The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 19
The Tablet


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Sim, deem me tapas e tabefes porque eu sei que vocês querem. Fazem meses que eu não posto aqui, mas acho que foi só preguiça mesmo. Estava tudo feito, mas aqui está finalmente.
Essa capa foi muito trabalhosa de fazer, passei uma hora fazendo, por que eu não sou nem um pouco bom com edição de imagem, mas fiz o que pude. Pessoal, essa capa tem duas fotos porque logo logo vocês vão entender. Sim, é spoiler do capítulo, mas só vai dar pra entender (provavelmente) depois de terminar de ler o capítulo. A partir desse capítulo, começa a ação de verdade, gente. Por que agora eles vão atrás de quebrar os selos e vai ter muita batalha e ação. Acho que vocês podem esperar sentados o fim de The Last Taste, porque eu tenho muita coisa reservada. Bom, é só --quer dizer, tudo-- isso. Boa Leitura (:



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–Peter! Eu já estava ficando... Preocupada.

Hanna apareceu à porta no mesmo instante em que bati na porta. Não tive certeza se ela estava aliviada ou decepcionada. Joe veio correndo.

–Sophie! Que bom! - ele comentou, sorridente.

–Entrem. - Lucy apareceu, entre Joe e Hanna.

–Você deve ser a Lucy. - Sophie falou. - Eu não tenho certeza do que você fez, mas eu não sei como te agradecer. Muito obrigada mesmo. Eu sei que você não gosta muito do meu povo, mas... Obrigada de novo.

–Eu não gosto de sua gente. - Lucy falou. - Eu odeio. Mas você é diferente, Sophie. Você tem um coração puro.

–Eu não sou a única assim. - Sophie continuou. - Muita gente de Kraktus é assim também. Você só tem que os dar uma chance. Nem tudo é o que parece ser.

Lucy ouviu Sophie atentamente. Ela entrou na casa e nos indicou o sofá. Sophie se sentou ao meu lado, tímida. Lucy foi para cozinha. Hanna sentou com Joe no sofá de frente para nós.

–Então... - Hanna começou. - Como foi estar semi-morta?

Sophie hesitou.

–Como se eu estivesse dormindo. - ela respondeu enfim.

–Do quê você se lembra? - Joe perguntou

–Redmont. - ela respondeu. - Eu lembro de um clarão branco e só. Aí eu acordei, quase morrendo de asfixia, com Peter ao meu lado.

Hanna deu um sorriso cínico. Lucy veio da cozinha com uma xícara de chá para Sophie. Ela agradeceu e bebericou a xícara.

–Está ótimo, Lucy. - Sophie elogiou.

–Por quê você é assim? - Lucy perguntou – Como um demônio pode ser tão gentil?

–Meus pais se amavam muito, mais do que todos os outros da cidade.. - Sophie respondeu. - Nasci com mais Humanidade do que Poder. Sou mais humana que demônio, sou menos poderosa, sinto mais.

–Qual o seu objetivo? O que você quer? - Lucy perguntou de novo.

–Como assim? - ela perguntou de volta

–O que você quer vindo conosco?

Fiquei um pouco desconfortável. Lucy estava interrogando Sophie e ela respondia como um cachorrinho.

–Aproveitar enquanto dure. - Sophie respondeu.

–Aproveitar o quê?

–Meu amor por Peter.

O silêncio tomou conta da sala. Hanna se mexeu inquieta. Joe assistia tudo como se fosse algo normal. Eu estava estático. Não com a resposta de Sophie, mas como ela estava reagindo. Como se tivesse sido ligada, Sophie piscou.

–Espera...

Ela olhou fixamente para a xícara. Então, olhou para Lucy, que agora parecia envergonhada.

–Isso é... - Sophie falou, incrédula. - Skav?

Lucy continuou a olhar para Sophie, como se não se importasse com Sophie.

–Não acredito nisso! - Sophie exclamou. - É difícil para você acreditar que um demônio pode surpreender suas expectativas? Se você queria a verdade, era só perguntar. Não me dar uma poção!

Sophie se levantou e saiu da casa. Franzi o cenho para Lucy. Soltei um muxoxo e fui atrás de Sophie, mas Lucy em impediu.

–Deixa que eu vou. - ela falou. - Eu a devo desculpas.

Lucy passou pela porta e as observei conversar pela janela. No início, Sophie estava chateada. Então, ela sorriu levemente e as duas vieram para dentro.

–Ok, hora de trabalhar. - Lucy anunciou. - Vamos pegar a tábua.

