The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 3
The Way Out


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, mais um capítulo! Boa Leitura (:



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Aquele beijo fora inesquecível.

Ficamos ali por mais um tempo, aproveitando aquele momento. Hanna deitou a cabeça em meu peito. Ela não quis falar sobre como costumávamos nos odiar. Aquilo, agora era passado. Deitamos próximo a porta.

Mas ainda havia um problema: precisávamos achar um jeito de fugir. Os terrenos do hospital estavam sendo protegidos pelos cachorros e, pelo braço de Hanna, eu tinha certeza que não sobreviveria uma fuga pela porta da frente.

–Peter. – Hanna chamou. Sua voz exalava urgência.

–O quê? – minha voz estava um pouco rouca pelo tempo que passara sem falar

Ela se levantou. Correu para o outro lado do depósito. Descascou a pintura como se fosse um adesivo e puxou-o da parede.

No lugar da cor cinzenta, havia um selo. Tinha um par de asas em que havia escrito “Salve, Anakyse!”. Num canto, havia escrito um número. 1750.

–Anakyse? O que diabos é isso? – perguntei

Levantei e fui até ela. Seus olhos brilharam.

–Não é o nome. – ela falou, apontando para o número. – Esse prédio foi construído no século 18. Naquela época, todos acreditavam que houvesse algum ser místico que atacavam os lares da cidade. Então, eles criaram uma rede de túneis. Ajuda aqui.

Ela começou a empurrar a parede, como se ela fosse se abrir só com força dela ou algo assim. Não tive coragem de falar o quão estúpido e sem sentido ela estava sendo, então fui ajuda-la. Ela soltou a parede e me deixou tentar abrir sozinho.

–Isso não vai abrir, Han. – falei. – Se são túneis, não deveríamos procurar alçapões, coisas no chão e não na parede?

–Não.- ela respondeu. – Eram paredes falsas, com símbolos como estes, que na verdade eram portas que davam em escadas que desciam para os túneis.

Ela se afastou e pôs as mãos nos quadris.

–Tenho certeza que é aqui. – ela mordeu o lábio. – Juntos, ok?

Afirmei com a cabeça e pus as duas mãos na parede. Ela fez o mesmo. Empurramos e ela deu um clique. Em vez de ir para trás, ela voltou, como uma porta que abria para dentro. Hanna sorriu, feliz. Puxou a parede-porta e entrou dentro do-que-quer-que-fosse-ali, muito mal cheiroso. Cheirava a... morte.

–Vem. – ela falou, sem tirar os olhos da escada.

Cocei a cabeça, receoso. Respirei fundo e segui em frente, com medo do que poderia ataca-la. Estava iluminado.

Tomei sua mão fria e suada, de medo. Segui em frente com ela no corredor. Era longo e comprido, cheio de lodo subindo pelas paredes. Andamos bastante até que chegamos em alguns degraus, onde tive que guiar Hanna a descer.

–Cuidado com o degrau. Calma... – eu falava e ela apertava minha mão.

Por fim, chegamos em uma espécie de caverna. Ela se estendia até onde a vista alcançava, apesar das paredes serem um pouco estreitas e houvessem aberturas de luz.

–É isso. – ela falou, respirando fundo.

Seguiu em frente e eu fui com ela. A caverna se aprofundou e tornou a ficar escura. A única coisa que nos guiava era uma penumbra. Então, ouvimos vozes. Era um canto. Não era um sexo só, eram vários homens e mulheres. Eles cantavam em outra língua e podia-se ouvir um chocalho. Andamos mais rápido para ver o que acontecia e paramos em um salão da caverna, como um salão de festas, só que de pedra.

Haviam frestas por onde a luz saía e plantas e leguminosas nasciam em todos os lugares, em pequenos ramos. No leste, havia uma portinha dourada e, no centro, havia um altar. Era uma estátua sob uma mesa, de um homem. Ele tinha cabelos cinzas, olhos vermelhos e segurava um tridente. Atrás dele, haviam asas negras, parecidas com sombras. Várias pessoas corriam a galope em volta. De vez em quando, um saia da roda e se ajoelhava ao altar.

–Peter?

Quando abri os olhos, vi minha mãe. Ela usava um vestido azul com pérolas e seus olhos exalavam preocupação.

–Mãe? -perguntei, observando ela se aproximar de mim.

–Onde estiveram? – ela falou, abraçando nós dois, quase chorando. – Vocês estão bem?

–Fomos sequestrados. – Hanna falou, sem piedade. – Por um médico ilegal.

–Como fugiram? - minha mãe arregalou os olhos.

–Pelo... túnel.

Ela se virou e hesitou ao completar a resposta. Quando tentei olhar o que a fez parar, me assustei. Não havia corredor. A caverna, o santuário era isolado, a não ser pela porta e pelas aberturas no teto. Minha mãe riu de leve e nos levou embora. Não ousei perguntar o que era aquilo. Pra falar a verdade, eu parei de perguntar por muito tempo. As respostas me assustavam.

Saímos pela portinha dourada. Fomos parar na Igreja St. Anne, a Igreja da cidade. A portinha ficava alguns degraus ao lado do altar de Jesus Nosso Senhor. Saí de lá com minha mãe, sem dar uma palavra. Não havia muita gente na capela, deveriam ser seis da manhã.

Tudo o que eu passara se tornou normal por um instante. No instante em que saí da igreja. O sol tocou minhas costas e, nas costas da sombra à minha frente, haviam asas negras.

Simplesmente assim, não estava tão normal.


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Notas finais do capítulo

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