The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 16
Wendell - The Forest Voice


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Como vocês estão? Bom, eu ganhei um notebook novo, então os capítulos devem serem postados mais frequentemente. Esse capítulo é um capítulo muito importante para a história, preste bastante atenção a cada detalhe, pelo menos boa parte das informações deste capítulo, reaparecerão posteriormente. Então, antenas ligadas. Enfim. Só isso. Boa Leitura (:



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–Achei que não pudéssemos sair de Kraktus. Não é esse o propósito da cidade ser dentro do castelo?

–Há uma porta lateral que dá na baía. De lá, podemos chegar em Redmont por uma subida. É menos perigosa do que a floresta. Para passar pela floresta, temos que falar com o Wendell, que não é nenhum pouco amigável.

–Espera um pouco. – falei, confuso. – Redmont fica depois da floresta, que fica depois dos portões de saída da cidade. Tipo... No norte. Como subindo uma colina na baía, no sul, vai dar em Redmont?
Sophie bufou.

–Você realmente não acha que Kraktus é igual a Terra, acha? – ela perguntou, ainda rindo. – Sim, é redondo como um planeta, mas é pequeno. Ir pela baía é como ir para Redmont por trás, ir pela Floresta de Lilith é como ir pela frente. É bem simples.

–Floresta de Lilith? – Hanna perguntou, como se tirasse sarro.

–É a floresta que separa Hyndarium de Redmont. – Sophie respondeu. – É como o Bosque de Castiel para vocês. A diferença é que em Lilith, temos lobisomens, bruxas exiladas, vilões de contos de fadas... As trevas da imaginação do povo da Terra. Em Castiel, são as coisas bonitinhas, fadas e tudo. Bom, como eu disse, se formos por Lilith, vamos ter que passar por Wendell, A Voz da Floresta. Ele é nossa única esperança de uma travessia segura.

–Nós chegamos por Redmont. Lembro de simplesmente termos pegado uma trilha e ido parar em Zayn. Não lembro de nenhuma floresta.– Joe comentou.

–Como eu falei. Wendell. – me senti um pouco desconfortável em ouvir aquele nome sozinho, fora de uma frase. – Ele deve permitido vocês entrarem assim do nada. Ele gosta de mexer com portais e etc. Nossa sorte vai ser se ele conjurar um portal que nos leve diretamente de Lilith a Redmont.

–Vamos pela baía então. – concluí. – Não sou muito fã de incerteza. Podemos sair mortos dessa floresta ou não. E esse Wendell me parece o tipo de matar alguém por tédio.

–Mas vou logo avisando. – Sophie avisou. – Vamos demorar dias para passar pela baía. Talvez semanas.

–Não! – Joe contestou – Não temos tempo o bastante para isso. Temos que chegar à Anakyse hoje.

–Pra quê a pressa? – perguntei, adicionando uma frase com o canto da boca. – Não é como se Lucy fosse fugir de Anakyse.

–O problema, Peter, -Hanna respondeu e notei que ela ouviu meu comentário – é que a tábua está escondida em uma tumba que só abre na Lua Cheia. E hoje acontece de ser o último dia de Lua Cheia deste mês. Temos que chegar em Anakyse hoje.

–Tá, tá. – cedi, impaciente. Respirei fundo e continuei. – Então vamos pela floresta. Como vamos fazer?

–Vamos passar pelos portões, assim que terminarmos aqui. Não vamos levar nada. – Sophie falou, com os olhos atentos. – Wendell não gosta de desertores. Eu sei que não somos, mas ele pode achar. Eu falo com ele, passamos pela floresta com, eu espero, a ajuda dele e chegamos em Redmont. Lá, existe uma saída de emergência que foi criada para caso alguma invasão, a família real conseguir escapar e passar por um portal em Redmont. Destrancamos essa saída e vocês passam por ela e voltam ao castelo, para pegarem malas e etc. Vocês voltam por onde entraram e preparamos as coisas para o feitiço em Redmont.

–Enquanto tempo fazemos tudo isso? – Hanna perguntou – Não preciso lhe lembrar que não temos muito tempo.

–Com a ajuda de Wendell, em uma hora e meia estaremos fazendo o feitiço. – Sophie respondeu, se levantando.