Quando saímos da casa, me assustei com algo que não tinha notado antes. Lucy estava com o carro da Sra. Whitlight.

–Por quê você...- comecei

–Não era dela. - Lucy me interrompeu, sentando no carro motorista. - Esse carro é mágico. Ele serve de transporte entre os mundos, Anakyse, Kraktus e Terra. Carol pegou emprestado para facilitar a sua ida e volta. Mas o carro é meu.

–Sim senhora. - concordei

Hanna ficou no banco passageiro e Joe, Sophie e eu ocupamos os assentos restantes no banco traseiro. Lucy deu partida no carro e saiu em disparada pelas ruas da cidade.

–Calma! - Joe gritou. - Não é como se a tábua fosse desaparecer...

–A tábua não, mas a Lua vai. - Lucy respondeu

–Ela só vai desaparecer cinco da manhã, Lucy. - Hanna respondeu. - Temos tempo.

–Temos que chegar lá antes do fim do dia de hoje. - Lucy contestou. - Ou então o feitiço pode não funcionar.

–Espera aí, ainda tem um feitiço? - Sophie perguntou. Era de se esperar que ela quisesse manter distância da magia por um tempinho.

–Sim. - Lucy respondeu. - Agora calados. Estou tentando lembrar o caminho.

–Você não sabe o caminho? - perguntei

–Menino, você sabia que lembrar é diferente de saber? - Lucy retrucou, ríspida.

–Tá, tanto faz. - desisti.

Mantivemos o silêncio enquanto Lucy ia em direção ao Monte Mefesto. Ela adentrou o Bosque por uma trilha diferente daqui Sophie e eu usamos para chegar em Anakyse. Era mais larga e menos irregular.

–Não tinha como nos teletransportar até lá não? - Joe perguntou, mas ao ver minha expressão ao ouvir a palavra “teletransportar”, se corrigiu. - Foi mal.

–Tudo bem. - Sophie falou. - Não virou tabu.

Por fim, Lucy parou e descemos. Estávamos de frente a uma caverna que dava ao Monte Mefesto. Havia uma pedra enorme bloqueando. Joe e eu nos entreolhamos e começamos a empurrar a pedra.

–Nem tentem. -Lucy falou, se abaixando perto de uma árvore. - Está selada por magia.

Suspirei. Quando ela se levantou, ela estava com uma espécie de vasilha de barro, como um coco partido ao meio.

–Meu canivete. - ela pediu, com a mão estendida.

Entreguei o objeto para ela e ela posicionou Hanna e eu, um do lado do outro.

–Estiquem os braços... Muito bem. - ela pediu.

Hanna e eu o fizemos. Ela pegou o canivete e rasgou a veia de Hanna verticalmente. Fiquei um pouco chocado, pois me diziam que se cortar verticalmente podia causar a morte, mas então lembrei da Graça e não me importei. O líquido escorreu do pulso de Hanna diretamente para a vasilha. Então, seu braço se curou e Lucy pôs a vasilha embaixo do meu braço. Porém, antes que ela pudesse fazer o corte, recuei.

–A magia aqui é diferente. - falei. - Hanna e Joe não tinham poderes em Kraktus, o que me garante que aqui é do mesmo jeito? E se eu não me curar?

–Eu sou uma Nephirim, esqueceu? - Lucy falou. - Estenda o braço.

A obedeci e ela fez o corte. Doeu um pouco, não o bastante para caretas ou coisas do gênero. O sangue caiu na vasilha e se uniu ao de Hanna. Um mini-tornado se formou na vasilha e Lucy passou sua mão por cima. O líquido se acalmou. Ela foi até a pedra e molhou os dedos de sangue. Desenhou na pedra um símbolo e traçou uma linha sobre ele.

Uma luz branca, forte e incandescente me queimou. Corri para me esconder nas árvores. Sophie fez o mesmo. Quando a luz cessou, fui até Lucy.

–O que foi isso? - falei, segurando o braço para conter o sangramento. - Nós podíamos ter morrido!

–Mas não morreram. - ela respondeu.

Lucy tocou meu braço e voltou a seguir em frente. Quando retirei a mão, não havia corte ou sangramento. Não haviam queimaduras também. Joe foi o primeiro a entrar na caverna. Por algum motivo, havia luz. Era um pouco estranho, pois não havia nenhuma fonte de luz ali. Era simplesmente... Iluminado. Joe ia cautelosamente.

–O que você está fazendo?

