The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 9
Waste Of Time


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo... Acho que ficou épico. Espero que gostem como eu. Boa Leitura (:



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Quando pisquei, o balcão tinha desaparecido e estávamos em uma sala oval. No fundo, havia uma vidraça que dava a vista para a cidade e uma mesa desarrumada. Em pé, ao lado da janela, estava um homem de longos cabelos loiros segurando uma garrafa de whisky.

–Patrick. - Lucy falou, com um tom espantado

Ele virou o rosto, com a cabeça quase tombando para um lado. Seus olhos verdes estavam inchados e suas pálpebras pareciam se esforçar para ficar levantadas. Seu olhar era distante e vago.

–Lucy... -sua voz bêbada estava arrastada - A que devo o prazer?

–Desde quando você está bebendo? - ele perguntou

–Você sabia que aquela... - ele hesitou, quase girando pela sala - Aquela... Chifruda se casou... de novo?

Lucy revirou os olhos e parecia compreender o que tava acontecendo.

–Sophie casou? De novo? - ela perguntou, observando ele sentar na cadeira

–Sétimo... - ele falou, tentando mostrar para Lucy o número nos dedos, sem sucesso. - Sétima aliança... Outro v...

Sua voz estava irregular, de vez em quando alta e depois baixava de novo. Parecia que alguém brincava com o botão de volume. Ele fechou os olhos e parecia que ia dormir ali, em pé.

–Patrick! - Lucy exclamou - Componha-se!

Rapidamente, ele abriu os olhos e perguntou:

–O quê?

–Patrick? -perguntei - O Patrick é... Isso?

Lucy assentiu com a cabeça e Patrick continuou a "dormir".

–Pat... Patrick, presta atenção. - ela falou, indo até ele e dando tapinhas em sua bochecha. - Eles quebraram o selo. Hanna Whitlight e Peter Roman.

–YAAAAAAAY! - ele gritou de repente, abrindo um largo sorriso no rosto - Os vencedores do... Do...

Ele tombou a cabeça na mesa. Nos aproximamos e ficamos a poucos metros do homem. Pude sentir o cheiro de conhaque no ar... Ou seria cachaça? Eram bebidas misturadas com Whisky e várias outras. Ele dormiu que roncou. Lucy revirou os olhos, impaciente. Ela ergueu a palma e fechou o punho. Patrick rosnou.

Ela grunhiu algumas palavras e ele bufou. Ergueu a cabeça e estava outra pessoa. Seus olhos estavam mais bem aparentados e o cheiro de bebida se esvaiu. Parecia que a última vez que ele bebera fora há anos.

–Patrick! -ela gritou de novo.

–Lucy. - ele falou. Sua voz estava calma e tensa. - Foi mal, eu...

–Bebeu de novo. - ela completou. - Você sabe que não pode ficar bebendo por aí, ao relento! Você tem responsabilidades!

–Quando o Ian morreu, você não bebeu até cair? - ele perguntou, se levantando da cadeira.

–Ele morreu! Como você queria que eu reagisse? - ela retrucou

–Gente! - Hanna exclamou - Agora não. Ok?

Patrick sentou. Lucy respirou fundo e se sentou em uma das duas cadeiras que ficavam na frente da mesa, no lado oposto ao de Patrick. Sra. Whitlight sentou ao seu lado e Hanna e eu ficamos em pé.

–Então, - Hanna começou - quebramos o selo. O que faremos sobre isso?

–Quem quebrou o quinto selo? Como? - Patrick perguntou

–Nós dois. -falei, apontando para Hanna e depois para mim. - Nós... Nós...

Hesitei. Claro. Como eu ia contar pro chefe da resistência dos anjos que eu sou um demônio?

–Nós nos beijamos e ele é um demônio e eu sou um anjo, ok? - Hanna completou, impaciente.

Patrick levantou da cadeira, espantado.

–Você é um quê? - ele perguntou, sem acreditar em seus ouvidos

–Um demônio. - Hanna repetiu, sem hesitar. Eu enlouqueci, silenciosamente.

