado tanta destruição.

— Eu queria ser gentil e acabar logo com isso, mas você pediu para que essa luta fosse séria. Pois bem, vamos lutar a sério.

O chefe fez esforço até que o seu corpo começou a se mover como uma gelatina. Logo o vilão deformou-se da cabeça aos pés. Benimaru viu aquilo com apreensão e até com certo nojo, pois nunca viu um ser humano fazer isso. Logo Dick aos poucos foi emagrecendo e no lugar da gordura surgiu um corpo magro e musculoso. Retirou a peruca e mostrou a sua nova aparência.

— Que merda foi isso?

— Eu consigo consumir toda a gordura do meu corpo e transformá-la em energia. Isso quer dizer que tudo aquilo que me deixava gordo virou a minha força nessa luta. Cuidado, bebê, pois dessa vez não vou ser gentil kekekeke.

...

Durante a luta entre Kyo Kusanagi e Iori Yagami uma porta foi aberta por Rugal, revelando ser Leona Heidern possuída pelo sangue de Orochi. Um ritual macabro chamado de Tumulto de Sangue, deixou-a com sede de matar e sem nenhuma inteligência para o raciocínio. Ambos os lutadores se separaram e ficaram observando a moça caminhar para perto deles.

— O que significa isso? Essa mulher estava no jantar comigo.

— Essa deve ser a filha de Heidern. O que ela faz aqui? — Kyo sentiu uma presença maligna vinda dela. Afastou-se alguns passos. Iori viu a mesma coisa e também se afastou.

Leona passou a notar apenas Kyo quando ele se afastou. Percebendo que ele seria atacado, parou. Iori se aproveitou e correu para sair daquele lugar, mas a mulher praticamente voou para cima dele e o massacrou com as suas próprias mãos. O ruivo cuspia sangue quando o seu rosto foi socado centenas de vezes por segundo.

— Sangue... quero sangue.

Iori levou tanta surra que nem havia tempo de se defender. Leona deu um chute tão forte que o jogou contra o teto. As atenções dela voltaram-se para Kyo. O moreno soltou uma rajada de fogo contra ela, mas a mulher atravessou e deu uma cabeçada no estômago dele.

— Quanta... força — disse Kyo enquanto cuspia sangue.

O ruivo caiu do teto, mas antes se ajeitou para cair com os pés no chão. Derramou mais sangue pelo nariz. Ficou furioso de ter apanhado feio para Leona.

— Eu vou matá-la!

— Pare... Iori! Tem algo de errado com ela.

Mas Iori não quis ouvir o seu rival. Ele partiu para cima dela e deu uma joelhada no estômago dela seguido de um soco em seu rosto. Ela bateu as costas na parede. Mesmo assim ela não demonstrou sentir dor e voltou a pedir sangue.

 

O celular de Vice tocou. Ela imediatamente chamou Mature e confirmou que era o seu chefe da Hakkeshu do outro lado da linha. As duas foram pegas de surpresa, haja vista não era o combinado ele fazer contato durante o expediente com Rugal.

— Estou a caminho... — afirmou uma pessoa num bote próximo ao navio. Essa pessoa segurava um crucifixo.

 

Mais distante, mas não muito longe, lanchas zarparam do navio espião para o navio porta-avião. A missão era o resgate de Leona e tentar derrotar Rugal e todos os seus associados. Clark Still e Ralf Jones também foram. Mas era o capitão Heidern quem liderava os cerca de cinquenta homens da Ikari nessa empreitada.

— Aguarde-me, Leona. Eu a salvarei, minha filha.

Continua...


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Notas finais do capítulo

A história ta tomando um rumo que eu não havia planejado. Agora já era kk