Dias melhores virão escrita por Rose


Capítulo 59
Cap. 59


Notas iniciais do capítulo

Capítulo mais esperado do que fofo :)
Espero que gostem!



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– Vamos Félix, já está quase na hora!

– Mas Carneirinho, vamos remarcar o voo, vamos ficar mais um pouquinho aqui? Só mais um pouquinho...

– Não Félix, eu quero ver meus filhos...

– Se você fizer mais um beicinho ou me chamar de amor eu não respondo por mim!...Eu estou começando a achar que você está se aproveitando dos meus pontos fracos...

– Uhumm...Você era mais esperto...

– Nicolas Corona, que mal tem irmos pra São Paulo no último voo?

– O Jayminho tem escola amanhã, tem 2 dias que eu não apareço do restaurante, a Adriana já me pediu a segunda e terça de folta pra descansar, eu tenho um evento no restaurante na quarta que preciso ir comprar peixe extra no mercadão, além do cardápio...Ufa!!!...Quer mais alguma coisa ou posso parar por aqui? – Se Félix não concordasse em ir por bem, não haveria como discutir com seu homem de negócios.

– Carneirinho, haverá alguma conversa em nossas vidas que você não vai me persuadir a fazer o que você quer? – E ele caminhou em direção a janela para observar a praia lotada com uma pontinha de saudade iminente. – Niko, você já teve saudade de algo que ainda não aconteceu?

Nessa hora Niko largou a bagunça da sua mala para conversar com melhor com gato manhoso, não havia como fugir do trocadilho ele pensava

– Você sempre vai me abraçar assim? Promete?

– Ummhummm....

Aquela última conversa antes de saírem do hotel ainda ecoava na cabeça de Félix, agora no carro, sendo levado por Niko para a casa dele. Ainda lhe doía a visão de seu pai ao retornarem a casa de sua mãe, afinal de contas era seu aniversário e ele alimentou – ainda que pequena – a esperança que seu pai iria ficar feliz em revê-lo. Se a ilusão era doce, a realidade era amarga como um café sem açucar.

“Pelo menos ele poupou o Jayminho...Será que ele chegou a encontrá-lo na casa? Acho que não...Ele estava tão feliz quando a gente chegou...Ainda bem que o Carneirinho me puxou para dormir na casa dele.”.

– Ei, você está bem?

A cabeça cabisbaixa ao virar-se em direção ao motorista respondia tudo. Niko continuo o caminho calado. Adriana e as crianças cochilavam no banco traseiro.

– Ufa! Todos na cama, nem acredito que ainda são dez e meia...Esse dia foi enorme, não acha?

Félix sorriu naquele esforço de parecer simpático, qualquer conversa mesmo que ele não estivesse participando ativamente seria melhor do que estar sozinho em seu quarto na mansão.

– Eu tenho um vinho ótimo aqui, você me acompanha?

– Eu não vou carregar ninguém pro quarto, além do quê com esse peso todo eu não ia conseguir mesmo! – com aquele mal-humor ácido ele não se dava conta que poderia espantar seu companheiro.

Um par de olhos claros olhava com reprovação em direção a poltrona da sala e principalmente a seu ocupante, não era preciso ser nenhum gênio para adivinhar que qualquer comentário relacionado a seu peso definitivamente estava fora de questão.

– Niko, desculpa! Volta aqui, vamos tomar esse vinho juntos...Eu retiro tudo que eu disse, por favor...

Ele havia saído em disparada em direção a cozinha, movimento suficiente para tirar Félix da cadeira em desespero:

– Carneirinhoooo...Volta aqui!

Já da porta da cozinha ele sorria com duas taças na mão e um pedaço de queijo, demandando que ele se acalmasse e não falasse tão alto ou as crianças poderiam acordar.

– Desculpe, acho que desacostumei com essa história de não fazer barulho...

– Félix! Não seja modesto, naquela casa enorme da sua mãe eu dúvido que qualquer quarto com crianças ficasse perto de algo barulhento como você!

