The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 13
The Beginning


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos! Bom, mais um capítulo chegando. Esse capítulo, pelo menos eu senti, foi menor do que a maioria, com menos eventos e não teve uma revelação no fim, como geralmente é. Mas tenho que dizer: o fim desse capítulo me deixou muito satisfeito. Espero que vocês também estejam. Pra ajudar o Tio Henry aqui, comentem quem você prefere: Hanna ou Sophie? Bom, é só isso. Boa Leitura (:



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–Peter?! – ela falou, quase gritando

–Bella? – falei de volta

Ela sorriu e me abraçou. “Você tá sorrindo? Por quê você tá sorrindo? Para de sorrir!”, eu pensava. “Nossa, como você tem inveja da alegria das pessoas.”. O problema, caro amigo, era que Bella era uma das pessoas que eu queria manter longe disso. Eu tinha o meu passado como uma parte da minha vida que eu não queria que fosse danificado por essa loucura de Anjos e Demônios. Ela sorria como se me encontrar fosse algo bom. Pra mim, não era.

–O que diabos você tá fazendo aqui?! – ela perguntou, depois de parar de me sufocar... Ops, quer dizer, parar de me abraçar.

–Ele é o escolhido. – Sophie falou, dando ênfase no “o”.

Os olhos de Bella se arregalaram. Ela sibilou um “uau” e me olhou, com uma expressão de “gostei de ver!".

–E você? – tratei de tirar as atenções de mim. Espero que não tenham olhado muito para a minha cara, porque eu parecia que tinha comido algo estragado. – Como que você veio para aqui?

–Eu sou uma bruxa. – ela respondeu, comprimindo os lábios. – Descobri logo depois que você terminou comigo e coloquei minha casa abaixo.

Meus olhos se arregalaram.

–Você o quê?! – minha boca, claro, estava escancarada. – Você demoliu sua casa?

–Foi sem querer! – ela falou, enquanto eu me virava e colocava as mãos na cabeça. – Deu um terremoto, dei uma de Carrie, a casa ficou se despedaçando e se destruiu! Não foi culpa minha...

–E seus pais? – perguntei, me acalmando. – Eles estão bem?

–Aham. Eles fugiram a tempo. Então, o Olsen me trouxe pra cá.

–Olsen? –perguntei – Quem é Olsen?

–Meu braço-direito. Me ajuda com tudo. – Sophie respondeu. – Ele é muito inteligente e... Muito gostoso. Pacote completo.

Ela trocou sorrisinhos com Bella.

–E você só menciona isso agora? – perguntei, encarando Sophie. – Achei que você governasse Kraktus sozinha.

–E governo. – ela confirmou. – Só que o Olsen me ajuda. Essa é a diferença.

–Enfim. – Bella finalizou. – Se vocês me dão licença, tenho que acordar o Derek.

Ela fez uma cara de nojo e entrou por uma porta que ficava atrás do balcão, entre as estantes com as garrafas de bebidas.

–Derek é o dono daqui. – Sophie leu meus pensamentos mesmo antes de eu pensar. – Ele é gordo, tem barba muito áspera, usa uma camiseta havaiana que nunca tá completamente abotoada e por incrível que pareça, toda noite tem menina com ele.

Ergui uma sobrancelha e ela deu de ombros.

–Ele é nojento.

–Sophie, finalmente te achei! – uma voz veio de cima da escada

–Olsen! – Sophie exclamou

O menino desceu as escadas. Ele tinha cabelos relativamente longos, vamos dizer que pareciam um cabelo feminino, só que cortado. Ele tinha olhos claros e um queixo um tanto longo. Usava uma blusa xadrez azul e uma calça jeans. Ele parecia apreensivo.

–Tudo bom? – Sophie cumprimentou. –Esse é o...

–Oi. – ele me cumprimentou, quase sem olhar pra mim. - Sophie, tenho que falar com você urgente.

–Calma... – Sophie falou, arrastando a última sílaba. – Esse é o Peter, o escolhido.

