The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 35
Hello Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. Demorei pra postar. Vamos dizer que ocorreram alguns imprevistos, *coff* preguiça *coff*, e coisas do tipo. Enfim. Esse capítulo, devo dizer, que ficou meio depressivo, então pra ficar ainda mais, eu recomendo lerem escutando uma música chamada Forever In Love, do Kenny G. NÃO VOU RECOMENDAR MÚSICAS EM TODO CAPÍTULO, se é o que estão pensando. Só achei perfeita pro momento. Enfim. Era só isso. Boa Leitura (:



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–O senhor tem consciência das consequências do que o senhor acabou de dizer? - falei, atordoado

Ele franziu o cenho.

–Conheceu Sophie, suponho. - deduziu ele, devolvendo o livro ao porta-mala

–Sim. Até demais. - respondi.

Ele ergueu uma sobrancelha.

–Uau. - murmurou

Meu pai suspirou e voltou à estufa.

–O que o senhor queria com isso?! - perguntei.

–Isso é sua história, Peter. - respondeu ele.

–Que história, Pai? -perguntou, com um tom impaciente

–Os Roman são os verdadeiros reis de Kraktus. - anunciou ele. - Joseph Roman deu seu último suspiro para criar Kraktus. É nosso direito.

Murmurei um “Ah”.

–Então eu fazia parte de um casamento medieval arranjado? - perguntei, irônico. - Ótimo.

Ele ignorou minha reação.

–A união entre você e Sophie uniria os Roman aos Hough, trazendo assim a família Roman de volta ao poder em Kraktus. Deveríamos ter voltado.

–O que aconteceu? - perguntei, cruzando os braços, atento.

Ele se abaixou para revolver a terra.

–A morte aconteceu. A Rainha morreu. Alguns meses depois, o Rei se suicidou e a pobre Sophie tomou o trono aos 10 anos. Teve que crescer rápido.

–Ela me contou que a mãe morreu para salvá-la. - sussurrei para mim mesmo

–Tentamos manter contato. Mas o conselho do reino não permitiu. Acharam que eu era um oportunista, que queria manipular a nova rainha e, ao fim, matá-la para roubar o trono da cidade.

–Loucos. - falei.

–Traumatizados. - ele corrigiu, levantando-se para pegar um inseticida sobre a longa mesa de aço localizada no centro do lugar. - Sei de história o bastante para saber que esse tipo de apoio, geralmente, não vai bem. Não os culpe, os anos medievais foram marcados por usurpadores que, no começo, fingiram ter boas intenções. De qualquer jeito, ainda deveríamos ter voltado.

Ele espirrou o inseticida, colocou-o de volta a mesa e pegou um regador.

–E quanto à Crystal? - perguntei

–O que sabe sobre ela? - perguntou ele, regando uma palmeira em um jarro de barro.

–Eu sei que ela é filha da minha mãe e de um cara aleatório. - respondi.

–Dave. - disse ele. - Dave Harris.

Minha mente pipocou de indignação.

–Como o senhor fala dele de um jeito tão normal?

–Como eu deveria falar? -ele perguntou, abrindo os braços e me encarando

–Desprezo. Raiva. Sei lá. -respondi, sério. - Mas não com essa normalidade.

–Minha mulher me traiu. Pronto. Já superei.

Respirei fundo.

–Enfim. - ele suspirou, voltando a regar. - Comece por ele. Ele é o único que sabe o orfanato exato onde Crystal vive.

–Mas não foi o senhor que cuidou dos papéis da adoção? - perguntei

–Não quis saber. - ele respondeu, balançando o regador para checar se ainda havia água. - Cuidei da papelada sim, mas, propositalmente, não dei atenção para o nome do estabelecimento. Ele foi deixá-la lá e tudo.

Murmurei um “Ok”. Fui até a porta, mas voltei.

–Pai? - chamei

Ele se virou.

–Eu vou voltar. - anunciei.- E vou voltar com tudo descomplicado.

Ele sorriu.

–Eu sei que vai. - ele disse, voltando sua atenção para as plantas.

