The Last Taste - Season 1 escrita por Henry Petrov


Capítulo 11
Sophie Hough


Notas iniciais do capítulo

Oi seus gatosos! Esse capítulo é o capítulo mais "safado" que eu já escrevi, sinceramente. Eu nunca tinha escrito nada assim, mas tudo tem sua primeira vez, não é? Enfim. Espero que gostem da mais nova integrante do elenco principal. Boa Leitura (:



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Eu senti o magma me acolher e entrar em minhas narinas e olhos. Eu esperei a dor, mas ela não veio. Parecia um banho de água quente, mas um quente delicioso. Parecia uma fonte termal. A diferença é que você não desmaia-quase-morre em uma fonte termal. Como um tranquilizante, a "água" entrou em meu corpo e me fez... dormir.

Poderiam se passar décadas e eu não iria sentir nada. Eu estava em um vazio, um sentimento de descanso. Acho que tudo que eu tinha passado naqueles dias, sim, só foram alguns dias, tinham acabado de ser compensados com uma boa noite de sono. Com o tempo, comecei a ouvir vozes. Uma delas, era muito bonita e simpática de ouvir. A outra era tensa e... Intensa. Eu não ouvia a conversa, só ouvia o jeito com que suas vozes pronunciavam as palavras e como era bonito...

Então, eu senti algo. Senti um toque. Algo me tocou na mão e eu pude sentir. Era uma mão também. Era macia e me dava carinho. Apertei a outra mão em resposta e ela se soltou. "Não!", pensei. Ouvi as vozes exasperadas, falando sobre algo que eu não entendia. Eu parecia ter perturbado a calma daquele lugar. Senti culpa e tristeza.

Deduzi que estava deitado, pois quando acordei, tinha me levantado procurando por ar. Minha boca esganiçou comigo procurando por ar. Ofeguei por alguns instantes e engoli seco antes de tentar descobrir onde eu estava.

Era uma sala. Um quarto. Tinha um papel de parede laranja. Ao meu redor, haviam vários móveis de luxo, bem escolhidos, com hastes majestosas. Haviam alguns quadros pendendo na parede. Eu estava em uma cama, enrolado em um lençol. Por mais estranho que pareça, aquele lençol me dava o frio que aquele quarto não me dava. O lugar quase uma fornalha. Ao lado da minha, havia outra cama, que era muito bonita. Tinha uma cabeceira vermelha com alguns detalhes dourados. Tinha um criado-mudo verde com um retrato sob ele.

–Oi!

Meus olhos demoraram a se acostumar a visão. No espaço entre a minha cama e a outra, havia uma mulher sentada em um banquinho. Ela não parecia ter mais de 20 anos. Tinha longos cabelos castanhos e seus olhos eram azuis. Sua expressão estava emocionado e ela usava uma lingerie de renda preta, muito sexy por sinal. Por cima, usava uma robe da mesma cor, também de renda. Seu sorriso era branco e parecia feliz em me ver bem. Se eu estava no inferno, eu estava adorando. Afinal, um homem tem suas necessidades.

–Como você está? - ela falou, atenta.

Sim, eu pensei em tentar cantá-la. Mas preferi não. eu podia estar um pouco enferrujado e poderia dar errado... Deixei quieto.

–Confuso... - falei, com a mão na cabeça. - Onde que eu estou?

–No quarto da rainha. - ela respondeu. - Rainha de Kraktus. Que é onde você está.

Tremi ao ouvir aquele nome.

–Kraktus?

Estavam explicados o magma, o calor, a vermelhidão e... A tentação. Ela ainda me olhava, sonhadora. Ela era linda.

–E você é...? - perguntei

Ela se levantou ignorando minha pergunta.

–Não vamos falar de mim. - ela foi até sua cama. - Vamos falar de você.

Levantei e fui até a porta do quarto. Estava trancada. Eu tinha certeza do que ela queria. E eu iria ceder.

–O que quer saber de mim? - falei. Ela ignorou o fato de eu ter tentado abrir a porta. - Sou um livro aberto.

