Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 5
Cap.5


Notas iniciais do capítulo

Não acredito que a mudança de Félix tenha sido rápida, até chegar o dia de convidar Niko para morar em Angra muitas coisas devem ter acontecido.
Espero que gostem!



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Niko se perguntou se era certo deixá-lo ali, perto, mas não suficientemente perto para senti-lo como um todo. A verdade era que não podia resistir a vontade de estar naquela situação, de sentir-se acolhido, desejado...por algumas vezes pensou em virar-se e beijá-lo como um louco, seu corpo ardia; por outras vezes sabia que não era qualquer um e não buscava qualquer passatempo como Félix havia tido por toda sua vida; a grande verdade para Niko era essa - Félix nunca havia tido nada sequer próximo do que ele e a Lacraia tiveram, mesmo que tivesse acabado daquele jeito com a fura-olho; e, por mais que ele não gostasse disso, não haveria como ser diferente... por fim adormeceu, exausto em seus pensamentos.

Félix filosofava entre todos os pecados bíblicos qual o motivo para passar por aquilo, bom, na verdade ele os sabia muito bem. Só não imaginava que mais uma vez seus planos não funcionariam - "Como pode o carneirinho ser tão inocente? Eu querendo que ele desista pelos motivos certos e ele sofrendo pois não quer ser tratado como o Anjinho? Quem disse que eu tratava o Anjinho assim? Ou será que eu sou assim e nunca havia me dado conta? Sei que não mereço uma pessoa como ele, mas sou incapaz de deixá-lo ou vê-lo sofrer pelas minhas decisões...eu cai na piscina, mas não sei mais se realmente quero ser salvo...mas não posso deixar que o Carneirinho se afogue. Devo ter atirado pedras em Maria Madalena... Félix havia perdido a noção de quanto tempo estava ali pensando em como chegar mais perto, precisava expandir o abraço, encher Niko de carinhos e tudo mais que ele sabia que precisavam...” Será que o Niko dormiu mesmo? Como ele consegue?”

Seis horas, o despertador toca e ele se levanta rápido, não há muito tempo. Não quer fazer barulho. Pega um papel; escreve um recado; olha o amado mais uma vez e sai. “Ainda bem que ele não acordou”.

– Adriana, Adriana? Fala baixo ao chegar a cozinha.

– Aí que susto seu Félix! Seu Félix?!?

– Tá tudo bem criatura, o Niko que pediu pra eu te dar uma ajuda com o Jayminho pra levá-lo na escola. Ele não está muito bem.

– Ele tá doente? Deve ser gripe, ele bem que andava meio desanimado.

– Bom, eu não sei o que foi...mas há quantos dias ele está assim?

– Ah, seu Félix; deixa eu pensar. De uns dois pra cá, dois ou três acho eu...

– Olha Adriana, independente de qualquer coisa arruma o Jayminho pra ele não se atrasar que eu vou colocar o endereço da escola aqui no meu celular...saindo daqui as 7h está bom?

– Sim, sim - "mas como ele entrou aqui? Bom, deixa pra lá...”

Alguns minutos depois Félix pede:

– Adriana, por favor, entrega essa sacola pro Niko?

– Claro. E cadê o Jayminho, Jayminho!? O tio Félix está te esperando!

Jayminho chega correndo na sala com a boca cheia:

– Bom dia tio Félix! A Adriana falou que meu pai está doente? – Farelos e farelos voando pela sala.

– Não é nada de mais Jayminho, ele só estava indisposto e eu te levo hoje, tudo bem? Ele não conseguiu avisar a van a tempo.

– Tudo bem! – diz Jayminho animado.

– Tchau Adriana, até mais!

Os dois saem e Félix aliviado pois Niko não havia acordado, o melhor é que descansasse bastante. “Tomara que ele não pense que eu vou jogar o Jayminho na caçamba e coloque a polícia atrás de mim quando acordar”, pensativo e balançando a cabeça em descrença.

Jayminho na inoncência da sua idade vai contando a Félix que seu pai Niko não é muito bom em matemática também e nem se preocupa em interrogar Félix a respeito da doença do pai...

Já passava das nove da manhã quando Niko abria os olhos...estava cansado, porém reconfortado – pelo menos sabia que Félix não havia sumido do mapa, quando se vira a cama vazia – mas onde ele estava?

Levantou-se rapidamente e correu ao banheiro. Nada.

Tentou o quarto de hóspedes. Nada.

Lembrou de olhar que horas seriam no celular. “9:30h! O Jayminho perdeu a hora!” Mas nem sinal de Jayminho no seu quarto.

Respirou fundo, colocou uma camiseta e foi falar com Adriana – ao menos ela deveria estar em casa com Fabricio.

– Adriana, Adriana?

– Bom dia seu Niko.

– Bom dia Adriana, onde está o Jayminho? – não iria perguntar de Félix, nem sabia que horas ele havia saído e como sempre nenhum sinal de contato. Provável que sumiria mais uma vez esperando a poeira baixar.

– Ué Seu Niko, ele chegou aqui cedo dizendo que o senhor pediu pra ele levar o Jayminho na escola. Tá tudo bem? Mesmo? Ah meu Deus, ele sequestrou o Jayminho!

– Não, não – vira essa boca pra lá. Ele levou o Jayminho na escola. Eu que me esqueci, cheguei mal ontem a noite. Deve ter sido uma virose. Felixicite pensou, mas qual seria o remédio pra isso?

Quando fez menção de voltar pro quarto, Adriana correu e lhe entregou uma sacola. Niko continuo seu caminho. Para sua surpresa havia um papel dentro com os dizeres:

Carneirinho, decidi levar o Jayminho na escola para você descansar. Gostaria de ter te entregue isso ontem. Espero não decepcionar um chief renomado com meu presente. Gostaria de almoçar com você após seu expediente no restaurante, mas entenderei se você não quiser. Por favor só me avise caso prefira remarcar.

“Que metido! Nem pergunta se eu já tenho compromisso ou se algum dia eu vou querer remarcar...Félix, Félix.”

“Ele não faz idéia de como eu fiquei chateado, nem eu sabia que ia ficar assim”. Niko suspira e pensa no vazio que foi se criando com a ausência de Félix, nem Eron lhe causara tanta ausência.

“E o que temos aqui?”

“Géleia de morango com pimenta!? Não entendi, ele que vive reclamando do meu peso!”

Niko senta na cama, respira fundo, pega o celular, diz e re-diz as frases que dirá a Félix pedindo um tempo... e desiste de desmarcar o almoço. No fundo o que ele mais precisava era Félix por perto, mesmo que isso pudesse os afastar pra sempre.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos os comentários, não imaginava que alguém ia ler e até gostar :)
Por favor continuem dando opiniões, acabo me animando a escrever mais.