Molhei o lábio.

–Mas não quero que esteja aqui.

Seu sorriso desapareceu e ele me encarou.

–Não quero que esteja aqui quando eu chegar. - continuei, me aproximando. - Eu não sou a melhor pessoa para se conhecer nos dias de hoje. Há demônios raivosos me procurando e eles vão matar qualquer um que estiver em seu caminho. Vá para qualquer lugar e não me diga onde.

–Peter...? - ele tentou

–Pai. - segurei seu ombro, com um tom preocupado. - É o melhor para o senhor.

Ele encarou o chão um pouco. Então assentiu, me abraçando.

–Me ligue quando voltar. - disse ele.

–Irei. - respondi

Sorri e dei um tapinha em suas costas. Dei uma última olhada em meu velho e dei as costas, seguindo meu caminho.

Você tem ideia de quantos Dave Harris existem em Illinois?

Comecei pela internet. Claro, sempre é a fonte mais rápida, não tão confiável e ao alcance que existe. Encontrei jogadores de Hockey, cantores, perfis em redes sociais... Mas nenhum deles aparentava o que eu me lembrava e sempre tinham algo diferente. Davis Harris. David Harris. Dave Harrison. Quando finalmente achei que tinha achado o Dave Harris certo, descobri que ele morava na Inglaterra desde que nascera. Pesquisei até a moça da biblioteca reclamar que eu estava tomando mais do que a uma hora prestada.

Então, fui até a prefeitura, onde eu achei que fosse encontrar algo. Tudo que achei foi uma secretária irritada, que me explicou que não podia dar informações assim deliberadamente pra qualquer um e, quando eu tentei seduzi-la para conseguir as informações, foi revelado que ela era lésbica e acabara de terminar o namoro pelo Whatsapp. O choque me tirou a pose. Então, em uma tentativa desesperada, fui para o radical:

–Tá, chega de brincadeira, mocinha! Agacha logo aí com as mãos pra cima, vai, vai!

A mulher se abaixou, assustada. Todos os cidadãos e outros assistentes em volta fizeram o mesmo. Ergui as mãos e o Poder trancou a porta, impedindo a entrada dos policias. Mostrei minhas presas e os olhos negros. Foi o bastante.

–QUERO SABER ONDE MORA DAVE HARRIS!

A secretária, sem escolhas, tratou de trabalhar em seu computador. Suas mãos tremiam e seu rosto estava ensopado. Demorou alguns instantes, até que finalmente disse:

–7th Street, número 135, Chicago.

Bom, eu não estava de carro, então tive que ir de ônibus. Na verdade, eu estava trabalhando feito um condenado. Não avisei que para voltar à Terra, tive que fazer sozinho o ritual de transporte, avisei? Pois é. E olha, era muito cansativo. Demorei horas para que minha visão parasse de rodar. Enfim. Andando de ônibus, cheguei a Chicago mais ou menos três da tarde. As três e meia, eu batia na porta do 135.

Era uma bela casa. Era branca, com dois vasos rodeando a porta. A varanda era bem ventilada e a campainha era antiga. Não me surpreenderia se houvesse um batedor. Os segundos pareciam se arrastar enquanto eu esperava alguém vir abrir a porta.

–Sim?

Um homem apareceu atrás da porta que se abria. Seus cabelos eram pretos e rodeavam seu rosto, parecendo unir-se a sua barba, como uma juba. Ele era apenas alguns centímetros maior do que eu. Seus olhos tinham um tom escuro e a simples visão de seu rosto, me deu enjoo.

–Dave Harris? - perguntei, sentindo como se pronunciar aquele nome, fosse como beber ácido sulfúrico. Sim, eu tinha nojo dele. Não se pode nem mais odiar-até-a-morte me paz?

Ele assentiu.

–Meu nome é Peter Roman.

Seu rosto empalideceu. Ele olhou para os lados, nervoso.

–Você cresceu! - ele riu

–Corta a falsidade. - interrompi. - Passaram-se dez anos. É claro que eu cresci.