–Dá pra parar de dizer isso pra todo mundo?

–Ótimo, então meu assunto é com você também. –ele falou, se virando pra mim.

Eu não tinha notado antes, mas ele segurava um papel branco. “Você fala como se papéis brancos fossem incomuns.”. Eu achava que num lugar místico como aquele, haveriam pergaminhos. Depois dos carros, eu comecei a perceber que nada ali era medieval, era tudo muito moderno por sinal.

–Sabe Redmont? Tremeu. Redmont. Tremeu. – ele falou pausadamente. Sophie ficou espantada. Franzi o cenho, confuso. – Qual foi a última vez que isso aconteceu?

–Não faço ideia. – Sophie respondeu.

–Pois é. – Olsen complementou. Então, ele olhou para mim. – Eu acho que isso tem a ver com você e sua amiguinha pomba da paz.

Ri de leve.

–O que é Redmont? – perguntei, por fim.

–É o núcleo de Kraktus. – Sophie respondeu, cruzando os braços e respirando fundo.

–Ainda não sei o que é.

–É tipo o Monte Everest na Terra e a Montanha Mefesto em Anakyse. – ela complementou. – São os núcleos, o centro de magia da dimensão. É por lá que acontecem as coisas mais mágicas de cada dimensão. Não é do feitio deles tremer. Qual a escala, Olsen?

–4.3. – ele respondeu, checando no papel. – Não foi sério, mas é estranho pra Redmont.

–Concordo. – Sophie respondeu. – O que será?

–E não é só isso. – Olsen continuou, ignorando a pergunta de Sophie.

–Tem mais? – perguntei – Se fizeram essas caras porque teve um mini-terremoto, imagine o que vocês vão fazer com algo pior.

–Bom, não é tão ruim assim. Não pra você, Peter. O problema é com a própria Sophie. – Olsen comentou. – São duas e meia. Você tem quinze minutos chegar no seu quarto e se vestir e mais quinze minutos pra chegar no salão de festas, que pelo que eu sei, direções não é o seu forte.

Sophie arregalou os olhos e, claro, óbvio e evidente, desapareceu quando eu pisquei.

–Uau. – falei.

–Eu vou ser direto, ok? – Olsen falou comigo – A Sophie é muito problemática quando se fala de sentimentos. Por isso ela é tão extravagante. Então, muito cuidado com o que você faz depois de se tornar o amor da vida dela. Pode ser um problema.

Pisquei, chocado.

–Eu não...

–Olha, eu não me importo com vocês dois, tá?. – ele me interrompeu, com um tom desleixado. – Eu me importo só com ela e os estilhaços que vão sobrar dela se ela ter ilusões e se decepcionar com você. Eu me preocupo com ela. Então se vai amá-la, ame-a direito. Se não vai, faça durar e corte as esperanças dela antes que fique mais sério.

–Eu atropelei seu cachorro ou algo assim? – perguntei. – Por que eu sinto que você não gosta de mim.

–Foi mal, cara. – Olsen respondeu, respirando fundo. –Eu costumo ser mais... Normal. Mas essas semanas, com o quinto selo se quebrando, tem sido intensas.

–Hum. –resmunguei. – Enfim. Acho que vou ficar por aqui...

–Não vai não. – ele me impediu de sentar em uma mesa. – Sophie quer que você dance com ela na festa.

–Eu? –perguntei, incrédulo. – Mas ela mal me conhece.

–Vocês transaram e falaram sobre os pais dela. – ele lembrou. – Eu li a mente dela, ela sempre deixa, claro. Enfim. Você já importa muito pra ela. Só em você gostar dela mesmo antes de saber que ela era a Rainha, já ganhou um espaço no coração dela.

Ele fez um biquinho e formou um coração com as mãos. Ele riu.

–Tô zoando, cara. – ele me deu um tapa de leve nas costas. – Mas sério, ela gosta muito de você. Até mais.