Pude ver a raiva subir pelo seu corpo. Então, ele pareceu se acalmar. Ele piscou. Então, assim como Hanna, seus olhos se tornaram completamente brancos e nasceram fiapos de choque das suas costas, se retorcendo no teto e descendo pelas paredes. Saía luz branca de todos os seus orifícios: nariz, boca, ouvidos, olhos (olho não é orifício, mas saía luz dele também)... Até seu cabelo estava prateado, esvoaçando luz branca. Ele ergueu sua mão e foi muito repentino.

–A Felicidade reina em Anakyse. A Dor reina em Kraktus. Essa é a regra.

Patrick falou aquilo muito tenso. De repente, senti algo me sugar para o chão, como um tornado. Fui sugado por um vortex vermelho-púrpura, que parecia se alongar cada vez mais. Começou a esquentar e senti que eu estava indo para o inferno. Literalmente. Então, o tornado cessou e eu voltei a sala de Patrick.

Hanna estava no mesmo estado que encontrei-a naquele dia, da briga com seu pai. Ela e Patrick brigavam. Ele desferia socos e ela também. Eu não me segurei. Ele estava ferindo ela. Não ia suportar ver aquilo. Então, outra coisa estranha aconteceu. Senti uma onda de poder subir pelo meu corpo. Senti meus caninos roçarem minha gengiva e tocarem meus lábios com mais intensidade. Senti uma dor intensa, mas também prazerosa. Eu tinha o poder. Ele era meu.

O último momento foi um flash. Passou-se em um segundo. Pra falar a verdade, nem senti acontecer. Só percebi o que tinha feito quando parou. Era como se eu tivesse piscado e tivesse demorado dez minutos naquele pisque, apesar de parecer um pisque normal. Quando me dei conta, Hanna me olhava, aterrorizada. Lucy jazia no chão, com sua garganta dilacerada, encharcada de sangue. Sra. Whitlight também. Suas roupas estavam manchadas com o líquido vermelho e seus cabelos sujos. Seus pulsos sangravam e havia um buraco em seu coração. Patrick estava em todo lugar. Literalmente.

–O que você fez? - Hanna perguntou. Ela encarou o vidro da janela.

Olhei para a vidraça e me assustei com o que vi. Meus olhos estavam completamente pretos. As veias abaixo do meu olho estavam realçadas, quase pulando da minha pele. Minha boca, escancarada, trasbordava com sangue e eu mal conseguia ver meus dentes. As asas negras da sombra? Pois é, elas estavam fora de uma superfície, logo atrás de mim. Diferente das dos anjos, a minha eram asas com pelos realmente volumosos, mas, claro, eram pelos de sombras, não podiam ser tocados. Meus cabelos loiros estavam um tom mais escuros e eu sentia todos os nervos do meu corpo queimarem.

Aos poucos, me acalmei (não sei como me acalmei se nem lembrava de ter ficado com raiva, pra começo de conversa). Meu rosto voltou ao normal, meu cabelo também. As asas desapareceram e eu parecia normal. A única coisa que desentoava a minha beleza era o sangue que ainda pingava da minha boca. Eu me sentia... Sujo. Como nunca me sentira na vida.

–O que eu fiz? -perguntei, corrigindo a pergunta de Hanna.

Então, assim como nós, os soldadinhos magicamente apareceram na sala e atiraram em nós, mas eu fui mais rápido. Eu sabia que eu podia detê-los como fizera com Lucy e Patrick. Corri de um para o outro, mordendo seus pescoços e fazendo bastante bagunça, para que não houvesse jeito de sobreviverem. Por fim, quebrei-os. Hanna me observou fazer isso, perplexa.

–Vamos. Agora. - falei, sentindo que eu estava me controlando com uma maior facilidade.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler! Deixe nos comentários sua opinião/sugestão/dúvida!
ATENÇÃO: Peter não é um vampiro. Só pra deixar claro.



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