–O quê? - Joe perguntou

–Não há perigo. - Lucy falou. - Esse lugar é protegido pela pedra desde que foi criado, ninguém nunca conseguiu entrar. Não há perigo.

–Ah tá. - Joe falou, parando com a pose “Indiana Jones”.

Andamos por um bom tempo. Cheguei a me perguntar se aquela caverna tinha fim. Eu permaneci sem saber de onde vinha aquela luz. Em momento algum, vimos alguma bifurcação. Ela simplesmente seguia em frente, como a Estrada de Zayn. Estava tudo calmo. Foi quando Joe caiu para trás, assustado com alguma coisa.

–Calma! - falei

Á nossa frente, iluminada pela luz, havia uma menina. Ela não parecia ter mais de dez anos. Baixinha, cabelos loiros e longos, vestidinho branco com um laço rosa. Claro que eu desconfiei. Uma menininha no meio de uma caverna. Cenário incrível para um filme de terror. Apertei o pulso de Sophie. Nos entreolhamos e ela concordou com a cabeça. Concordamos em um acordo mudo.

–Desculpe. - ela falou

Sua voz era fina e esganiçada. Ela estava desnorteada.

–O que você faz aq-- CARA, O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO?

Joe me segurou pela gola da camisa no momento em que o canivete tocou a garganta da menina. Tentei continuar o movimento, mas ele me empurrou para trás. A menina começou a chorar.

–Deixa ela em paz! - Hanna gritou, então a menina agarrou suas pernas (ela era pequena de mais para abraçar).

Mordi o lábio. Não era sábio falar para aquela menina o que eu sabia. Joguei as mãos para o alto e a menina se acalmou. Hanna se agachou para ficar na altura da menina.

–O que aconteceu? - Hanna perguntou

–Meus pais tentaram entrar aqui. - ela falou, em meio a soluços. - Eles conseguiram, a gente conseguiu. Só que eles usaram um feitiço para manter a pedra mole, como geléia. Eles não tiveram poder o bastante para manter o feitiço por mais tempo para eu sair. Eu estava logo atrás deles, só que tropecei e eles não tiveram força para me esperar voltar.

Ela falou tudo isso com lágrimas nos olhos. Se aquela menina era um monstro terrível, ela devia ter pelo menos conhecido alguém com uma história como essa. O jeito que ela falava era sério e tinha muita tristeza em sua voz, como se realmente tivesse lhe acontecido. Mas eu ainda não acreditava nela

–E por que não voltaram quando estavam descansados e os poderes já estavam... Recarregados? - perguntei, desconfiado.

–Se eu soubesse, não estaria aqui. - ela respondeu.

–Qual o seu nome, menina? - Lucy perguntou

–Emma.

Ela olhou para mim e para Sophie. Ela estava bem chorosa e não parecia nem um pouco um monstro disfarçado, mas não dei o braço a torcer. Era isso que ela queria.

–Por favor, não me machuquem. - ela implorou.

Sophie e eu voltamos a nos entreolhar. Ela se agachou e olhou fixamente nos olhos da menina.

–Só com uma condição. - ela falou para a menina, que nos olhava com medo.

–Qual?

–Perdoe-nos por tentar te machucar. - Sophie falou, com um sorriso de compaixão.

A menina sorriu e a abraçou. Sophie retribuiu o gesto.

–Bom, então você vai com a gente? - Sophie falou, se levantando.

–Sim, por favor, por favor! - a menina pulou, segurando a mão de Sophie.

–Ok, então vamos. - falei, me sentindo pouco confortável com uma piveta do lado da minha namorada.

–Mas a saída é por ali. - Emma apontou

–Mas temos que pegar uma coisa lá na frente. - Lucy falou, sem olhar para a menina.

–O quê? - a menina perguntou

–Umas instruções.- Joe respondeu. - Não vai demorar.

Demoramos pouco para chegar a sala da tábua. O túnel por trás da pedra se abria em uma sala, alta e larga. Era iluminada por algumas tochas que acenderam assim que pusemos o pé na sala. Provavelmente, a iluminação do túnel vinha dali. Não tinha decorações nem coisas do tipo, mas havia um altar no fundo da sala. Haviam alguns degraus até um pedestal que segurava uma caixa de vidro. Dentro da caixa de vidro, repousava a tábua, com vários símbolos cravados e organizados em fileiras. Porém, algo estava no caminho.