–Nome?

–Peter Roman.

–Aniversário?

–12 de Dezembro.

–Nasceu em...?

–Nasci em Chicago, cresci numa cidade no interior de Illinois: Wayland.

–Quantos anos?

–17.

–Hetéro?

–Sim.

–Quantas garotas já namorou?

–Perdi a conta.

–É virgem?

–Não.

Cada pergunta, era cada vez mais ousada e eu me aproximava cada vez mais da cama. Nossos olhares se conectavam, como dois cabos de energia, passando uma corrente de desejo e paixão intensos. Ela tirou o robe e eu tirei o casaco, logo depois a camiseta cinza que eu usava desde o dia que a Sra. Whilight nos levara para Anakyse. Deitei na cama e fiquei por cima dela, beijando-a. Ela me pegou pelo pescoço e me beijou com mais intensidade. Desci meus beijos pelo seu corpo até que já tinha chegado lá.

Foi uma noite... maravilhosa. Eu não tinha me sentindo assim havia muito tempo. Nunca fizera esse tipo de coisa com Hanna. "Nossa, você se deita com qualquer uma?" Eu estava em uma crise emocional e aquela menina poderia me dar as respostas que eu queria. O desejo satisfeito era mais um efeito colateral. Um bônus. O corpo dela era maravilhoso e eu não vi o tempo passar. Eu não conseguia separar os nossos lábios. Pareciam grudados pelo resto da vida.

Dormimos depois de tudo. Sexo é uma coisa engraçada. A maioria das vezes, os casais dormem depois dele. Isso se dá ao cansaço, por motivos óbvios.

Acordei no frio do lençol sobre metade do meu corpo. Eu estava nu. Levantei e fui atrás das minhas roupas, que estavam espalhadas pelo quarto. Ri, pensando como a rainha iria ficar estressada ao saber que tinha um casal transando em sua cama. Cheguei a pensar que aquela menina fosse a filha da rainha. Enfim. Depois de vestido, voltei para a cama. Vesti só a roupa de baixo, a calça e a camiseta. A menina se remexeu um pouco e acordou.

–Eu sei que essa frase é mais clichê do que o discurso do "o problema sou eu, não você", mas vou perguntar mesmo assim. - ela falou com uma voz rouca, assim que acordou. Sim, ela também estava nua. - Foi bom?

–Ótimo. - respondi, beijando-a. Era um beijo sem amor, mas com bastante... Paixão. - Faria de novo.

Era verdade, mas ela riu como se fosse uma piada. Não falei isso para ela, eu já estava satisfeito. Muito bem satisfeito.

–E então, - comecei. Era hora de cuidar dos meus problemas. - quem é você?

–Meu nome é Sophie. Sophie Hough. - ela respondeu, com um sorriso cínico que estava se mostrando ser sua marca registrada. -Rainha de Kraktus.

Minha sobrancelhas ergueram automaticamente.

–Então entrei de V.I.P.? -perguntei.

–Sim. - ela riu.

Ficamos na cama por mais um tempo. Eu senti falta de Hanna por vários momentos. Eu sei, não tivemos muitos momentos juntos. O mais perto que estivemos foi nos dias que ela passou na minha casa, machucada e nem conversávamos tanto. Não tinha sido algo tão forte assim. Entretanto, mais e mais parecia que o fato de termos quebrado o selo, nos deixava mais propícios ao amor. O mínimo de amor que tínhamos um pelo outro, era intensificado pela quebra do selo, por essa ligação que tínhamos. Então, tratei de entender que eu não tinha razão para sentir falta dela, do seu calor. Nunca estivemos, de fato, juntos.

–Verdade.

Pisquei o olho, um pouco perturbado.

