The King of Fighters - Kusanagi & Yagami escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 27
Kusanagi vs Yagami




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Durante a ida para a última etapa do torneio, Saisyu e os outros foram encurralados pelos ninjas das sombras do anfitrião, e assim se perderam de Kyo Kusanagi. Parede se moviam nos corredores do navio como se fossem labirintos. Era perceptível que aquilo tornou-se uma terrível armadilha para eles. O patriarca do fogo percebeu o perigo e resolveu pegar outro caminho para assim reencontrar o filho.

Goro e Benimaru acompanharam o mais velho. O trio correu pelo corredor a fim de achar uma saída.

— Não acredito que caímos numa coisa assim. Esse Rugal é um canalha, pois nos deixou de fora da luta final — reclamou Benimaru.

— Pode apostar que sim. Ele parece estar interessado no Kyo desde o começo. Eu sabia que não poderia confiar naquele homem. Lembra na sua luta contra o Takuma? Foi Rugal que soltou um poder maligno durante a batalha, por isso Sakazaki resolveu entregar a luta. Ele sabia que não havia chance justa de chegar nessa final. Este torneio foi uma verdadeira farsa.

— Eu sabia. Também soube que Kim Kaphwan desistiu depois que soube da natureza deste torneio. Só não sei o que motivou o time de Heidern a abdicar da luta da semifinal — disse Goro bastante sério.

De repente uma parede se moveu de cima para baixo. Rapidamente o maior, Goro Daimon, segurou com todas as suas forças para que os dois passassem. Infelizmente ele foi agredido com uma uma bomba de gás que alguns ninjas lançaram. A parede se fechou separando Daimon do resto do grupo. Ele olhou para trás e viu uns 6 ninjas todos preparados para a luta.

— Acabei de vir de uma batalha contra pessoas espetaculares. Um bando de insignificantes como vocês não me darão problemas.

Do outro lado, Saisyu concordou com Beni para que ambos continuassem. Se por acaso algum shinobi aparecesse, lutariam. Porém, por incrível que pareça, nenhum inimigo ou circunstância apareceu na frente deles e assim puderam entrar pela cozinha industrial do navio. Alguns cozinheiros ficaram espantados com a presença daqueles homens. Os guardas partiram para cima deles. O velho usou ataques físicos, mas Beni decidiu logo pela eletricidade. Num dado momento o chefe da cozinha bloqueou o raio de Benimaru com apenas uma mão. Aquilo deixou o rapaz perplexo.

— Como uma coisa dessa é possível?

— Kekekekekeke. Meu querido espetado, deixe-me apresentar a você. Sou o cozinheiro chefe desse navio. Eu me chamo Dick. Quer dizer que temos dois carrapatos tentando algo contra o chefinho?

Dick era um homem de estatura alta, talvez com 1,90, era gordo e com lábios bastante carnudos. Não era japonês, por isso o nome ou apelido ser americanizado.

— Melhor o senhor ir na frente. Deixa a o jubarte comigo.

— Vai se arrepender das suas palavras, espetado. Até que é uma pena, porque você é tão lindinho, mas servirá de comida para os tubarões — ele pegou duas facas e se preparou para a luta.

Saisyu correu para fora da cozinha sem a resistência dos empregados. Os únicos que deram trabalho foram os guardas que de vez em quando apareciam e utilizavam armas de fogo. O homem apenas focava numa saída para o local em que o seu filho estava.

...

A luta entre Iori Yagami e Kyo Kusanagi começou. Ambos se socavam com tanta violência que deixaram hematomas em seus rostos. Num dado momento eles se acertaram com um soco em suas respectivas bochechas. Separaram-se e concentraram o fogo em suas mãos. O ruivo formou bolas de fogo do tamanho de uma de futebol e ficou lançando contra o inimigo com muita rapidez, mas Kyo desviava apesar da dificuldade.

— Toma isso, vagabundo! — ele formou uma bola cinco vezes maior e a lançou.

Kusanagi teve que formar um tipo de espada de fogo e partiu a bola de fogo azul em duas com um corte. Avançou para cima do outro, mas Iori se defendeu cobrindo todo o corpo de fogo azul e explodindo constantemente. O encontro de ambos ataques fez surgir um tipo de onda de choque quente que derreteu algumas máquinas no local. As paredes ficaram com temperaturas altas e o chão que eles se bateram ficou avermelhado por causa do calor.