–Vamos. Como você disse, - falei, seguindo Sophie – não temos muito tempo.

Sophie voltou para dentro do quarto. Hanna e Joe ficaram na escada, nos esperando. Fui ver o que ela estava fazendo.

Sophie estava sentada na cama. Ela olhava atentamente à vela acesa na pequena cômoda. Ela abria e fechava mão, concentrada.

–O que você está fazendo? – perguntei

–Treinando. – ela respondeu

–Você pode fazer magia? – perguntei, impressionado.

–Você também pode. – ela respondeu, sem tirar os olhos da vela. – Demônois, Anjos, Bruxas e Nephirims. Você achou mesmo que Bruxas e Nephirims seriam mais fortes e desenvolvidas que nós? Claro que não. Mas estou um pouco enferrujada e estou... Treinando.

Ela parecia impaciente com a vela.

–Eu não sei acender nem menos uma vela direito! – ela exclamou, impaciente. – Como eu vou fazer um feitiço tão grande como abrir um portal para um outro mundo?

–Você era boa antes? – perguntei, sentando ao seu lado

–Sim. – ela respondeu, se acalmando. – Era uma das melhores. Mas aí papai morreu e eu fiquei sem tempo para praticar.

–Bom, o meu pai me ensinou que, - falei, segurando em sua mão – quando você aprende uma coisa, você nunca esquece. Você só precisa de calma e concentração para lembrar.

–Eu... Não... Consigo! – ela falou, se levantando

–Tem alguma coisa te bloqueando, Sophie. – continuei. Nossa, estava me sentindo O Psicólogo –Tenta pensar em alguma calma e você vai conseguir.

Ela respirou fundo. Foi até a penteadeira e olhou fixamente ao seu rosto no espelho. Se virou e olhou para a vela. Ela ergueu o punho fechado e abriu a mão. A vela acendeu.

–Viu?

Ela riu e olhou para mim.

–Obrigado, Peter. – ela agradeceu, me dando um beijo. –Vamos.

Ela segurou minha mão e voltamos para a sala, indo até a escada. Descemos com Hanna e Joe, que pareciam ainda preocupados com Wendell. Quando chegamos ao castelo, Sophie tomou uma direção diferente, dizendo que iria procurar Olsen. Eu não queria Olsen conosco, poderia deixa Hanna e Joe inconfortáveis por estarem em menor número.

Eu estava um pouco confuso. O que eu estava sentindo por Hanna parecia ter baixado. Do jeito que Sophie falava, parecia que eu deveria estar morrendo de amores por ela. Naquele momento, eu sentia um pouco de repulsão. Aqueles seus olhos de gato e seu rosto branco me deixavam com náuseas. Eu estava sentindo uma coisa muito forte por Hanna. Um forte abuso. Como se eu não suportasse mais sua presença, como se meu corpo não aguentasse mais aquela dependência. Como se eu tivesse enjoado dela.

Foi então que eu percebi. Eu não tinha mudado nem um pouco do que eu achava que tinha. Do mesmo jeito, eu estava brincando com os corações daquelas que me amavam e simplesmente descartando quando dava vontade. Eu acabara de fazer isso com Hanna e tinha certeza de o quanto ela estava sofrendo por mim. Eu estava feliz de ela não estar comigo. Comecei a pensar que seria mentira essa história de Maldição do Selo. Talvez, fosse só algo que aconteceu repetidamente e todos tomaram como algo padronizado. Talvez, o que eu sentia por Hanna, era verdade. Ou então, o amor que eu estava sentindo por Sophie naquele momento, engolfava qualquer outro amor. Sophie era única.

Joe. Eu não ia muito com a cara dele. Ele parecia um pouco carrancudo e que faria qualquer coisa para proteger Hanna. Acho que era pelo simples fato dele estar do lado dela quando eu não estava. Ele parecia um cara normal que fora posto no fogo cruzado e agora está tentando sobreviver. Eu não sei como que eu pensei isso, sei que não tem nada a ver, mas na minha mente, fazia sentido. Eu tinha inveja dele. Provavelmente por ele estar com Hanna e por não ter cara de quem está só brincando com ela. Ele parecia um cara bom para ela, uma lembrança de que eu era o ruim.