Espalhados pela sala, haviam vários ossos. Não muitos, como os de um campo de batalha de que nunca foram retirados os corpos, mas como os de uma fera bem alimentada. Eram ossos amarelados e com alguns pedaços de carne ainda presos na ponta. Eram ossos humanos, notei pelas roupas que haviam sido rasgadas e jogadas em alguns deles. Paramos e eu olhei estático para os restos mortais.

–Vamos. - Lucy falou. - São corpos de pessoas que tentaram entrar e não conseguiram sair.

–Você conheceu essas pessoas, Emma? - Sophie perguntou – Emma?

Quando me virei, a menina não estava lá. Todos voltamos para a entrada do túnel e chamamos pela menina. Então, eu ouvi. Um grunhido, um rosnado. Atrás de nós, bloqueando o pedestal. Havia um enorme lobo, cinza com o tronco branco. Ele tinha longas asas brancas e rosnava para nós. Ele tinha a altura de um cavalo.. Minhas certezas se confirmaram: Emma era o monstro que protegia a tábua.

–Emma?!

Hanna falou e o lobo rosnou ainda mais forte. Ele correu para nós, mas conseguimos desviar pelas laterais, enquanto ele corria para o nada, quebrando os ossos que pisava em cima.

–Isso não são de pessoas que ficaram presas aqui! - Joe falou. - São ossos de pessoas que ela comeu!

–Não é ela, idiota! - falei – É um lobisomem!

–Não é um lobisomem qualquer. - Sophie falou, enquanto o lobo se virava para nós, preparando um novo ataque. - Lobisomens não têm asas!

–Asas...- Lucy começou

O lobo deu outra investida. Dessa vez, Lucy ergueu as mãos e um campo de força branco envolveu o lobo.

–Asas... - ela repetiu

O bicho rosnou dentro da esfera. Então, sua longa calda balançou rapidamente e o campo se quebrou, como uma redoma de vidro e caiu do outro lado da sala.

–Eu sei quem você é! - Lucy gritou

– Você é Ameriel!

O lobo parou a alguns metros de nós. Todos pararam para prestar atenção em Lucy.

–Foi uma criatura criada por Gabriel para proteger o Éden de Lúcifer, junto com Gadreel! Era um lobo, mas ganhou o poder de ter a forma que quiser e as armas que quiser, com tanto que cumprisse a vontade de Deus. E é isso que ela faz aqui. Ela protege a tábua. Ela tem feito isso desde que Gadreel deixou Lúcifer entrar no Éden. Não vai nos deixar pegar a tábua a não ser que venhamos com o próprio Deus.

–Não. - uma voz contestou

Quando olhei para o lobo, ele não estava mais lá. No seu lugar, estava uma menina de cabelos pretos, que não aparentava mais de 15 anos. Ela parecia um pouco assustada e usava um longo vestido branco, como uma noiva. Ela usava uma tiara dourada e alguns colares de pérolas. Ela nos olhava, fixamente.

–O quê? - Lucy estava atordoada.

–Isso é metade da história. - ela continuou. - Mas vocês não merecem saber. Estão aqui para roubar a tábua. Devem ser mortos.

Seus olhos começaram a se tornarem completamente pretos, como os do lobo.

–Não, por favor! - gritei – Não vamos te machucar! Não queremos a tábua!

–Cala a boca, Peter! - Joe mandou

–Não querem a tábua? - Ameriel se acalmou, seus olhos voltando ao normal. - Vocês disseram a mim, quer dizer, a Emma, que procuravam por instruções. A tábua é única coisa útil e com instruções nessa caverna.

–Desistimos da tábua se nos deixar ir! - falei

Levei um forte pontapé de Sophie, que resmungava para eu parar de falar.

–Eu sei o que eu tô fazendo! - exclamei sussurrando

–Desistem, é? - ela perguntou, andando pela caverna. - Desculpe, não sou de acordos.

–Espera! - falei. -Tem mais, não é?

Ela ergueu as sobrancelhas.

–Você não foi criada por Deus, foi? - ela encarou o chão, enquanto eu continuava a adivinhar – Você tem uma história! Você já foi humana. E viu seus pais lhe deixarem, não foi?

Ela parou de andar e olhou fixamente para mim. Tentei olhar o máximo para seu rosto, tentando detectar qualquer sinal de raiva ou de agressão. Mas ao invés disso, ela se virou para a entrada.

