The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 7
The Answers To All My Problems... Or Is It The Opposite?


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais um capítulo pra vocês. Boa Leitura (:



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Entramos na cidade como se tivéssemos numa viagem de férias. Sra. Whitlight melhorara seu humor. Por melhorara, eu digo que ela parou de sorrir.

Anakyse era uma cidade bem simples. Era repleta de casas e casinhas de diferentes tamanhos e tipos. A estrada de entrada dava logo em uma praça. Ao redor dela, haviam varias lojas e restaurantes. A maioria estavam lotadas. Sra. Whitlight dirigiu pela cidade como se tivesse nascido ali. Entrou em algumas ruas secundárias, não muitas. Parou em frente a uma casa verde, bem arborizada. Na varanda, estava sentada uma senhora morena, com o cabelo preto preso em um coque majestoso. Ela ia um livro. Havia alguns pássaros sob a grama verde.

Sra. Whitlight desceu do carro, como se não tivesse passado por um portal mágico que existe dentro da floresta fora da minha casa.

–Lucy! – ela cumprimentou, abraçando a mulher.

–Carol! –a outra respondeu.

Lucy se levantou da cadeira e abraçou-a. Ambas sorriram como se fossem velhas amigas. Lucy usava uma coisa na parte de cima que parecia só enrolado. Eram panos roxos, como se ela tivesse pegado a toalha da mesa da cozinha e vestido. Usava uma calça preta extremamente folgada.

–Lucy, esses são Hanna, minha filha, – ela apontou para nós, orgulhosa. – e Peter Roman. São eles.

Lucy arregalou os olhos. Sua boca se abriu em um sorriso largo. Ela fechou-a, mas continuou sorrindo. Observou-nos por alguns instantes até que nos convidou para entrar.

A casa dela era bem modesta. Tinha um sofá, uma lareira, algumas estantes repletas de livros... Enfim. Parecia a casa da vovó da chapeuzinho, cheia de adornos, vasos de flores e fotos antigas. No ar, pairava um cheiro de bolo caseiro. Ela pediu para sentarmos no sofá e eu me senti super-desconfortável. Aquela mulher me olhava como se eu fosse um bicho de zoológico.

–Então... – ela falou, pondo as mãos no colo. Ela não parava de sorrir. Foi muito bom ela não parar de olhar para os meus olhos, pois se olhasse para o rosto em si, veria minha cara de desgosto. – Como foi?

Hanna e eu nos entreolhamos, confusos. Sra. Whitlight tratou de responder por nós.

–Eles não... – ela parecia receosa em falar. –Eles não sabem.

Simplesmente assim, Lucy ficou séria.

–Como assim, eles não sabem?

–Eu esperava que você dissesse. – Sra. Whitlight – Eu não sou muito boa com esse tipo de coisa.

Lucy comprimiu o lábio como se dissesse “Pra variar.”. Respirou fundo e começou.

–O que vocês sabem?

–Bom... – respondi por nós dois. – Sabemos que a Hanna tem asas. E que a Sra. Whitlight disse que eu sou culpado por isso. Mas eu não tenho asas como ela...

–Hum. – ela resmungou. – Bom, eu acho que isso importa mais para Hanna. Hum... por onde começo? Ah, já sei.

“Antes, o mundo era composto por apenas um planeta. Um só. Todas as galáxias, universos, dimensões... Eram um só. Deus e seus quatro filhos vivam lá: Gabriel, Lucífer, Miguel e Rafael. Juntos, os cinco regulavam esse planeta. Eles viviam sozinhos. Um dia, Deus fez uma competição entre os meninos. Eles deveriam lhe dar um exército de criaturas. Não importava quais fossem, deveriam ser mágicas e perfeitas, assim como Ele. O melhor, se tornaria o batalhão de servos oficiais de Deus. Cada um fez o melhor que pôde.”

“Rafael criou as criaturas que chamou de Animais. Eram bichos de formas, cores, mentes diferentes, capazes de diferentes tarefas. Cada um era especial. Deus achou sua criação muito bonita.”

“Gabriel criou uma só criatura, da qual chamou de Homem. O Homem pensava tão bem quanto Deus, era tão bonito e perfeito quanto ele. Da costela do primeiro Homem, ele criou uma segunda criatura, chamada Mulher. A Mulher era mais fraca e menos resistente que o homem, mas suas habilidades eram mais afiadas, era mais ágil e esperta. Os dois se compensavam. O que o Homem tinha de ruim, a Mulher tinha de bom e vice-versa. Eles se completavam.”

“Miguel criou as criaturas que chamou de Anjos. Os Anjos eram criaturas perfeitas, insensíveis e submissas a Deus. Tinham poderes inimagináveis, assim como Ele. Uma guerra entre Deus e esses Anjos, seria difícil. Deus era poderoso e os Anjos, se usassem sua força máxima, teriam o mesmo poder de Deus. Ele adorou aquela criação. Eram feitos da luz, do amor e da bondade do próprio Deus.”