Talvez fosse por isso que eu amasse Sophie. Ela era um demônio. Eu também. Ambos tínhamos tendências a fazer más coisas. Nunca iríamos sentir repulsão um pelo outro por algo ruim que fizéssemos, pois éramos igualmente ruins. Se eu matasse alguém, ela não julgaria. Se ela matasse alguém, eu não julgaria. Sophie era o caminho fácil. Hanna era o caminho difícil. E naquele momento, eu preferia Sophie.

Enfim, parando o momento “Atualização do que Eu Sinto”, chegamos à Zayn e ficamos esperando por Sophie. Ela demorou cerca de dez minutos para nos alcançar. Ela usou O Poder.

–Demorei? – ela perguntou, afastando o cabelo do rosto

–Não. – respondi. – Vamos.

Dei o impulso nos calcanhares e corri, com Sophie logo ao meu lado. Então ela parou de correr. Logo, parei também.

–Hanna e Joe! – Sophie lembrou. – Eles não podem correr como a gente!

–Por quê? – perguntei – Eles não deveriam ser mais fortes do que nós?

–Eles têm o próprio jeito deles de correr. – ela explicou. – Mas não funciona bem aqui por que a magia daqui é diferente da de Anakyse. Vamos ter que carrega-los conosco.

Suspirei. Hanna subiu em minhas costas e Joe nas de Sophie, mas a coitada caiu de cara no chão, reclamando que o Anjo era muito pesado. Então, relutante, ajudei Joe a subir nas minhas costas e Hanna subiu nas de Sophie. Ele realmente era pesado, mas eu não podia reclamar. Parecendo dois gays transando, Joe e eu corremos pela Estrada de Zayn.

Quando chegamos no fim, Sophie parou com calma. Eu parei do nada, quase derrubando Joe para frente. Ele desceu das minhas costas e me estiquei, reclamando do seu peso. Ele não tinha porte de gente gorda, pra falar a verdade, ele era um tanto atlético, mas era mais pesado que Hanna. Como isso? Não sei.

Os portões eram muito bonitos. As maçanetas tinham um leão gravado em ouro em cada uma e os portões eram de cobre e decorados com folhas verdes. Pareciam de verdade. Sophie pediu para que recuássemos e ficou a nossa frente. Ela ergueu as mãos devagar e as folhas começaram a deslizar pelas portas, formando ramificações tão cheias de folhas que era impossível ver o cobre dos portões. Quando voltei a olhar para Sophie, sua mão estava queimando. Olhei de novo e percebi que não era a mão que estava queimando, era uma bola de fogo que ela segurava. Ela jogou-a como se fosse uma bola de vôlei e ela queimou a cortina de plantas por completo, revelando um monte de árvores altas e de galhos cheios de folhas, escurecendo uma trilha à nossa frente. Seguimos em frente e os portões atrás de nós reapareceram, mas fechados e sem os detalhes das folhas verdes.

Uma brisa forte e fria passou por nós. Então, um uivo fez Hanna recuar.

–Era só o que me faltava. – Sophie comentou, olhando atentamente para o céu limpo.

–O que foi? – perguntou Joe, que olhava a trilha.

–Lobos. – ela respondeu.

Outro uivo.

–O que eles querem? – Hanna perguntou, olhando para a copa das árvores, como se um pitbull fosse pular dali e arrancar nossas cabeças.

Ri de leve.

–Carne, Hanna. São lobos. – Sophie explicou

–Então você tem que falar logo com esse Wendell. Wendell! Cadê você?! Precisamos de você! – ela gritou para a escuridão da trilha.

Sophie tapou sua boca o mais rápido que pôde.

–Cala a boca! – ela faou, enquanto Hanna tentava se desvencilhar de seus braços. – Lobos têm uma boa audição. Você quer nos matar, sua idiota?

–Idiota? O quê? – Hanna gritou, quando Sophie a soltou.

–Meninas, meninas. – Joe falou. – Isso só vai piorar a situação. Nós temos que... Que... Que...

