The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 4
The Return


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores lindos! Aqui vai mais um capítulozinho, espero que gostem Boa Leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486378/chapter/4

No resto do dia, fizeram perguntas, aliás, nos interrogaram para saber o máximo possível sobre Carl, o médico louco. Por mais que falássemos, não havia jeito algum de dizermos aonde estávamos sendo feitos de refém, pois fugimos por um túnel mágico que ninguém acreditava que nos mostrou a saída.

Minha mãe de vez em quando, me observava, como se esperasse que eu fizesse alguma coisa, como se eu escondesse alguma coisa. Hanna estava totalmente confusa, pois não sabia como contar tudo o que passamos lá. Sem falar nas curas esquisitas, na tal de Anakyse, no altar e... O beijo. Ela parecia não ter paciência de pensar nisso.

Meu pai chegou em casa sem nem saber o que tinha acontecido. Mamãe disse que ele chegara cansado do seminário e ela não teve coragem de explicar que seu único filho estava desaparecido. De acordo com ela, todos da cidade se mobilizaram para nos encontrar, mas nunca conseguiram achar nada. De acordo com os policiais, não havia nem rede de túneis subterrâneas, que era tudo mentira, fantasia, lendas locais. Resumindo, nos chamaram de mentirosos. Quase fiz o maior barraco no distrito policial, dizendo a eles que sim, havia um túnel e que ele tinha sido, de algum jeito, barrado assim que chegamos no altar esquisito da igreja. Eu não acreditava que eu aquilo era pra ter sido um sábado amigável.

Outro ponto estranho. Minha mãe não quis passar cinco segundos dentro daquele altar, provavelmente, queria me esconder. Quando ela viu que eu observava o homem, o bicho lá, ela me empurrou e mandou eu seguir em frente. Quando perguntei o que ela fazia lá, ela mudou de assunto, perguntando sobre o tempo. Então, parei de perguntar.

Quando passei nas casa dos Jackson, Bella estava muito preocupada comigo. Deu... Setecentos beijos em meu rosto, quase me deixando sem respirar. Eu não sabia como contar para ela que Hanna, sua melhor amiga, acabara de traí-la e destruir seu relacionamento. Levei-a para o banco do jardim, onde ela sentou, preocupada com o que eu iria dizer.

–Bella, eu preciso te contar uma coisa. – falei, sem ousar olhar no seu olho.

–O quê, Pete? – ela perguntou, tentando fazer exatamente o que eu não queria fazer. Olhar. Sem sucesso, ela segurou minha mão.

–Eu quero terminar com você.

Simples assim, ela soltou minha mão e me deu um tapa na cara.

–Não ouse. – ela falou, ofegante. – Eu não posso suportar isso.

–Bella, você sabe que nunca foi uma relação forte. – lembrei, ignorando o tapa. – Sabe que eu sempre pulo a cerca, traio todas as meninas que namoro... Você merece mais.

Ela abriu a boca, espantada.

–“Você merece mais”? – ela repetiu, indignada. – O que tá acontecendo com você? Diz uma menina que você disse que ela merece mais?

Respirei fundo e não respondi.

–Tá. – ela falou. Olhei para ela e pude ver que estava abatida. Suas têmporas estavam quase saindo do seu pescoço. Ela levantou e comprimiu a boca, com raiva. – Vai. Tudo bem. Quero ver você encontrar uma menina que te ama o bastante pra ficar com você mesmo sabendo o canalha que você é!

Não ousei chama-la, ela deu as costas e foi embora. Levou os braços a cara e deduzi que ela estava limpando lágrimas. “Você fez a coisa certa.” Pensei.

Coisa certa? – falei para mim mesmo. – Nunca achei que diria isso.

Sacudi a cabeça, afastando Bella da mente. Depois da aula, resolvi procurar por respostas. Fui à igreja.

St. Anne sempre foi uma igrejinha bem cuidada. Era toda construída em mármore. As portas eram de ferro, duplas e gigantes. Dentro, era retangular e tinha uma luz amarela. No topo, havia escrituras e pinturas de rostos. O chão era todo ladrilhado de marrom e branco. No fundo da igreja, havia uma estátua de Jesus Cristo rodeada de flores e com velas ao seu altar. Nas laterais, haviam mais estátuas, velas em altares para oferendas, confessionários e algumas portas para saídas laterais. Ao lado da estátua de Jesus, de cada lado, havia um portal que dava para um hall. Nesse hall, havia uma porta de madeira. Foi pela porta da esquerda que saí com minha mãe e Hanna naquele dia. Ela não quis me dizer o que acontecia lá, fui descobrir.

Quando cheguei na igreja, o padre estava de joelhos, em uma das almofadas, orando. Não quis falar com ele, eu não estava no melhor dos meus dias. Ele não notou minha presença. Refiz o caminho contrário até o altar e forcei a porta de madeira. Ela não abriu. Por mais que eu forçasse, ela não abriu.

–Posso ajuda-lo?

Quando me virei, o padre estava atrás de mim. Seus olhos cinzentos me fitavam. Jarleth era um padre diferente dos outros, não tinha jeito de padre. Não era velho como a maioria, tampouco. Ele aparentava não ter mais de 30 anos. Seus cabelos eram cheios e seu rosto era oval. As maçãs de seu rosto eram flácidas e seus olhos eram verdes bem claros, quase azuis.

–Padre Jarleth! – falei, tentando parecer natural. – Como vai?

–Responda. – ele pediu, ríspido. – Quero saber o que faz aqui.

Fechei o punho, frustrado.

–Eu queria saber o que que estava acontecendo lá dentro. – apontei a porta com o dedo. – No dia em que Hanna e eu voltamos.

–Você quer dizer...

–A missa. – falei, cruzando os braços. -... Ou o que quer que aquilo fosse.

Ele respirou fundo e pôs as mãos nos quadris.

–Você quer saber o que sua mãe fazia lá. Então pergunte para ela.

Pisquei, sem saber como reagir. Eu não estava ali pela minha mãe – nossa, eu tinha esquecido dela -, eu estava ali pelo homem de asas negras que eram particularmente parecidas com as que eu tinha na minha sombra.

–Não. – contestei. – Quero saber que tipo de religião adora um homem de asas negras.

Ele tirou as mãos dos quadris e seguiu para a porta. Tirou uma chave prateada do bolso e destrancou-a. Abriu, mas não soltou a maçaneta.

–Entre. – então, ele soltou a maçaneta.

Fiz como ele mandou e entrei. Estava mais escuro, pois estava quase de noite, mas a estátua ainda era visível. O homem, com seus cabelos cinzas e longos, que quase se misturavam com as asas. Seus olhos vermelhos e sua mandíbula transbordando dois caninos afiados. Ele segurava uma lança e você podia jurar que ele ia tomar vida e atravessar aquilo no seu coração. Engoli seco e fiquei de frente para a estátua. Jarleth ficou ao meu lado.

–Quem é ele?

–O nome dele é...

Ele parecia um pouco receoso em falar, mas eu o fitei e ele se viu sem escolhas.

–Lucífer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por ler! Deixe nos comentários sua opinião/sugestão/dúvida!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Last Taste - Season 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.