O único local que ainda se mantinha climatizado era a cabine em que Rugal estava com a sua pantera. Ele viu os clarões, apenas bebendo um bom vinho tinto. O alemão riu do situação daqueles dois garotos. Estavam prestes a morrer, pelo menos um morreria, mas a surpresa, o grand finale ainda ocorreria.

— Que morram de uma vez, patifes.

Um telefone tocou e o alemão foi atender. O capitão Collin avisou que o navio estava se distanciando do Japão e rumaria para o Pacífico norte e que logo então estaria perto do Havaí.

— Peça aos outros para que me encontrem na minha suíte. Preciso dar algumas orientações acerca dos acontecimentos atuais.

Ele achou que era suficiente aqueles dois lutarem. Logo logo a surpresa acontecerá com ou sem a presença deles. Só uma questão de tempo. Saiu com a sua pantera para a suíte.

Kyo derramou sangue do nariz ao levar alguns socos enquanto Iori recebeu uma queimadura no ombro. O calor deixava o ar mais carregado, pois o fogo consumia oxigênio rapidamente.

— Eu vou te matar, sabia, Kusanagi?

— Você só vive pra isso, idiota? Em vez de viver a tua vida... Acho que até me ama, porque só vive pensando em mim hehehehe.

— O quê? Maldito!

O ruivo partiu para cima dele com tudo e utilizou o fogo azul como explosivo. A sua aura de fogo ficou explodindo constantemente, mas Kyo não deixou barato e também se envolveu com fogo. Os dois juntaram as suas duas mãos na posição de um empurrar o outro. A violência naquele movimento fez com que todo o oxigênio do recinto fosse consumido. Duas labaredas em forma de tornado surgiram ao redor deles, uma vermelha e outra azul. Aparentemente nenhum dava sinal de descanso, haja vista estavam no mesmo nível.

— Desiste de uma vez!!

— Só nos seus sonhos!

O chão que era de aço entortou abaixo deles. Ficou parecido como quando o Terminator surge nos filmes. Logo veio a dor e a fadiga, por isso se separaram. Ambos começaram a respirar fundo e a arfar.

— Vou acabar contigo, Kusanagi. É o meu destino te matar a qualquer custo — disse enquanto abria um sorriso no rosto.

— Quero ver ser homem suficiente. Tente.

— Não me provoque.

O-Ren, o líder dos shinobis, foi o último a chegar na cabine particular do seu chefe. Já estavam reunidos os sub líderes Capitão Collin, Mature e Vice. A reunião seria acerca dos próximos passos que darão depois da morte dos dois descendentes dos clãs. E assim se foi por alguns minutos até que Bernstein se aproximou de Mature e a segurou pelo pescoço. Aquilo deixou os outros surpresos, exceto Collin.

— Eu te disse para cuidar da minha mansão, mas descubro que ela foi incendiada por aqueles insetos! Você tem algo a me dizer?

— Perdoe-me, chefe. Eles... eles me capturaram quando eu me opus. Tanto Kyo quanto Terry lutaram sem a minha permissão — disse a loira sendo levantada pelo pescoço.

— E quer mesmo que eu acredite nessa sua ladainha? Sabe o que eu faço com incompetentes como você, Mature? Quer saber o que pretendo fazer contigo agora?!

Vice e O-Ren ficaram receosos e se mantiveram calados durante a punição que a loira recebia. Entretanto, o capitão Collin saiu em defesa dela. Alegou que ela poderia fazer pouca coisa já que os lutadores da final parcial eram fortes demais. Por incrível que pareça, Rugal largou o pescoço da subordinada no mesmo instante.

— Saiam todos daqui antes que eu me arrependa.

A tensão era grande. Os três sub líderes suaram frio, exceto Collin que permanecia calmo. Depois daquilo as duas moças se afastaram e foram para o convés.

— Odeio ele. Quase me matou!

— Você precisa ficar calma, Mature. Essa é a nossa missão dada por nosso verdadeiro chefe: espionar o que Rugal quer sobre Orochi. Já descobrimos que ele quer conquistar o mundo com a filha de Heidern. Quando aceitamos essa missão concordamos com todos os termos.