Ele franziu o cenho.

–Passaram-se dez anos. - ele repetiu, cruzando os braços. - Vai dizer que ainda guarda rancor?

–Se você quer dizer que agora mesmo, estou me segurando pra não destruir sua cara, então sim, eu ainda guardo rancor. - respondi.

Ele molhou os lábios, impacinete.

–O que você quer então?

–Crystal.

Falei sem dó ou piedade. Posso jurar que vi cada osso de seu corpo estremecer com o som daquele nome.

–Você sabe da história toda. - ele concluiu, adicionando com ironia: - Ótimo.

–Preciso saber o nome do orfanato em que você a entregou.

–Você acha que eu me lembro? - ele perguntou, com um sorriso cínico.

–É bom que lembre. - retruquei. - Porque não saio daqui sem isso.

Ele suspirou.

–Vou atrás dos papéis.

Relutante, ele voltou à casa. Eu o segui.

A casa era simples por dentro. Uma sala de estar seguida por uma escada e cozinha. A lareira em frente a mesa de centro crepitava com fogo. Dave desapareceu escada acima. Vários desenhos estavam espalhados pelo chão. Peguei um de uma menina brincando com seu boneco.

Então, passos rápidos pela casa. Quando dei por mim, o desenho fora arrancado de minhas mãos, para as de uma menina. Ela em olhou, assustada, segurando a folha como se a protegesse. Seus longos cabelos loiros caiam em seus ombros e seus lindos olhos castanhos me observavam, atentos a cada movimento. Ela usava uma blusa branca e uma calça azul-clara.

–Não faça isso. -ela disse, observando o desenho.

–Crystal. - chamei, com meu coração acelerado.

A menina olhou para trás, como se esperasse que eu falasse com outra pessoa.

–Não. Amber. - ela corrigiu, pronunciando Amber com clareza, deixando claro que me achava doido.

Sorri, rindo de minha idiotice.

–Peter. Tudo bem? - perguntei, erguendo minha mão.

Apreensiva, ela a apertou.

–Não tenha medo. - falei. - Sou amigo do seu pai. Mais ou menos.

Ela me pareceu menos assustada, porém agora, curiosa.

–São seus? - perguntei, indicando os desenhos.

Ela assentiu.

–Cada um deles.

Observei o chão. Os desenhos, apesar de deixados no assoalho de qualquer jeito, eram belamente caprichados. A maioria retratava coisas como um campo florido, ou um bando de crianças brincando de ciranda. Mas um deles, me chamou a atenção.

Era Amber, eu pude notar. Mas ao seu lado, havia outra menina. Cabelos igualmente loiros, olhos igualmente castanhos, mas parecia uma versão mini de Amber. Ela usava um vestido florido e seus cabelos lisos caiam em suas costas. Ela sorria, como se risse de uma piada. Era tão bem desenhado que mais parecia uma foto. Ao lado de seu rosto, a palavra Crystal.

–Amber, quem é Crystal? - perguntei

–É uma menina. - contou ela. - Ela vive aparecendo nos meus sonhos.

Pisquei, atordoado.

–O que quer dizer? - continuei a perguntar

–Eu acho que a vi em algum lugar ou algo assim, mas a imagem dela não sai da minha cabeça. - ela explicou. - Você acredita em vidas passadas?

–Não deveria. - ri.

–Pois eu acredito que Crystal faz parte de um outro eu. - contou ela, curiosa. - Eu li online que esse tipo de coisa acontece. Talvez, Crystal fez parte da minha vida passada e precisa de minha ajuda, por isso está sempre em contato comigo.

–O que vocês fazem nesses sonhos? - observei o desenho mais uma vez.

–Conversamos. Brincamos. -ela riu para si mesma. - Crystal é minha melhor amiga, por mais que não seja, de fato, real.

Ela encarou o chão, pensativa.

–É minha única amiga. - murmurou.

–Única? - perguntei

Ela assentiu.

–Não tem amigos na escola?

–Não vou à escola.

Ela engoliu seco e vi seus olhos marejarem.