Algo o deixou sem voz. Ele estava estático, olhando para a trilha escura. Eu tinha um palpite, mas rezei para que estivesse errado. No meio da escuridão, dois olhos cor âmbar eram a única coisa que era visível no escuro. Hanna recuou.

–Esses olhos... Isso não é um lobo. – Sophie falou, sussurrando enquanto olhava fixamente a criatura.

– Isso é um lobisomem. Façam silêncio.

–O quê?! – Hanna gritou – Foi mal!

Foi tarde demais. Só consegui ouvir o bicho rosnar antes dele pular por cima de mim e cair atrás de mim, por incrível que pareça, ele aterrissou sorrateiro.

–Corre! – Sophie gritou o óbvio, poupando os xingamentos para Hanna

Pude ver o corpo peludo e preto do bicho passar por cima da minha cabeça. Corri atrás dos outros, que adentravam a trilha escura. Sophie jogava bolas de fogo pelos cantos, iluminando nossa passagem, mas quase tacando fogo na floresta inteira. Sophie corria entre as árvores e pulava por cima dos arbustos como se brincasse de amarelinha. Hanna, no entanto, estava tento sérias dificuldades nisso. Joe parecia voar pela floresta. Eu ia todo desajeitado. Nunca tive aula de como correr numa floresta com um lobo atrás de você. Eu era o que estava mais em perigo, com o lobo logo atrás de mim. Então, Sophie parou, bruscamente, em uma clareira. Era impressionante sua capacidade física: ela mal ofegava. Ela sorriu e bufou.

–Não acredito nisso.

–Sophie, atrás de você! – gritei, puxando-a pelo braço

–Calma... –ela se desvencilhou. – Joe! Hanna! Voltem!

Eles voltaram e ela ficou esperando o lobo chegar e ele estava cada vez mais perto. Pude ver ele pular para cima dela e, como se seu olhar fosse um laser, ele se dissipou no ar em pó.

–Já deu, Wendell. – ela gritou para o nada.

A mesma brisa de antes passou por nós novamente e uma voz ecoou em nossas mentes.

–Muito bem, Sophie. – a voz falou. Era fria e esganiçada, como de um bobo da corte. – Os olhos foram recentemente arrancados, o uivo é original... O que me denunciou?

–O fato de que nunca vi um lobisomem se transformar em plena luz do dia. – ela respondeu. Olhei para o céu e não acreditei em nossa burrice. O sol raiava forte. Pareciam serem cerca de sete a manhã.

–Inteligente ter percebido isso primeiro... Ou muito burrinha por não ter percebido isso antes! HAHA! – ele riu, com sua vozinha esganiçada e fina. – Enfim... Como posso ajuda-la, Majestade?

–Abra o caminho para Redmont! – ela ordenou, com voz firme

–Oh! – Wendell suspirou. Ele parecia ofendido. – Vocês querem passar pelo portal? Bom, já fui doce demais em deixar esses dois pombinhos passarem diretamente para Kraktus. Não posso ser muito bonzinho. Pegal mal. – Sophie apertou os olhos

Ela pensou um pouco e perguntou.

–Como vão os negócios na Terra?

–Crescendo a cada dia! – ele respondeu, feliz. – Os humanos não resistem às minhas propostas. Alguns fogem, mas sempre acabam como todas as almas que compro: comigo. HAHA!

Ele riu de novo. Sophie cruzou os braços e andou pela clareira, como quem não quer nada.

–Lembra do Robert? – ela perguntou, pronunciando o nome com cuidado. – Você sabia que eu tenho a alma dele? Proponho uma troca. Um acordo.

–Oh! – Wendell estava maravilhado. – O que há de melhor do que uma alma de um pobre coração apaixonado? Sim! Resolvido! Mas cumpra, ou farei com você o que fiz com Paris.

–Claro. Fechado?

–Fechado. HAHA!

Atrás de nós, várias folhas saíram de seus galhos e rodopiaram em um espiral. Ele ficou grande o bastante para cobrir todos nós. Entramos juntos por ele e pude ouvir Wendell dando um último aviso.

–Oh! Lembrem-se das regras, Sophie. Não olhe para trás! HAHA!

Sophie acenou com a cabeça e entramos no vortex verde.


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