— Eu também duvido que o líder da Hakkeshu queira o nosso bem. Mandar a gente se envolver com esse Rugal Bernstein. Agora eu sei o porquê dos outros terem medo dele — disse enquanto massageava o pescoço.

— Mas apenas uma coisa me chamou a atenção. Quando você estava prestes a ser punida, o capitão Collin pediu ao Rugal que parasse e te poupasse. Ele parou rapidamente. Como pode? O que tem entre aqueles dois?

— Sempre... achei estranho o fato do Collin pedir ao Rugal que matasse a família do Heidern. Será que ele é manipulado pelo capitão? — indagou a loira.

...

A luta entre o fogo azul e vermelho continuou. Nenhum deles parecia desistir naquela batalha mortal. A sequência de socos e chutes brutais fez com que ambos chegassem perto dos seus limites. Tanto Kyo quanto Iori sangravam e ofegavam muito.

— Est... na hora de... de acabar com a tua raça, filho da mãe.

— O ruivinho só... só sabe ameaçar.

Yagami ficou com muita raiva das palavras do seu rival e partiu com tudo para cima dele. Ambos aumentaram o calor dos seus corpos a ponto de queimarem as máquinas ali próximas e também o vidro da cabine em que Rugal anteriormente estava. Uma verdadeira sequência mais rápida de socos e chutes começou, durou alguns segundos até que se separaram. Iori e Kyo concentraram o máximo de fogo em suas mãos e lançaram um contra o outro. As duas labaredas se encontraram causando uma onda de choque.

 

A parte mais inferior do Black Noah não aguentou a pressão e o calor. O casco do navio rachou a ponto de entrar água. A sala de máquinas explodiu e a pressão interna aumentou. Trabalhadores fugiram para não morrerem queimados. Já no convés e nas partes superiores o dano foi imperceptível, mas Collin percebeu que o navio diminuiu a velocidade depois disso.

— O que houve?

— Capitão, a sala de máquinas explodiu. A água está entrando pela quilha do navio.

— Eu sabia que essa história estapafúrdia de trazer aqueles dois para cá não ia dar certo. A final devia ser na mansão.

— O que faremos, capitão? A gente fala para o chefe?

— Não façam algo impensável, idiotas. Ele quase matou a Mature, imaginem se ele se irritar com vocês que são meros peões. Deixa isso comigo.

Saisyu corria pelos corredores e sempre deixava pessoas derrotadas para trás. Sentiu que havia passado pelo mesmo lugar pelo menos umas três vezes. Havia um verdadeiro labirinto dentro daquele porta-aviões. Ele parou de correr e encostou a mão numa parede feita de metal. Concentrou um pouco de fogo na mão e aumentou a temperatura até a parede começar a derreter.

No recinto do outro lado havia um pátio com um jatinho estacionado. O teto acima do avião era uma espécie de alçapão em que abria para o jato subir e sair. Nada de interessante perto, exceto algumas caixas.

— Que lugar é esse?

— Olha só quem está aqui? O pai daquele que o grande mestre quer matar.

— Exponha-se. Quem é você?

Um homem bastante alto e musculoso apareceu por trás do avião. Ele vestia um macacão de mecânico, possuía tatuagens no pescoço e braços, era careca e a sua pele era da coloração azul. O pai de Kyo estranhou a aparência daquele homem, porque nenhum ser humano era azul, tinha dentes afiados e unhas afiadas.

— Que tipo de criatura é você?

— Sou um descendente direto de um clã oriundo do povo das águas. Sou Sharkko. Aposto que você nem sabe que existem seres humanos com capacidade de respirar debaixo d'água.

— Meu jovem, já vi muitas coisas estranhas nesse mundo afora. Ser um tritão é o menor dessas coisas. Eu não tenho tempo para dialogar contigo sobre o seu clã ou seu passado, tenho que passar para poder impedir o meu ilho de ser morto pelo seu chefe. É isso que eu vou fazer.

O homem bateu com o pé no chão e ficou na frente de Saisyu. Ele sorriu e fez um movimento com a mão como se estivesse puando algo no ar. Logo o pai de Kyo ficou espantado quando uma bolha de água foi formada entre as mãos daquele homem.

