The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 8
Anakyse


Notas iniciais do capítulo

Esse não foi o melhor dos capítulos, mas dá umas explicadas pra vocês. Espero que gostem.
Boa Leitura (:



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–Como é?! – Hanna ficou chocada.

Eu não. Eu já sabia que isso ia acontecer, que, no mínimo, não era coisa boa. Eu já estava preparado. Hanna parecia que ia jogar Lucy no lixo da cozinha. Era demais pra ela em um único dia. Eu, por outro lado, estava lidando com isso tudo muito bem.

Lucy se levantou e ergueu a mão para mim. Ela murmurou algo e comecei a escutar um apito. Ele parecia perfurar minhas entranhas, virar meu corpo do avesso. Tive a sensação de quebrar 10 ossos. Gritei muito alto, por um bom tempo, abafando os gritos preocupados de Hanna.

–Pare, pare! – ela gritava – Peter, Peter!

Ela continuava ao meu lado, tentando aliviar a dor. Então, ela passou. Quando voltei a mim, Lucy abaixara a mão. Seu olhar era psicótico.

–Por quê o protege? – perguntou – Ele é inimigo!

–Não, não é! – gritou Hanna. Eu estava caído no chão, tentando repor minhas energias, mas ouvindo atentamente a cada palavra das duas – Eu amo ele.

Lucy paralisou. Ela ficava pior a cada momento. Ergui meus olhos e pude ver a repugnância, a raiva em seus olhos.

–Então... – ela falou, ofegante – Foi assim que o quinto selo se quebrou.

Sentei aos poucos no sofá. Hanna segurou minha mão e Lucy observou, desgostosa.

–Estamos a quatro passos da destruição do mundo... - ela comentou, com um olhar vago

–Vocês podem nos dar licença? - Sra. Whilight pediu

Por mais irritada, enojada que Lucy estivesse, Sra. Whitlight estava bem. Ela parecia aceitar o nosso amor. Eu sei, essa frase foi piegas, mas eu não sei outro jeito de dizer. Enfim. O que importa é que, para deixar as duas sozinhas, eu e Hanna fomos para a varanda. Ela sentou no banquinho, mas, impaciente, fiquei rodando de um lado para o outro.

–Calma, Peter. - ela falou, colocando o cabelo atrás da orelha.

–Calma?! - perguntei, quase gritando com ela - Como você quer que eu tenha calma?? Não é como se eu tivesse acabado de descobrir que eu sou um demônio e que você é um anjo e que não deveríamos ficar juntos, não é?!

–Eu sei! - ela se levantou e me parou, com as mãos em meu rosto- Eu sei, tá? Eu também estou passando por isso. Mas se alterar, degolar a Lucy não vai mudar isso.

Virei a cara, impaciente.

–Ei. Eu te amo. Não vai ser uma bruxa que vai mudar isso. Se passamos pelo Carl, pela aquela... Rivalidade, passamos por tudo. Juntos?

Ela continuou a me observar, esperando minha resposta.

–Ok. -respondi

Sentei ao seu lado no banco. Ela apoiou a cabeça na minha enquanto sentíamos o vento bater em nossos rostos e sentíamos um leve aroma de rosas... Delicioso. Engoli seco e me perguntei o que nos aconteceria agora? Iríamos ficar separados? Eu tive medo. Mesmo medo que senti quando estava à beira da morte no hospital abandonado. Medo de nunca mais vê-la, medo de deixá-la nesse momento tão... Destrutivo. Eu não fazia ideia de como essa história iria se desenrolar e não estava nem um pouco ansioso para descobrir. Como eu disse, eu estava com medo. Enquanto eu pensava, Lucy conversava com a Sra. Whitlight. A única coisa que eu poderia fazer de útil naquele momento, era ouvir o que quer que elas estivessem discutindo.

Levantei do banco sem falar nada. Hanna me seguiu, perguntando onde eu tava indo, silenciosamente. Mandei ela fazer silêncio silenciosamente e me esgueirei para debaixo da janela. Suas vozes estavam alteradas.

–O que você acha que ele vai pensar? - Lucy vociferava - "Oi, tudo bom? Tem um demônio em Anakyse. Quer chá?" Claro que não!

–Mas Lucy, ele vai entender! - Sra. Whitlight, entretanto, estava um tanto calma, observando a amiga andar de um lado para o outro - Eles quebraram o selo e merecem viver em Anakyse tanto quanto você e eu.

–Carol: Ele é um demônio! - Lucy falou, sentando na poltrona, ainda alterada

–Sim, mas eles se amam. - Sra. Whilight contestou, calmamente. - Não vão se separar assim tão facilmente.

–E você acha que ele vai deixar eles juntos facilmente? -Lucy perguntou, mais calma

–Ele quem?

Quando olhei para trás, Hanna não estava lá. Naquele momento, ela estava na sala, enfrentando Lucy e sua mãe.