–Ei, não, não. - falei, tocando seu rosto. - Não chore. Não ficará triste pra sempre.

Ela sorriu de leve.

–Eu sei. Mas ainda é uma droga, sabe?

Assenti.

–Por que não vai à escola?

Ela responderia, se uma voz não a interrompesse.

–Amber?

Dave descera com um papel em mãos. Ele parecia aterrorizado.

–É sua? - perguntei.

Ele não respondeu.

–Venha comigo. - ele disse para mim. - Fique aí, filha!

Ouvi Amber murmurar algo sobre não ter outro lugar para onde ir, mas não dei muita atenção. Dave me indicou uma porta lateral próxima a escada. Era um escritório. Havia um ventilador de teto e uma escrivaninha lotada, em frente a uma janela de vidro.

–Não. - ele finalmente respondeu, sentando na cadeira. - Amber não é minha.

Franzi o cenho.

–Há seis anos atrás, eu me arrependi. - contou ele. - Eu decidi que teria Crystal para mim e cuidaria dela. Mas o orfanato não permitiu que eu a adotasse, pois, no momento da entrega para adoção, e eu Genevieve decidimos que a identidade dos pais se mantivesse em sigilo e que no futuro, não tínhamos planos para reclamar nossos direitos sobre a criança. Logo, além de entregá-la para a adoção, tivemos de dar um adeus definitivo a Crystal. Como não pude adotá-la de volta, adotei Amber, que me pareceu tão adorável quanto.

–Por isso elas são tão parecidas. - comentei. - Você queria ter Crystal ao seu lado, ou pelo menos, algo que se aproximasse disso.

–Exatamente. - respondeu ele. -Amber conheceu Crystal. Eram melhores amigas. Mas o tempo leva as memórias, Peter. Amber era muito jovem para lembrar que um dia, frequentou um orfanato. Ela tinha três anos quando a adotei.

Pensei um pouco, observando o nome escrito no papel.

–Como ela era? - perguntei, sem tirar desviar o olhar da folha.

Dave hesitou.

–Linda. - respondeu ele. - Conversei com ela por alguns dias, a visitei por alguns dias antes de tomar a decisão de adotar. Era adorável, simples, talentosa, mas era um pouco...

–Teimosa. - completei.

–Sim. - ele confirmou. - Muito teimosa.

Ri de leve e li o nome do orfanato em voz alta.

–”Orfanato Dashner & Flannagan”.

–Foi lá onde adotei Amber e deixei Crystal.

Guardei os papéis no bolso e virei-me para sair da sala.

–De nada, a propósito. - disse ele.

–Você me devia isso – respondi por cima do ombro. - Não fez mais que sua obrigação.

O orfanato ficava ao leste extremo da cidade. Demorei para encontrar, principalmente de ônibus. Pareceu tomar uma eternidade para que eu chegasse ao Dashner. Mas consegui sem outros problemas.

Parecia uma mansão antiga. Alta, imponente e rústica. Várias janelas de vidro se distribuíam pelas paredes. Na entrada, um arco com o nome Dashner & Flannagan tinha paredes de plantas como extremidades. O Sol se erguia atrás do prédio, me dando a sensação de entrar em uma casa mal-assombrada. Através do arco, havia um pequeno pátio com um jardim de cada lado, que dava em uma porta folha dupla. Ela estava escancarada, revelando um longo corredor de portas e escadas, que se abria para um vazio refeitório aberto. Mais parecia um presídio.

Segui pelo corredor, procurando uma diretoria ou algo do tipo. Todos os quartos estavam fechados com portas de madeira decoradas de diferentes modos. Era a única coisa que dava cor ao orfanato: os desenhos das crianças. Algumas, retratavam belos campos de trigo, com bonecos-palito espalhados pelo chão, como crianças felizes. Em uma outra porta, um desenho de quatro crianças de mão dadas era, aos poucos, arrancado pelo vento que corria da entrada ao refeitório. Enfim. Cada folha pregada na porta retratava de alguma maneira, a vida e os sonhos de cada criança. Porém, um deles não tinha uma folha bonita.