Finalmente ele sorriu.

– Vamos escutar música? Eu devo ter um cd ótimo do Tom, você gosta?

– Eu lá tenho cara de gostar de Tom Jobim...

Niko sorriu de volta, sim, ele definitivamente gostava de Tom Jobim...

– Tem chocolate nessa casa? Depois de meia taça eu preciso um pouco de açucar...Não posso apagar antes de ter carregar pro quarto.

– Pois o senhor fique sabendo que eu não sou tão fraco assim para bebida, mas te trago alguns bombons...

– Obrigado. Sabe eu nunca entendi essa música...

– Que música, Félix?

– Tá vendo, já está mais bêbado que eu...Essa que começou a tocar...

– Bêbado?! Eu sou capaz de fazer um quatro, você consegue? – E rapidamente ele se levanta pra mostrar seu equílibrio em uma única perna para seu amor que não se controla e cai na risada.

– Deixa para lá Niko, olha essa música está quase acabando...Eu nunca a entendi direito até pouco tempo atrás...Como alguém poderia cantar que amaria uma pessoa por toda sua vida?

– Você está dizendo daquela música ‘Eu sei que vou te amar’? Essa música já tocou faz tempo...

– Não, coru...ops...Carneirinho alcolizado...Estou falando dessa aqui que acabou agora e você não ouviu direito então ‘Por toda minha vida’....

– Eu não lembro a letra, canta? – “Eu achei que ele estava falando da outra música...Que música é essa?”

– Não inventa Carneirinho, eu não sei cantar...

– Então só fala a letra, agora que você começou com essa história eu quero saber que música é essa afinal que você não entende...

Não houve como Félix resistir (novamente) ao pedido de Niko e ele se ajeitou na poltrona para apenas dizer a letra da música, com o cuidado de avisar que mudaria somente o início da letra:

– Meu bem amado.

– Quero fazer de um juramento uma canção

– Eu prometo, por toda a minha vida

– Ser somente teu e amar-te como nunca

– Ninguém jamais amou, ninguém

– Meu bem amado

– Estrela pura, aparecida

– Eu te amo e te proclamo

– O meu amor, o meu amor

– Maior que tudo quanto existe.

– Bonito, não? Que foi? Você vai ser daqueles bêbados que choram agora? – Delicadamente ele passou os dedos sobre os olhos de Niko, sentado ao chão, procurando qualquer vestígio por mínimo que fosse de alguma lágrima.

– Por que você disse que até pouco tempo você não entendia essa música?

– Ai Niko, será que eu preciso dizer?

– Eu ficaria muito feliz em ouvir, nem que fosse só uma única vez...

– Porque agora eu tenho você, criatura... – E ele afagou aqueles cabelos que a tanto eram seus...

– Posso fazer mais uma pergunta? – Não adiantava pedir mais que a música agora.

– Adianta eu falar que não pode? – E ele sorriu, somente seu Carneirinho para lhe salvar os últimos minutos de seu aniversário.

– Foi essa música, não a outra, foi o nome da música que você gravou no anel, não foi? Não era a ‘Eu sei que vou te amar’...

– Sim, você está certo, eu mandei gravar o nome dessa música, não um verso de ‘Eu sei que vou te amar’...Ei, mas como você sabe o que eu mandei gravar no anel, ele sumiu no hotel...Eu estava para arrancar os olhos daquela gerente quando você chegou, lembra?

– Eu achei o anel no quarto Félix...Olha aqui... – Estendendo a mão para confirmar... – Eu o coloquei no exato momento que você saiu bravo por que eu não respondi seu pedido do jeito que você queria...Só que você é tão, tão Félix que eu não consegui te falar antes...

– Que você roubou seu próprio anel? – entre mais um gole de vinho e outro ele respirou com alívio já que suas dez parcelas no cartão para pagar o anel não seriam em vão.

– Não, seu bobo, eu aceito casar com você!


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Notas finais do capítulo

Até breve!
(mil desculpas pela demora em postar...é que está bem complicado esses dias)...



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