“Lucífer criou as criaturas que chamou de Demônios. Eles eram criaturas mesquinhas e sombrias, mas tinham um poder voraz. Tinham asas iguais as dos Anjos, mas eram negras, por conta da sua ‘composição’. Eles foram criados a partir do lado ruim de Deus, todos os seus defeitos, que eram guardados em uma caixa nos confins do mundo. Eram egoístas e fariam tudo por poder, tudo pelo que queriam, o que os tornava mais perigosos. Ele alegava que, com eles, Deus nunca se decepcionaria.”

“Porém, Deus, de todos os quatro presentes, escolheu três, exceto o de Lucífer. O de Miguel virou o principal, o preferido. O de Rafael se tornou extremamente útil na habitação daquele mundo. O de Gabriel só perdeu para o de Miguel, mas era tão perfeito quanto. Deus detestou o de Lucífer. Ele alegou que criaturas como aquelas não poderiam vagar por aí, que, no caso de uma rebelião, Ele talvez não fosse capaz de pará-los. Isso irritou muito Lucífer.”

“Irritado, Lucífer fez uma ataque surpresa a Miguel e seus Anjos. Armados, os Demônios pareciam imbatíveis. Muitos Homens, Mulheres e Animais morreram. Cansado da guerra, Gabriel se sacrificou para dividir o mundo no que ele é hoje, tantas galáxias e planetas, tentando afastar Lucífer o máximo possível de Deus e seus filhos. Lucífer ficou na galáxia o mais norte possível do universo, enquanto Deus, Rafael, Miguel, Anjos, Homens, Mulheres e Animais ficavam em uma galáxia mediana, não muito longe do centro, não muito perto. Seu nome hoje é Via Láctea. Eles habitaram o planeta Terra e trouxeram seus presentes e criações e tornaram o mundo o que ele é hoje.”

“Deus consagrou Miguel, Rafael e Gabriel como Arcanjos. Anjos mais poderosos que só poderiam ser mortos pelas mãos do próprio Deus. Lucífer se tornou o Corrupto, que, apesar de ser inferior a um Arcanjo, Ele não se sabia como mata-lo. Ele estava longe demais e Deus não se importava com ele.”

“Um dia, Lucífer conseguiu voltar. Ele estava muito mais poderoso. Com uma conversa de que estava arrependido, se tornou um Arcanjo como todos os outros e tomou seu lugar no céu. Então, Deus disse que o Homem e a Mulher eram seres tão maravilhosos e perfeitos que eram superior a ambos Anjos e Arcanjos. Assim, ele mandou-os se curvar diante de tais criaturas. Lucífer contestou.”

“Não aceitou aquilo. Se achava superior, melhor. Então Deus o baniu do céu e ele caiu na Terra. Caiu, caiu mesmo. Como uma bola de fogo descendo do céu. Quando caiu, suas asas queimaram, foram destruídas. Buscou todo tipo de meio sombrio para recria-las e elas se tornaram negras. Se tornou o Arcanjo Negro, o Anjo Corrupto.”

“Já devem saber a história de Adão e Eva, os únicos sobreviventes da guerra que tirou a vida de Gabriel. Gadreel, o Anjo que cuidava do Jardim do Éden, permitiu a entrada de Lucífer. Ele persuadiu Adão e Eva a se alimentarem do fruto proibido, que lhes dariam a capacidade de sentir o que Deus sentia. Quando deram a primeira mordida, sentiram o que é ter um lado ruim. A culpa e a vontade de mantê-lo escondido.”

“Com medo de que fossem corrompidos, Deus mandou os Anjos e Arcanjos subirem aos céus, Ele não os queria com seres como o Homem e a Mulher. Eles se tornaram corrompidos, seres egoístas e sem fé. Claro que haviam alguns que ainda tinham a mente dos antigos Homem e Mulher, mas logo eram corrompidos. Deus não desistiu deles, queria os ver bem, mas tinha medo de ver suas outras criações serem... Corrompidas.”

“Enquanto isso, Lucífer se fortalecia. Cada Homem e Mulher que morria, tinha sua alma dirigida aos céus. Porém, uma vez que o Homem e a Mulher se ‘quebraram’, suas almas corrompidas começaram a serem mandadas para um lugar chamado Inferno. Lá, elas eram purificadas, sofriam tudo o que fizeram sofrer... Depois do tempo chamado de Penitência, elas eram mandadas ao céu. Porém, a cada ano, Lucífer fazia uma proposta às almas de escolherem entre o Céu ou o Inferno. Poderiam continuar sofrendo e esperar o dia de sua libertação, ou se rendiam, se tornavam demônios e trabalhariam para Lucífer pelo resto da eternidade. Muitos se renderam.”