Ele disse isso e subiu as escadas, saindo do Peep’s. Sentei na mesa e fiquei mexendo com um saleiro.

Sophie já se importava comigo. Eu gostava dela, era uma menina legal. Tinha um jeito que me lembrava Bella, mas ainda sim era algo novo e que me deixava feliz. É, eu percebi que eu também me importava com ela. Se os meus sentimentos por Hanna não fossem reais, Sophie seria minha segunda opção pois, mesmo gostando de Sophie, eu amava Hanna. Ela era meu amor épico, que acobertava qualquer chance de amor com Sophie. Isso era algo que ela mesma deveria saber. Logo, Olsen estava certo. Seria errado deixa-la criar esperanças.

Ainda pensando nisso, saí do Peep's e fui em direção ao castelo. Fui andando mesmo. Diferente de Sophie, eu não tinha pressa. Durante a caminhada, fui pensando em Sophie. Seu sorriso, seu corpo... Ela era muito diferente. Acho que já falei demais sobre o quão diferente de Hanna ela era e o quanto estava me sentindo melhor ao seu lado, mas eu simplesmente não conseguia parar de pensar nela. Sophie tinha me pego de jeito. Porém, como eu já disse, meu amor por Hanna ainda era muito forte.

Falando nela, eu estava com muita saudade. Do seu cabelo, do seu sorriso, do seu jeito de me desprezar.Eu a queria de volta, mas eu sabia que teria que lutar contra muitas barreiras para ficar com ela. O preconceito, a ganância e a ambição seriam essenciais nisso. Eu não podia esquecer ainda da droga dos selos. Eu tinha que destruir todos eles e libertar aqueles dois. Era isso, ou a minha morte. Porém, comecei a cogitar a ideia de morrer.

Pensa comigo. De acordo com Sophie, se Lucífer e Miguel fossem libertados, eles iriam desenvolver O Julgamento Final. Isso queria dizer terremotos, pragas, doenças, mortes, destruição... Seria o caos. Se eu morresse, se eu desistisse da vida, apesar de não viver para ver aquilo, eu estaria poupando a vida de milhões de pessoas. Isso era um fato a ser considerado. Em compensação, eu sabia que muitas pessoas não suportariam minha morte, pessoas que precisavam de mim. Sophie nem tanto, mas pessoas como minha mãe, como Bella, como Hanna, sofreriam muito se eu me atrevesse a sacrificar a mim mesmo em prol da vida na Terra. Eu tinha duas opções: fechar os olhos para o Julgamento Final e libertar Lucífer e Miguel, ou fechar os olhos para as pessoas que amava e fugir, para que nunca houvesse maneira alguma de alguém me persuadir a quebrar os selos restantes. Era um problema e tanto.

Mas logo, resolvi tirar esse pensamento da minha cabeça. Eu não podia morrer. Eu era Peter Roman, O Escolhido. Muitas das pessoas que eu visava salvar com a minha morte, tinham como sonho ver o Julgamento Final se desenrolar na Terra. Queriam o "Paraíso no Céu e na Terra", queriam ver Miguel vencer. Muitos queriam ver Lucífer vencer e expandir os horizontes do inferno pela Terra. Mas eu tinha certeza que eram poucas, as pessoas como eu, que queriam que tudo permanecesse como estava, nem Céu, nem Inferno, simplesmente... Terra. Um lugar bom. Um lugar ruim. Um lugar feliz. Um lugar triste. Um lugar balanceado, um lugar onde todo mundo pode ser um e outro, nunca são obrigados a ser exatamente um deles. Um lugar onde todo mundo pode ser o que quer ser.

Enfim, discurso off.

Para não me atrasar, tratei de apressar o passo. Se demoramos mais ou menos uma hora para sair do castelo, descendo escadas e passando por gente, imagina chegar no castelo, subindo escadas? Então, usei O Poder para correr e chegar ao quarto de Sophie o mais rápido possível. Quando cheguei lá, me enchi de admiração com o que vi.