–O quê? - perguntei, confuso

–Você está certo. -ela falou, se levantando e pegando a lingerie que estava no chão. - O selo realmente intensifica o que vocês sentem um pelo outro. Um beijo, que para as pessoas normais significa nada mais que um beijo, pra vocês, é quase um pedido de casamento. Além disso, interfere em quem você é. Se você é todo irritadinho, o selo te faz calmo. Se você é todo errado, o selo te faz certo. É a maldição do selo. Como vocês quebraram, pode-se dizer que tudo o que vocês são foi unido, de um jeito perfeitamente imperfeito.

Petrifiquei. Eu não tinha ideia como ela sabia disso. Ela abriu uma cômoda encostada na parede e tirou uma blusa azul e um short branco, que não demorou para vestir.

–Ah, esqueci. -ela continuou. -Você não sabe. Os demônios tem a capacidade de ler mentes fracas, principalmente a sua, tão vulnerável com esses sentimentos arrasados. Quanto aquele ataque de sede de sangue que você teve, aquilo é O Poder. É tipo A Graça para os anjos. É uma partícula, a energia que nos dá magia, o poder. O que nos faz tão míticos e poderosos. As vezes, não temos controle. Algumas vezes sim. A maioria dos demônios se entrega completamente ao Poder, isso deixa eles completamente dependentes de sangue. O que provavelmente nunca vai acontecer com você por causa do selo. Além disso--

–E o quê te dá o direito de entrar na minha mente? - perguntei, me levantando e interrompendo-a. Aquela menina falava demais, como se eu tivesse prestando atenção em cada palavra que ela dizia.

–Como você acha que Lucífer te ouviu? - ela respondeu, passando um pouco de perfume e escolhendo uma pulseira na penteadeira. - Ele leu sua mente. Ele sabe tudo o que você sente. Eu também. Só nessa noite, já sei o que você passou nos últimos meses. Inclusive aquela criança... Linda o nome dela, não é?

–Bella. - corrigi. - Tem mais alguma coisa que eu precise saber?

–Sim. - ela falou, sem se importar muito com minha correção. - Não são só os sentimentos que o selo interfere. Ele também mexe com os seus poderes e sua personalidade. O que pode ser um problema. Te conto no caminho.

–Caminho? Pra onde? - respondi, observando-a sair do quarto

–Peep's. Uma das melhores baladas de Kraktus. - ela respondeu, por cima do ombro.

Vesti o resto da roupa, isto é, o casaco que eu usava já havia um século e fui atrás dela. Saímos do quarto por uma porta dupla de bronze. Tinha vários detalhes bem esculpidos. Chegamos em uma sala de estar imensa. A parede era redonda e haviam vários quadros com diferentes rostos e formas. no centro haviam dois sofás, um de frente para o outro, separados por uma mesinha de centro. No teto, pendia um candelabro de prata repleto de velas que iluminavam o lugar. Na parede a leste da porta, havia um aparador com várias garrafas de vidro, com bebidas variadas, entre elas, whisky, vodka, conhaque... Enfim. Haviam ainda duas cortinas na parede oposta, que serviam como portas para uma varanda, que ia de uma porta a outra. Sem demora, corri para olhar a vista. Era simplesmente perfeita. A varanda, eu descobri, rodeava toda a sala por fora, que ficava em uma torre branca de um castelo.

Sim, eu estava em um castelo. "Casa da rainha, você quer o quê?" Eu ainda não tinha lembrado desse fator, de que eu estaria em um castelo. Talvez eu estivesse mais interessado com o fato dela ser a rainha dos demônios e bruxas. A vista dava em uma baía, com lindas águas azuis e cristalinas. Isso de um lado da varanda. Contornando a torre, havia outra vista. Era uma floresta. Tinha várias casas e casinhas enfileiradas a base do castelo, como um vilarejo. As paredes do castelo abrigavam as casas e se estendiam tanto que não conseguia ver tudo. No fundo, era visível a silhueta de uma enorme montanha. Lá embaixo, as pessoas andavam de um lado para o outro, com belos vestidos e ternos, como se estivessem indo para uma festa especial.