“Então, em uma última ‘aquisição’, Lucífer obrigou seus servos a procriarem com humanos. Dessa cruza, nasceram seres capazes de tirar a vida, fazer magia negra, de mudarem a rota do destino dos abençoados a uma trilha amaldiçoada. Seus nomes? Bruxos. As Bruxas eram mais descuidadas, por isso eram mais pegas, mas os homens, os bruxos sempre se safavam.”

“Invejoso, Miguel mandou seus Anjos fazerem o mesmo. Dessa cruza, nasceram seres capazes de dar a vida, fazer magia iluminada, de mudarem a rota do destino dos amaldiçoados a uma trilha abençoada. Seus nomes? Nephirims. A maioria tinha uma característica detectável, que não existia no Homem ou na Mulher (agora denominados Humanos): os Nephirims tinham olhos vermelho-claros. Um vermelho bonito, não um vermelho demoníaco.”

“Então, no século 17, iniciou-se outra guerra. Demônios contra Anjos. Poucos Humanos notavam, pois era sangrenta e silenciosa. De qualquer jeito, pessoas morriam todos os dias. Nessa época, os Anjos, Arcanjos e Demônios aprenderam a se apossar dos corpos humanos. Sim, eles tinham uma forma originalmente humanoide, mas os corpos humanos tinham a capacidade de conter seu poder em uma forma que o tornava mais concentrado, logo mais poderoso.”

“No século 19, um Nephirim chamado Daniel Walters, cansado dessa guerra, resolveu acaba-la. Convenceu sua esposa, uma bruxa chamada Emily Rose, a ajuda-lo nisso. Juntos, eles tinham um poder de um mini Deus. Conjuraram o feitiço de maneira correta, criado por eles próprios e trancaram o Céu e o Inferno. Os Anjos caíram, os Demônios subiram e as almas, de ambos lugares, se dissiparam no ar. Rafael foi morto, pois não teve força o bastante para suportar o feitiço. Miguel foi jogado na chamada Prisão Celestial. Lucífer, na chamada Cela Infernal. Ambos lugares, continham o poder dos Arcanjos e os impediam de sair e dar ordens aos seus servos. Seis selos foram erguidos, seis fechaduras, seis cadeados trancaram cada um dos ‘cativeiros’. Assim, só com seis eventos celestiais/infernais, Miguel e Lucífer seriam libertos. Se 6 eventos celestiais acontecessem, Miguel saía. Se 6 eventos infernais acontecessem, Lucífer saía. Porém, o sexto selo não foi erguido completamente, se tornando quase inútil. Não era o bastante para os Anjos e para os Demônios, mas o bastante para deixar o poder continuar a correr nas veias dos Nephirims e Bruxas.”

“Os Anjos e os Demônios foram adormecidos dentro dos corpos Humanos. Milhares deles, 20% da população agora era metade-anjo ou metade-demônio. Eles procriaram e esse número dobrou. Conta a lenda que, que o quinto selo deve ser quebrado ao mesmo tempo pelos dois lados: ou por um Anjo e um Demônio adormecido, ou um Bruxo e um Nephirim, ou um Bruxo e um Anjo adormecido e vice-versa... Sempre duas criaturas, cada uma de cada lado. Quando ele for quebrado, Anjos e Demônios acordarão e uma guerra contra o tempo, uma corrida se iniciará e ambos lados tem a mesma chance de vencer.”

Ela parou e continuou a nos observar. Naquele momento, percebi que eu tinha 90% de certeza. Eu senti isso dentro de mim. “Vai me dizer que você estava acreditando naquilo? É loucura!”. Amigão, depois de ser sequestrado, ter uma mãe satânica, ter asas e descobrir que minha namorada era um Anjo, literalmente, eu não duvidava mais de nada. Asas negras... Eu não estava nem um pouco feliz em descobrir sobre aquilo.

–Então eu sou uma... – Hanna quebrou o gelo – Anja?

–Não. –Lucy respondeu. – Você é um Anjo. Anjos não tem sexo. Você é um Anjo, metade mulher.

–Isso é demais pra mim. –Hanna falou, afundando a cabeça nas mãos.

–Eu vi as asas dela. – falei. – Isso quer dizer que ela... “Acordou”. Então, o quinto selo foi quebrado.

–Sim, de fato foi. – Lucy respondeu. Então, ela apertou os olhos e me olhou, chocada. – Menino, me dê a sua mão.

–Não. – falei, ríspido. Eu tinha certeza do que ela queria com a minha mão.

Ela puxou a minha mão apertou-a. Inspirou bastante e ergueu o queixo. Ela abriu a boca, expirando. Então, reabriu os olhos e deu os últimos 10% de certeza.

–Menino... Você é um demônio.


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Notas finais do capítulo

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