Sophie estava de frente para o espelho em seu quarto. Usava um longo vestido rosa e seu cabelo estava preso em um coque alto e que, como uma cachoeira, descia e caia em seus ombro. Ela olhava para o vestido. Quando subiu os olhos para o espelho, riu ao me ver.

–Você tá linda. - comentei. -Estou sendo sincero.

Ela sorriu ainda mais, se virou para mim e tombou a cabeça para um lado, sorridente.

–E você? Não vai se vestir?

Ela olhou para a cadeira da penteadeira, que tinha um terno pendurado na cabeceira. Respirei fundo.

–Sinceramente... - falei, apertando os olhos. - Não pretendo dançar.

Ela riu. De novo.

–Pra falar a verdade, Sophie, era isso que eu queria falar com você. - comecei, receoso. - Acabamos de nos conhecer, mas já estamos bem próximos. Principalmente depois do...

–Sexo? - Sophie completou, quando viu meu receio de continuar. - Sexo sempre é um bom começo para um casal. Acho que mais alguns dias e podemos chamar isso de namoro.

Ela franziu o cenho, pensativa e voltou a se olhar no espelho.

–Não... Não faz isso. Eu quero que você saiba que os meus sentimentos por Hanna ainda são muito fortes. - fiquei com medo de sua reação, mas ela só fez se virar para mim, respirar fundo e me ouvir atentamente. - Eu amo ela. O que nós estamos tendo, pode ser passageiro... Ou não. Só quero que você saiba que as probabilidades não estão ao nosso favor. Provavelmente, em pouco tempo eu vou embora daqui, vou quebrar os selos e vou ficar com Hanna pelo resto da minha vida. Por enquanto, não é um problema estarmos juntos. Pelo menos não para mim. Eu gosto de você. Gosto mesmo. Eu quero ficar com você. Mas quero que você saiba que, talvez, não vamos durar. Não quero que crie expectativas de um amor que pode não dar certo.

Ela respirou fundo novamente. Olhou para mim e engoliu seco.

–Primeiro: - ela começou, com um tom confiante e sem medo. - Se transamos, foi porque você quis. Sua namorada, indiretamente, te deu um fora e na primeira oportunidade que você teve, você trocou ela por mim. A culpa de "nós" existirmos, é sua. Segundo: Com certeza, no fim das contas, você vai colocar Hanna em seu cavalo branco e vocês dois vão cavalgar para o pôr do sol. Mas não se esqueça, Peter, que vocês ainda são de raças diferentes. Raças que, devo dizer, estão em guerra. Isso vai dificultar muito a situação. Sem falar que ela tá arrastando a asa para o primeiro cara que ela viu, o que me faz pensar que vocês se merecem muito. Terceiro: Eu não te amo como você acha. Você importa pra mim? Sim. Eu gosto de você. Gosto de estar perto de você, me sinto bem com você. Pela primeira vez, eu me sinto feliz e amada perto de alguém que eu sei que não está comigo pelo meu dinheiro ou pelo meu cargo. Mas amar? Querer ficar com você pelo resto da minha vida? Desculpa, querido, mas você tá inflando muito o seu ego! Se você acha que eu preciso de você pra ir pra droga desse baile, pra droga dessa festa, você está muito enganado! Existem milhares de meninos mil vezes mais bonitos e com mil vezes mais tesão que você lá fora que ficariam mil vezes mais felizes em dançar comigo do que você! Eu não preciso de você! Eu quero você! Essa é a diferença. E mais, se você acha que vai quebrar esse selos--

Não consegui me segurar. Eu a beijei. O jeito com que ela falou tudo isso, discutindo comigo, aquela velocidade e coragem me deixaram atraído pelos seus lábios. Toquei seu rosto com a mão e ela pôs a sua mão em meu pulso, enquanto me beijava. Era um beijo forte, com paixão. Selava um contrato mudo que dizia: Não vai ser pra sempre. Mas enquanto durar, será épico.


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Notas finais do capítulo

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