— A água é formada por duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio. Eu basicamente junto essas moléculas e formo água a partir de qualquer lugar. Eu sou como você, velho imbecil, eu produzo um elemento da natureza.

— Já vi que terei que lutar para prosseguir — Saisyu entrelaçou os dedos e os estalou.

Na cozinha...

Vários objetos afiados foram arremessados contra Benimaru que desviava facilmente. O chefe gordo pegou uma faca de cutelo e arremessou com tudo. A arma branca atravessou os balcões até chegar perto do loiro. Ele conseguiu dar um chute no objeto, fazendo-o estocar no teto.

Mais alguns guardas apareceram e mandaram bala no espetado. Ele desviou e se escondeu por trás de um balcão metálico perto de uma pia. Viu uma panela de pressão e a usou como escudo contra as balas. Incrivelmente ela resistiu aos projéteis e ainda foi usada como arma para espancar os vilões.

— Oh! O maldito espetado está acabando com a minha cozinha. O que eu faço, hein? O que eu faço? Já sei... vou comer.

— ESPERA!!! A GENTE TÁ NO MEIO DE UMA LUTA!!!

— Sim, sim. Você pode se entregar e evitar exercícios desnecessários?

— PARA DE COMER, SEU GORDO!!! VAI FAZER UM REGIME!!!

— Eu só brinquei um pouco. Sabe, você é muito cute quando está com raiva. Se não fosse pelo fato de ser o meu inimigo poderíamos começar a sair juntos. Que tal?

— NEM LASCANDO!!!

Benimaru perdeu a paciência com Dick e soltou uma descarga elétrica mais potente. O gordo sofreu o ataque, mas nada aconteceu com ele. Aquilo deixou Beni com o queixo caído.

— Po-por quê?

— Kekeke... Quer saber o motivo de eu não ser atingido pelos seus raios? — Ele retirou a farda de cozinheiro e a touca branca. Dick usava por baixo um maiô preto de látex que ia até os pulsos junto com luvas pretas também de látex. Das pernas para baixo usava uma meia calça preta, um sapato feminino com salto agulha. — Eu sou Dick o Sadomasoquista!

— Que visão dos infernos!

— Pode falar mal à vontade, mas sou especialista em dar a dor para as minhas vítimas, porque sou a drag queen mais dark do mundo!! Kekekeke.

O loiro sentiu vergonha quando Dick colocou uma peruca vermelha de mulher e usava um chicote de couro. Agora a luta ficaria séria.

 

De volta à luta dos dois inimigos.

Eles ainda continuavam a disputa para ver quem era o mais forte manipulador das chamas. Iori Yagami com as suas chamas azuis e Kyo Kusanagi com as suas chamas avermelhadas. Logo aquela briga chegou a um patamar que deixou ambos desgastados a ponto de interromperem as suas chamas.

O ambiente era hostil naquele recinto. Sem muito oxigênio, bastante calor que causava até mesmo espelhismo nas superfícies. As suas respirações eram ofegantes, seus corpos estavam surrados e sangue saíam por suas bocas. O mais incrível era que Kyo conseguiu se igualar a Iori mesmo após uma luta contra Terry Bogard.

— Maldito Kusanagi. Deveria morrer logo para me dar sossego.

— Não vou morrer tão fácil. Isso significa que eu vou te infernizar por um bom tempo.

— Não fala bobagens! Eu vou te matar! — gritou ensandecido e aumentando as chamas azuis.

Quando eles tentaram retomar a luta, um partindo para cima do outro, uma porta começou a se abrir. Era uma porta automática que abria de baixo para cima. Eles pararam ao verem uma luz branca e nela surgirem os pés de alguém. Depois a porta foi subindo até revelar a pessoa em questão. Sem entenderem nada viram Leona Heidern com aspecto terrível, com seus cabelos desgrenhados e bem vermelhos. Seus olhos eram completamente brancos, a sua boca ficava constantemente aberta e com um som de uma pessoa possuída pelo pior demônio possível, sua posição corporal lembrava um zumbi.

Entretanto aquilo não era zumbificação nem possessão demoníaca. Aquilo era algo muito pior. Era o Tumulto de Sangue.

Continua...


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