–Meu nome era Lyra. - ela contou. - Eu fui a primeira. Antes de Adão e Eva. Gabriel me criou, eu era como todo humano: eu podia pensar, eu podia me mover, eu podia sentir. Porém, eu tinha magia. Muita magia. Ela saiu do controle e destruiu o lugar onde fui criada. Gabriel, a quem eu chamava de pai, me deu uma tarefa e um novo nome depois disso: proteger sua nova criação. Eu tinha 15 anos quando isso aconteceu. Ele uniu dois corpos ao meu espírito: ao de um lobo, o primeiro deles, criado diretamente pelo Arcanjo Rafael e ao meu corpo de humana, eternizado pela sua Graça. Ele me chamou de Ameriel. Eu poderia escolher a forma que eu quisesse, contanto que eu estivesse cumprindo a vontade de Deus. Fiquei de guarda com Gadreel, cuidando do jardim do Éden. Mas Gadreel foi tentado por Lúcifer, que o obrigou a permitir sua entrada. Gabriel ficou tão irritado comigo que ele me mandou lutar com ele na guerra contra Lúcifer, em prol de proteger os novos humanos e os animais, que viviam no Jardim. Eu vi um demônio, com seus longos braços e suas garras afiadas arrancar a alma de meu pai, estraçalhá-las e jogá-las ao vento. Meu pai, literalmente, se dissipou no ar. Então, sem guia, fui obrigada a vagar pelo céu, onde fiquei sob a guarda de Miguel. Depois que Walters ergueu os selos, fiquei sem trabalho e perdi meus poderes. Eu tinha que fazer algo por Deus, ou então meu corpo voltaria a envelhecer e eu provavelmente morreria. Então, eu encontrei a tábua e ela permaneceu segura até hoje. E não vão ser cinco demônios que vão mudar isso.

Ela se virou lentamente. Garras cresceram em suas mãos e ela abriu a boca, com os afiados caninos a mostra.

–Demônios? - perguntei, confuso. - Você acha que todos somos demônios?

–É dever dos Anjos ajudar a proteger este lugar. Eles não viriam aqui. - Ameriel falou, rosando mais uma vez.

–Somos anjos. - Hanna apontou para si e para Joe.

–Sou uma Nephirim. - Lucy falou.

–Então... - Ameriel estava confusa. - Vocês são Anjos traidores? Isso não muda a morte de vocês.

–Ameriel... -Sophie começou. - Há um determinado tempo para esses selos serem quebrados: 200 anos. O quinto selo se quebrou e não temos tempo para esperar que ele se quebre de novo, essa é a nossa única chance. Se esses 200 anos se completarem, todos vamos perder nossos poderes de vez.

–Eu não preciso disso. - Ameriel contestou. - Eu tenho minha própria magia, não preciso de orbes.

–Mas não é esse o problema. - ela continuou – Se não conseguirmos quebrar esses selos, a prisão que prende Miguel e Lúcifer se fechará para sempre e tudo e qualquer magia relacionada a eles, será destruída. Incluindo Anjos, Demônios... Anakyse será destruída, Ameriel. Se isso acontecer, Deus nunca voltará. Não sei se você sabe, mas ele morreu quando Lúcifer, que guardava consigo seu lado ruim, e Miguel, que guardava consigo seu lado bom, foram presos, Deus perdeu sua personalidade e desapareceu no ar, como seu pai. Ele só vai voltar se libertamos Miguel e Lúcifer. Só assim Sua vontade se cumprirá.

Ameriel ouviu cada palavra de Sophie atentamente. Então, ela passou por nós, em direção ao pedestal.

–Desculpem o problema. - ela falou. - Achei que estava fazendo o certo ao proteger a tábua de vocês. Mas vejo que os Escolhidos precisam dela.

Ela riu de leve e passou a mão sob a caixa de vidro. Ela se desmaterializou e Ameriel pegou a tábua.

–Se me permitem... -ela falou

Todos concordamos com a cabeça e ela soltou um pigarro.

–”Cinco: O Sol e a Lua devem ser um só.”; - ela leu, em voz alta e clara. Hanna e eu nos entreolhamos. Significava o amor entre um anjo e um demônio. - “Quatro: Os servos da Lua devem ser libertados.”; Três: “O tesouro do Homem deve ser encontrado”; Dois: “As águas puras devem ser corrompidas”; Um: “Os Primeiros a chegar devem ser os Primeiros a sair”. É isso. Vocês entenderam alguma coisa?

–Bom, dos outros não. - Sophie respondeu. - Mas o primeiro eu tenho certeza.

Ela pôs a mão na cabeça, preocupada.

–O quê? - perguntei

–Temos que voltar para Kraktus.


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