Este ficava no lado direito do corredor. A porta de madeira tinha seus pregos soltos, como se tivesse sido arrombada. Havia diversas folhas espalhadas e coladas de qualquer jeito, mas todas belamente tristes.

“Volte logo. Nando.”

“Você era a joia mais preciosa do meu tesouro. Tia Cynthia.”

“Tô com saudades. Júnior.”

Todas tinham palavras de tristeza, saudade. Os desenhos retratavam uma menina-palito, segurando a mão de um amiguinho. Os desenhos, que vinham com as frases, era quase iguais. Todos retratavam a menina segurando a mão de alguém. A única coisa que mudava era de quem era a mão que ela segurava. Mas havia ainda, algo mais preocupante. No topo, o desenho de uma flor, se erguia no alto, com as palavras:

“Descanse em paz. Madre Superiora.”

–Triste, não?

Virei-me para ver quem falava comigo. Uma mulher, de cabelos escuros, vestida de freira, olhava para o memorial, entristecida.

–A senhora trabalha aqui? - perguntei

–Sim. - ela respondeu. - Meu nome é Mary. Sou secretária do orfanato

–Sou Peter Roman. - falei, apertando sua mão.

–Bom, se o senhor veio atrás de alguma criança, devo informá-lo que estão em uma excursão para o centro da cidade. Voltam daqui algumas horas. - ela tratou de falar, sorrindo.

–Ah. Não vi ver nenhuma criança.

Olhei em volta.

–Gostei deste lugar. - menti.

Ela começou a andar pelo corredor, de volta à entrada.

–O orfanato é o resultado de um trabalho de uma vida, feita por nossa Madre Superiora. - ela contou, enquanto eu a acompanhava. - Com o tempo, se tornou o sonho de mais outras seis freiras, inclusive eu, que fariam qualquer coisa pelo sorriso de nossas crianças.

Já na entrada, ela virou à esquerda, em direção a uma casinha menor atrás do jardim, próxima ao estabelecimento principal. Ao entrarmos, observei que era maior do que eu imaginava.

No início, era uma salinha, rodeada por armários e gavetas. No centro, havia uma mesa branca, com uma pasta de papéis, um telefone e um computador. Atrás da mesa, havia uma porta, que dava para os aposentos das freiras, deduzi. Mary sentou-se na cadeira que estava próxima a mesa e sentei em uma posta em frente. Ela pôs os cotovelos sobre a mesa e perguntou, sorrindo:

–Então, Sr. Roman. No que posso ajudá-lo?

–Tenho um casal de amigos que veio adotar uma menina, - menti, tentando soar cada vez mais autêntico . - e eles me disseram que havia uma menina muito adorável aqui e que só não a adotaram pois queriam um menino.

Hesitei.

–Crystal, seu nome?

Mary pareceu ter levado um choque. Seu sorriso se desfez quase imediatamente. Ela ergueu o indicador, murmurando “um minutinho”. Quase caiu quando correu para entrar no cômodo atrás dela. Quando a porta se abriu, pude ver uma pequena sala de estar com uma segunda mesa, onde uma mulher de cabelos loiros usava o computador. Elas conversaram. Pareceram discutir. A mulher me indicou com o dedo, irritada, como se dissesse “volte lá!”. Mary cambaleou um pouco e retornou, mas pálida do que antes.

–O que foi? - perguntei

–Quanto tempo faz que seus amigos vieram aqui? - perguntou ela

–Seis anos. - respondi

Ela baixou a cabeça, triste.

–Não pode adotar Crystal. - ela anunciou.

–Por que? - perguntei, confuso.

Ela não respondeu.

–Pra quem acha que são aqueles desenhos?

Minha mente borbulhou com a ideia.

–”Você era a maior joia do meu tesouro”? - ela lembrou.

As palavras pareciam se misturar em minha cabeça. Não era possível. Eu não queria acreditar. Mas era a verdade.

–Crystal está morta.


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Notas finais do capítulo

Comentem, seus lindões.



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