–Hanna! - corri para dentro

–Hanna, eu pedi... - Carol começou, mas Lucy a interrompeu

–Não, deixe eu responder. Eles vão saber cedo ou tarde.

–Então diga. - falei, cruzando os braços

–Vamos levá-los ao Patrick. Chefe da resistência angelical. - ela respondeu se levantando e saindo da casa.

–Isso é Anakyse? - perguntei, descendo os degraus da varanda. O céu estava nublado. - Uma resistência dos anjos?

–Sim. - ela falou, seguindo pela calçada. Hanna e sua mãe nos seguiam sem perguntar para onde iam. Hanna devia estar mais preocupada prestando atenção em Lucy e a Sra. Whitlight já devia conhecer o caminho e o que iria acontecer. - Assim como Kraktus para os demônios, aqui vivem os Anjos e Nephirims que desejam uma vida normal, onde podem viver em graça e harmonia.

–Que bíblico. - Hanna comentou

–É para ser.

Andamos por várias ruas. Largas, estreitas, retas e curvas... Não sei como não fiquei cansado. Parecia uma cidade normal, lojas, boutiques, farmácias, hospitais... Parecia uma cidade simples. O que eu achei um tanto estranho, porque estávamos no mundo dos anjos e eu esperava algo mais... Celestial. Tipo, arcos dourados, nuvens ao invés de chão, gente com asas, togas, harpas e folhinhas na cabeça andando por aí. Não um monte de gente com calças jeans, blusas de malha e bolsas. Um pouco... Inesperado.

–Mas eu achei que vocês fossem "Anjos adormecidos" ou algo do gênero. - respondi

–Sim, eram. Não sou um Anjo, se é o que acha. Nós, Nephirims somos a espécie que mais imigra para Anakyse. - ela dobrou algumas esquinas, olhando para os lados. - Os anjos adormecidos não chegam aqui há décadas. Os anjos adormecidos que temos aqui são descendentes dos anjos caídos. Olhe onde pisa, por favor.

–O que são Nephirims mesmo? -perguntei, ignorando a poça de lama que desviamos

–São seres humanos nascidos da cruza de um humano e um humano possuído por um anjo. - ela respondeu, atravessando a rua. - Somos meio-anjos e meio-humanos. A cruza de um Nephirim e um humano dá em outro Nephirim... Somos como bruxas para os demônios.

–Mas nós também não somos meio-anjos, meio-humanos? -Hanna perguntou

–Somos primos, assim dizendo. Vocês são mais fortes, poderosos e resistentes. Seu corpo se regenera e vence qualquer tipo de doença ou hematoma normal em segundos. Poucas coisas matam um Anjo. Os Nephirims são mais fracos, somos mais humanos que anjos. Vocês são mais anjos que humanos. - ela respondeu, andando rapidamente. - Patrick, por exemplo, é descendente de um Anjo muito poderoso, o que criou Anakyse. Então, ele meio que é considerado chefe da resistência. Antes eram só para os Nephirims, mas depois se estendeu aos Anjos adormecidos. Chegamos.

Quando me dei conta, estávamos de frente a um alto prédio. Era todo feito de mármore e pequenas torres coladas no canto, como se alguém estivesse brincando de enfeitá-lo. Haviam alguns degraus antes da porta, que era vigiada por dois sentinelas. Eles usavam coletes azuis eu uma boina com a letra "A" estampada em preto. Seguravam lanças. Depois da porta, era visível um alto balcão que se alongava pela sala retangular.

Lucy parou em frente aos guardas. Ajeitou sua blusa e falou, tentando ser "mandona".

–Senhores. - ela cumprimentou. - Lucy LaBonair, Carol Whitlight, Hanna Whitlight e Peter...

–Roman. - completei. - Peter Roman.

Os soldados, que tinham olhado brevemente para nós, voltaram a observar a rua em frente ao prédio. Lucy entrou e, provavelmente, prestei atenção até demais na cicatriz no rosto do soldado da esquerda.

A sala era enorme. O teto era alto demais para eu conseguir ver e a sala era tão longa que mal pude ver a parede no extremo leste dela. O piso era ladrilhado com um cascalho muito bonito. No fundo da sala, havia um balcão que ia de um lado ao outro dela. No centro, havia um homem corpulento, quase sem pescoço, que escrevia atentamente em um livro.

–Lucy Labonair. - ele falou, sem olhar para nós. - A que devo sua visita?

–Preciso falar com o Sr. Guzman. - ela respondeu. - Descobri quem quebrou o selo.

O homem ergueu os olhos e me olhou atentamente. Riu e anotou algo no livro.

–Entrem. -ele falou. - Mas cuidado, ele bebeu.

Ele hesitou e respirou fundo.

–De novo.


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Notas finais do capítulo

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