Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 6
Cap. 6


Notas iniciais do capítulo

Alguma coisa boa está por acontecer...



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Após deixar Jayminho, Félix foi pra casa, na expectativa de cuidar um pouco de César. Cuidar não seria a melhor palavra nas atuais circustâncias. Ele já sabia que seria tratado mal, mas já não queria fugir disso, não mais.

– Papi, bom dia. Que tal descermos para um café no jardim?

– Além de me trazer pra cá, quer ficar expondo minha derrota pra todos?

– Papi, não diga isso. Tudo que a Paloma e eu fizemos foi pra te salvar...

– Félix – César o interrompe bruscamente - Podemos combinar uma coisa? Que tal mantermos as coisas do jeito que estão? Arrume uma ocupacção! Pensando bem, quem vai dar emprego pra você?

César sorria pela primeira vez naquela casa com satisfação. Sabia que Félix estava fadado ao esquecimento.

Félix pediu licença e saiu, um choro abafado o seguiu até a porta do seu quarto, no fundo seu pai tinha razão. Tal ez o melhor fosse ir embora, mas pra onde? E com quem deixar seu pai? Não era justo deixar esse fardo pra Pilar ou Paloma...Se ele mesmo não aguentava, imaginava sua mami ou a irmã que possuiam família. Ele, ao menos, era sozinho.

Quando fechava a porta do quarto:

– Félix, meu filho, vi que você não dormiu em casa - fez as pazes com o Niko? - Pilar estava radiante.

– Ah meu Deus, chorando filho...

Félix virou-se enxugando as lágrimas e dizendo que não era nada daquilo que ela imaginava.

– Mami, é tanta coisa. Acredita que o Niko está se comparando com o Anjinho?!

Depois de explicar tudo, incluindo a última conversa com César, pilar tentava animar o filho.

– Félix, vamos começar pela parte mais fácil: seu pai não vai mudar. Eu entendo que você gostaria que ele reconhecesse o que você e a Paloma fizeram por ele, mas infelizmente...bom, você sabe.

Pilar continua:

– Agora, esse rapaz, o Carneirinho, realmente ele tem um pouco de razão, alguém que te diz que vai te acompanhar pra onde você for e você simplesmente desaparece querendo que ele ‘descubra’ que é melhor não gostar de você...E nem adianta olhar pra mim com essa cara.

– Mami!!!????

– Cansei de passar a mão na sua cabeça! Félix, com dois filhos não me parece que ele queira algo no estilo do Anjinho e pela primeira vez eu vejo alguém que gosta mesmo de você...

– Mami...

– Alguém com um restaurante de sucesso, casa própria e filhos não quer algo eventual, ah, meu Deus, acho que ele quer...quer um namorado – Pilar começa a rir.

Félix enxuga as lágrimas e ri também:

– Eu, namorando o Niko? Indo ao cinema, saindo pra jantar e com os filhos dele no Ibirapuera? Devo ter salgado a santa ceia mesmo...Eu lá tenho idade pra namorar alguém?

– E por quê não filho? Tudo seu é tão sisudo, nem para perceber que esse rapaz poderia ficar chateado com a sua estratégia você teve sensibilidade! A propósito, eu saia para comer pizza com o Maciel.

– Agora eu já estou me metendo de mais. Se eu pudesse de dar um conselho, seria – se você não quer nada, também não dê esperanças! É melhor que ele sofra agora do que prolongar isso, se você mesmo já viu que ele estava chateado com seu desaparecimento.

Pilar saiu do quarto e Félix foi descansar, tinha menos de suas horas para encontrar Niko no restaurante...precisa organizar as poucas idéias que tinha, afinal Niko não havia recusado o almoço.

Quando um homem moreno, esguio e de roupas escuras entra no restaurante, Niko sabia que seu cliente favorito havia chegado. Félix senta-se no balcão e cumprimenta Niko.

– Félix, preciso de mais alguns minutos; aquele grupo ali fez um pedido extra e eu liberei o Edgar do horário do almoço pois ele fez a gentileza de ir no mercadão hoje cedo.

Apesar da decepção porque esperava Niko mais comunicativo, Félix esperou pacientemente cada temaki saindo das mãos de Niko e viajando a mesa. Finalmente eles iriam almoçar.

– Carneirinho, espero que você não tenha ficado bravo por eu levar o Jayminho na escola...

– Tirando que a Adriana desconfiou que você poderia tê-lo sequestrado, tudo bem... – Niko evitava olha-lo nos olhos mas tentou esboçar um sorriso com a brincadeira – no seu íntimo queria abraça-lo e dizer que havia adorado o gesto, mas sabia que Félix poderia fugir a qualquer momento ou pelo menos acreditava nessa possibilidade. Já sabia que aquela conversa poderia não terminar como imaginava.

Respirando fundo:

– Carneirinho, a verdade é que agi mal, desde o início, nem o que deveria ser fácil eu consigo manter fácil, não consigo explicar – no final, acho que tudo foi uma tentiva para que você me desse um fora...ia ser mais fácil.

– Félix, eu não sou uma marionete para você guiar com suas artimanhas. ..Mesmo que eu me arrependesse do que aconteceu; e eu não me arrependo, caberia a mim qualquer decisão. Posso até ser uma bicha burra como você diz, mas sou responsável por meus atos. E ia ser mais fácil o quê? Acha que eu sairia menos magoado?

– Por favor, não fale mais que você é burro. A burra aqui deve ser eu... – Félix tenta mais uma vez olhar para Niko que continua olhando para dentro de si – Carneirinho, eu não queria nada disso, só queria que você fosse feliz e não sei se eu sou a pessoa certa pra isso...Naquela noite, eu resolvi me dar uma chance de tentar ser outra pessoa, mas quando acordei com a sua família e você tão generoso comigo...Não, não posso estragar a sua vida.

– Félix, se você veio aqui me dar um fora, por favor seja direto – Niko coça o nariz sabendo o que vira depois – não, nem precisa falar nada, eu já entendi...Não sou nenhum adolescente. - Respira fundo - Preciso de uns minutos. Por favor, sinta-se em casa para terminar seu almoço, eu preciso ir ao escritório. Volto já.

Niko sai e entra no pequeno escritório do restaurante, não queria que ninguém o visse chorando, mesmo com o restaurante já fechado não seria certo que algum dos funcionários visse aquele drama mexicando. ..Assim que fecha a porta:

– Juliana, minha querida, deixa pra limpar aqui depois, preciso mandar uns emails agora.

Félix entra, afoito, encurrala Niko no canto atrás da porta entre seus braços:

– Niko, Carneirinho, não é nada disso. Eu não quero ficar longe de você, eu nem sei se conseguiria ter forças pra isso, mas se eu ficar e magoar você, uma das únicas coisas boas que existem aqui dentro vai morrer. Por favor, Carneirinho, por favor, olha pra mim?

– Eu te ajudo Félix! E o loiro finalmene cedeu a tentativa de abraço do moreno, enfim: um abraço forte, sentido, como ambos precisavam.

Finalmente Niko olha pra Félix e repete:

– Eu te ajudo! Eu te ajudo, mas você precisa me ajudar a te ajudar. Não sei quão forte eu sou.

Félix lhe rouba um beijo, apaixonado, sofrido. Niko corresponde, não sabia como ficaria longe daquela pessoa, não sabia como poderia ajudá-lo a vencer as barreiras que tinham pela frente e naquele momento só queria que aquele beijo não terminasse:

– Você é muito mais forte do que imagina, Carneirinho – sussura Félix.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, espero que gostem e continuem dando sua opinião. Se quiserem dar alguma idéia também será bem vinda. :)



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