As casas eram particularmente bonitas. Eram vitorianas, como as de Wayland, mas tinham um toque especial. Cada uma era bela do seu jeito. Elas eram enfileiradas como em uma rua, de apenas uma mão. Haviam algumas outras construções, como lanchonetes e restaurantes. Parecia uma cidade normal, exceto por ser dentro de um castelo e ter demônios como residentes. Por incrível que pareça, aquele lugar tinha um sol. Perguntei a mim mesmo se teria uma lua e estrelas.

–Tem sim. - Sophie respondeu

Ela entrou na varanda com um copo com uma daquelas bebidas do aparador, da qual eu não consegui identificar. Ela colocou o cabelo para trás da orelha e apoiou os cotovelos na borda da varanda.

–Dá pra parar com isso? - perguntei, me referindo às respostas aos pensamentos que ela não deveria escutar.

Ela riu.

–Tudo bem. Eu paro. Mas não posso evitar de ouvir, sua mente é tão... Atraente.

Ela falou isso passando seus dedos delicados sobre o canto do meu cabelo loiro. Tomei-a pela cintura e ficamos com nossos corpos colados. Ela colocou suas mãos em meu pescoço e me beijou. Depois riu e pude sentir o desejo de novo. Meu deus, eu não sabia quando ia isso parar.

Eu parecia mais mal intencionado perto dela. O desejo pelo sexo, a vontade, o tesão era maior a cada momento que eu passava com ela."É a maldição do selo.", sua voz ecoou na minha mente. Talvez, por eu estar com quem eu deveria, eu me sentia mais demônio, mas o que eu deverias ser. Mas a ideia de deixar Hanna para trás ainda me deixava preocupado. Sophie fez uma expressão pensativa. Com certeza, estava ouvindo meus pensamentos.

–Pode falar. - falei. - Eu sei que você quer falar.

–Primeiro. Você está sentindo tanto tesão porque está longe de Hanna. Isso quer dizer que você está se libertando um pouco da maldição do selo, o que muda um pouco sua natureza . Nós demônios temos, por dia, cerca de três relações sexuais. Segundo. Eu não acho que você deve jogar todas as suas chances com Hanna no lixo. O que vocês sentem é intensificado. Não quer dizer que não existe. O primeiro beijo de vocês foi durante um sequestro, eu descobri isso na primeira leitura que eu fiz da sua mente. -ela completou, depois de notar minha expressão de como-você-sabe-disso-?. - Naquele dia, vocês deveriam simplesmente ter se aproximado. Mas não ter tido todo aquele drama de perdão e eu te amo. Vocês tem uma chance sim. No fundo, você tem uma faísca de amor. Na sua mente, você sente um incêndio. É a maldição--l

–Do selo, eu já sei. - completei, interrompendo-a.

–Pois é.

Ela estava certa. A maldição do selo significava que o que eu senti não é como parece, mas não necessariamente que não exista. Eu sabia que no fundo eu tinha um afeto por ela e que por causa do selo isso se tornara maior. Eu a amava, mas não conseguia encontrar razão para isso. "Não há razão para o amor.", tá, tá. Mas quando você ama uma pessoa, tem todo um processo, uma "caminhada" para o amor. O que eu tinha passado com Hanna? Um sequestro? Naquele momento, admiti que sim, meus sentimentos por Hanna eram completamente distorcidos a cada momento que eu passava com ela.

–Porque está todo mundo vestido daquele jeito? - perguntei, indicando a rua com a cabeça - Nem você está vestida assim.

Ela arregalou os olhos e me soltou, correndo para dentro da sala.

–Sophie?

Ela correu os olhos pelas paredes procurando alguma coisa nos quadros. Ela correu para um que ficava em cima de uma lareira na parede oeste, da qual eu não havia notado. O quadro tinha molduras douradas e retratava Sophie e seus olhos azuis, com uma bela jaqueta preta, parecendo uma executiva. Diferente dos outros quadros, ela estava sorrindo. Num canto, havia uma data. 04/11.

–Eu sei por quê estão todos vestidos assim. - ela respondeu. - Hoje é meu aniversário.


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Notas finais do capítulo

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